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OBRIGAÇÕES - FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO OUTROS MEIOS EXTINTIVOS

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DIREITO CIVIL II - OBRIGAÇÕES 
FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO. OUTROS MEIOS EXTINTIVOS 
 
1. Introdução 
 
O pagamento nada mais que um negócio jurídico em que as partes se comprometem a extinguir suas obrigações onerosamente contraídas. 
 
O pagamento pode ser direto – efetuado exatamente como foi ajustado entre as partes - ou indireto, através dos chamados meios especiais de pagamento. 
 
2. Pagamento em consignação 
 
O requisito essencial para a extinção da obrigação é voluntariedade e a satisfação do interesse do credor, pelo devedor.
 
Também é necessário que o credor aceite a quitação da obrigação por quem lhe deve. 
No entanto, há situações em que o mesmo não concorda com tal situação, negando-se a receber a prestação ou a fornecer a quitação. 
 
Diante do exposto, resta ao devedor recorrer a meios indiretos de pagamentos para livrar-se da obrigação contraída. 
 
Uma delas é a consignação em pagamento. 
 
O pagamento em consignação consiste no depósito, pelo devedor da coisa devida, com o objetivo de liberar-se da obrigação. 
 
Dispõe o Art. 334 do Código Civil de 2002 que a consignação é considerada como forma de pagamento para extinção da obrigação, através de depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e formas legais. O objeto da consignação não apenas dinheiro, pois quando o Art. 334 do Código Civil fala sobre coisa devida, entende-se que a consignação pode ser feita também em bens móveis ou imóveis. Por exemplo, o credor que se recusar a receber a mobiliária encomendada só porque não está preparado para efetuar o pagamento convencionado, dá ensejo ao marceneiro de consigná-la judicialmente. 
Aduz ainda o Código Civil no Art. 341, que sendo imóvel ou bem certo e que seja sabido de ambas as partes que devem ser apanhadas no lugar onde se encontram, pode o devedor aludir ao credor que assim o faça, caso contrário, as mesmas podem ser depositadas. 
 
Em se tratando de coisa indeterminada, incerta, faltando a escolha da qualidade e se esta compelir ao credor, o devedor não será obrigado a permanecer aguardando indefinidamente que ela se realize. Conforme elucida o Art. 342 do Código Civil de 2002: “Se a escolha da coisa indeterminada compelir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.” Para que a consignação ser válida é necessário a observância dos requisitos estabelecidos no Art. 336 do Código Civil: “Será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.” 
 
Requisitos: 
 
Em relação às pessoas, o pagamento deve ser feito ao verdadeiro credor pelo verdadeiro devedor, ambos capazes, ou então, pelos seus representantes legais. A legitimidade ativa para aviltar ação consignatória fica a cargo do devedor, ao terceiro interessado no pagamento da dívida e também ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor. A legitimidade passiva, ficará a cargo do credor, réu da ação consignatária, visto ser o mesmo agente capaz de exigir o pagamento ou de quem alegue possuir tal qualidade, ou seu representante. 
 
Exige-se que o depósito seja realizado na sua integralidade, pois o credor não é obrigado a aceitar o pagamento parcial, incluído também a correção monetária dos dias vencidos que ficaram sem pagamento, conforme preceitua a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: “impões-se ao devedor, na consignatória, ao efetuar o depósito, fazê-lo com inclusão da correção monetária do período compreendido entre a data do vencimento da obrigação e a do efetivo depósito, sob pena de ser julgado improcedente o pedido.” 
 
Quanto ao modo, será o convencionado por ambas as partes, não sendo aceito, por exemplo, prestações mensais, quando o que foi acordado foi o pagamento a vista. Levantamento do Depósito: 
 
Quando o devedor não puder efetuar o pagamento diretamente ao credor, o mesmo dispõe-se da consignação judicial ou extrajudicial do pagamento para livrarse das obrigações em que se encontra vinculado. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências do direito (Art. 338, CC). Caso o credor, ao invés de contestar ação de consignação, aceitar o depósito, dar-se-á por satisfeita a obrigação do devedor para com o mesmo, visto que a consignação produz os mesmos efeitos do pagamento. Procedimento: 
 
Em se tratando de obrigação em dinheiro, o devedor poderá depositar em estabelecimento bancário (Lei 8.951/1994) ou fazê-lo em ação de consignação. Se for prestação de coisa que não seja dinheiro, somente é possível pela via judicial. 
 
