fora para coibir fraude. Analisando o art.93,II vemos que se tenta impedir que a magistratura caia no subjetivismo. É o tribunal, ao qual é vinculado o juiz, que vai decidir sobre a sua promoção. Esse inciso faz com que essa escolha seja impessoal. Os critérios para a promoção são a antiguidade e o merecimento, de forma que esses são alternados. Não há uma promoção puramente por antiguidade ou por merecimento. O que altera é o aspecto que prospera. Lendo a alínea a percebemos isso. Deve-se perceber que a promoção por merecimento dá maior grau de subjetivismo, dando margem a alguma duvida. A alínea afirma que, se um juiz ficar 3 vezes consecutivas na lista de merecimento ou 5 vezes alternada, ele obrigatoriamente vai ganhar a promoção. Aqui se quer evitar que aquele juiz que mereça, mas tenha baixo grau de transito nos corredores do tribunal, não ganhe a promoção. A alínea b diz que, não só o juiz tem que estar no mesmo nível há dois anos, como também tem que estar entre 1/5 dos mais antigos que estão naquele nível. Isso impede que um juiz dê um salto na carreira em relação aos outros. Além disso, para que haja promoção por merecimento, deve-se atentar a alínea c. Às vezes, porém, você pode ter um juiz que produz muito, é muito rápido e participou de curso de aproveitamento e outro, que não tem esses requisitos, mas porque está em uma vara complicada, por exemplo. Por isso que se deve buscar outros critérios, alem dos citados na alínea para saber se o juiz merece, ou não, a promoção. A alínea d mostra que, se a promoção é por antiguidade, vai o mais antigo. A idéia é criar uma lógica objetiva. Se dois juízes tomaram posse no mesmo dia, quem ficou em primeiro, ganha a promoção primeiro. Tanto que, na posse, quem fica em primeiro, assina em primeiro, tomando posse em primeiro. Porém, por um demérito, votado por 2/3 do tribunal, pode impedir uma promoção por antiguidade. A alínea e tem a ver com qualquer tipo de promoção, tanto antiguidade, quanto merecimento. O juiz, para se candidatar a uma promoção, não pode ter autos em suas mãos de maneira injustificada. Porém , o que acaba acontecendo é que: o juiz, ao querer a promoção, mas tiver consigo uns processos parados há muito tempo, tende a tentar esconder esses, como por exemplo, renumerando as folhas ou mudando a capa para “maquiar” a presença daqueles. Isso não é dar andamento ao processo, não é despachar. A decisão de dizer quem tem merecimento ou quem é o mais antigo e se será descartado por demérito deve ser justificada, como se percebe no inciso X. A decisão deve ser, portanto, motivada e pública. Até porque, quando você torna um debate público, obriga o tribunal a ser coerente. No que você vira juiz titular de uma vara, você tem que residir na área de abrangência territorial desta, ou seja, na área em que você titulariza. Isso foi uma criação da emenda 45. O juiz, morando perto de onde trabalha, tem mais condições para tal, sendo bom para a sociedade. Vários advogados, por exemplo, reclamavam que não conseguiam achar o juiz, pois esse morava longe. Para que o juiz resida em outro lugar, somente se o tribunal autorizar. Analisando o art.93, XII, vemos que só os tribunais superiores podem ter férias coletivas. Alem disso, o funcionamento do judiciário tem que ser ininterrupto, de forma que a prestação jurisdicional não pode parar. Há sempre um juiz de plantão para impetrar HC, por exemplo. O recesso, portanto, já que há essa obrigatoriedade do judiciário ser ininterrupto, para Berthier, deveria ter sido revogado. Deve-se se perceber que, mesmo havendo plantão, a prestação jurisdicional não pode ser considerada ininterrupta, já que esse plantão está lá apenas para situações emergenciais. Apesar disso, esse recesso tem sobrevivido, pois interessa a carreira do magistrado, mas não é bom para a sociedade. No que se ajuíza uma ação é para essa ser distribuída de imediato. Um despacho é aquele ato sem conteúdo decisório. Quando nasceu o CC, esse afirmava que o despacho era ato que só poderia ser