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Obrigações - Tudo sobre Pagamento - Lugar, objeto, prova, polo ativo do pagamento, TEORIA DA IMPREVISÃO REVISÃO CONTRATUAL ONEROSIDADE EXCESSIVA

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
ANOTAÇÕES SOBRE PAGAMENTO
LUGAR DO PAGAMENTO
QUESÍVEL X PORTÁVEL
Dizem respeito ao lugar que acontece.
DÍVIDA QUESÍVEL:
É a regra geral, é aquela que nos termos do código, que não usa a palavra quesível, mas, é aquela obrigação que devem ser paga no domicílio do devedor. É o credor que têm que ir até o devedor para receber.
DÍVIDA PORTÁVEL
É o oposto, e o local do pagamento é o domicílio do credor.
Mais do que onde é o pagamento, mas, ser quesível implica que o credor têm que ir ao devedor, e ser portável que o devedor devem ir até o credor. Está aqui implicitamente um dever de se movimentar. Exemplo: a obrigação é quesível, chegou o dia do pagamento e ninguém se mexe, quem está inadimplente é o credor pois era ele quem deveria ir até o devedor. Assim como, se a obrigação fosse portável, quem estaria inadimplente seria o devedor, pois era dever dele ir até o credor.
Em regra, a obrigação é quesível, mas, as partes e a lei podem modificar isso. Mas, se a lei não fala nada e o contrato não fala nada, é quesível.
LUGAR NEUTRO
Aqui, não necessariamente o local será o domicílio do credor/devedor. Aqui, não é nem quesível e nem portável, pois, implica o deslocamento dos dois. Exemplo: eu marco de pegar uma máscara que comprei no shopping, esse lugar é neutro. Se um for e o outro não for, quem não foi é quem está inadimplente, mas, se nenhum dos dois comparecem, estaria OS DOIS INADIMPLENTES OU NINGUÉM INADIMPLENTE? Isso é uma discussão, as duas respostas estão corretas, estariam os dois inadimplentes porquê ninguém cumpriu com a obrigação de ir onde foi acordado, assim como, teoricamente podia ninguém estaria inadimplente já que a obrigação não foi cumprida por nenhum dos dois polos, ela se resolve, seria um venire contra factum proprio/ tu quoque, como que poderia o sujeito que está inadimplente, poderia cobrar do outro? Nesse caso que ninguém foi, um não poderia ir atrás do outro para cobrar. O problema de dizer que os dois estão inadimplentes é porquê quando o inadimplemento é do devedor, têm consequências diferentes de quando o inadimplemento é do credor.
DISPOSIÇÕES GERAIS DO CÓDIGO
1. Se há dois lugares possíveis para fazer o pagamento, em regra, a escolha é do credor.
2. Se o pagamento for de uma relação relativa a um imóvel, o local do pagamento é onde está situado o bem. exemplo: Eu faço uma locação, se nada foi convencionado, o local do pagamento é onde está o imóvel.
MOTIVO GRAVE
Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.
O devedor por um motivo grave não pode pagar no local acordado, assim, o código autoriza que o devedor pague em outro lugar, claro que isso devem ser sem prejuízo para o credor. Exemplo de motivo grave: Eu sou fornecedora de uma loja de sapatos, mas, o lugar dá loja que eu ia entregar está em lockdown, mas eu sei que têm uma loja do mesmo dono na cidade vizinha, eu vou lá e pago nessa loja dá cidade vizinha. Mas perceba que esse deslocamento a mais não posso cobrar do credor.
PAGAMENTO EM LOCAL DIVERSO
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
Perceba que aqui são pagamentos periódicos feitos de modo reiterado (que o código não define quantas vezes seria) em local diferente e o credor não reclama. Assim, esse pagamento sem reclamação em local diferente seria uma renúncia do credor ao local acordado. Apesar de que, a doutrina traz mais a ideia de supressio e surrectio, pois o devedor cria uma expectativa legítima, gerando a perda do direito do credor de cobrar no local previamente estabelecido, e em contrapartida o ganho do devedor de pagar nesse novo local.
REQUISITOS DÁ DOUTRINA PARA CARACTERIZAR O PAGAMENTO REITERADO:
1. QUE A REITERAÇÃO NÃO TENHA INTERRUPÇÕES. OU seja, pagou uma vez num lugar, depois em outro, depois de novo no primeiro, houve a quebra, não foi reiterado.
2. QUANTIDADE DE PAGAMENTO/TOTAL DE PRESTAÇÕES: Por exemplo, são 100 prestações e eu paguei 2x num local diverso, não seria reiterado, mas, se só fossem 3 prestações e eu pago 2 em um local diverso, seria reiterado.