Fazendo o depósito (dinheiro) em estabelecimento bancário, o credor será inteirado deste por meio de carta com aviso de recebimento (AR), iniciando-se assim o prazo para sua manifestação, em 10 dias. 
 
No decurso desse prazo, o credor tem três possibilidades a seguir:
i) aceitar o depósito, podendo então levantar a quantia;
ii) permanecer inerte, na qual reputar-se-á o devedor liberado da obrigação;
iii) declarar expressamente sua recusa, necessariamente por escrito, ao estabelecimento bancário. Nas duas primeiras hipóteses, haverá a extinção da obrigação, enquanto que na última, a obrigação permanece, podendo o devedor, ou o terceiro, propor dentro de 1 mês a ação de consignação, devendo instruir a inicial com a prova do depósito e da recusa (art. 539, § 3º, novo CPC). 
 
Não propondo a ação em 1 mês, o depósito efetuado perde sua eficácia, oportunidade em que poderá ser levantado pelo próprio devedor.
 
Nada obsta que devedor proponha a ação em prazo posteiror, contudo, terá que efetuar novo depósito, ou solicitar ao juiz o depósito da quantia, que deverá ocorrer no prazo de cinco dias, contados do deferimento do pedido. 
 
É faculdade do devedor ou terceiro interessado, efetuar o depósito extrajudicial de qualquer prestação pecuniária, inclusive aquelas relativas a aluguel e encargos da locação.
 
A desjudicialização deste procedimento especial é de suma importância para a plena, rápida e eficaz realização do Direito, sendo notórias suas vantagens, tanto para o credor como para o devedor, que vislumbram no procedimento extrajudicial uma forma alternativa e célere de composição de litigios. 
 
Na esfera judicial, a partir do requerimento, no lugar do pagamento, cessará para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente (Art. 541, novo CPC). 
 
Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 dias contados da data do respectivo vencimento. 
 
Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será este citado para exercer o direito dentro de 5 dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito (Art. 543, novo CPC). 
 
Na contestação, o réu (credor) pode alegar que não houve recusa; que a recusa foi justa; que o depósito não foi feito no prazo; que o depósito não é integral (deve indicar o valor devido). 
 
Na insuficiência do depósito, é lícito ao autor (devedor) completá-lo, em 10 dias, salvo se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. Poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida. 
 
A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos,após liquidação, se necessária. 
 
Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios. 
 
3. Pagamento com Sub-rogação 
 
Quando se fala em sub-rogação, entende-se por coisa que substitui outra coisa.
Entende-se por pagamento com sub-rogação o efetuado por terceiro que tem interesse na extinção da obrigação do devedor principal, a exemplo do fiador quando quita a dívida por completa do devedor principal. Neste caso o mesmo efetuou um pagamento com sub-rogação. Assim como preceitua o Art. 831 do Código Civil vigente: “O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos do credor.”
Para alguns doutrinadores, o pagamento com sub-rogação é uma cessão de crédito, interpretação esta errônea, segundo leciona Sílvio Venosa: 
 
[...] Ambas as figuras não se coincidem. A sub-rogação contém como essência o pagamento de uma dívida por terceiro e fica adstrita aos termos dessa mesma dívida. Por outro lado, a cessão de crédito pode ter efeito especulativo, podendo ser efetivada por valor diverso da dívida originária.Na cessão de crédito, há a necessidade de que o credor seja notificado para ser eficaz com relação a ele (art.290), o que não ocorre na sub-rogação. A cessão de crédito é uma alienação de um direito, aproximando-se à compra e venda. Não existe esse caráter de alienação na sub-rogação. Na cessão, a operação é sempre do credor e até mesmo contra sua vontade. 
 Pagamento por sub-rogação, na realidade é um instituto autônomo e anômalo em que o pagamento promove apenas uma alteração subjetiva, mudando o credor.15 
 
