são considerados públicos. O CDC também define que, em seu art. 43, bancos de dados de proteção ao crédito (como SPC ou SERASA) são considerados públicos. É possível impetrar habeas data sem resistência da entidade governamental? A doutrina e jurisprudência majoritárias defendem que não, que é necessário buscar tais dados e não obtê-los, pois em caso contrário não há lide. A súmula 2 define tal parâmetro. Parte minoritária da doutrina, como Maria Sylvia di Pietro e Alexandre de Moraes, reclama de tal restrição, por não constar expressamente da CF. As ações de habeas data e habeas corpus são gratuitas. (ler RE que Fábio leite passará por email) – 196.184. 14/04 Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI) LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; Qual a atuação do MI? É complicado, pois a prerrogativa do poder judiciário suprir a norma faltante no caso concreto invadiria competência legislativa. Boa parte da doutrina constitucional brasileira criticou a posição do STF a respeito. O STF não definiu o que era o mandado de injunção, apenas determinou o que não é, definiu por exclusão: não é forma de o judiciário legislar, não pode o juiz suprir essa ausência legal de forma imperativa. Dessa forma, o STF equiparou a mandado de injunção à ineficaz ADIO: o juiz apenas comunicará o órgão omisso. Legitimidade ativa: qualquer pessoa, física ou jurídica (mesmo estrangeira), que precise de direito inviabilizado por ausência de norma reguladora pode impetrar um mandado de injunção. Legitimidade passiva: STF sempre entendeu que deve recair sobre o órgão estatal omisso, contra aquele que tem a iniciativa para editar a norma (por ex., Congresso Nacional, Presidente quando for de sua iniciativa privativa, STF quando for lei que disserte sobre a magistratura etc.). Outra corrente defende (Fábio Leite sustenta isso, que deve ser impetrado contra o órgão que deveria prover ou que restringe o direito ou liberdade em questão. Terceira corrente defende nesse sentido, mas que também deve o órgão omisso ser ao menos citado, para tomar conhecimento. O STF não abre nem discussão a respeito – sustenta que deve constar apenas o órgão omisso. É necessário esperar tempo razoável para ajuizar ADIO, para que o órgão omisso tenha tido tempo de discutir e aprovar a lei ausente, antes de ser constrangido a fazê-lo. Já o MI, porém, não tem como efeito ou objetivo constranger o órgão, mas apenas garantir o direito – como defende Fábio Leite, basta observar o termo ‘sempre’ presente no dispositivo: não seria, portanto, necessário esperar transcurso de prazo razoável e nem citar o órgão omisso. Depois que o STF firma sua posição, no leading case MI 107 o writ tornou-se ineficaz e pouco utilizado. Seria incongruente, porém, modificar a decisão e insistir na legitimidade passiva do órgão omisso. Posições: Não concretista ( aquela que não concretiza o direito. É a do STF no MI 107. Concretista ( é a que concretiza o direito b.1) geral ( o judiciário toma a decisão e tem efeito erga omnes. b.2) individual: b.2.1) direta ( eficácia imediata, no caso concreto b.2.2) intermediária ( eficaz apenas após notificação do órgão omisso, e se esse não elaborar a norma regulamentadora ausente. O STF adotava a posição não concretista, mas hoje adota a concretista individual direta. Ação Popular CF-88: presente no art. 5º, LXXIII (origem na CF/1934). LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; Obs. “Cidadão” aqui é visto no sentido lato (em sentido estrito, seria nacional, amplo, nacional com direitos políticos). O MP não pode ajuizar ação popular, pois apenas um cidadão pode fazê-lo, mas pode dar prosseguimento no caso de desistência, por ser de interesse público. Pessoa jurídica não pode ajuizar ação popular. Não podem ajuizar ação popular: estrangeiros, apátridas, pessoas jurídicas, e físicas sem direitos políticos (ou suspensos) – Súm. 365, STF. 19/04 – tópico 2, plano de aula 5 Interpretação Constitucional. Elementos necessários e tradicionais de interpretação – sistemático, teleológico, gramatical e histórico. Esses elementos, porém, não esgotam a interpretação constitucional, não encerram ou resolvem o conflito de direitos fundamentais. Para que o juiz julgue um conflito, deve reunir todas as normas possivelmente aplicáveis – parece óbvio, mas é uma grande mudança em nosso processo jurisdicional. Konrad Hesse define alguns elementos de interpretação a ser considerados: - Pré compreensão: seria necessária, pois é inescapável, inevitável que ocorra, faz parte do processo e não depende de vontade. Seria o intérprete obrigado a admitir que utiliza tal pré compreensão, e explicitar a parte relevante dessa – por ex., não há um único sentido de ‘igualdade’, deve o intérprete explicitar qual sentido que utiliza, de forma fundamentada. - Norma - Caso concreto: o caso concreto tem peculiaridades que podem distanciar um caso semelhante de outro – o conflito principiológico deve ser ponderado concretamente, de acordo com os elementos de cada um. Peculiaridades no caso concreto contam, é necessário saber trabalhar com essas. O importante, de fato, é que exista metodologia apropriada que justifique e demonstre as decisões e ponderações concretas. Deve possibilitar a análise da argumentação, para que se possa entender o porquê de afastar dada norma ou priorizar dado princípio. Princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade. 26/04 Princípio da razoabilidade – origem americana Proporcionalidade – origem alemã O princípio da razoabilidade demorou para vingar no ordenamento brasileiro pós-88, por sua origem americana, jurisprudencial, sem Standards para sua aplicação. Alguns autores não os chamam de princípios, mas de critérios para aplicação de princípios. A proporcionalidade não deve ser aplicada gratuitamente, apenas em casos de conflito principiológico. Essa tem aplicação mais segura que a razoabilidade, por se apoiar em três sub-princípios, nessa ordem: adequação (é adequada a restrição a princípio fundamental ao fim que se pretende alcançar? Claro, antes deve ser verificado se o fim é legítimo.), necessidade (existe um meio menos gravoso, que restrinja menos o direito fundamental e permita que se alcance resultado semelhante?), proporcionalidade em sentido estrito (compensa? Isso é mesmo subjetivo – alguns autores, por isso, se voltam contra esse, mas é aceito pela doutrina majoritária e jurisprudência – o ônus imposto a um compensa o benefício posto a outro princípio fundamental?). Direitos fundamentais em espécie. Não é possível discorrer a respeito de todos. Alguns, como os sociais, já são discutidos em direito do trabalho etc. Direito fundamental é aquilo que é essencial ao desenvolvimento da pessoa humana. A primeira fase de direitos fundamentais é a dos liberais, individuais, surgidos durante as revoluções liberais burguesas, definida à semelhança da classe política da época. Eventos sociais no início do séc. XX, como a revolução mexicana, Constituição de Weimar etc., provocam o reconhecimento dos primeiros direitos fundamentais sociais. Direito à vida. Mesmo tal direito fundamental deve ser ponderado: - aborto (eutanásia x aborto autorizado em caso de estupro – por eutanásia não seria autorizado, mas no caso do conflito dignidade x vida, é permitido? ADPF que ainda está para ser julgada pelo STF) - eutanásia - pena de morte (em caso de guerra declarada e deserção etc.) 3/05 – plano de aula 6 Direito à igualdade Isonomia (art. 5º) – em plano formal: “todos merecem o mesmo tratamento, para o Estado,