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Equipes Multidisciplinares em Saúde

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Aula 8: Relação de equipe multidisciplinar em saúde
Introdução
Nesta aula, veremos como se constituem as equipes multiprofissionais em saúde e a conceituação de seus principais tipos de atuação. Entenderemos a diferença entre uma equipe multidisciplinar e uma equipe interdisciplinar e analisaremos de modo mais detalhado estas duas formas de atuação.
Discutiremos os preceitos que compõem uma atuação interdisciplinar ética e responsável. Entenderemos a importância do respeito à autonomia de cada especialidade para que não ocorram conflitos ou desestabilidades nas relações entre os membros da equipe.
Finalmente, conheceremos as habilidades cognitivas que precisam estar presentes em uma formação interdisciplinar através do relatório da UNESCO e como esta formação precisa estar centrada no princípio da integralidade, abarcado pelas ciências da saúde.
Conceituação
Até a primeira metade do século XX, apenas quatro categorias profissionais estavam formalmente habilitadas para o exercício de atividades na área de saúde.
Hoje, o Conselho Nacional de Saúde, através da Resolução 287/98, reconhece 14 diferentes carreiras de nível superior neste setor:
São elas:
Biomedicina, Biologia, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional.
Além destas, há ainda diversas profissões formais de nível médio que participam ativamente desta área de atuação. Todos estes profissionais, oriundos das demandas provenientes do desenvolvimento científico e tecnológico do setor, necessitam estabelecer estratégias e procedimentos para efetivar um trabalho em equipe de qualidade e com respeito ético entre si. 
A equipe multiprofissional é, sem dúvida, uma realidade necessária em todos os espaços cuja atenção em saúde busque melhorar a qualidade do atendimento e otimizar resultados terapêuticos.
Como administrar as relações entre os diversos profissionais que compõem esta equipe de modo democrático, homogêneo e cooperativo?
Tipos de Equipe
A base e o principal fundamento de uma atuação em equipe estão na colaboração de diferentes especialidades que apresentam conhecimentos e qualificações distintas. Estas diferenças, no entanto, precisam encontrar convergências que possibilitem uma atuação uniforme entre estes profissionais. Identificar a possibilidade destas convergências é uma tarefa que se inicia pelo próprio conceito que caracteriza a tipologia da atuação da equipe.
Existem equipes de diferentes nomenclaturas e que correspondem a diferentes modelos de relação também. As principais são as equipes:
Interdisciplinar / Transdisciplinar / Multidisciplinar
Intraprofissional / Intradisciplinar / Interprofissional
Interdisciplinar
A definição mais comum de equipe interdisciplinar é encontrada no livro “Urgências Psicológicas do Hospital”, uma coletânea de artigos organizada por Valdemar Augusto Angerami-Camon, em que é definida como “um grupo de profissionais, com formações diversificadas que atuam de maneira interdependente, inter-relacionando em um mesmo ambiente de trabalho, através de comunicação formal e informal”.
Ou seja, profissionais de diferentes formações que atuam em conjunto.
Multidisciplinar
A equipe multidisciplinar, por sua vez, caracteriza-se por um grupo de profissionais que atua de forma independente em um mesmo ambiente de trabalho, utilizando-se de comunicação informal. 
Portanto, o fato de haver diferentes profissionais de saúde atuando no mesmo ambiente, não necessariamente representa que estejam partilhando suas tarefas, constatações e responsabilidades com o objetivo de aprimorar o serviço.
Interdisciplinar X Multidisciplinar - Assim, a principal distinção está no fato de a equipe técnica compartilhar ou não objetivos e no modo como os seus componentes interagem ou não, de forma colaborativa, em suas atuações profissionais.  
Mais informações:
O trabalho em equipe
É importante entender que o trabalho em equipe não pressupõe eliminar especialidades, pois é exatamente esta diversidade técnica que possibilita o aprimoramento do conhecimento e a complementação dos diferentes modos de análises. Assim, diferentes profissionais realizam intervenções distintas e específicas, próprias de suas áreas de atuação, mas também realizam ações comuns, nas quais integram os saberes e as conclusões de suas ações particulares.
Desta forma, ações específicas e comuns, compõem o projeto assistencial construído pela equipe. Patricia Rosenfield (citada por Edson Perini em seu artigo “O indivíduo e o coletivo: alguns desafios da Epidemiologia e da Medicina Social”) define a interdisciplinaridade como “a possibilidade do trabalho conjunto na busca de soluções, respeitando-se as bases disciplinares específicas”.
Assim, esta se caracteriza por dois aspectos distintos, porém integrados: a manutenção das fronteiras dos saberes de cada especialidade e a atuação conjunta destes saberes. Estas trocas podem ocorrer apenas em alguns momentos da prática institucional. Ou seja, não necessariamente uma equipe interdisciplinar atua desta forma na totalidade de suas atividades.
