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CODIGO DE PROCESSO I IMPERIO - VOL 2

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polkiaes, |juizes municipaes e seus súpplentes, juizes de direito e 
seus substitutos. 
Não poderá ser prestada a fiança provisória, sè forem 
decorridos mais de 30 dias depois da prisão. 
Art. 32. Não é exequível o mandado de prisão por 
crime afiançaveJ, se delle não constar o valor dá fiança 
a que fica sujeito o réo. 
Art. 33. Em crime afiançarei ninguém será conduzido 
á prisão, se perante qualquer das mencionadas autoridades 
prestar fiança provisória por meio de deposito em dinheiro, 
metaes e pedras preciosas, apólices da divida publica, ou 
pelo testemunho de duas pessoas reconhecidamente abona-
das que se obriguem pelo comparecimento do réo durante a 
dita fiança, sob a responsabilidade do valor que for fixado. 
$1.* Preso o réo em flagrante delicio, será immedia-
tamente conduzido á autoridade que ficar mais próxima, 
bu seja policial ou judiciaria, inclusive o juiz de paz; e 
esta procedendo de conformidade com a determinação do 
art. 132 do Código do Processo, guardadas as disposições 
do arl. 13 da lei, se reconhecer que o facto praticado pelo 
réo constitue crime aliançavel, e querendo elle prestar fian-
ça, o admittirá logo a depositar ou caucionar o valor que, 
independente do arbitramento, a mesma autoridade fixar. 
§ 2." Para determinar o valor da fiança provisória, a 
autoridade respectiva attenderá ao máximo do tempo de 
prisão com trabalho, ou de prisão simples com muita ou 
sem ella, de degredo ou desterro, em que possa incorrer 
o réo pelo facto_çrimjnos.Q; e dentro dos dous extremos, 
que marca a tabeliã annexa a este Regulamento, fixará o 
valor da fiança, tendo em consideração, não só a. gravi-
dade do da nino causado pelo delido, como a condição 
237 
de fortuna e circu instancias pessoaes do réo, incluída a 
importância do sello. 
§ 3.° Quando a prisão do réo fôr determinada por man-
dado, á vista do valor da fiança nelle designado, se re-
gular! o deposito ou caução* 
§ 4.° Não se pagará sello da fiança provisória que fôr 
substituída pela definitiva; o deposito ou caução, porém, 
dá fiança provisória garante a importância do sello devido, 
se não seguir-se a definitiva. 
Art. 34. Mos lugares em que não fôr logo possível re-
colher ao cofre da eamara municipal o deposito em di-
nheiro, metaes ou pedras preciosas e apólices da divida 
publica, será elle feito provisoriamente em mão de pessoa 
abonada, e, em sua falta, ficará no juizo, devendo ser 
removido para o dito cofre no prazo de três dias, de que 
tudo se fará menção no termo da fiança, 
Art. 35. O juiz competente para conceder a fiança de-
finitiva pôde cassar a provisória, se reconhecer o crime 
por inafiançavel, ou exigir a substituição dos fiadores pro-
visórios, se estes não forem abonados ou dos objectos pre-
ciosos, se não tiverem o valor suficiente. 
O promotor publico ou quem suas vezes fizer, sempre 
que estiver presente, será ouvido nos processos da fiança 
provisória, e em todo o caso, ainda depois de concedida, 
terá vista do respectivo processo, afim de reclamar o que 
convier á justiça publica. 
Art. 36. No caso de prisão do réo em flagrante delicto, 
quando a fiança provisória fôr concedida por autoridade que 
não seja a competente para a formação da culpa, remetterá 
á esta no prazo de 24 horas o auto do inquérito, a que 
procedeu de conformidade com o art. 132 do Código do 
Processo Criminal; sendo o mesmo inquérito acompanhado 
do termo da fiança provisória, de que se fará declaração 
no protocollo do escrivão competente, ainda quando se ve-
rifique a substituição, de que trata o art. 12, § 2.* da lei. Quando, porém, a fiança provisória fôr concedida a 
réo preso por virtude de mandado, no verso deste, se 
houver lugar, será lançado ou a elle addicionado o termo 
dá fiança e entregue ao mesmo official de justiça, encar- 
 