OBJETO DO PAGAMENTO
IDENTIDADE DO PAGAMENTO
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
O que a pessoa é obrigada a pagar e o que o credor têm o direito de exigir/ dever de receber se vincula ao que foi inicialmente pactuado. Há uma vinculação entre o meio liberatório que o devedor têm e aquilo que foi determinado no início dá obrigação como objeto, e sem isso ele não se libera de outra maneira, a não ser cumprindo com aquela prestação, ele não pode pretender pagar com outra prestação ainda que mais valiosa.
Ele também funciona no sentido inverso: se por um lado o credor nao pode ser obrigado a receber prestação diversa, óbvio que por outro lado também, o devedor não pode ser obrigado a cumprir prestação diversa do que devem, mesmo, se for menos valiosa.
INDIVISIBILIDADE DO PAGAMENTO
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
O pagamento em regra devem se dar num único ato, ou seja, note que esse artigo não está falando sobre a indivisibilidade dá prestação e consequentemente dá obrigação e sim, sobre a indivisibilidade do PAGAMENTO (o ato de pagar). Ou seja, mesmo que a obrigação seja divisível, a regra é que ele ocorra de uma vez.
NOMINALISMO: obrigação pecuniária
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes.
É a ideia de que as obrigações pecuniárias têm um valor nominal, que é o valor que está estampado na unidade monetária. E assim, as obrigações deve ser pagas com qual seja o valor nominal que foi estipulado na criação dá obrigação. Ou seja, se eu tenho uma obrigação que eu tenho que pagar 100 reais daqui há um mês, quando chega esse momento eu vou ter que pagar nominalmente 100 reais e não uma projeção de qual seria o poder de compra de 100 reais um mês atrás e o poder de compra de 100 reais hoje.
O valor que foi fixado em termos de número. A obrigação é criada como uma obrigação nominal e não de valor.
Esse nominalismo é melhor para o devedor, pois, o normal é que a moeda desvaloriza e 100 reais antes não são 100 reais depois
CLÁUSULA DE ESCALA MÓVEL: obrigação pecuniária
Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
Algumas vezes, os contratos vão ter o adimplemento de obrigações sucessivas e isso vai transcorrer ao longo de um período de tempo que pode ser longo (exemplo: locação de um imóvel), e assim, a maior parte desses contratos têm duração de 30 meses, justamente porquê a lei de locações fala que com o mínimo de 30 meses em diante traz vantagens para o dono do imóvel na hora de encerrar o contrato.
Enfim, ainda no exemplo, celebrado um contrato por 30 meses e nisso se coloca o valor do aluguel, mas, se ele fosse mantido o mesmo sem variação por 30 meses, quando chegasse ao final, o valor do aluguel seria muito menor do que aquele que foi inicialmente fixado. Assim, pensando nesse sentido cria-se a cláusula de escala móvel.
O nominalismo se aplica mas , pode ter no contrato, uma cláusula que permite de tempos em tempos o reajuste do valor daquela prestação. No exemplo do de aluguel, determina normalmente que em 12 meses haverá o reajuste do valor do aluguel de acordo com algum índice que diga o valor real daquele imóvel, inclusive, Requiao entende que se o índice indica que o imóvel foi desvalorizado (o que é raro), o valor do aluguel seja abaixado.
Essa cláusula só pode ser aplicada em contratos de prestações sucessivas.
CURSO FORÇADO DÁ MOEDA: obrigação pecuniária
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor destae o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial.
O art 315 e o 318 trazem essa lógica de que os pagamentos de obrigações pecuniárias no Brasil serão, em regra, fixados e realizados em real. Essa regra traz uma política pública, o Brasil é um país subdesenvolvido, e você permitir o uso de qualquer moeda dentro do território desvalorizará ainda mais a moeda nacional.
Há até uma discussão se pode fixar em moeda estrangeira e pagar em nacional, poder, pode. Mas as partes não podem estipular em sentido contrário, a norma é cogente.
EXCEÇÕES:
· CONTRATOS DE CÂMBIO: Óbvio, que na hora de cambiar, alguém precisa cambiar em moeda estrangeira
· CONTRATO SE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO: Já que o mais comum em contratos de exportação é que seja pactuado em dólar,
TEORIA DA IMPREVISÃO/ REVISÃO CONTRATUAL/ ONEROSIDADE EXCESSIVA
· ARTIGO OTAVIO LUIZ RODRIGUES: 
A cláusula rebus sic stantibus ainda é fundamento de revisão?
