Aula 7 - Atitudes

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“O ancestral de toda ação é o pensamento.”
“...se quisermos mudar nosso comportamento, primeiro devemos mudar nossos corações e mentes.”
Prof. Wladimir Jatobá de Menezes
Msc. Psicologia Social do Trabalho e das Organizações - UnB
jatoba.menezes@gmail.com 
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É uma dimensão de análise da Psicologia Social. 
Refere-se ao indivíduo, não aos grupos. 
Diz respeito a uma pré-disposição do indivíduo à ação.
Por meio de um processo contínuo de compreensão do mundo em termos de bom ou ruim, apropriado ou inapropriado, conveniente ou inconveniente, que assume-se um posicionamento frente ao mundo que nos cerca.
Atitudes 
Conceitos Introdutórios
Atitude é uma tendência psicológica que é expressa pela avaliação de uma entidade em particular com algum grau de favor ou desfavor” (CHAIKEN, WOOD e EAGLY, 1996).
Segundo esses autores as atitudes decorrem da ativação automática ou de consequências de processos cognitivos. 
É a posição que você assume frente ao mundo que o cerca. 
São sentimentos pró ou contra pessoas e coisas com quem entramos em contato.
Atitudes: Conceitos
Não podem ser observadas diretamente, mas inferidas de respostas observáveis, ou seja por comportamentos emitidos.
Essas respostas são eliciadas por um estímulo proveniente de uma entidade especifica, denominada de objeto da atitude, ou objeto atitudinal, o qual pode ser qualquer coisa possível de discriminação ou de retenção pela mente do individuo. (CHAIKEN, WOOD e EAGLY, 1996, GILBERT, FISKE e LINDZEY, 1998) 
Atitudes: Conceitos
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Neiva e Mauro (2011) acrescentam que “as atitudes exercem influência sobre o comportamento e sobre a maneira de ver o mundo. 
O conhecimento das atitudes de outras pessoas permite saber como elas pensam, sentem ou reagem a certos eventos” (p. 171).
Para que uma atitude seja formada, basta que o individuo entre em contato com um objeto em particular e emita uma resposta avaliativa.
Atitudes: Conceitos
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Atitudes: Conceitos
Consequência direta do processo de tomada de conhecimento do ambiente social que nos circunda é a formação de atitudes. 
Formação: durante o processo de socialização.
Serão apresentadas algumas conceituações das atitudes.
É um tema que vem sendo estudado desde o século 19. 
“Um estado mental e neurológico de prontidão, organizado por meio da experiência, exercendo uma influencia diretiva ou dinâmica sobre a resposta do individuo a todos os objetos e situações com que se relaciona.” (ALLPORT, 1935) (Um todo apto)
Atitudes: Definições Históricas
“Um afeto pró ou contra um objeto psicológico.” (THURNSTONE, 1931) (Ainda um todo apto). Várias medidas forma criadas por esse autor.
“Uma resposta implícita e geradora de impulsos, considerada socialmente significativa na sociedade do individuo.” (DOOB, 1947)
Atitudes: Definições Históricas
“Uma predisposição para experimentar uma classe de objetos de certas formas, com afeto característico; ser motivado por essa classe de objetos e agir em relação a tais objetos de maneira característica.” (Smith, Bruner e WHITE, 1931)
“Uma ideia carregada de emoção que predispõe um conjunto de ações a um conjunto particular de situações sociais.” (TRIANDIS, 1971)
Olson e Zanna (1993) definem atitudes como: 
Avaliação: “Tendência psicológica que é expressa pela avaliação de uma entidade particular com algum grau de favorabilidade ou de desfavorabilidade”. (EAGLY e CHAIKEN, 19930);
Afeto: “O afeto associado com um objeto mental”. (GREENWALD, 1989);
Cognição: “um tipo especial de conhecimento, precisamente conhecimento cujo conteúdo é avaliativo ou afetivo”. (KRUGGLANSKI, 1989);
Predisposição Comportamental: “o estado de uma pessoa que a predispõe a uma resposta favorável ou desfavorável frente a um objeto. (TRIANDIS, 1991).
Atitudes: Definições Históricas
, pessoa ou ideia”. 9
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Atitudes são variáveis intervenientes (não observáveis, porém diretamente ingeríveis de observação), e sendo integradas por três componentes: 
Componente cognitivo
Componente afetivo
Componente Conativo (predisposição comportamental).
Atitudes: Componentes
Atitudes - Componentes
Cognitivo - Remete às crenças, isto é, às informações, à experiência passada, que, através de processos cognitivos, formaram o corpo de crenças do indivíduo;
Afetivo - Relaciona-se com as emoções ligadas ao objeto, o qual é sentido como amado ou odiado, querido ou detestado.
Conativo - É encarado como uma intenção para a ação. A tendência à ação é constituída em parte por respostas aprendidas e remete à experiência passada.
