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CODIGO DE PROCESSO I IMPERIO - VOL 2

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ou importância (não convindo 
reuni-los a outro), que se não tornem nelles 
absolutamente precisos juizes mu-nicipaes, 
bacharéis formados (20). 
Art. 34. Os juizes municipaes serão no-
meados pelo Imperador d'entre os ba-
charéis formados em direito, que tenhão 
pelo menos um anno ds pratica do foro, 
adquirida depois da sua formatura. 
Art. 35. O anno de pratica exigido pela 
Lei será contado desde a data em que o 
bacharel formado se tiver apresentado e 
inscripto na classe dos advogados dos 
auditórios de uma cidade ou villa; e a 
frequência e exercício do foro nesse anno 
será provada por attestaçõea do presidente 
da R ilação (se a houver no lugar), dos 
juizes do cível (se também os houver), do 
juiz municipal e do juiz de 
(20) Vid. nota «o art. 19 da Lei de 3 de Dezembro de 
1841. 1 
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orphaos (se o houver separado), pela» quaes 
se mostre, não somente que fallou em feitos, 
pelo menos perante alguns desses juízos, 
como também que foi assíduo em frequentar 
as suas audiências e as sessões dos jurados. 
Art. 36. Os juízes municipaes servirá3> 
pelo tempo de. quatro annos, findos os quaes 
serão promovidos aos lugares • de juizes de 
direito, quando liajão vagas, reconduzidos ou 
passados para melhores lugares, se tiverem 
bem servido (21). 
Durante o quatriennio somente deixaráõ os 
lugares nos seguintes casos : 
1.° Se forem nomeados juizes de direito. 
2.° Se forem removidos para outro lugar a 
requerimento seu. 
3.° Se pedirem demissão e o governo lh'a 
conceder. 
(21) Vid. os arts. i° e 2° do Dec. n. 687 de 2& dfe-
JulBo de 1850, copiado em nota ao art. 24 da Lei de 3» 
de Dezembro de 1841. 
29 
4.° Se forem privados do lugar por sen-
tença (22). 
• Art. 37. Os presidentes das províncias 
•enviaráõ de seis em seis mezes, á secre-
taria de Estado dos negócios da justiça, 
uma informação circumstanciada acerca 
(22) O quatríennio da jurisdicção dos juizes municipaes 
■deve ser contado do dia em que tiverem entrado em efléc-
tivo exercício, ou seja por nomeação dos presidentes de 
(província, ou do governo geral.— Av. de 97 de Junho 
de 1846. 
Logo que tiverem os juizes municipaes concluído os 
quatro ânuos, se não tiverem sido reconduzidos nos mes-
mos lugares, devem passar a jurisdicção aos seus sup-
plenles.—Av. de 27 de Junho de 18/16. 
Quer da letra, quer do espirito do art. 14 da Lei de 3 
de Dezembro de 1841 e do art. 36 do llcgul. de 31 de 
Janeiro de 18Zi2, se evidencia que no quatríennio do 
exercício de juiz municipal não se conta o tempo em que 
elies estão occupados em qualquer outro emprego, cim 
la nnica excepção daquelles que são chamados a exercer 
por substituição na carreira da magistratura; e portanto, 
aceitando elles empregos ou commissões alheias áquella 
carreira, deve enlender-se ou que renunciarão o lugar 
de juiz municipal, ou que voluntariamente se sujeitarão 
á perda de lodo o tempo em que se conservarem dis-
tratados nos ditos empregos ou commissões, competindo 
ao governo a alternativa, segundo as circumstancias que 
occorrerem ; entendendo-se, porém, que a doutrina exposta 
não comprelicnde os cargos de membros das assembléas 
legislativas, que envolvem direitos políticos, e dos quaes 
só podem ser excluídos por determinação expressa da Lei. 
—Av. de 29 de Maio de 1849. 
 
