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fiança», segundo V. s. parece entender; que, se o réo, ainda depois de formada a culpa, e pas- sado o mandado de prisão, pôde e deve ser admittido a prestar fiança, nos casos em que a lei o permitte,,para não ser preso, necessário é facultar-lhe os meios de pro- mover esta admissão e a efectividade da prestação da fiauça, pelos meios legaes estabelecidos no Código do Pro- cesso, na Lei de 3 de Dezembro de 18al e no Regula- mento de 31 de Janeiro de 1842, e que tanto pelas dispo- sições das citadas leis e regulamentos; é o réo pronunciado admittido solto a este processo da prestação da fiança que na conformidade do art. 103 do Código, art. 39 da lei e art. 303 do Regulamento, elle se apresenta solto em juizo a assignar os termos que abi se declarâo e depois dos quaes se lhe dá o contramandado para não ser preso, seguindo-se portanto ser bem fundada e attendivel a pe- tição do suppiicante. • O que communico a V. S. para sua inteliigencia, cumprindo-me accrescentar que o governo imperial espera que taes queixas se não reproduzão. • Deos guarde a V. S.—Paço, em 9 de Agosto de 184a. —Manoel António Galvão.—Sr. Dr. José Joaquim de Si- queira. Por AV; de 39 de Julho de 1868, foi declarado que 2ÍI Art. 298. Aos juizes municipaes per- tence conceder fiança áquelles réos que lhes houverem sido remettidos com os res- pectivos processos para serem apresenta- dos ao jury. Art. 29.9. A fiança não é precisa porque nelles os réos se livrarão soltos, nos crimes a que não estiver imposta pena maior que a da multa até 100$000, prisão, degredo ou desterro até seis mezes, com multa correspondente á metade deste tempo ou sem ella, e três mezes de casa de correcção ou officinas publicas (166). na fiança dos crimes, cuja denuncia incumbe a lei ao pro- motor publico, deve este ser ouvido, conforme a doutrina do Av. n. 243 de 17 de Dezembro de '1850; nos casos, porém, em que pelo Reg. de 3 de Janeiro de 1833 art. 10, 16 e 19 compete a denuncia ao desembargador promotor da justiça, é do espirito da lei que seja elle igualmente ouvido. (166) O condemnado, que interpõe o recurso de graça não goza do indulto do art 299 do Reg. n. 120 de 31 de Janeiro de 1842, visto que a fiança é concedida para que o réo não seja encarcerado antes de julgado defini- tivamente, e não quando já condemnado, e o recurso de graça só é suspensivo no caso de pena ultima, como es- tatuem o art. i' da Lei de 11 de Setembro de 1826, e c. p. u 242 Ait. 300. Da disposição do artigo an- tecedente são exceptuados os réos que forem vagabundos ou sem domicilio. São considerados vagabundos os indi- víduos que, não tendo domicilio certo, não têm habitualmente profissão ou orneio, nem renda, nem meio conhecido de subsistência. Serão considerados sem domicilio certo os que não mostrarem ter nxado em alguma parte do Império a sua habitação-j ordinária e permanente, ou não estiverem, assalariados ou aggregados a alguma pessoa ou família. Art. 301. A fiança não pôde ser con- cedida: 1.° Nos crimes cujo máximo da pena fôr: Io, morte natural; 2o, galés; 3o, seis annos de prisão com trabalho; 4°, oito-annos de prisão simples; 5o, vinte annos A*, de 17 de Fevereiro de 1842, expedido pelo ministério d§ marinha.—Av. de 6 de Novembro de 1862. v 243 de degredo. (Art. 101 do Código do Pro- cesso Criminal.) (167) 2.