praticado pelo juiz. Mas percebemos que, na pratica, não ocorre assim. O juiz, normalmente, pede ao assessor para dar despacho a um processo. Uma certa hora, portanto, passou-se a prever que esses atos de mero expediente podiam ser feitos por meros eventuários. Porém, a lei, ao prever isso, acabava ofendendo o principio do juiz natural, mesmo que houvesse economia processual. A emenda 45 resolveu o problema no art.93, XIV. Essa regra já existia na nossa lei processual e só foi constitucionalizada para ficar claro de que, a mesma CF que prevê o juiz natural, prevê também que se possa, determinados atos, serem feitos por eventuários. Berthier diz que esse inciso não seria necessário, já que esse simples andamento do processo poderia ter sido delegado, já que as partes não são prejudicadas. O art.93, portanto, tenta dar uma lógica básica do nosso poder judiciário. Órgãos do poder judiciário O CNJ está no art.103-B. Esse tem 15 membros e foi criado para cumprir dois papeis: Fiscalizar o funcionamento do judiciário, criando padrões para esse. Mas essa emenda 45, que criou o CNJ, não seria inconstitucional nesse aspecto? O CNJ não ofende a separação de poderes? Essa tentativa, de colocar o CNJ como um controle externo e indevido não cabe. Quando percebemos o art.92, estão lá os órgãos do poder judiciário. Não dá para dizer que o CNJ é um órgão de controle externo, pois é próprio judiciário. Sob o aspecto formal, portanto, não seria externo. A existência de membros que não integram a estrutura do judiciário também não é relevante, já que são apenas seis. Os outros nove são. Ou seja, se todos esses nove votam a favor de algo, eles vencem. O CNJ seria, portanto, um órgão interno de fiscalização e padronização com elementos externos. Essa idéia, de um judiciário com elementos externos, não foi a emenda 45 que criou. O próprio art.93,I diz que um dos membros da banca devem ser indicados pela Ordem. Esse seria um elemento externo, já que não é o judiciário que escolhe. Alem disso, o tribunal, seja de justiça, regional federal ou do trabalho, é composto pelo quinto que vem de fora. Ou seja, percebe-se que essa idéia, de elemento externo ingressando no judiciário, já havia sido criada CF de 88. Essa figura de um CNJ, que nem todos integram a magistratura, legitimam e aproximam mais a magistratura e a sociedade. 10.31 Ainda falaremos sobre o CNJ. O art.103-B fala sobre a composição deste. Percebemos que não está no CNJ, a justiça militar. Isso porque essa não é formada apenas por juízes concursados, mas também por servidores públicos militares. Vendo o art.103-B, p.4º percebemos que o controle que o CNJ exerce é sob o funcionamento administrativo e financeiro do judiciário e controle dos deveres funcionais dos juízes. Ex: Imaginemos que um certo tribunal, na feitura de um concurso publico por cargo de juiz, tem um vazamento de gabarito. O CNJ pode anular o concurso sob um controle administrativo. Ex2: se um tribunal dispensa licitação fazendo gastos desnecessários, o CNJ pode controlar a atividade financeira de um tribunal. Ou seja, fica muito claro que não se controla o conteúdo das decisões. Não se analisa as decisões dos tribunais. Há uma compatibilidade entre o controle administrativo e financeiro, mas permitindo o livre consentimento. Isso fica claro no inciso I do art.103-B p.4º. Não é um controle quanto ao conteúdo jurisdicional. É apenas para rever atos de conteúdo administrativo ou financeiro. O CNJ pode, também, aplicar decisões disciplinares segundo o art.103-B, p.4º, III. O CNJ tem poder de regulamentar a atividade de magistrados. Ex: o magistrado pode exercer o magistério. O sujeito, quando no magistrado, só pode ser juiz e professor. Essa regra da CF merece uma analise. Como está no art.95,p.ú. Uma questão enfrentada pelo CNJ é que o juiz, por ser agente político do estado, não tem hora para chegar e nem hora para sair. Como professor, esse sujeito está sob uma carga horária. Se esse juiz der 100 horas de aula por semana, ele não vai ter tempo para ser