Espécies: 
 
A sub- rogação pode ser legal ou convencional. A legal é aquela oriunda de lei, independente que o credor ou devedor a declare. Já a convencional decorre da vontade das partes, podendo se dar por iniciativa ou declaração do credor e ainda por interesse ou declaração do devedor. De acordo com o Art. 346 do Código Civil, a sub-rogação legal opera de pleno direito em favor “do crnteedor que paga a dívida do devedor comum”, e também, em favor “do adquirente do imóvel hipotecário, bem como de terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado do direito sobre o imóvel“, e ainda em favor “do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte”. 
 
Na sub-rogação convencional, o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos (declaração do credor) ou, ainda, quando empresta dinheiro ao devedor para este quitar a dívida sob a condição expressa de ficar sub-rogado nos direitos do credor satisfeito (declaração do devedor). Efeitos: 
 
Os efeitos da sub-rogação encontram-se expressos no Art. 349 do Código Civil: “A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.” 
 
Assim, a sub-rogação, legal ou convencional, produz dois efeitos: o liberatório, por extinguir a obrigação do devedor para com o credor e o efeito translativo, por transmitir para terceiro que quitou as obrigações do credor, os direitos de crédito que o mesmo usufruíra. 
 
5. Imputação de Pagamento 
 
A imputação de pagamento desenvolve-se em uma relação entre mesmo credor e mesmo devedor de várias relações jurídicas distintas, ou seja, deve-se imputar o pagamento efetuado a um ou mais débitos do mesmo devedor em relação ao mesmo credor. A imputação é seletiva, pois não extingue todas as obrigações do devedor para com o credor, mas sim, e apenas, atribui ao devedor, ao credor ou a lei o direito de escolha de que obrigação que lhe será imputada o pagamento, qual débito que se extinguirá. 
 
A preferência para a escolha da obrigação que se quer adimplir é do devedor, porém, não havendo sua manifestação oportuna passa, o direito a escolha, para o credor, e mantendo-se ambos silentes, a lei oportunamente fixará qual das obrigações que se adimpliu. Requisitos: 
 
Os requisitos para a existência da imputação de pagamento são: 
i) a pluralidade de débitos de um mesmo devedor para um mesmo credor, não havendo necessidade da imputação para uma única obrigação existente entre os sujeitos do vínculo;
ii) mesmo credor e mesmo devedor dessas relações;
iii) débitos da mesma natureza, fazendo com que deva existir compatibilidade no objeto ou na forma com que se vai adimplir, posto que uma obrigação na qual sua extinção se fará através da entrega de cereais não é compatível, ou não é da mesma natureza de uma obrigação que deva extinguir-se pelo pagamento em pecúnia;
iv) dívidas líquidas, devendo a obrigação ser certa, quanto à sua existência e determinada quando do seu objeto;
v) a prestação ofertada, ou melhor dizendo, o pagamento ofertado para a quitação dos débitos deve ser suficiente para a promoção do adimplemento de pelo menos uma das dívidas, sendo que ao credor não deve ser obrigado aceitar pagamento parcial do débito; vi) dívida vencida. 
 
5. Dação em Pagamento 
 
O devedor de uma coisa certa deve pagar exatamente a prestação convencionada, salvo se o credor – que não pode ser obrigado a receber coisa diversa, ainda que seja mais valiosa – concordar com a alteração. 
 
Na hipótese do credor concordar em receber coisa diferente, ocorrerá pagamento indireto através de dação em pagamento, ou seja, receber outra coisa diferente da que foi avençada por concordância do credor. 
A dação em pagamento é uma forma de pagamento indireto, valendo como contrato liberatório, diferente dos demais contratos, cujo efeito é gerar uma obrigação. 
 
