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o recorrente, e importando ella de- fesa do mesmo. » . Não induz nullidade a falta de Interrogatório do réo, diz a Relação da Corte no Accórdão de 19 de Junho de 1866, proferido no feito crime n. 5340. 151 ç assignado pelo juiz (147), testemunhas, parte, e informantes, guardada a dispo- sição do art. 89. Art. 144. Se pela inquirição das tes- temunhas, interrogatório ao indiciado de- linquente, ou informações, a que tiver procedido, o juiz se convencer da exis- tência 4o delicto e de quem seja o delin- quente, declarará por seu despacho nos autos que julga procedente a queixa ou denuncia, e obrigado o delinquente á pri- são, nos casos em que esta tem lugar, e sempre a livramento (148). (147) Vide noti 116. (148) Devem nts despachos de pronuncia especificar a natureza dos ddiclos por que pronuncião. — Dec. de 13 de Outubro de 1834. Nos casos em qut não compete aos juizes de paz o julgamento final, deveráõ formar culpa, e pronunciar, ou não, segundo a pró'a qne houver, e proceder ultima- mente na forma dos irts. 144 e seguintes, e do art. 323. —Av. circular de 16 de Março de 1836. Vide nota ao art. 285 do Regulamento de 31 de Ja- neiro de 1842. A apreciação da defesa e justificação dos crimes é da exclusiva competência do jury —como juiz do facto—, não podendo a jurisdicçã» dos juizes formadores da culpa 152 Art. 145. Quando o juiz não obtenha e dos juizes e tribunaes de recurso ir além do objecto que o art. lài do Código do Processo determinou, isto é, a existência do crime e quem seja o delinquente—';' sendo que ao contrario, sem discussão plenária e regular, não preenchidos os lermos que a Lei estabelecei para o amplo conhecimento da verdade, muitos criaes fi- carião Impunes e abafados pelo patronato, e seriío, com prejuízo da instituição do jnry, retirados de sia com- petência e jiirisdicção.—Av. de 16 de Fevereirode 185/1. A doutrina deste Aviso não se- estende áflypotbese dos arts. 118 do Código Criminal e 182 do Código do Processo. Se o juiz formador da culpa verifica qu< o réo re~ sistio com armas, de modo a pOr em risco a existência do executor, e este o fere ou mata, é devir seu— nãt> julgar procedente o twnmario —-, na fórna do que se acha literalmente disposto no art. 145 do Código do Processo. Dessa decisão ha recurso para o juiz de direito, que é o competente para julgar os crimes ce resistência armada e os de responsabilidade ; e assim, nesta hypothese, nem ao menos podia invocar-se o prejaizo da instituição do jury, retirando-se-lbe crimes de ma competência e jurisdícçáo—, prejuízo em que se foida o Aviso de 16 de Fevereiro de 1854.— Av. de 8 d: Maio de 1863. Vide Av. de 27 de Julho de 1818 em nota ao art. 1° do Decreto n. 532 de 2 de Jullif de 1850, e ao art. 182 deste Código. Os casos de que trata o art- 10 do Código Criminal são do conhecimento e decisão do jiit formador da culpa, com appellaçâo ex-oflicio para a Relação quando a de- cisão fór definitiva. Os crimes do art. 14 do mesm» Código são só da com- petência do jury. — Art. 30 da Lei n. 2033 de 20 de Setembro de 1871. 153 pleno conhecimento do delicto, ou indicios vehementes de quem seja o delinquente (não se tratando de crimes políticos), declarará por seu despacho nos autos que não julga procedente a queixa ou denuncia. Art. 146. Procedendo a queixa ou de- nuncia, o nome do delinquente será lan- çado no livro para isso destinado, o qual será gratuitamente rubricado pelo juiz de direito, e se passarão as ordens necessárias para a prisão (149). Art. 147. A formação da culpa terá lugar emquanto não prescrever (150) o delicto, e proceder-se-ha em segredo so- mente quando a ella não assista o delin- quente e seus sócios (151). (149) Nas sentenças de pronuncia e nos mandados de prisão se declarará o valor da fiança a que fica o réo ■ajeito. —S 5o do art. IA da Lei n. 2033 de 20 de Se- tembro de 1871. (15o; Vide Cap. 8° do Reg. de 31 dé Janeiro de 1842. (151) Vide nota ao art. 142. A prescripção pôde ser allegada pelo promotor publico e julgada ex-officio.