mesma comarca. Verificar-se-ha a impossibilidade, se em três sessões suecessivas do jury não puder ter lugar o julgamento. Não ha incompatibilidade, quando a falta do julga- mento provier do facto providenciado no art. 53 da Lei de 3 de Dezembro de 1841, ou- quando o réo dér causa a ella, offerecendo escusa para provocar o adia- mento. Art. 26. É convertido em aggravo no auto do pro- cesso o recurso de que trata o art. 281 do Código do Processo Criminal e do qual tomará conhecimento o tri- bunal da Relação, se por appellação subir o feito. Art. 27. A suspeição posta ao presidente do tribunal do jury, se não fôr reconhecida pelo recusado, não sus- penderá o julgamento. O jury não julga suspeições postas ao presidente do tribunal. Nas comarcas especiaes serão julgadas pelo presidente da Relação; e nas comarcas geraes pelo juiz de direito» da mais vizinha na ordem designada. 255 de paz da cabeça do termo), estejão ou não presos os delinquentes, sejâo públicos ou particulares os delictos por que fôrão processados (174), Art. 319. Quando a pronuncia fôr de- cretada pelos delegados ou subdelegados, ordenaráõ estes a remessa, nos termos do artigo antecedente, depois que o processo lhes houver sido devolvido com a sustentação da mesma pronuncia pelo juiz municipal. Art. 320. Se a pronuncia, porém, houver sido decretada pelo juiz municipal encarregado de preparar os processos para entrarem em julgamento perante o jmy, (17A) Logo que o processo com a pronuncia passa do juiz que o formou para o juízo do crime» que tem de o apresentar ao jury, cessa toda a jurisdicção que nelle tinha o primeiro juízo.—Av. n. 104 de 29 de Setembro da 1845. Como esta transferencia, ou remessa, que o escrivão é obrigado a fazer logo que o processo de pronuncia está completo, vai declarada por termo nos autos, é este termo o regulador mais certo que se pode tomar para fixar a jurisdicção ou competência dos dous juizes. — Idem. 256 passará o respectivo processo para o es- crivão do mesmo jury, afim de seguir opportunamente os seus termos (175). Art. 321. Se os delinquentes estiverem presos fora da cabeça do termo em que devão ser julgados, serão, com a precisa antecedência, para ahi remettidos quando se houver de reunir o conselho de jurados, (175) Diz o citado Jleg. n. 4824: Art, 82. Os juizes de direito das comarcas especiaes, seus substitutos, os juizes municipaes e seus supplentes, para os actos da formação da culpa, poderão servir com os escrivães dos delegados e subdelegados de policia nos respectivos dístríctos. • Logo que os processos escriptos por esses escrivães tenbão chegado ao termo de conclusão para pronuncia, se não for presente o juiz desta, deverão ser remettidos ao escrivão do jury, que os' fará conclusos ao mesmo juiz. I Decretada a pronuncia neste caso, será feito o lança- mento do nome do réo pronunciado no rol dos culpados em o livro a cargo do escrivão do jury, que passará os mandados de prisão de taes réos. Quando, porém, o juiz da pronuncia for presente e a decretar antes da remessa do processo ao escrivão do jury, esta se fará logo depois, afim de ter seguimento pelo cartório do mesmo escrilão o recurso necessário iara o juiz de direito, nas comarcas geraes, ou o vo-l untario para a Relação nas especiaes. Em todo o caso o escrivão do jury lançará os nomes dos réos" pronunciados no rol dos culpados. Í 257 ficando na cadéa á ordem do juiz mu- idcipaL Art. 322. O juiz municipal, logo que tiver conhecimento da época da reunião do jury, fará notificar as testemunhas para comparecerem nessa sessão. As que não 'Comparecerem ficarás sujeitas aos proce- dimentos ordenados no art. 53 da Lei de 3 de Dezembro de 1841 (176). Art. 323. Quando houver mais de um juiz municipal, o governo designará qual aquelle que deverá ficar encarregado de preparar os processos para