É muito comum encontrar em livros e em acórdãos a referência à cláusula rebus sic stantibus como sinônimo de “teoria da imprevisão” ou como fundamento para a revisão dos contratos. Essa expressão latina, em sua forma completa, quer dizer “os contratos que têm trato sucessivo ou a termo ficam subordinados, a todo tempo, ao mesmo estado de subsistência das coisas” e sua origem está em fragmentos romanos, mas sua formulação teórica só apareceu na Idade Média.
Muito bem, salvo como reminiscência histórica ou como uma licença poética, em termos técnicos rigorosos não é mais adequado se referir à cláusula rebus sic stantibus como sinônimo da revisão contratual prevista no Código Civil de 2002. De modo bem elementar, pode-se dizer que a antiga rebus sic stantibus era uma condictio (no sentido romano) que, uma vez verificada, liberava as partes da execução de suas obrigações sem que respondessem por seu inadimplemento.
Mas isso não ocorre quando se está diante de um caso fortuito? Precisamente. ´Dá-se que as hipóteses da rebus sic stantibus eram diferentes das relativas ao fortuito ou à força maior. Um exemplo (que está nos autores da Antiguidade): se deixei uma arma em depósito com um amigo e, vencido o prazo para restituição da coisa, ele me procurou e viu que eu estava louco, deve o amigo cumprir a obrigação? Evidentemente que não. Mas se a inadimplir será depositário infiel e não será protegido pela excludente de fortuito ou de força maior. Muito bem, nesse caso a rebus sic stantibus permitiria a liberação extraordinária do devedor, sem os efeitos da culpa.
Nos dias atuais, essa situação é muito rara e o efeito da rebus sic stantibus é bastante limitado, pois, na maior parte dos casos, existe um fundamento econômico para não se cumprir o contrato e o que se deseja é rever e não se extinguir o vínculo. Neste cenário, a cláusula só sobreviveria para hipóteses não-econômicas e com fins muito restritos. E, é claro, como uma expressão poética para se aludir aos fenômenos englobados pelos arts.478-480 do Código Civil.
Qual a teoria utilizada pelo Código Civil para fundamentar a revisão contratual?
Eis um tópico que gera enormes controvérsias e é extremamente importante, para além de meras questões teóricas. Quando se discute qual teoria é aplicável, está a se resolver um problema extremamente sério: quais requisitos para se rever um contrato. E isso não é pouca coisa.
De modo bem objetivo, é possível identificar as seguintes correntes de pensamento sobre o tema: a) defensores da combinação da teoria italiana da onerosidade excessiva e da teoria francesa da imprevisão: José de Oliveira Ascensão, Lucia Ancona Lopez de Magalhães Dias, Paulo Roque Khouri, Wanderley Fernandes, Silvio de Salvo Venosa, Otavio Luiz Rodrigues Junior e outros); b) defensores da aplicação exclusiva da teoria da onerosidade excessiva.
Qual a diferença prática? Combinar as duas teorias (onerosidade excessiva e imprevisão) significa colocar filtros na revisão dos contratos no Direito Civil, tornando-a mais difícil. E essa opção é mais coerente com o texto do Código Civil, em seu art.478, que expressamente exige os requisitos da excessiva onerosidade da prestação com a ocorrência de acontecimentos imprevisíveis. O legislador não usa expressões inúteis.
A despeito da polêmica na doutrina, o Superior Tribunal de Justiça, conforme apontado pelo ministro Antonio Carlos Ferreira, faz essa diferenciação ao dispensar o requisito da imprevisão nas revisões de contrato de consumo e ao exigi-la nos contratos cíveis. Essa orientação é notória no célebre grupo de casos dos contratos de arrendamento mercantil indexados pelo dólar: o STJ primeiro qualificou os contratos como de consumo e depois afastou o requisito da imprevisão.
Em outro grupo de casos já famoso, o relativo à compra de safra futura de soja, o STJ aplicou simultaneamente a onerosidade excessiva e a teoria da imprevisão, impedindo a revisão dos contratos, por entender que variações na cotação do projeto são fatos previsíveis. Há autores que discordam dessa aplicação simultânea e a mitigação dos filtros para a revisão de contratos submetidos ao Direito Civil.
Outro argumento em favor da aplicação simultânea da onerosidade-imprevisão está no reconhecimento de que as relações cíveis são, em sua maioria, paritéticas. Não se podem eliminar esses filtros à revisão contratual quando os que se obrigam são sujeitos que suportam riscos simétricos e possuem um elevado nível de discernimento para se auto vincular.
