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não privilegiados. CO processo e julgamento dos crimes de contrabando fora de flagrante delicto. ,.<./, 7.° A decisão das suspeições postas aos juizes substi- tutos e juizes de paz. Em geral, quaesquer outras attribuições conferidas pela legislação vigente aos juizes de 1* instancia. Art. IA. Aos juizes de direito das comarcas geraes, além das suas attribuições actuaes, compete: 1." O julgamento do contrabando fora de flagrante de- licto. 2.° A decisão das suspeições postas aos juizes in- feriores e «os mesmos juizes de direito na ordem de- signada. Os presidentes das províncias organizarão uma tabeliã fixando a proximidade de cada uma das comarcas, com individuação dos seus termos em relação ás outras, por oude se regulará a competência dos respectivos juizes de direito para o julgamento das suspeições que lhes forem postas; cabendo o mesmo julgamento ao juiz de direito da comarca mais vizinha do termo, onde se arguir a sus- peição. 3.° A concessão de fianças. E ainda: Art. 76. Nos municípios, cabeças de comarcas espe- ciaes, os Juizes de direito que não liVerem varas priva- tivas servirão successlvãmente nos conselhos de revista da guarda nacional e no mais que pela legislação vigente incumbe aos juizes municipaes. (92) O art. 25 da Lei de 3 de Dezembro de 1841, nas palavras—além das attribuições, etc.—. longe de de rogar, confirma todas as funcções que o Código marcara aos 149 juizes de direito, continuando por consequência a obri- gação de instruírem ao» juizes municipaes e de paz, cum- prindo-lhes no desempenho deste dever Iimiiar-se & genuína intelligencia e ás ralas da lei. que lhes impõe a obrigação de inspeccionar aqnelles juizes, instrnindo-os nos seus deveres, quando careção, o que não quer dizer que os juizes de direito exerção as vezes de assessores, preceptores ou directores de taes juizes no exercício de cada uma de suas funcções e tarefas individualmente, mas que os esclareçSo sobre algum ponto de direito que lhes seja duvidoso, principalmente sobre a marcha dos processos; isto, porém, em these e em abstracto, e nunca em especial sobre os casos occorrentes e pen- dentes de julgamento. — Av. de 30 de Abril de 1851. Posto que não pese sobre os juizes de direito a obri- gação de communicar aos diversos empregados da co- marca as ordens que receberem do governo, não deve comtudo concluír-se que estejão exonerados de se pres- tarem, podendo, a esse ónus, quando as circomstancias assim o exigirem. — Av. de 30 de Abril de 1851. Existindo, em um dos termos de uma comarca, dous advogados, um dos quaes era sobrinho e outro cunhado do juiz de direito, consultou este: 1.° Se podia, quando alli abrisse correição, rever os autos em que houvessem intervindo esses advogados; 3." Se nas appeliações crimes, recursos eaggra vos devia dar-se de suspeito; 3.° Se deverá consentir que esses advogados defendão ou aceusem no jury que presidir; A.° Qual deverá ser o seu procedimento em todos os processos que podem ir ao juiz de direito em gráo de recurso, ainda quando as respectivas razões não sejão produzidas por aqnelles advogados. O governo respondeu: Quanto ao 1.° — Que não ha inconveniente em que o corregedor tome conhecimento e proveja em processos, nos quaes tenbão intervindo como advogados ou procu- radores os parentes e cunhados de que tratão as Ordena- ções, porque elles de facto não procurarão perante o 150 1.° Formar culpa aos empregados públicos não privilegiados nos crimes de responsabilidade e julga-los definitivamente. São privilegiados os conselheiros e mi- nistros de Estado, os presidentes das pro- víncias, os desembargadores e juizes de corregedor, mas perante juiz distincto, e para com quem erão desimpedidos. Quanto ao 3* e 3o. — Que deve dar-se de suspeito, porque a Ord. Liv. 1", tit. àS, $ 29, o prohibe expressa- mente, não fazendo distincção alguma, e, no tribunal do jury, é considerado também julgador aquelle que applica a lei ao facto. Quanto aos W.