entrarem em julgamento perante o jury. Art. 324. Logo que o escrivão do jury xeceber qualquer processo, deverá fazê-lo -concluso ao juiz municipal, afim de que «ordene as diligencias necessárias para que possa ser submettido ao conhecimento do jury (177). (176) Vide notas ao art. 356. <177) Vide nota 175. c. p. II 258 -Art. 325. Quando o jóias de direito tiver- de convocar uma sessão de jurados, offi-ciará ao juiz municipal do termo onde se houver de reunir o conselho, notificando-lhe o dia e hora em que ha de principiar a sessão. Esta participação deverá ser feita em tal tempo que possa razoavelmente chegar á noticia de todos os jurados e habitantes do termo (178). (178) Vide nota 173. No caso do adiamento da sessão do jury não ba ne- cessidade de novo sorteio, porque a lei não marca prazo além do qual não deva servir o conselho feito, e é esta. doutrina mais conforme com a legislação e principal- mente com os Decretos de 26 de Junho e 31 de Agosto de 1850. — Av. n. 6 de 3 de Janeiro de 1860. «Constando do despacho a 11. e certidões a fl. que o» [jury fora convocado para 11 de Junho, e qne nessa con- formidade s,e expedira o edital, convocando para esse dia os juizes sorteados, como se vè a fl,, e constando, ootrosim das mesmas certidões e do ou iro edital a fl. que, por não ter comparecido o juiz de direito, presidente do- mesmo jury, nem algum de seus substitutos l<'gaes, não houvera sessão, fora por isso marcado novo dia, isto é, 16 de Julho, e se fizera novo sorteio, sendo convocados aio os primeiros juizes de facto sorteados, os quaes. nenhum acto ainda havião praticado e erão os competentes, « sim os desse segundo sorteio: é claro que houve ma- nifesta infracção de direito com um procedimento que- náo encontra apoio, nem m> Cod. do Proc, nem no» Bcg. de 31 de Janeiro de 1842, nem nos Dec. de 36 de- 259 Junho e 31 de Aposto de 1850, e Av. de 3 de Janeiro de 1860, nem emfim, em qualquer outra disposição da legislação vigente, e nSo pede deixar de considerar-se uma medida arbitraria, que trouxe nuIIidade ao processo, e insanável, porque tende a nada menos que a incom- petência dos juizes, visto como, em todas as hypotheses marcadas na legislação apontada, uma só não se encon- tra em que fique inutilisado o primeiro sorteio e se mande proceder a segundo no mesmo lugar e para o mesmo fira; e, se é certo que a liypolhese dos autos não se acha declarada nem no Cod. do Proc, nem em qual- quer outra lei, para se poder argumentar pela validade da medida do novo sorteio, não é também menos certo que, em face do direito existente e á vista de suas dis- posições, se pudesse presumir que se daria o caso de não comparecer no dia marrado para a sessão, nem o juiz de direito, nem algum de seus legítimos substitutos, havendo a lei sido tflo previdente em remediar de modo a nonca dar-se essa falta e de antemão occorrer com uma m dida desnecessária para um acontecimento, que não podia dar-se nem admiltir-se, e que os autos não manifestão o como e por que se deu; nem também é menos certo que pelos casos expressos manda o direito que se regulem os omissos, concedido de barato que omissão bouvesse, mormente quando aquelles são muitos, e muitas as disposições do mesmo direito a respeito deites, e por conseguinte por nenhum modo podia ter lugar esse arbítrio do novo sorteio, o qual, revestido da circumstancia de não se baver ainda assim celebrado a sessão nesse novo dia marcado e sim no dia 19, sem motivo algum justificável, e de ser presidido o tribunal por um substituto, a quem, se o requerimento e termo de fl., multo anteriores ao julgamento, e_ que o dão como autor de injurias impressos contra o recorrente, não o faz suspeito, nos restrictos termos de direito, pelo menos lhe não nega a suspeita de desfavorável prevenção, dá cabimento a presumir-se que fOra um calculo