De acordo com o Art. 357 do Código Civil, “Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas de contrato de compra e venda.” 
 
6. Novação 
 
A novação é forma indireta de solvência de uma obrigação e produz o mesmo efeito do pagamento, embora para o sujeito passivo deste vínculo não tenha ocorrido a redução real de seu passivo. 
 
Novação é, em verdade, a criação de um novo vínculo obrigacional entre os sujeitos, com a finalidade de extinguir um anterior. 
 
Pode-se, neste intento, mudar o objeto da prestação (novação objetiva), ou, ainda, substituir o credor ou o devedor por terceiro estranho a relação (novação subjetiva). 
 
A novação, por tratar da substituição consensual de obrigação pré-existente por uma nova obrigação, assume natureza contratual, pois tal acordo emana da vontade mútua das partes com a finalidade de extinção daquela dívida primitiva. 
 
Em decorrência, precipuamente, de sua natureza, deve-se destacar como requisitos inerentes ao próprio instituto e requisitos para que se efetive a novação: 
 
(i) existência de obrigação anterior; (ii) constituição de nova obrigação; (iii) intenção de inovar uma obrigação ( animus novandi ); (iv) elemento novo ( aliquid novi ). 
 
7. Compensação 
 
Quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem, conforme prescrito no Art. 368 do Código Civil. 
 
Deste modo, pensa-se em compensação a forma pela qual extingue-se, ou compensa, uma dívida em face de outra quando se opera pelo mesmo credor e devedor, ou seja, a compensação aparece como um meio de extinção das obrigações e opera pelo encontro de dois créditos recíprocos entre as mesmas partes"(29). 
 
Se as obrigações forem equivalentes, ficam ambas resolvidas; porém, se não compartilharem do mesmo valor pecuniário, a maior dívida se reduz até o valor restante da subtração do equivalente ao outro crédito. 
 
Assim, se processará, na compensação, como se as dívidas, integralmente, houvessem sido adimplidas reciprocamente, permanecendo a diferença entre os débitos. 
 
Por ser, este instituto, uma forma de extinção especial das obrigações reciprocamente consideradas entre as mesmas partes é que se tem configurado, quanto sua natureza jurídica, pagamento indireto das obrigações. 
 
Para a compensação for passível de realização é imprescindível queacolha alguns requisitos essenciais, como: (i) reciprocidade de créditos e/ou débitos; (ii) certeza, liquidez e exigibilidade das dívidas; e (iii) fungibilidade dos débitos entre si. 
 
Espécies: 
 
A compensação poderá ser: i) Total: quando as dívidas forem de valores equivalentes; ii) Parcial: quando da subtração entre ambas remanescer ainda resquício obrigacional para uma das partes; Legal: quando prescrito em lei e que obedeça aos requisitos prévios para sua efetivação; Voluntária: por estar condicionado e/ou convencionado entre as partes da relação recíproca de obrigações. 
 
8. Transação 
 
A transação é o negócio jurídico bilateral que tem por finalidade prevenir ou extinguir uma relação jurídica duvidosa ou litigiosa, sendo que para sua efetivação é preciso que ambas as partes desse negócio jurídico façam concessões recíprocas. 
Na transação, cada parte abre mão de parcela de seus direitos para impedir ou pôr fim a uma demanda. 
 
Transigir é fazer concessões de parte a parte. Quando apenas uma das partes abre mão de seus direitos não haverá transação e sim outro negócio jurídico, como confissão ou remissão. 
 
A transação, porém, pressupõe a existência de uma lide (demanda judicial) ou conflito de interesses (extrajudicial).
Está prevista como modalidade contratual (arts. 840 a 850, CC), consensual, bilateral e oneroso, que tem por finalidade a resolução de sua relação conflituosa. Ainda que seja feita em juízo, não perde a natureza contratual. 
 