· CÓDIGO CIVIL 2002
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Essa ideia de imprevisão é um conceito indeterminado, não dá para de antemão elencar o que é imprevisível, justamente porque se parte dá ideia que o que é imprevisível é algo que, ao longo do tempo, vai mudando. Sempre podem surgir coisas novas que se passe a ter como sendo imprevisíveis. A questão é que não se pode usar qualquer questão econômica como imprevisão, a teoria dá imprevisão não pode ser usado como argumento para modificar um contrato que não foi tão benéfico para você, por pura e simples porquê você não calculou bem e o mercado flutuou dentro dá normalidade dele de flutuação.
Essa teoria surge logo após a primeira guerra, onde tinham contratos antes dá guerra e depois dá guerra, que houve flutuações absurdas porque houve uma GUERRA. Exemplo: eu vendo uma casa num valor X para ser pago em Y anos, e acontece uma hiperinflação por conta de uma guerra e depois o valor dessa prestação somado não dá o valor dá casa e sim o valor para comprar pão. Em situações como essa precisa de um artigo que vá dizer que as prestações podem ser revistas. A regra é a obrigatoriedade do contrato (força obrigatória do contrato), MAS eventualmente por um caso de mudança brutal e imprevisível.
A imprevisibilidade não pode ser pessoal, têm que ser geral, PARA TODA A SOCIEDADE. Exemplo: uma pessoa que perdeu o emprego não vai poder alterar o financiamento do carro alegando uma situação imprevisível. E esse evento extraordinário e imprevisível precisa gerar uma ONEROSIDADE EXCESSIVA.
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
Para se pensar em revisão contratual precisa ter essa desproporção manifesta, gerando um desequilíbrio. Perceba que a revisão contratual não é para mudar o contrato e sim para manter o contrato como o que as partes pensaram que ele seria. A teoria dá base objetiva do contrato de Karl Larenz vai dizer que quando houver esse equilíbrio, se vai revisar o contrato para manter o que é o interesse original do contrato, e não modificá-lo, devido a eventos extraordinários e imprevisíveis, foi geradouma desproporção manifesta, não haverá mais aquele objetivo pactuado entre as partes, então a revisão para que se retorne ao que foi pactuado.
DESPESAS
Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida.
Essa norma é supletiva, ou seja, as partes podem pactuar em contrário, mas, caso não o façam e nem a lei diga em contrário: quem vai arcar com as despesas de pagamento e quitação é a priori o devedor, mas, se ocorrer um aumento nessas despesas por fardo do credor, é ele quem vai ter que arcar com isso. Exemplo: vendo 200 sacas de soja, e ficou convencionado que eu alugaria um galpão e armazenara a soja para n mesmo dia o credor ir buscar, mas, ai o credor não vai buscar e o produto fica armazenado por mais 5 dias, e a cada dia a mais têm um custo de armazenamento, como nesse caso o credor quem não foi buscar, quem vai ter que pagar é ele.
PESOS E MEDIDAS
Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução.
Norma também supletiva. Se for algo que se têm que medir ou pesar, vai se usar a medida do local de execução, Isso é pouco comum no Brasil pois o sistema de pesos e medidos pois o país todo costuma usar KG, METROS…Mas, há uma medida de terra chamado alqueire, que na BAHIA têm um valor, em SÃO PAULO outro… assim, o tamanho desse alqueire vai ser o do lugar dá execução do contrato. 
PROVA DO PAGAMENTO
QUITAÇÃO
Quando o sujeito paga, ele têm o direito de receber um documento emitido pelo credor que serve para provar que o devedor realizou o pagamento. Apesar do pagamento ser um ato fato, a quitação é um ato jurídico stricto sensu, ou seja, só pode ser emitido por uma pessoa capaz. A quitação é um direito do devedor, é tanto que se o devedor fizer o pagamento e o credor não puder dar a quitação, o devedor têm o direito de reter o pagamento, e quem fica inadimplente é o credor quem não deu a quitação. Claro que nesse caso, o ideal é que ele realize o pagamento em consignação ou que interpele o credor.
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.
Veja que o parágrafo único, preocupado com a fluidez do negócio, ainda que esteja faltando um requisito do caput mas nos termos gerais se pode entender que houve o pagamento, ele será considerado válido. Exemplo: o credor não entrega uma quitação com tudo isso mas há uma transferência bancaria do devedor.
PRESUNÇÕES DE PAGAMENTO
Situações em que mesmo sem ter quitação para aquilo, há uma presunção de que o pagamento aconteceu.