— Av. de 21 de Junho de 1865. 154 Art. 148. A qualquer que fôr preso sem culpa formada, dentro em 24 horas contadas da entrada na prisão, sendo em cidades, villas ou outras povoações pro—| ximas aos lugares da residência do juiz e em lugares remotos dentro de um prazo razoável, proporcionado á distancia da- quelle onde foi conimettido o delicio, con- tando-se um dia por cada três léguas, o juiz, por uma nota por elle assignada, fará constar ao réo o motivo da prisão, os no- mes do seu accusador, e os das teste- munhas, havendo-as (152). Entender-se-hão por lugares próximos á residência do juiz todos os que se compre henderem dentro do espaço de duas léguas. A formação da culpa não excederá o termo de oito dias, depois da entrada na prisão, excepto quando a affluencia de negócios públicos, ou outra dificuldade '152) Vide art. 182 do Código Criminal. ——— "T' MH*" ftrTF ^ _______ * 155 insuperável obstar, fazendo-se comtudo o mais breve que fôr possivel (153). Art. 149. O juiz de paz, ainda que pelas primeiras informações não obtenha o conhecimento de quem é o delinquente, (153) Os juizes e mais autoridades que formão culpa, sempre que tenhão de concluir o processo fora do termo prescripio no art. 148 do- Cod. do Proc. Crim., decla- rarão no despacho de pronuncia ou não pronuncia os motivos justificativos da demora.— Dec. n. 2423 de 25 de Maio de 1859, art. 1°. O juiz superior, quando por qualquer modo haja de tomar conhecimento dos autos, apreciará os motivos ai- legados, e se os achar improcedentes promoverá pelos meios legítimos a responsabilidade do formador da culpa. — Dec. n. 2423 de 25 de Maio de 1859, art. 2°. i A formação da culpa aos réos presos deverá ser con- cluida sem a menor protelação, não excedendo o prazo de oito dias depois da entrada daquelles na prisão, ex cepto quando haja afíluencia de serviço publico ou difi culdade insuperável, como determina este artigo, não de vendo tolerar-se que, a pretexto da affluencia de negócios públicos ou dificuldades insuperáveis,—seja illudido este salutar preceito da Lei, e convertido em regra o que é excepção. Os presidentes das províncias devem fazer responsabilisar as autoridades que não cumprirem o que lhes fica recommendado, e para fácil inspecção devem ellas remetter aos presidentes, no principio de cada mez, um mappa de todas as prisões que tiverem decretado no mez anterior, com declaração do dia em que se effec- tuou cada uma delias, do motivo por que foi decretada, e do estado dos respectivos processos ; assim como das & fianças concedidas ou negadas.— Gire. de 2 de Janeiro de 1865. 156 não deixará de proceder contra elle em qualquer tempo que seja descoberto, em-i quanto não prescrever o delicio (154). . CAPITULO V. Da denuncia do* crime* de responsabilidade dos em- pregados públicos, e forma do prooesso respectivo (155). Art. 150. Todo o cidadão pôde denun- ciar ou queixar-se perante a autoridade (Í5ú) Ê admissível primeira e segunda queixa contra] determinada pessoa, por crimes particulares, por ter essa a inielligencia que deve ter este artigo, combinando-K com as outras disposições dos arts. 1/I'I, l/i5 e 329 do Código..—Av. de 9 de Fevereiro de 1838. Emquanto não é descoberto o delinquente, se pôde e deve proceder a novo summario, embora não tenha sido pronunciado o que foi indigitado criminoso, porque nem a letra da Lei, nem o seu espirito sofrem tal restricçSo. —Av. de 28 de Fevereiro de 1839. Vide nota 165. (155) A suspensão dos oúíciacs de justiça para se instaurar processo de responsabilidade não pode ser de- cretada senão pelo governo imperial e presidentes de