A transação pressupõe a existência ou, ao menos, a possibilidade de existência de uma demanda judicial, sendo este um dos requisitos para a transação; outro pressuposto é a onerosidade para ambas as partes, ou seja, deverá, ambos, abrir mão de alguns direitos para a satisfação e resolução da lide; e, também, o consentimento prévio, formal ou não, das partes concordando em transacionar. 
 
Modalidades: 
 
A transação pode ser judicial ou extrajudicial. 
 
Na transação judicial as partes podem compor-se perante o juiz, na audiência, por exemplo, que é o momento mais oportuno. A transação constará do termo. Pode a transação vir por petição com assinatura conjunta das partes, por seus patronos com poderes especiais. Se houver necessidade de escritura pública, assim se fará. 
 
Na transação extrajudicial, utilizar-se-á o instrumento particular ou a escritura pública, que no caso couber. Não há necessidade de palavras formais para a transação. O que importa é o conteúdo. Não é contrato solene, não exigindo forma sacramental. A transação é resultado sempre de uma conciliação, formal ou informal. 
 
9. Compromisso 
 
O compromisso é tratado como forma de extinção de obrigações, mesmo havendo um claro e inafastável conteúdo contratual, pois, emana da vontade das partes a resolução futura, em termo, da obrigação pelas vias arbitrais, ou seja, constará do contrato cláusula que comprometerá as partes a resolução de eventuais lides pelo juízo arbitral. Em qualquer contrato de direito privado, portanto no âmbito de direito disponível das partes (direitos patrimoniais), podem estas estipular que quaisquer pendências emanadas do negócio jurídico sejam dirimidas por juízo arbitral. 
 
Por essa cláusula ou pacto compromissório (compromissum), as partes comprometem-se a submeter-se a um futuro julgamento arbitral. 
 
Compromisso é acordo bilateral (ou contrato bilateral), acessório, no qual as partes determinam ficar submetidas, suas controvérsias e conflitos, à decisão de árbitros, ficando comprometidos a acatá-las e, ainda, excluindo a possibilidade da demanda da jurisdição da justiça comum. 
 
Semelhante à transação, vislumbramos no compromisso uma natureza jurídica sui generis, contendo um misto de contrato e de pagamento. 
 
Nítida é sua natureza contratual, visto que advém do acordo de vontades das partes interessadas, que escolhem árbitros, vinculando-se acatar a solução dada por eles; logo, cria obrigações para cada um dos participantes, exigindo capacidade das partes, forma própria e objeto lícito. 
 
Firmando o compromisso, com a aprovação e aceitação de todos, as partes contratantes terão o dever de acatar a decisão arbitral, cumprindo-a nos termos do próprio compromisso, e os árbitros assumirão a obrigação de proferir o laudo decisório dentro dos poderes conferidos. É também um pagamento, pois, ao dirimir questões controvertidas, extingue relações obrigacionais. 
 
 
 
Por ater-se a um contrato, ou melhor, por tratar-se de natureza contratual, é imprescindível, para sua validade, que o compromisso seja revestido de pressupostos que façam-lhe garantir sua validade, podendo ser, estes pressupostos (ou requisitos), subjetivos ou objetivos. Seus pressupostos subjetivos são: (i) capacidade de se comprometer, que se deve presumir, além da capacidade para os atos da vida civil, a possibilidade dos contratantes de dispor de seus direitos e de ser parte em juízo, já que envolverá a submissão do conflito aos árbitros; (ii) capacidade para ser árbitro, sendo que só pode ser árbitro quem for detentor da confiança de ambas as partes, exceto os incapazes, os analfabetos e os legalmente impedidos ou os suspeitos de parcialidade. 
 