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Cognição
Afetividade
Conação
Componente cognitivo: representação cognitiva deste objeto. Incluem percepções, conceitos e crenças a respeito do objeto atitudinal.
Componente afetivo: sentimento pró ou contra um determinado objeto social. Como a pessoa se sente frente ao objeto atitudinal.
Componente conativo: é o componente ativo, instigador de comportamentos coerentes com as cognições e os afetos relativos aos objetos atitudinais. As atitudes são propiciadoras de um estado de prontidão que, se ativado por uma motivação específica, resultará num determinado comportamento. As atitudes são a própria força motivadora à ação. Podem ser considerados bons preditores de comportamento, porém, nem sempre se verifica absoluta coerência entre os componentes cognitivo, afetivo e comportamental das atitudes. 
Atitudes - Componentes
As pessoas acreditam que sua avaliação global sobre determinado objeto determina a forma como se comportará.
Isso é muito frágil.
Um único comportamento é influenciado por vários fatores, além das atitudes.
Comportamento e Atitude
Comportamento e Atitude
Richard LaPiere (1934) foi o primeiro afirmar que não existe uma relação direta de causalidade entre atitudes e comportamentos.
Exemplo: 
Caso dos Chineses – p. 180.
Comportamento e Atitude
Sivacek e Crano (1982 apud CHAIKEN, WOOD E EAGLY, 1996)) afirmam que a correspondência entre atitudes e comportamento será tanto maior quanto for o interesse investido pela pessoa no objeto social.
Maior será a congruência entre a atitude e o comportamento do individuo. (Exemplo do casamento, p.181-182.)
Teoria da ação racional
Ajzen e Fishbein (1980) - atitudes são importantes fatores na previsão do comportamento humano; 
Distinguem em atitudes:
Gerais - relativas a um objeto em particular; relativo a um ato em particular. Influenciam de forma indireta como uma tendência para ação
Específicas - referentes a um comportamento relacionado com o objeto da atitude, ou seja, a percepção do que outras pessoas esperam que ela faça e sua motivação em conformar‑se a essa expectativa – norma subjetiva. São úteis para prever um comportamento específico. 
Teoria da Ação Racional
Na teoria da ação racional, Ajzen e Fishbein (1980) consideram que todo comportamento é uma escolha, uma opção ponderada de alternativas em que o melhor preditor do comportamento será a intenção comportamental, sendo a atitude apenas um dos dois fatores importantes na decisão.
A teoria da ação racional vê a atitude como um dos preditores do comportamento, podendo, em certos tipos de comportamentos, ou em certas populações, a norma subjetiva ter mais peso na determinação da intenção do comportamento.
Exemplo: uma pessoa que tem atitudes positivas frente à utilização de sites de relacionamento pode optar por não acessá‑los por meio do computador da empresa onde trabalha, conformando‑se com as expectativas de seus superiores, os quais não são favoráveis à utilização desse tipo de site no local de trabalho. 
Exemplo: um indivíduo pode manter atitudes fortemente positivas frente a assistir a novelas, porém evita faze‑lo na presença de seus colegas de faculdade, pois supõe que assistir a novelas não é um comportamento aceito por aquele grupo. Nesses casos, a norma subjetiva (a percepção do indivíduo do que as pessoas que são importantes para ele esperam que ele faça) predirá melhor o comportamento do que a atitude geral.
Teoria da ação racional
Chaiken, Wood e Eagly(1996), afirmam que dependendo do grau em que é esperado que um comportamento produza bons resultados e a aprovação das outras pessoas, o indivíduo tende a se engajar nesse comportamento, o qual terá mais probabilidade de acontecer. 
Segundo Fazio e Olson (2003) - evidências de que atitudes podem exercer uma influência direta no comportamento, sem serem mediadas por intenções, ou mesmo pensamentos. 
Chaiken, Wood e Eagly (1996) denominaram de tradição teórica alternativa do estudo da relação atitude‑comportamento. Os aspectos automáticos e implícitos do processamento humano de informação têm ocupado um papel de destaque na psicologia social e, particularmente, nas pesquisas de atitudes. Para esses autores alguns comportamentos podem ser produtos de predisposições aprendidas, as quais podem ser denominadas de hábitos. Os processos cognitivos que controlam tais comportamentos podem ser conceituados de automáticos, podendo ocorrer sem o controle consciente do indivíduo.
Abordagens Alternativas
Apesar da ausência de consenso entre os pesquisadores da força da atitude quanto a sua definição, há uma concordância entre a maioria dos autores acerca das consequências desse atributo. Dessa forma, atitudes fortemente mantidas resultam em:
Processamento seletivo de informações. 
Resistência a mudança.
Estabilidade ao longo do tempo.
Aumento do poder preditivo do comportamento.