Em determinados momentos, atuações podem ser isoladas, tipicamente características das equipes multidisciplinares. Isso não descaracteriza a equipe. O importante é que fiquem bem definidas as situações nas quais a equipe se integrará de modo interdisciplinar. A não definição precisa destes momentos pode acarretar conflitos e desestabilizar as relações entre os profissionais da equipe.
Atividade Proposta:
Equipe Multidisciplinar De Saúde Inicia Atendimento Na Penitenciária.
O secretário estadual da Justiça e Cidadania, Waney Vieira, e o secretário estadual da Saúde, Leocádio Vasconcelos, apresentaram na manhã desta quarta-feira (25/5/2011) a equipe multidisciplinar de profissionais de saúde que farão o atendimento médico aos reeducandos nas unidades prisionais do Estado. 
A equipe apresentada na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo é formada por um médico, um assistente social, um psicólogo, um enfermeiro, um dentista e quatro técnicos de enfermagem. 
O grupo trabalhará dentro das unidades prisionais e o atendimento fará parte do Plano Nacional de Atenção à Saúde, do sistema prisional do Ministério da Justiça, em parceria com o Ministério da Saúde. No Estado, o trabalho é formalizado entre a Sejuc e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).
Marque, dentre as opções abaixo, a resposta que melhor representa o sentido da sentença e justifique.
Ao lermos a notícia acima, podemos afirmar que:
A)  (    ) A equipe atuará em conjunto no tratamento dos internos, discutindo em suas diferentes especialidades uma perspectiva de atenção integral à saúde.
B)  (    ) A equipe atuará no mesmo ambiente de trabalho, atendendo aos internos, a princípio, sem que haja atuação conjunta dos profissionais, mantendo atendimentos independentes entre si.
Gabarito: B
Justificativa: O que caracteriza uma equipe multidisciplinar é a existência de profissionais de diferentes áreas da saúde atuando em um mesmo ambiente. Esta atuação, no entanto, se dá de modo independente. Uma atuação integral, onde os profissionais atuam em conjunto e de forma interdependente, é característica de uma equipe interdisciplinar.
Métodos para trabalho em equipe eficaz
Para que este trabalho em equipe funcione de modo ético e eficaz, três fatores devem ser abordados:
Capacitação Profissional, Interface do trabalho dos profissionais e Autonomia dos profissionais - Seguindo estes três preceitos, as equipes de assistência à saúde, em um enfoque interdisciplinar, definem de modo integrado suas noções de papéis, normas e valores para que possam funcionar de maneira uniforme e colaborativa, de modo que o resultado advindo dessa relação possa sempre implicar em benefícios para o paciente.  
Capacitação Profissional - A capacitação profissional se reporta a uma formação acadêmica de qualidade e de abordagem interdisciplinar.  
Os profissionais precisam aprender a trabalhar em equipe. Profissionais de saúde formadosem modelos não interdisciplinares tendem a ter uma perspectiva isolacionista de sua própria atuação, ou seja, atuam sobre o foco de suas especialidades sem perceber as correlações de sintomas com outras especialidades.
Caso percebam, simplesmente indicam ao paciente outro especialista para que este complemente o tratamento, mas sem qualquer tipo de interação entre as abordagens. A interface do trabalho dos profissionais implica no respeito às áreas de competências de cada profissional e na percepção da existência de áreas de atuação comuns.
É preciso compreender que a interdisciplinaridade não é igual à transdisciplinaridade.
Nesta segunda, como indica o prefixo “trans”, os saberes transcendem às especialidades e se integram em um único campo de conhecimento.
Edgar Morin, em seu livro Ciência com Consciência (1996), defende o conceito de transdisciplinaridade e compara à interdisciplinaridade à ONU, que atua de modo a preservar as fronteiras entre os saberes enquanto que a transdiciplinaridade eliminaria estas fronteiras. Na interdisciplinaridade, a atuação em conjunto não elimina as áreas de domínio de cada especialidade.
Ainda sob este mesmo aspecto, temos o terceiro preceito, a autonomia dos profissionais.
Como há o respeito às áreas de atuação, este também se estende além das competências técnicas ao controle de suas ações. Isto é, em uma equipe de atuação interdisciplinar, não há o comando de um profissional sobre a atuação de outro de diferente especialidade. Cada profissional é o responsável por sua ação e não há subordinação hierárquica no campo técnico entre os especialistas.
Texto Adicional:
Equipes Interdisciplinares
Um aspecto absolutamente necessário em equipes interdisciplinares, diz respeito ao fluxo de ações a serem executadas pela equipe. O trajeto executado na análise de cada caso pode não ou ser padronizado, mas é importante que seja definido logo no início do atendimento e, preferencialmente, com a anuência de toda a equipe. Assim, definido o fluxo das atuações, as sequências nos atendimentos ficam condicionadas exclusivamente a uma lógica técnica e não a uma hierarquia de avaliações prioritárias que indicam outras especialidades para atendimento, como se estas fossem análises secundárias ou complementares. O Sistema Único de Saúde (SUS) e a maioria dos planos de saúde ainda atuam equivocadamente de modo que determinadas áreas só possam atender pacientes previamente consultados e indicados por profissionais de outras especialidades. Mais comumente, médicos que obrigatoriamente precisam indicar tratamentos em determinadas especialidades da área de saúde, por exemplo, ou a seguradora não autoriza o atendimento. Não há motivo técnico para este procedimento.