—Que, se os recursos não fcreme scriptos ou assignados por advogados impedidos, poderá o juiz de direito conhecer deites, salvo se souber que taes re- cursos são obra dos advogados seus parentes, em fraude da lei, porque em tal caso é obrigado a dar o exemplo de fidelidade á mesma lei. — A v. de 7 de Novembro de 1861. Sendo os delegados de policia, como autoridades cri- minaes, subordinados aos juizes de direito (art. 20 do Reg. n. 120 de 31 de Janeiro de 1842), não exorbitão esles quando exigem daquelles informações. — Av. de 6 de Agosto de 1862. Em vista do Av. de 30 de Julho de 1859, o juiz de direito, adegando Impedimento para servir de auditor em um conselho de guerra, não pôde conservar-se no exercício da vara. — Av. de 6 de Novembro de 1862. / MMHwft 151 direito, os empregados no corpo diplomá- tico, os commandantes e empregados mi- litares, e os ecclesiasticos pelo que toca á imposição de penas espirituaes, decretadas pelos cânones recebidos (93). 2.° Proceder ou mandar proceder ex officio, quando lhes fôr presente por qual- quer maneira algum processo crime em que tenha lugar a accusaçào por parte da justiça, a todas as diligencias necessárias, ou para sanar qualquer nullidadc, ou para mais amplo conhecimento da verdade e circumstancias que possão influir no julga- mento ; e proceder do mesmo modo a re- querimento de parte nos crimes em que (93) Os arcebispos e bispos do Império do Brasil, nas causas que não forem puramente espirituaes, serão pro- cessados e julgados pelo Supremo Tribunal de Justiça.— liei de 18 de Agosto de 1851. Os directores dos Índios -devem ser julgados no foro comuium, porque, embora pelo art. 11 do Dec. n. 426 de 24 de Julho de 1845 lhes sejão conferidas graduações militares, não são militares as funcções qoe exercem, e são cousas essencialmente dislinctas, graduações honorárias e postos militares. — Av. de 28 de Outubro de 1864. 152 não tiver lugar a accusação por parte da justiça (94). 3.° Julgar as suspeições postas aos chefes de policia, juizes municipaes e delegados (95). 4.° Correr os termos da comarca, para o desempenho de suas obrigações, o numero de vezes marcado no art. 316 -do Código do Processo, e as mais que os presidentes das províncias julgarem necessárias, emquanto o governo com informação dos mesmos presidentes não marcar definitivamente esse numero, na forma do art. 25, § 4o da Lei de 3 de Dezembro de 1841 (96). (94) Vide nota aos arts. 198, § 1°, e 354 deste Reg. Consultado o governo se o juiz de direito em grão de recurso podia annullar processos crimes, respondeu qne o art. 25, § 3" da Lei de 3 de Dezembro, além de bastante claro, estava explicado pelo Av. de 20 de Agosto de 1851. — Av. de 9 de Julho de 1867. — Av. de 20 de Agosto, vide em nota ao* arts. 198 e 354. (95) Vide nota 27 á Lei de 3 de Dezembro de 1841. (96) Depois da promulgação do Código do Processo Criminal, que extinguio as cabeças de comarcas, não tem 153 o juiz de direito obrigação de residir em um ponto de- terminado da comarca: pôde comtudo o governo, quando as circumstancias o exigirem, determinar-ibe que resida temporariamente em um ponto que mais convenha á me- lhor administração da justiça e manutenção da ordem publica. — Av. de 7 de Julho de 18A8. Só ao governo imperial e presidente de provinda cabe o direito de ordenar aos juizes de direito a residência temporária em certo ponto de soa comarca, como deter- minão os Avisos de 7 de Julho de I8Í18, e 28 de Julho de 1860. — Ar. de 15 de Junho de 1861. Vide nota 90. O Diaiio Official de 3 de Maio.de 1871 publicou o seguinte: d Rio de Janeiro, 2 de Maio de 1871. < Mm. e Exm. Sr. — Foi presente a Sua Magestade o Imperador o officio dessa presidência