238 
regado de sua execução, para ser apresentado ao juiz da 
culpa, que o mandará juntar ao respectivo processo e 
dar o devido seguimento. Far-se-ha igual declaração no 
protocollo do escrivão. 
Art. 37. Poderá ser alterado o valor da fiança provi-
sória ou mesmo ficar ella sem effeito, se o despacho de 
pronuncia ou de sua confirmação ou se o julgamento final 
innovar a classificação do delicio. 
A innovação da classificação do delicio pelo despacho 
de pronuncia produzirá seu effeito, se não estiver pen-
dente de recurso, quer voluntário, quer necessário. 
A nova classificação pelo julgamento final prevalecerá 
desde logo, seja ou não interposta appellação do promotor 
publico ou da parte 
Tabeliã da Fiança Provisória. 
 
TERMOS. PENAS. 
 
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i anuo e 6 » 
2 » 3 » 
3 » 
3 » 9 » 
4 » 6 » 
5 » 8 » 
6 » 
2 annos e 6 mezes. 
5 » 
7 » 6 » 
10 » 
12 » 6 » 
15 » 
17 » 6 » 
20 » 
 
Quando a pena de prisão simples ou de prisão com traba-
lho fôr acompanhada de multa correspondente a ama 
parte do tempo, serão proporcionalmente augmentados 
os termos da tabeliã. 
Palácio do Rio de Janeiro, em 22 de Novembro de 1871. 
—Frantileo de Paula de Negreiros Sayão Lobato. 
239 
são competentes para conceder fiança tanto 
aos réos que houverem pronunciado, como 
aos que somente tiverem prendido, emquanto 
estiverem debaixo de sua ordem (165). 
(165) Taoto nos casos de crime de responsabilidade, 
como naquelles em que lhes compete prender, podem as juizes de direito conceder fiança. — Av. de 12 de Junho 
de 1865. 
Não se deve attender para a concessão das fianças ás 
circumstancias altcnuantes, as quaes só no julgamento, ej 
não n? formação da culpa, podem ser apreciadas; e sim 
somente a natureza e ao caracter dos crimes. —Avs. ns. «2| 
de 27 de Janeiro de 1855 e 478 de 17 de Outubro de 
1863. 
Vide notas ao art. 100 e seguintes do Cod. do Proc 
MIMSTERIO DA JUSTIÇA. 
« Tendo subido á presença de Sua Magestade o Impe-
rador o Officio que V. S. me dirigio em data de 16 de 
Junho ultimo, dando a informação que por este minis-
tério lhe fora exigida sobre requerimento de Gordiano de 
Almeida, houve o mesmo Augusto Senhor por bem de-
cidir, em conformidade com o parecer do conse beiro de 
Estado, procurador da coroa e soberania nacional, que 
as razões com que V. S. entende justificar os seus des-
pachos de não admiltir o supplicante a prestar fiança, 
sem que esteja preso, Dão se compadecem com a liiteral 
disposição do art 179 § 9o da Constituição do Império; 
visto que, por força desta disposição está garantido que, 
ainda com culpa formada ninguém será conduzido á prisão, 
se prestar fiança idónea nos rasos em que. a lei a admitle, 
isto é, que ainda depois de passadas as ordens para a 
prisão do réo, esta se não deve eflectuar, se elle prestar 
 
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fiança idónea, nos casos da lei; e ser nesta inteliigencia 
de poder ou dever ser o réo pro contra quem 
se lem passado mandado de prisão, admittido a prestar 
fiança, para não ser conduzido á prisão, que o art. 106 
do Código do Processo Criminal determina que, prestada 
a fiança, se dê ao réo contramandado para não ser preso ; 
sendo igualmente por esta mesma razão que, no art. 39 
da Lei de 3 de Dezembro de 1841, se apresentão os réos 
afiançados obtendo contramandado, para não serem presos. 
Houve, outrosim, Soa Magestade o Imperador, confor-
mando-se com o mesmo parecer, por bem mandar de-
declarar a V. S. que não é admissível que a expressão 
da Constituição: • Ainda com culpa formada ninguém 
será conduzido á prisão se prestar fiança >, expressão de 
futuro, se tome no sentido de pretérito, como se dissesse 
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