° Aos comprehendidos nos crimes: Io, de conspiração; 2o, de opposição por qualquer modo á execução das ordens legaes das autoridades competentes, quando dessa opposição resulte não se effe-ctuar a diligencia ordenada, ou soffrerem os officiaes encarregados da execução alguma offensa physica da parte dos resistentes; 3 o, de arrombamento em oadêas por onde fuja ou possa fugir o preso; 4o, de arrombamento ou acommettimento de qualquer prisão com força para maltratar os presos. (167) O gráo máximo é que serve de regulador ás fianças. — Av. de 2 de Setembro de 1849. Vide art. 1* do Dec. n. 1696 de 15 de Setembro de 1869 em nota ao an. 100 do Cod. do Proc. Crim. O art. 51, § 2* do Reg. n. 4824 de 22 de Novembro de 1871 diz que os arts. 1* e 3o do Dec. supra 1696 não são mais applicaveis. Vide o art. 5° do Dec. n. 1696 de 15 de Setembro de 1869, em nota ao art. 101 do Cod. do Proc. As disposições do art. 301, $ 1*, são applicaveis ainda qne o delinquente seja menor. — Av. de 17 de Outubro de 1863. 244 3.* Aos que fôrem pronunciados por dons ou mais crimes, cujas penas, posto que a respeito de cada um delles sejao me nores que as indicadas no"§ Io, as igualem ou excedao consideradas conjunctamen- te (168). I 4.* Aos que uma ves quebrarem a fian- ça concedida pelo mesmo crime de que ainda nào estejao livres. Ari. 302-. A fiança, nos casos em que tem lugar, será tomada por termo, em conformidade e com as declarações espe- cificadas nos arts. 102 e 103 do Código do Processo Criminal, e art. 39 da Lei de 3 de Dezembro de 1841, e não se passará ao réo afiançado contramandado ou mandado de soltura, sem que tenha assig- nado o termo declarado na segunda parte (168) Vide AT. de fl de Agosto de 1865, nota ao «ru 38 da Lei de 3 de Dezembro de 1841- Vide art. a* do Dec n. 1696 de 15 de Setembro de 1869 em nota ao art. 38, 8 2* da Lei de 3 de De* xeuibro de 1841, o qual foi revogado, e por consequência este também. 245 do dito art. 39 da lei acima citada, o qual será lavrado pelo escrivão no mesmo livro, e em seguida ao termo de fiança. (169). Art. 303. Somente podem ser fiadores os que, tendo a livre administração de seus bens, possuem os de raiz na mesma comarca ou termo, onde se obrigão, e segurão o pagamento da fiança com hypo- theca de bens de raiz livres e desembar- gados, que tenhão o valor da mesma fiança, ou com deposito no cofre da camará municipal, do mesmo valor em moeda, apólices da divida publica ou trastes de ouro e prata, ou jóias preciosas (169) Vide Av. de 10 de Junho de 1859, nota ao art. 39 da Lei de 3 de Dezembro de 18A1- 0 juiz que pronuncia o réo, deve manda-lo prender na forma da lei, ou recommenda-lo na prisão, se já es- tiver preso, até que seja eflectivamente afiançado, antes do que não se lhe pôde conceder contramandado ou mandado de soltura. — Av. n. A16 de 28 de Setembro de 1860. Á vista deste art. 302 pôde e deve ser aceita a fiança antes de culpa formada, nos crimes communs e de res- ponsabilidade. — Av. de 12 de Julho de 1865. 246 devidamente avaliadas. (Art. 107 do Código do Processo Criminal.) Art. 304. Em lugar dos fiadores, poderá o mesmo réo fazer a hypotheca ou deposito de que trata o artigo antecedente. (Art. 105 do Código do Processo Criminal.) Art. 305. Quando a mulher casada, ou qualquer pessoa que viva sob administração de outrem, como são os orphãos, os desasisados, aquelles a quem por qualquer motivo está interdicta a administração de seus bens e os filhos-familias que tiverem bens propriamente seus, necessitarem de fiança, poderão obtê-la sobre os bens que legitimamente lhes pertencerem, ficando obrigados aos fiadores. (Art. 108 do Código do Processo Criminal.) Art. 306. No caso do artigo precedente, ficarád desde logo os bens dos afiançados legalmente hypothecados, e serão disso intimados os pais, maridos, tutores e cura- dores, os quaes ficarád obrigados aos ■ 247 fiadores até a quantia dos bens do afiançado, ainda que não consintão na fiança. (Art. 108 do Código do Processo Criminal.) Art. 307. O valor da fiança será sempre arbitrado da maneira ordenada no art. 109 do Código do Processo Criminal. Se a autoridade, a quem pertence concedê-la, tomar por engano uma fiança insufficiente, ou se o fiador no entretant o soffrer perdas taes que o tornem