razão de sabê-lo. á." Perguntar ao réo e ao offendido. Em geral tudo o que for útil para esclarecimento do facto e das suas circumstancias. Art. AO. No caso de flagrante delicio, ou por effeito de queixa ou denuncia, se logo comparecer a autoridade in- diciaria competente para a formação da culpa, a investigar do facto criminoso, notório ou arguido, a autoridade po- licial se limitará a auxilia-la, colligindo ex officio as provas e esclarecimentos qué possa obter e procedendo na es. phera de suas attribuições ás diligencias que lhe forem requisitadas pela autoridade judiciaria, ou requeridas pelo promotor publico ou por quem suas vezes fizer. Art. 41. Quando, porém, não compareça logo a auto- ridade judiciaria ou não instaure immediatamente o pro- cesso da formação da culpa, deve a autoridade policial proceder ao inquérito acerca dos crime» comrouns de que tiver conhecimento próprio, cabendo a acção publica, oa por denuncia ou a requerimento da parte interessada oit no caso de prisão em flagrante. Art. d'2. O inquérito policial consiste em todas as di- ligencias necessárias para o descobrimento dos factos cri- minosos, de suas circumstancias e dos seus autores e complices; deve ser reduzido a instrumento escripto, observando-se o seguinte: 1.° Far-se-ha corpo de delicio, uma vez que o crime seja de natureza dos que deixão vestígios. 2.° Dirigir-se-ba a autoridade policial com toda a prom- ptidão ao lugar do delicto; e ahi, além do exame do facto criminoso e de todas as suas circumstancias e descripção •da localidade em que se deu, tratará com cuidado de 49 «Investigar e colligir os indícios existentes e apprehender - os instrumentos do crime e quaesquer objectos encon- trados, lavrando-se de tudo auto assignado pela autoridade, .peritos e duas testemunhas. 3." Interrogará o delinquente, que for preso em fla- grante e tomará logo as declarações juradas das pessoas - ou escolta que o conduzirem e das que presenciarás o facto ou delle tiverem conhecimento. «ar 4.* Feito o corpo de delicio ou sem elle, quando não-possa ter lugar, indagará quaes as testemunhas do crime e as fará vir á sua presença, inquirindo-as sob-juramento a respeito do facto e suas circumstaneías e de seus autores ou co tríplices. Estes depoimentos na mesma occasião serão escriptos resumidamente em um só termo, assignado pela autoridade, testemunhas e delinquente, quando preso-*em flagrante. 5.* Poderá dar busca com as formalidades legaes para appreheosâo das armas e instrumentos do crime e de quaesquer objectos a elle referentes: e desta diligencia se - lavrará o competente auto. . H 6.* Terminadas as diligencias e autuadas todas as pecas, serão conclusas á autoridade que proferirá o seu despacho* no qual, recapitulando o que for averiguado, ordenará que o inquérito seja remettido por Intermédio do juiz municipal ao promotor publico ou a quem suas vezes fizer; e na mesma occasião indicará as testemunhas mais idóneas que por ventura ainda não tenhão sido inqueridas. i Dessa remessa dará immediatamente parte circumstan- ciada ao juiz de direito da comarca. Nas comarcas especiaes a remessa será por intermédio do juiz de direito que tiver a jurisdicção criminal do dis-Jricto, sem participação a outra autoridade. 7." Todas as diligencias relativas ao Inquérito serão ifeitas" no prazo improrogavel de cinco dias, com assis- tência do indiciado delinquente, se estiver preso; podendo impugnar os depoimentos das testemunhas. Poderá também impugna-los nos crimes afiançados, se wreqnerer sua admissão aos termos do inquérito. 8.* Nos crimes, em que não tem lugar a acção publica» c. p. u 4 50 o inquérito feito a requerimento da parte interessada e reduzido a instrumento, ser-lhe-ha entregue para o usa que entender. 9.