colega o substitui. O principio da independência funcional funciona em analogia ao principio do livre convencimento para o juiz. Só existe um limite nesse caso, que seria a sumula vinculante. Quando, por exemplo, um membro do MP ajuíza uma ação são pedidos que ele defende, mesmo que o juiz indefira. Quem trabalha no MP é um chefe administrativo, pois portará de seu convencimento, podendo arquivar ou mover uma ação, ou podendo investigar mais se achar insuficiente, por exemplo. Outro principio que não esta no art.127,p.1º é o do promotor natural. Os órgãos do MP são criados com base em lei previamente estabelecida. Os órgãos desse ramo são criados por lei, assim como vão repartir as funções, não permitindo um membro do MP atuar onde quiser. É pacifico que o Art.5º, LIII contém o principio do juiz natural. Mas nesse caso, também há autores que dizem que está nesse artigo o p. do promotor natural. Porém, o STF diz que esse princípio não está na nossa CF. Mas ao mesmo tempo em que diz isso, afirma que esse princípio pode ser previsto em lei, já que não é contrario a CF mas, mesmo que não esteja, a lógica desse principio estaria. O professor acha que está, no mínimo, implícito na CF, se isso é afirmado pelo STF. Indo ao art.129, p2º vemos que o juiz não poderia nomear alguém que fará a função do MP, pois é uma função privativa de quem passou pelo concurso para MP. 11.09 Funções do MP O art.129 fala das atribuições do MP. Esse artigo diz que a primeira função institucional do MP é ajuizar a ação penal pública. Nessa, a ofensa da prática do crime é um interesse da sociedade. Isso está no inciso I. O MP é controlador do próprio Estado. Ele é externo aos poderes para controlá-los, de forma a obrigá-los a fazer suas funções em prol da sociedade. Há alguns sociólogos que criticam isso, já que para esses é a própria sociedade que deve exercer um controle sobre o Estado. Porém, no Brasil, esse controle seria importante já que a sociedade não tem essa força. Na realidade, a sociedade nem sempre reage as ações do poder. Isso está no inciso II. O que tem feito de mais relevante o MP, é tutelar interesses difusos e coletivos. São eles os interesses transindividuais. O que são os interesses difusos, coletivos e individual homogêneo? A noção desses interesses são propriamente da ciência do direito. A partir da idéia de relação jurídica se explica esses. O interesse difuso é aquele que o titular desse interesse é um grupo indeterminável de pessoas. Eu sei quem existe, mas não sei precisar quem faz parte do grupo. Não existe relação jurídica que identifiquem tais pessoas. Volta e meia, quando vai se definir direito difuso, se fala do meio ambiente, pois esse é um interesse de todos. Para ser difuso, não precisa pertencer a humanidade e que esse permaneça para outras gerações. Pode haver interesse difuso bem mais restrito. O MP, se cuida da sociedade, vai cuidar de interesses difusos. As vezes, mal sabe um morador que algo foi violado na CF, por exemplo. Direito coletivo é aquele que você faz em relação a um numero determinado ou determinável de pessoas. Nesse caso, há uma relação jurídica das partes. O direito é coletivo, portanto, quando esse grupo de pessoas é identificado pela existência de uma relação jurídica entre elas. Quando empregados fazem greve, eles tem certo interesse comum para certa categoria e, portanto, indivisível. Esse seria um exemplo de interesse coletivo. Há um ponto comum entre o interesse coletivo e individual homogêneo. Nesse caso, é um grupo que tem interesses a serem reparados, mas já existia um interesse individual. Ou seja, o interesse é divisível. Aqui também o interesse é de um grupo determinado ou determinável de pessoas, mas divisível. São direitos específicos, mas que vieram de um fato comum. Ex usando os três interesses: A montadora que montar um carro e esse apresentar defeito. Um carro pega fogo e prejudica o consumidor. O MP vai ajuizar a ação fazendo um pedido para proteger consumidores condenando a empresa a cumprir obrigação de