E, são requisitos objetivos: (i) em relação ao objeto do compromisso, somente aquelas de natureza patrimonial e ainda relativas à competência de juízo comum (as questões trabalhistas não podem ser objeto de compromisso); quanto ao conteúdo do compromisso, deverá a cláusula compromissória conter (de acordo com a Lei n. 9.307/96) nomes, sobrenomes, domicílio, profissão e estado civil dos sujeitos do compromisso e do próprio árbitro, as características e valores do objeto do litígio e, ainda, olocal onde será proferida a sentença arbitral. Poderá, o compromisso, assim como na transação, ser tratado em juízo (judicial) ou de forma extrajudicial, assim temos: 
 
(i) judicial , refere-se ao conflito já ajuizado, celebrando-se por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal por onde correr a demanda; e (II) extrajudicial , quando ainda não houver demanda ajuizada, celebrando-se o compromisso por escritura pública ou particular, assinada pelas partes e duas testemunhas. 
 
Os efeitos do compromisso serão: I) quanto as partes, a exclusão da possibilidade de intervenção do juízo comum para a solução do litígio e submissão dos compromitentes à sentença arbitral, tendo apenas o direito de recorrer ao tribunal no caso de nulidade do laudo; II) entre as partes e o árbitro, a investidura do árbitro após sua aceitação, a substituição do árbitro no caso de falta, recusa ou impedimento, a indicação de um terceiro para efetuar o desempate, caso aconteça, o pagamento, ao árbitro, de honorários ajustados pelo exercício de sua função, bem como a responsabilidade por perdas e danos do árbitro que não auferiu sentença arbitral a seu tempo, acarretando a extinção do compromisso, ou que, depois de ter aceitado o encargo, a ele renunciar injustificadamente (são aplicáveis aos ábitros os deveres e responsabilidades dos juízes previsto no Código Processo Civil, previstos no Art. 139 do novo CPC). 
 
10. Confusão 
 
A confusão (Arts. 381 a 384, CC) é a reunião, na mesma pessoa e na mesma relação jurídica, da figura do credor e devedor, inclusive quanto as obrigações acessórias. 
Podemos citar como exemplo de confusão um filho que deve um empréstimo ao seu pai, que se torna credor ao receber herança por conta do falecimento do pai. 
 
Assim, é estranho a existência de um vínculo jurídico em que as partes se encontram na mesma pessoa, porquanto nenhum indivíduo poder ser credor ou devedor de si mesmo. Por isso, quando de sua ocorrência, o vínculo obrigacional se extingue, por confusão. Na verdade, não há uma extinção e sim neutralidade, pois não é lógico o credor executar ele mesmo (devedor), até porque existe a possibilidade de reversão. Isso pode ocorrer na sucessão de pessoa ausente (provisória), onde uma pessoa herda o crédito relativo à sua dívida, mas antes da conversão em sucessão definitiva o ausente retorna e assumeo seu patrimônio. A confusão pode ser total ou parcial, conforme o valor da obrigação que lhe diga respeito, na condição de credor e devedor. 
 
Como exemplo de confusão parcial, o caso do filho que deve R$ 10.000,00 ao pai, que vem a falecer. Supondo que tenha outro irmão, apenas receberá R$ 5.000,00 de herança, devendo pagar a diferença ao irmão. 
 
Caso haja sucessão entre credores ou devedores solidários, a confusão somente será considerada na parte relativa ao credor da confusão. 
 
Assim, são requisitos da confusão: (i) a exigência de que uma única pessoa reuna as qualidades de credor e devedor; (ii) essa reunião de qualidades deve ser considerada em uma mesma relação jurídica, a uma mesma obrigação; (iii) não haja a separação de patrimônios, como no caso do diretor de empresa, como pessoa física que é credor da pessoa jurídica não haverá a confusão pois trata-se de diferentes patrimônios. 
 
Declarada a confusão, extingue-se o direito a prestação do valor ao qual lhe foi computado o débito, portanto, persistindo o direito ao crédito na confusão parcial. 
 
11. Remissão 
 
Remissão (Arts. 385 a 388, CC) é o perdão dado ao devedor da dívida que provinha do vínculo obrigacional para com o credor. 
 
Assim podemos dizer da remissão em outras palavras que a remissão das dívidas é a liberação graciosa do devedor pelo credor, que voluntariamente abre mão de seus direitos creditórios, com o escopo de extinguir a obrigação, mediante o consentimento expresso ou tácito do devedor. 
 