° Para a notificação e comparecimento das testemu- nhas e mais diligencias do inquérito policial se obser- varão, no que for appiicavel, as disposições que regulão o processo da formação da culpa. Art. A3. Se durante o inquérito policial, a autoridade judiciaria competente para a formação da culpa entrar no» procedimento respectivo, immediatamente a autoridade policial lhe communicará os esclarecimentos e resultado das diligencias que já tenha obtido e continuará a coo- perar nos termos do art. 40. Mo ha prevenção de jurisdicção no acto do inquérito • policial para oefleito de poder a autoridade judiciaria ou o promotor publico dirigir-se a qualquer autoridade policial e requisitar outras informações e diligencias necessárias; ou para o effeito de poder ex officio cada qual das autoridades policiaes colher esclarecimentos e provas a bem da mesma formação da culpa, ainda depois de iniciada. Art. /iZi.- Os juizes de direito das comarcas especiaes e os juizes municipaes dos termos das comarcas geraes,. recebendo directamente, por parte da autoridade policial. o inquérito, delle tomaráõ conhecimento e o transmitti-raõ ao promotor publico ou a quem suas vezes fizer, depois que verificarem se do mesmo inquérito resultão ■ vehementes indícios de culpa por crime inafiançavel contra alguém; e neste caso, reconhecida a conveniência da prompta prisão do indiciado, deverás logo expedir o com- petente mandado ou requisição. Se não existir no termo promotor publico ou adjunto,. nomearão pessoa idónea que sirva no caso sujeito. Quando o próprio juiz effeciivo não puder encarregar- sç da instrucção do processo, por afOuencia de trabalho- ou impedimento legitimo, transmittindo o inquérito ao~ promotor ou adjunto ou a quem for nomeado na falta delles, deverá logo declarar que seja requerido o res- pectivo si bstituto ou supplente, que de preferencia é o- <que tem jurisdicção no districto do crime. a 51 14. Velar em que os seus delegados, subdelegados e subalternos cumprão os seus Regimentos, e desempenhem os seus deveres no que toca á policia. 15. Dar-lh.es as instrucções que forem necessárias, para melhor desempenho das attribuições policiaes que lhes forem in- cumbidas. 16. Organizar a estatística criminal da província é a do município da corte. 17. Organizar, por meio de seus de- legados, subdelegados, juizes de paz e parochos, o arrolamento da população da província. 18. Fazer ao ministro da justiça, e aos presidentes das províncias as devidas par- ticipações, na forma prescripta no capitulo 6o das disposições policiaes deste Regulamento. 19. Nomear os carcereiros, e demitti- los quando lhes não mereção confiança. Art. 59. Os chefes de policia exerceráõ 52 por si mesmos, e immediatamente, as at- tribuições mencionadas nos §,§ Io, 2o, 3% 4°, 5o, 6', 7o, 11° e 12° do artigo ante- cedente, dentro do termo da capital em que residirem, e nos outros somente quando nelles se acharem, ou por intermédio dos seus delegados ou subdelegados. Art. 60. O governo ou os presidentes nas províncias poderáõ ordenar que os chefes de policia se passem temporaria- mente para um ou outro termo ou comarca da província, qnando seja ahi necessária a sua presença, ou porque a segurança e tranquillidade publica se ache gravemente compromettida, ou porque se tenha alli commettido algum ou alguns crimes de tal gravidade e revestidos de circumstan-cias taes, que requeirão uma investigação mais escrupulosa, activa, imparcial e in- telligente; ou finalmente porque se achem envolvidas nos acontecimentos que occor- rerem pessoas. cujo poderio e prepotência 53 tolha a marcha regular eHvre das justiças do lugar fá-3). Art. 61. A remessa, de que trata o § 13 do art. 58 poderá ter lugar nos casos dos §§ 1°, 2°, 3», 4", 5o, 6o, 7Ô, e 12° do mesmo artigo, todas as vezes que esses casos se não apresentem revestidos de círcumstancias extraordinárias e taes que reclamem a attenção particular