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CODIGO DE PROCESSO I IMPERIO - VOL 2

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para serem por elle chamadas (197). 
(196) A infracção desta disposição, cuja observância 
deve constar da acta, importa falta de uma fórmula 
substancial. — Sup. Trib., Acc de 7 de Julho de 1860, 
recorrente Domingos Anselmo Fontanelli c recorrido Ma 
noel Joaquim dos Santos. 
Supposto se declare no termo a fl. que as testemunhas 
forão recolhidas a uma sala, não tem elle, todavia, uma 
fé e força tal que, na existência de uma prova clara e 
concludente em contrario, não a perca e não seja consi-
derado mais do que uma declaração pro forma desse 
acto. — Sup. Trib., Acc. de 15 de Maio de 1861, re-
corrente Carlos Theodoro de Souza Fortes e recorridos 
José Bento de Sá Fortes e outros. 
(197) Os membros do conselho de jurados que já tive 
rem sido designados para formar a sessão judiciaria, não 
podem ser compellidos a depor, como testemunhas, nos 
processos que forem submetúdos ao jury, durante a dita 
sessão, -— salvo se antes de sorteados para ■ compor o 
conselho dos ItS, já estiverem notificados para depor, — 
ou apontados no roídas testemunhas por alguma das partes, 
— ou se voluntariamente declararem que estão promptos 
para depor,—uu se finalmente forem requeridos para isso 
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depois de já formado o jury dos 12 membros, que têm de julgar o processo — Av. de 29 de Abril de 1843. 
Fora desses casos, diz o Aviso, seria manifesto que a 
nomeação delles para testemunhas, contra sua vontade, 
não era mais do que um ardil para removê-los do julga-
mento, sem justa causa, e ampliar assim as recusações 
que a lei permitte, o que não é admissível á vista dos 
princípios de direito, ha muito consagrados em todas as 
legislações, e que servirão de fundamento ás disposições 
da Ord. do Liv. 3% Til. 21, §§ 25 e 26. 
As testemunhas do réo devem ser notificadas pelo 
men s três dias antes do julgamento.—Av. de 2 de Abril 
de 1836. 
A não intimação das testemunhas do réo, quando elle 
emprega todas as diligencias para as produzir, mas estas 
diligencias se mallogrão, e não por culpa sua, e o pre-
sidente do jury não procede com os meios que a lei lhe 
dá para tornar effeciivo o comparecimento das mesmas, 
é motivo de nullidade em favor do dito réo.—Sup. Trib., 
Acc. de 6 de Julho de 1861, recorrente Manoel Silvestre 
da Fonseca Botica e recorrida a Justiça. 
Devem ser notificadas todas as testemunhas do sum-
mario.—Relação da corte, Acc. de 18 de Janeiro de 1853; 
de 27 de Julho de 1860, App. n. 3387; de a de Agosto 
de 1863, Apo. n. Zi381; e de 10 de Novembro de 1871, 
App. n. 7186, em que se mandou o appellado a novo jury por falta de comparecimento das testemunhas de 
aceusação. É essencial a citação de todas as testemunhas do sum-
mario. — Sup. Trib., Acc de 19 de Março de 1864, Re-
vista n. 1786; de 30 de Abril do mesmo anno, na Revista 
n. 1795.; de 6 de Setembro ainda do dito anno, na 
Revista n. 1804; e o de 31 de Outubro de 1866, na 
Revista n. 1894. É nullidade: não lerem, apezar das diligencias feitas, 
comparecido as testemunhas que o autor otF receu além 
das do summario.—Acc de 23 de Outubro de 1868, na 
App n.6'235. 
Este Accórdão ainda declara que é motivo de nullidade 
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Art. 357. Recolhidas as testemunhas, 
na forma do art. 355, proceder-se-ha ao 
sorteio de doze jurados para a formação 
do conselho, sendo as cédulas tiradas da 
urna por um menor, e observando-se o 
disposto nos arts. 275, 276, ,277 e 278 do 
Código do «Processo Criminal., até que 
aquella formação se effectue (198). 
Art. 358. Formado o conselho e pres-
tado o juramento (199), segundo a fórmula 
ter-se proseguido no julgamento da causa depois do 
requerimento da accusação, para que fossem condu-
zidas debaixo de vara as testemunhas que não compa-
recerão. Devia-se sobrestar no julgamento e esperar pela 
solução do mandado. 
