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1 Estágio em Processos Grupais - UDF Sabrina Feitosa A legislação brasileira coloca a responsabilidade do cuidado dos idosos dependentes sob a família. Entretanto, atualmente o cuidado ao idoso tem sido compartilhado ou, até mesmo, terceirizado com a contratação de cuidadores ou instituições de longa permanência (ILPIs) - (SILVA et al, 2019). De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - RDCC/ANVISA nº 283, de 26 de agosto de 2005 (BRASIL, 2005; como citado em SILVA et al, 2019), as ILPIs devem contar com uma equipe multidisciplinar composta por assistentes sociais, profissionais de educação física, enfermeiros e técnicos de enfermagem, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas e cuidadores de idosos (BRASIL, 2005; SILVA; SANTOS, 2010; como citados em SILVA et al., 2019) para ser capaz de atender a todas as necessidades dos idosos residentes, classificando-os por grau de dependência: 1 a 3, sendo menor e maior grau de dependência, respectivamente. Segundo Santos (2008. como citado em SILVA et al., 2019), outros profissionais também são fundamentais para atender ao idoso institucionalizado, como farmacêuticos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e musicoterapeutas, de forma a proporcionar uma assistência mais completa ao idoso e promover sua qualidade de vida. Além de profissionais da área da saúde habilitados para o exercício da assistência ao idoso institucionalizado, é preciso se atentar também para a infraestrutura física do ambiente, para que haja condições seguras e adequadas às necessidades dos idosos de moradia, é preciso também vestuário e alimentação; promoção de atividades de lazer, esportivas, culturais e educacionais (LENARDT et al., 2006; como citado em SILVA et al., 2019). Por vezes, idosos solteiros optam pela própria institucionalização porque acreditam que são um peso para os familiares (GUEDES; SILVEIRA, 2004; como citado em SILVA et al., 2019). Assim, a solidão somada a falta de pessoas que lhe possam acolher ou auxiliá-lo no contexto domiciliar são fatores que levam o idoso a procurar a ILPI ou a seu encaminhamento (FERREIRA et al, 2009; como citado em SILVA et al., 2019). Os déficits sensoriais são comuns entre idosos institucionalizados, assim como as alterações temporárias leves dos processos cognitivos que às vezes passam despercebidas (SILVA et al., 2019). Referente à visão, a maioria dos idosos apresentam déficits visuais. A partir dos 40 anos, a presbiopia (dificuldade em focar um objeto próximo) já se faz presente na maioria das pessoas e chega até 80% de perda visual por volta dos 90 anos (MACEDO et al., 2008; como citado em SILVA et al., 2019). Problemas visuais são fatores de risco de dependência para o idoso, além de resultarem também em “constrangimento para iniciar e manter conversas, dificuldade para sair, isolamento social, perda de papeis ocupacionais, limitações de mobilidade e condições de fragilidade” (VEIGA et al., 2016; como citado em SILVA et al., 2019). Idosos dependentes em atividades de vida diárias (AVDs) são classificados como frágeis. A fragilidade é uma síndrome que se caracteriza “por diminuição de reserva e pela resistência reduzida aos estressores, resultante de declínio cumulativo nos sistemas fisiológicos 2 Estágio em Processos Grupais - UDF Sabrina Feitosa (principalmente neuroendócrino, imunológico e musculoesquelético)”, deixando o sujeito idoso mais sensível às situações adversas (FRIED et al., 2002, 2004; como citado em SILVA et al., 2019). As perdas auditivas tendem a ser progressivas, causando prejuízos à qualidade de vida do idoso, como isolamento, dependência e frustrações (CIORBA et al., 2012; como citado em SILVA et al., 2019). Hábitos não saudáveis durante a juventude e fase adulta também podem contribuir para a institucionalização de idosos (XIMENES & CÔRTE, 2007; como citado SILVA et al, 2019). O uso de álcool e outras substâncias nocivas à saúde podem resultar em mudanças no cérebro que causam os déficits cognitivos (SILVA et al., 2019). Duas outras situações comuns em idosos que são passíveis de prevenção são a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a Diabete Mellitus (DM). Ambas podem ser prevenidas com a adoção de hábitos saudáveis durante a juventude e a fase adulta (SILVA et al., 2019). As incontinências urinária e fecal afetam 30% dos idosos em geral, no Brasil. As incontinências tendem a ter consequências sociais e emocionais. Entretanto, muitos quadros de incontinência são reversíveis, uma vez que podem ser causados por “períodos de delírio, restrição de mobilidade, retenção urinária e infecção ocasionada por medicamentos” (BRASIL, 2007; como citado em SILVA et al., 2019). Portanto, é importante que uma avaliação multidimensional seja realizada no idoso para que se busque possíveis fragilidades, de modo que a intervenção possa ocorrer antes do agravamento dos sintomas (FABRICIO-WEHBE et al., 2009; como citado em SILVA et al., 2019). Nesse contexto, fica nítida, mais uma vez, a importância da atuação multiprofissional. É fundamental que todos os profissionais da saúde das ILPIs conheçam o processo de envelhecer e que entendam e saibam a importância de trabalhar em equipe, olhando o sujeito como um tudo, para que possa melhorar a sua saúde e a sua qualidade de vida (SILVA et al., 2019). SILVA, Rosane Seeger da; FEDOSSE, Elenir; PASCOTINI, Fernanda dos Santos; RIEHS, Estefânia Brunelli. Condições de saúde de idosos institucionalizados: contribuições para ação interdisciplinar e promotora de saúde. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, [S.L.], v. 27, n. 2, p. 345-356, 2019. Editora Cubo. http://dx.doi.org/10.4322/2526-8910.ctoao1590. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cadbto/a/9ZZBqkWW999 PJbhzQcWzTvB/?lang=pt. Acesso em: 14 set. 2021. Veja também: Envelhecimento
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