Nada impede que a remissão tome a forma bilateral de um contrato, mas não é de sua essência. Essencial é a aquiescência do devedor, ainda que presumida ou tácita. 
 
A natureza jurídica do ato remissivo é reconhecida, pela doutrina dominante, como um negócio jurídico bilateral, entendendo que o credor não poderá exonerar o devedor sem a anuência deste, não lhe sendo lícito sobrepor-se à vontade do devedor de cumprir a relação obrigacional, uma vez que a obrigação é um vínculo jurídico que não se poderá desatar sem o concurso da vontade das partes que o constituíram. 
 
A remissão pode ser total ou parcial. Será total se o perdão dado for concernente a toda a obrigação ou parcial se credor perdoar apenas parte do débito, que subsistirá em parte e em parte será remitido. 
 
Pode ser expressa ou tácita. Será expressa se for firmado por ato escrito, ou seja, se estiver contido num instrumento público ou particular que manifeste, formalmente, a vontade do credor de remitir o devedor ou tácita se decorrer do que a lei prescrever, nos quais se presume a vontade do credor de remitir, por ser resultado de atos que indicam a sua vontade em perdoar o débito. 
 
A remissão poderá surtir os seguintes efeitos: 
 
i) a resolução do débito/extinção da obrigação se equiparará ao pagamento, por liberar o devedor e seus coobrigados. 
 
 ii) a remissão da dívida do devedor principal extinguirá, por conseguinte, as garantias reais e fidejussórias, no entanto, a recíproca não é verdadeira. iii) a remissão dada a um dos co-devedores extinguirá a dívida na parte a ele vinculada, porém, ainda se resistirá a dívida para os demais devedores lhes cabendo abatimento, no valor do débito, do valor remitido àquele devedor exonerado. 
 
iv) a liberação do devedor realizada por um dos credores solidários extinguirá totalmente o débito; v) a indivisibilidade do débito impedirá, mesmo que um dos credores remita a dívida, a extinção do vínculo obrigacional para com os demais credores, no entanto, estes só terão o direito a exigência do pagamento com o desconto da parte do credor remitente; vi) a extinção do vínculo obrigacional se o credor perdoar (remitir) toda a dívida. 
 
12. Outros Meios Extintivos 
 
A obrigação também pode ser extinta em razão do seguinte: 
 
 Execução Forçada: conjunto de procedimentos realizados através do Poder Judiciário quando o devedor não cumprir voluntariamente a obrigação assumida, legitimando o credor buscar a satisfação de seu crédito. 
 
 Prescrição: é um dos modos extintivos da obrigação sem que o devedor cumpra a prestação (Arts. 189 a 206, CC), uma pena para o negligente que deixa de exercer seu direito de ação dentro de certo prazo, diante de uma pretensão resistida. Os prazos prescricionais variam de 1 a 5 anos, conforme a natureza da obrigação, ressaltando que é de 10 anos a prescrição das situações não elencadas no Código Civil (Art. 205). 
 
 Caso Fortuito: é a impossibilidade, sem culpa do devedor, de cumprir a prestação devida em razão de um fato da natureza impossível de se evitar (Art. 393, CC). 
 
 Força Maior: acontecimento inevitável, sem culpa do devedor, decorrente de força humana desproporcional, que não permite qualquer reação por parte do devedor (Art. 393, CC). 
 
 Condição Resolutiva: é um pacto inserido no negócio jurídico para modificar o efeito da relação obrigacional, em razão de um evento fututo e incerto que, se for realizado, põe fim na relação obrigacional (Arts. 121 a 130, CC). 
 
 Termo Final: também é uma cláusula contratual que modifica o efeito da relação obrigacional, de forma que a realização do termo extintivo/resolutivo – evento futuro e certo – cessará os efeitos do negócio jurídico e, consequentemente, extinguirá a obrigação (Arts. 131 a 135, CC).

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