(198) Tendo-se em um sorteamento approvado apenas 
11 jurados ca consequência das recusações as 
pelo art. 275 do Cod. do Proc., para preencher o numero 
legal, concordarão o accusador e o accusado em appro-
«ar, 1 dos que haviSo sido recusados. Esle procedi-
mento, diz o Supremo Tribunal, veio firmar uma es-
colha ampla entre <s 26 recusados, f izendo desapparei ev 
a influencia da sorte, principio constitutivo da formação 
do jury. — A-cc. de 13de Dezembro de 1862, recorrente 
Lino José do Prado e recorrida a Justiça. 
Constitue nuUidade haver duvida sobre a identidade de 
um dos jurados sorteados, vista a differença de nome.— 
Sqp. Trib,, Revista ,n, 1820, Acc de 1* de -Outubro 
de 1864. 
(*89) ConstMue nullidadenão constar do processo que 
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junta ao art. 253 do Código do Processo 
Criminal, o que deverá ser certificado pelo 
escrivão na respectiva acta, o> juiz de di-
reito procederá ao interrogatório do réo, 
que será escripto e junto ao processo, que 
dirigirá nos termos dos arts. 259, 260, 
261, 262, 263, 264 e 265 do dito Código. 
Art. 359. Na occasião do debate (mas 
sem interromper a quem estiver faliando) 
pôde qualquer juiz de facto fazer as obser-
vações que julgar convenientes, fazer in-
terrogar de novo alguma testemunha., 
requerendo-o ao juiz de direito, e pedir 
que o jurj vote sobre qualquer ponto par-
ticular de facto que julgar importante. À 
estes requerimentos dará o juiz de direito a 
consideração que merecerem, mas deverá 
fazô-los escrever no processo, bem 
prestou novo juramento um conselho, quando houve de 
Julgar segundo processo. — App. n. 6201; Acc. de 2 de 
Outubro de 1868. 
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como o seu deferimento, para que constem a 
todo o tempo. 
Art. 360. Se, depois dos debates, o 
depoimento de uma ou mais testemunhas ou 
um ou mais documentos, forem arguidos de 
falsos, com fundamento razoável, quer pelas 
partes, quer pelo promotor publico, o juiz de 
direito examinará mui diligente e 
escrupulosamente o fundamento desta 
arguição, e por si só decidirá, sum-maria e 
verbalmente, fazendo reduzir tudo a um só 
termo, em que se declare a natureza da 
arguição, as razões ou fundamentos delia, as 
averiguações, exames e mais diligencias a 
que se procedeu, e em virtude das quaes se 
julgou ou não procedente a mesma arguição, 
e será esse termo assignado pelo dito juiz e 
partes (200). 
Art. 361. No caso de entender o juiz 
(200) Vide nota ao art. 260 do Código do Processo. 
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de direito, pelas averiguações a que proceder, 
que concorrem vebementes indícios da 
falsidade arguida ou de outra qualquer 
occurrente, proporá como quesito aos jurados, 
na mesma occasião em que fizer os outros 
sobre a causa principal, o seguinte : —Pôde o 
jury pronunciar alguma decisão definitiva 
sobre a causa principal, sem attenção ao 
depoimento ou documento arguido de falso? 
Art. 362. Retirando-se os jurados para a 
sala das suas conferencias, em que devem 
estar sós e a portas fechadas, na forma do art. 
373 do presente Regulamento, examinarão se, 
no caso de se provar a arguida falsidade do 
depoimento ou documento, poderá ella influir 
sobre a decisão da causa principal, de maneira 
que essa decisão tenha necessariamente de ser 
dif-ferente, nesse ou no caso contrario; e 
quando, depois de conferenciarem, decidirem 
affirmativamente sobre o primeiro 
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quesito, isto é, se certificarem de que a 
questão incidente de falsidade lhes não 
impede ajuizar e decidir sobre a causa 
principal, assim o declarará? e responderão 
aos outros quesitos. 
Art. 363. Se os jurados, porém, resol-
verem negativamente a questão, logo sus-
penderás o acto e nada mais decidiráõ sobre 
a causa prineipal e o jury apresentará ao juiz 
de direito esta sua resolução: — O jury não 
pôde pronunciar decisão definitiva sobre a 
causa principal sem attenção ao depoimento 
ou ao documento arguido de falso — e com 
isto se haverá o conselho por dissolvido. 
Art. 364. O juiz de direito, em ambos os 
casos, remetterá o documento ou - de* 
poimento arguido