30 
da maneira por que os juizes municipaes, 
de orphãos e promotores que forem ba-
charéis formados, servem os seus lugares, 
fazendo especificada menção de todas as 
queixas que contra elles houverem rece-
bido, quando fundamentadas, e do destino 
e solução que tiverem tido (23). 
Art. 38. Os juizes de direito das co-
marcas enviaráõ nas mesmas épocas, aos 
(23) Os presidentes de província têm incontestável di-
reito de serem informados se eslá absolvido o juiz mu-
nicipal, pronnnciado e suspenso em consequência da pro-
nuncia, não só para expedir as commonicações necessárias 
As autoridades e estações competentes, senão porque, como 
primeira autoridade da provinda, e exercendo o direita 
de inspecção sobre os empregados que nella se achão de 
qualquer ciasse e graduação, deve saber quaes os empre-
gados que estio ou entrão em exercício, se se acbão sus-
pensos ou processados, se forão absolvidos ou condem-
nados, e finalmente como cumprem seus deveres, sendo-
que, além da «brigação que em geral corresponde âquelle 
direito da parte de todos os empregados, á vista da Lei 
de 3 de Outubro de 1834, de informar ao presidente da 
província sobre todas as oceurrencias relativas ao exer-
cício, suspensão, responsabilidade, absolvição e condem -
nação dos empregados públicos, esta obrigação é especial 
e expressa quanto aos juizes municipaes, de orphãos e 
promotores, á vista dos arls. 37 e seguintes do Regul. 
n. 120 de 31 de Janeiro de 1842, afim de que possão os 
presidentes preencher o dever que lhes incumbe no-
tocante á informação semestral dos mesmos empregados. 
—Ar. de 31 de Janeiro de 1854. 
31 
presidentes das províncias (ofltquaes, com 
as observações que julgarem conveniente 
fazer, a transmittíráõ á secretaria de Estado 
dos negócios da justiça), uma informação 
circumstanciada e fundamentada acerca da 
maneira por que os sobreditos juizes 
municipaes, de orphãos e promotores, que 
forem bacharéis formados, servem esses 
lugares, para o que no julgamento dos 
recursos que lhe forem presentes, nos de 
crime de responsabilidade, nas sessões dos 
jurados e nas correições que fizerem para o 
fim indicado no art. 119 da Lei de 3 de 
Dezembro de 1841, tomarão as notas e 
lembranças que forem precisas, munindo-
se dos necessários documentos (24). 
(2A) Diz o A.v. Circ. de 23 de Março de 1858 : Remetto-
á V. Ex. os modelos juntos (Vide-os no Appendice) para 
as informações semeslraes que V. Ex. deve d::r a respeito 
dos juizes de direito, municipaes, promotores públicos e 
delegados de p iicia dessa província, que forem bacharéis 
formados, dirigindo-se V. Ex. pelas indicações mencio-
nadas nos mesmos modelos; e espera o governo imperial 
32 
Art. 39. Todas as vezes que o Supremo 
TribunaFde Justiça ou Relações man-
darem formar culpa por crime de respon-
sabilidade a algum juiz municipal, de or— 
phãos ou promotor, bacharel formado, em 
virtude do art. 157 do Código do Prbcesso, 
o participarão, pelo intermédio do seu 
presidente, ao ministro e secretario de 
Estado dos negócios da justiça. 
Art. 40. As informações que se obti-
verem pelos meios marcados nos artigos 
antecedentes, serviráõ de b ise para a pro-
moção dos juizes municipaes, de orphãos 
e promotores, aos lugares de juizes de 
jque estas informações sejão sempre ministradas nos fins 
dos respectivos semestres. 
Recommendoá V. Et. que, quando tenha de acerescentar 
algumas informações, que não convenha sejão publicas, 
acerca de seus empregados, deve fazê-lo reservada ou con-
fidencialmente. 
O Av. de 23 de Outubro de 1863 recommenda a fiel 
observância deste art. 38 e do Av. Gire. de 23 de Março 
de 1858. 
O Dec n. 3í>72 de 30 de Dezembro de 1865, art. 28, não 
•comprehende os mappas de que trata o dito Av. de 1858. 
 
 
33 
-direito, e bem assim para a sua recon-J 
Rlueção e melhoramento de lugar. 
Art. 41. Os juizes municipaes que forem 
bacharéis formados, vencerás um orde 
nado (que não excederá a 400$>000), o 
-qual será marcado pelo governo sob in 
formação dos presidentes das províncias 
(25). .í^/ ' • 
Art. 42. Os escrivães dos subdelegados 
•e os inspectores de quarteirão serão no-
meados pelos delegados, sob proposta dos 
subdelegados (26). 
(25) Vide nota ao art 15 da Lei de 3 de Dezembro de 
1841. 
_| (26) Aos delegados compete deferir juramento edar 
posse aos inspectores de quarteirão. Quando no districto 
de um subdelegado não existir delegado, s rá essa attri-
buiçâo exercida pelos subdelegados.—Av. de 20 de De-
zembro
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