Atributos ou Propriedade das Atitudes Força das atitudes
Processo de aprendizado, cognitivo e de interação social:
Influências familiares - é a primeira interação social do indivíduo, é o seu primeiro contato com o mundo das pessoas;
Influência grupal - valores compartilhados pelo grupo;
Influência da Personalidade - é vista como elemento de influência na formação de atitudes, pois, de acordo. Ex. traços de autoritarismo, dogmatismo, a intolerância e a rigidez perceptual.
Formação das Atitudes
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Formação e função das Atitudes: 
Aprendidas através de reforço e modelagem
Atitudes servem para lidar com o ambiente social: 
Obtenção de recompensas e evitação de castigos;
Proteger nossa autoestima e evitar ansiedade;
Ajudar-nos a ordenar e assimilar informações complexas;
Refletir sobre convicções e valores;
Estabelecer nossa identidade social. 
Formação das Atitudes
Enfoques Funcionais: 
Para Smith, Bruner e White (1956): 
Atitudes se formam para atender determinadas funções, de forma pragmática, para ajustar a personalidade diante do mundo exterior.
Dessa forma, as atitudes de uma pessoa servem de mediadores entres suas demanda internas e seu ambiente externo.
A personalidade individual envolve uma série de atitudes.
Funções principais que desempenham as atitudes: avaliação do objeto, ajustamento social e externalização.
Formação das Atitudes
Enfoques Funcionais: 
Katz e Scotland (1959): 
Defendem a posição de que as atitudes humanas formam-se para atender determinadas necessidades. 
Formação das Atitudes
Enfoques Funcionais: 
Para Herbert C. Kelman (1961): 
Considera três processos de influências sociais que possibilitam uma melhor compreensão em relação ao processo de formação de atitudes:
Aceitação/Submissão/Complacência: significa a adaptação do comportamento a um conjunto de regras e a adesão às normas do sistema social. A pessoa cederia para evitar uma punição ou receber uma recompensa.
Identificação: significa a integração do comportamento em um conjunto de papéis. A pessoa seria influenciada pelo fato de identificar-se a determinada figura de evidente ascendência sobre ele.
Internalização: resulta da participação nos valores do sistema, de maneira que estes e os do indivíduo acabam por ser os mesmos. A pessoa reflete sobre o pedido e cede, se passa a considerar o pedido como justo
Formação das Atitudes
Formação das Atitudes
 Enfoques Baseados na Consistência Cognitiva:
Teoria do equilíbrio (Fritz Heider) - nossas atitudes e nossa cognição se influenciam mutuamente:
Se temos uma atitude negativa em relação a certo procedimento e somos informados de que um amigo procedeu da maneira que condenamos, podemos duvidar da informação;
Se o ocorrido for com alguém de quem não gostamos, prontamente acatamos a informação.
Se um crítico de arte elogia um quadro numa exposição de pintura, ficará muito desconfortável ao descobrir mais tarde que o autor é um artista que ele considerava desprovido de talento.
Teoria da Dissonância Cognitiva de Leon Festinger (1957):
De acordo com a teoria da dissonância cognitiva, quando agimos em desacordo com nossas crenças, experimentamos um estado de tensão desconfortável chamado de dissonância, que posteriormente tendem a ser reduzidos, por exemplo, por uma modificação de nossas crenças no sentido do ato.
Se o ocorrido for com alguém de quem não gostamos, prontamente acatamos a informação.
Formação das Atitudes: Enfoques Baseados na Consistência Cognitiva:
Formação das Atitudes: Enfoques Baseados na Consistência Cognitiva:
Teoria da Dissonância Cognitiva de Leon Festinger (1957):
A unidade básica da teoria da dissonância cognitiva é a cognição
Diferentes cognições podem manter entre elas três tipos de relações: a dissonância, a consonância, ou a neutralidade. 
Duas cognições são dissonantes quando eles não vão bem juntos: por exemplo, “Gosto de muito de doce" + "Eu sei que comer muito doce mata");
Duas cognições são consonantes quando eles vão bem juntos (por exemplo, "Eu como doce" + "adoro doce");
Duas cognições são neutras quando elas não têm nenhuma relação (por exemplo, "Eu fumo" + "gosto de comer lasanha").
Cognitivo / Afetivo / Comportamental
Qualquer mudança em um destes três componentes, muda os outros
Informação nova, uma nova experiência ou em novo comportamento emitido, em cumprimento as normas sociais, ou outro tipo de agente pode criar um estado de inconsistência – resultando numa mudança de atitude. 
Mudança das Atitudes
As atitudes podem ser modificadas a partir de novas informações, de novos afetos ou de novos comportamentos ou situações.
Mudanças de atitudes estão relacionadas à questão da formação das atitudes, uma vez que, na medida em que atitudes são mudadas, novas atitudes são formadas.
Conflitos cognitivos e persuasão.
Mudança das Atitudes