· QUOTAS PERIÓDICAS
· CAPITAL E JUROS
· ENTREGA DO TÍTULO
POLO ATIVO DO PAGAMENTO
Anna Catharina Garcia - Monitora de direito das obrigações
INTRODUÇÃO: O credor 
Se eu tenho um representante do credor que tenha os poderes de receber e emitir quitações (com procuração especial), eu posso pagar para ele. Outrossim, na situação em que o credor é incapaz e não pode emitir quitação, sendo que ela é um ato jurídico stricto sensu, logo, ele só pode ser validamente praticado por uma pessoa capaz, então, se o credor é incapaz o pagamento deve ser feito a seu credor, que é quem poderá emitir uma quitação. Inclusive, se o pagamento é feito ao credor incapaz de emitir quitação, ele só será validado se ele reverte em proveito do credor. Exemplo: o pai que deve a pensão ao filho de 13 anos, mas ele deposita na conta dá mãe que é maior, mas, se ele pega o dinheiro e entrega na mão do filho e esse filho gasta em besteira, o pai teria que pagar de novo, porquê não reverteu em proveito do incapaz. Mas, se nesse exemplo o menor usa para pagar por exemplo a mensalidade dá escola, o pai estaria liberado, pois, ai sim o pagamento reverteu em proveito do menor.
CREDOR PUTATIVO E PORTADOR DÁ QUITAÇÃO
Os requisitos para as duas são os mesmos mas os requisitos são os mesmos. Em ambos, a pessoa está pagando mas está pagando para quem não deveria. Só que, pelo contexto, trazendo a ideia dá teoria dá aparência, parece ser uma pessoa que estaria autorizada a receber ou que seria até  próprio credor. Assim, assume-se que a pessoa estava de boa fé, eu não posso saber que a pessoa não sabe que é o credor, aqui, o sujeito paga a essa pessoa que parece ter o direito de receber e paga acreditando. Ou seja: boa fé (critério subjetivo) + aparência de que a pessoa é o credor (critério objetivo).
CREDOR PUTATIVO:
A ideia dá putatividade é uma ideia de que algo parece ser uma coisa, mas, na verdade, é outra. Pelo menos uma das pessoas está de boa fé. Traz a ideia de que aquele sujeito parece ser o credor, mas, na verdade, ele não é. Então, dentro desse contexto o devedor paga esse sujeito que parece ser o credor, mas, na verdade, ele não é. Exemplo: um sujeito falece, deixando várias pessoas disputando quem é o titular do crédito, mas, o devedor só conhece uma pessoa e nem sabe que as outras existem, então, essa pessoa que o credor conhece recebe o pagamento, esse pagamento libera o devedor, esse que recebeu é o credor putativo. É razoável que se acreditasse que essa pessoa é a credora, e o devedor paga de boa fé, mesmo que depois se comprova que esse que recebeu não era o credor, o devedor está liberado. Claro que depois, o verdadeiro credor vai poder exigir o que era devido, mas, do que recebeu (credor putativo) e não do devedor.
PORTADOR DA QUITAÇÃO
Segue uma lógica muito parecida com o do credor putativo. A quitação é o documento pela qual se prova que o devedor pagou, implicitamente isso significa que eu estou autorizado a receber. Então, se uma pessoa é portadora dá quitação, e, o sujeito paga para ela, esse pagamento também é eficaz, claro que aqui, o devedor está de boa fé. Exemplo: eu tenho uma empresa credora, e eu digo ao devedor que mandarei um funcionário (A), mas, acabo mandando o B com a quitação, perceba que se presume que B não pode pagar, porquê eu disse ao devedor que mandaria A. Mas, em regra, se a pessoa está com a quitação ela está autorizada a receber, se o caso concreto e o bom senso não comprovem o contrário.
PENHORA
Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.
Quando a pessoa devem, se ela não pagar, o credor vai buscar a execução e serão penhorados bens do devedor para penhorar, e ai, escolhem para penhorar um crédito que el tinha.
Exemplo: Eu devo a Maurício, ele me executa e o bem que é penhorado é um crédito que eu tenho contra Andreia em outra obrigação nada a ver. Quando o oficial de justiça comunica a Andreia que a dívida está penhorada em favor de Maurício, e se Andreia vai e ainda assim paga a mim, esse pagamento não terá efeito perante Maurício, pois, ela já foi notificada dá penhora. Mas perceba que depois, Andreia pode me processar já que eu recebi algo que eu sabia que não tinha direito. Se o devedor já foi notificado, ele devem pagar ao novo titular do crédito, se não o faz, terá que pagar novamente. Claro que se, se ela não foi notificada e paga ao credor original ela está liberada, pois, a penhora só gera efeito perante ela após a notificação.

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