fazer para mudar o processo de montar o veiculo para que não haja mais esse problema. Nesse caso, seria um interesse difuso, já que eu quero proteger as pessoas que não futuro comprarão carros com essa montadora. Como elas ainda não montaram, não há relação jurídica com elas. Acontece que na data que proposta a ação, haviam carros no mercado. Então, o MP faz outro pedido: realizar o recall, convocando os consumidores para corrigir os carros com defeito. Esse pedido é de interesse coletivo. É um grupo determinado ou determinável de pessoas. O MP pode fazer outro pedido: reparar o dano causado àqueles que sofreram o incêndio no carro. Nesse caso, variará para cada réu, pois o carro que queimou pode ter afetado outros carros ou matado alguém, por exemplo. Ou seja, havia um mesmo fato, de origem comum que, por sua vez, causou danos divisíveis. O inciso IV talvez devesse ser o inciso I. O MP tem controle da constitucionalidade. Quando você promove a ADI, o procurador geral da republica pode fazer essa (art.103). Toda ação de controle da constitucionalidade tem a participação do MP. Maior prova disso é que, ou a ADI é ajuizada pelo presidente, ou sendo qualquer outro a ajuizar, o procurador geral da república se manifestará com a marca de independência funcional. O art.129, IV acrescenta outra coisa. E é sobre intervenção federal (art.34, VII). Esses princípios são chamados de princípios constitucionais sensíveis. Se houver violação de um estado em relação a esse, fica sujeito a intervenção federal por um procedimento que se inicia no MP. O inciso V fala da proteção do índio. Esse tem uma proteção constitucional própria pois eles vem perdendo espaço. Cabe ao MP defender as populações indígenas. Ele defende interesse do grupo em si e não de algum índio que for autor ou réu em uma ação. Inciso VI - Quando um MP está investigando um fato, ele notificará pessoas para prestar depoimento. Inciso VII – o MP não permite que ocorra abusos da policia. O Estado tem algumas funções que se aproximam muito do uso da força e o MP controla isso. Inciso VIII – você pode, não só requisitar documentos, como também diligencias. Eu posso requisitar que o auditor vá a uma fazenda para ver se aquilo está ocorrendo ou não. Inciso IX - Nada impede que eu crie outras funções do MP. No exemplo da montadora, o MP ajuizou uma ação civil pública. Certamente a montadora não quis aceitar a visão que o MP tinha do assunto. O MP não pode impor, mas pode propor o termo de ajustamento de conduta. Nesse caso, então, não houve consenso e por isso foi necessário ajuizar tal ação. A segunda parte do inciso mostra claramente a diferença entre o MP e quem exerce advocacia pública. Todo município tem o corpo chamado procuradores do município. Nesse caso, esses defendem esse. O MP, por sua vez, defende a sociedade. Obs: O art.68 do CPP é incompatível com a CF, mas compatível com a realidade. O MP terá essa função enquanto não houver defensor público. 11.16 MP O MP atua as vezes como parte, ajuizando ações, as vezes como custus legis (fiscal da lei), quando ele não é nem autor nem réu, mas tem interesse no processo. Essa divisão merece uma critica. Fiscal da lei ele seria sempre. Além disso, dá a idéia de que o MP só atua quando é levado o processo ao judiciário. Porem, o MP tem funções extrajudiciais, como foi abordado na aula passada. Não se deve falar de um MP ora parte, ora custus legis. E sim ora é órgão agente, ora é órgão interveniente. Essa denominação é melhor porque o MP agente seria o que investiga determinados fatos e, se necessário, ajuíza ações. O conceito de órgão agente, portanto, é mais amplo que o de parte. Em relação ao órgão interveniente é o custus legis. Aqui, sempre atuará o MP, em juízo, para defender um direito da sociedade, onde transcende as partes. As formas de atuação do MP, portanto, é como órgão agente (instaurando inquérito civil para ver se meio ambiente é degradado, fraude nas relações de consumo,..., tentando resolver os problemas avisando a empresa, por exemplo,