Qualquer profissional da área de saúde pode atender em sua especialidade sem que, necessariamente, tenha havido um encaminhamento prévio por outro profissional de área distinta.
Para que a interdisciplinaridade não se constitua apenas em uma abstração epistemológica, um ideal filosófico ou em uma nomenclatura burocrática para que se transforme em um procedimento natural e solidário entre profissionais do setor de saúde, a UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization - Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura), em 1998, constituiu uma comissão formada por renomados educadores de várias nacionalidades, chamada Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI que foi presidida pelo francês Jacques Delors. Delors foi o organizador e autor de um importante relatório, produzido a partir das conclusões finais desta comissão e publicado no Brasil em 2000 sob o título de “Educação – um tesouro a descobrir.” (Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=14470)
Neste relatório é proposto um conjunto de saberes e habilidades a serem desenvolvidas que abrangem: atitudes de reflexão, espírito crítico, autocrítico e a capacidade de abstração. A prática de uma interdisciplinaridade consciente e ética depende fundamentalmente destas habilidades cognitivas. A interdisciplinaridade deve ocorrer a partir de realidades e ações concretas, no âmbito das práticas, dos cotidianos e das demandas de Atenção Integral em Saúde.
Assim, seja em relação aos indivíduos, às comunidades ou ao ambiente de trabalho, estas relações profissionais precisam se fundamentar intrinsecamente na ética pautada pelo princípio da Integralidade abarcado pelas ciências da saúde. Segundo o documento “Princípios e Conquistas do SUS” publicado em 2000 pelo Ministério da Saúde (Disponível em: bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sus_principios.pdf), este princípio diz que “...a atenção à saúde deve levar em consideração as necessidades específicas de pessoas ou grupos de pessoas, ainda que minoritários em relação ao total da população. Ou seja, a cada qual de acordo com suas necessidades, inclusive no que é pertinente aos níveis de complexidade diferenciados.” Em outras palavras, é preciso entender que as relações profissionais interdisciplinares objetivam sempre o paciente. A união das especialidades é, antes de tudo, uma ação voltada para a atenção integral à saúde.
1. A equipe multidisciplinar caracteriza-se por:
Parte superior do formulário
1) Um grupo de profissionais que atua de forma independente e em um mesmo ambiente de trabalho, utilizando-se de comunicações informais. 
2) Um grupo de profissionais, com formações diversificadas, que atua de maneira interdependente em um mesmo ambiente de trabalho, através de comunicações formais e informais. 
3) Um grupo de profissionais da mesma especialidade, que atua em diferentes fases dos processos de saúde e com intervenções variadas sobre cada caso. 
4) Um grupo de profissionais, com formações diversificadas, que atua em diferentes instituições de saúde e que se reúne para trocas de experiências e estudos. 
5) Um grupo de profissionais que atua de forma independente em diferentes ambientes de trabalho, utilizando-se de comunicações formais e informais. 
2. O preceito referente à interface do trabalho dos profissionais prega que:
Parte superior do formulário
1) Em uma equipe de atuação interdisciplinar, não deve haver o comando de um profissional sobre a atuação de outro de diferente especialidade. 
2) Há a necessidade de uma formação acadêmica de qualidade e de abordagem interdisciplinar para que os profissionais aprendam a trabalhar em equipe. 
3) Deve haver o respeito às áreas de competências de cada profissional e à anuência por parte dos profissionais de onde se localizam as áreas de atuação comuns. 
4) A atenção à saúde deve levar em consideração as necessidades específicas de pessoas ou grupos de pessoas, ainda que minoritários em relação ao total da população. 
5) Qualquer profissional da área de saúde pode atender em sua especialidade sem que, necessariamente, tenha havido um encaminhamento prévio por outro profissional de área distinta. 
3. O de fluxo de ações a serem executadas por uma equipe interdisciplinar, em relação ao paciente, deve ser definido:
Parte superior do formulário
1) no início do tratamento, de modo que as sequências nos atendimentos fiquem condicionadas exclusivamente a uma lógica técnica e não a uma hierarquia de avaliações prioritárias. 
2) no decorrer do tratamento, de modo que as sequências nos atendimentos possam ir sendo determinadas a partir das ocorrências e eventos que possam surgir. 
3) ao final do atendimento, de modo a que possa refletir o que de fato ocorreu no processo terapêutico. 
4) no início do tratamento, onde o médico especialista define quais profissionais de saúde precisam atender o paciente e em qual sequência. 
5) no decorrer do tratamento, em consequência da ordem de liberação das autorizações emitidas pela seguradora do paciente ou pelo SUS. Parte inferior do formulário
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