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Neuroanatomia – 3°P Luanny Santos @eu.lusantos 1 Filogênese e Embriologia do Sistema Nervoso Filogênese • Estuda a origem e a evolução do sistema nervoso (SN). Com o aparecimento dos seres vivos mais complexos, o SN foi se desenvolvendo para se adequar ao meio externo e interno. • SN primitivo: ser unicelular, a ameba, mesmo com pouca especialização, ela possui mecanismos que permitem a comunicação com o meio externo. Assim, quando algo toca sua parede ela responde a esse contato se afastando. A função básica do sistema nervoso primitivo era relacionar com o ambiente através de estruturas celulares com a capacidade de receber e responder aos estímulos. Características básicas do SN As 3 características básicas para o sistema ser caracterizado como sn, são: ● Irritabilidade: sensibilidade a um estímulo externo, permite à célula detectar mudanças do ambiente e reagir produzindo um impulso nervoso. ● Condutibilidade: condução do impulso nervoso (propagado no protoplasma da ameba). ● Contratilidade: resposta contrátil gerada pelo impulso nervoso nos músculos ou glândulas. Evolução das espécies Nas amebas, unicelulares, não há tecido, por isso os impulsos nervosos geram impactos levando um lado a se expandir e outro a se recuar (pseudópodes) respondendo ao estímulo com o afastamento da célula. Nas esponjas há uma célula muscular primitiva com sua região superior especializada em receber estímulos e sua parte inferior contrátil. Essa célula fica no epitélio ao redor dos orifícios de entrada de água. Nos seres mais evoluídos surgiram novas organelas que permitiram o desenvolvimento de novas características celulares. Isso gerou células capazes de receber, interpretar e gerar um movimento em resposta, porém um movimento não limitado a fuga (afastamento) como nos seres primitivos. Nos metazoários as células musculares passaram a se localizar mais profundamente, por esse motivo surgiu na superfície células especializadas em receber o estímulo e conduzi-lo até a célula muscular. O primeiro neurônio que apareceu nos celenterados é unipolar, ou seja, apenas um axônio e o sistema nervoso era difuso (rede de fibras nervosas que difundia o impulso nervoso em várias direções). A partir dos platelmintos e anelídeos o sistema nervoso difuso foi substituído por um sistema nervoso central. Essa mudança, permitiu a geração de uma resposta coordenada, propiciando uma movimentação sincronizada do corpo do animal Interiorização do sistema nervoso Devido a seleção natural as células nervosas da periferia passaram a se interiorizar como uma forma de proteção. Pois, o corpo celular na superfície estava muito sujeito a lesões e ao contrário dos axônios, o corpo celular não pode se regenerar. As células nervosas da periferia passaram a desenvolver estruturas capazes de transformar os estímulos externos em impulsos nervosos e transmiti-los ao SNC, os receptores. Além disso, desenvolveram diversos prolongamentos para se comunicarem com as células de respostas que estão localizadas mais internamente. Isso nos leva a um desenho característico de um neurônio. 2 Luanny Santos – Luannysantos19@gmail.com Neurônios fundamentais • Neurônio sensitivo/aferente: especializado em receber estímulos e conduzir os impulsos ao snc. Surgiu na superfície corporal (unipolar), com a evolução o corpo celular foi se interiorizando e formando prolongamentos para a superfície (bipolar). • Neurônio motor/eferente: conduz o impulso do centro até o efetuador (no caso músculos). O corpo celular surgiu e permaneceu dentro do sn, exceto os que inervam ml, mec e glândulas, esses estão nos gânglios viscerais (neurônios pós ganglionares do sna). Os que inervam os mee então dentro do snc, por exemplo no corno anterior da medula. → Nos mamíferos a resposta do neurônio aferente poderá ser duas: contração muscular ou secreção por uma glândula. • Neurônio de associação: o corpo surgiu no snc e aumentou a complexidade do sistema. Assim, a centralização e o aumento da quantidade de neurônios levaram a centralização e formaram o sistema suprasegmentar, tornando os seres mais especializados. Surgimento do neurônio associativo As minhocas são segmentadas e possuem o arco reflexo simples intra-segmentar, em que um neurônio aferente se comunica com um neurônio motor do gânglio. Como a minhoca é segmentada para que os segmentos tenham uma contração rítmica surgiu o neurônio de associação. Ele realiza a associação entre a chegada do estímulo e o neurônio motor, caracterizando o arco reflexo simples inter- segmentar. A centralização e o aumento da quantidade de neurônios associativos formam o sistema nervoso supra-segmentar que realiza conexões com todo o corpo, tornando os seres mais especializados. Além disso, a medula espinhal é segmentada, o que pode ser observado pela conexão de vários nervos espinhais. Em alguns momentos a parte aferente liga-se à parte eferente de outro segmento (inter-segmentar). Encefalização do sistema nervoso Aumento do encéfalo em seres superiores, aumentou a quantidade de conexões com áreas distantes ou próximas e permitiu o aparecimento de funções psíquicas superiores. Embriologia do sistema nervoso Os folhetos embrionários são: ectoderma, mesoderma e endoderma. Lembrar da ameba que ao ser tocada produz uma informação elétrica. Lodo, o SN tem origem no folheto mais superficial, o ectoderma. Ectoderma: é o folheto mais externo que origina epiderme, pele e anexos e o sistema nervoso. Etapas da embriogênese do SN 1º) espessamento do ectoderma: O ectoderma engrossa na sua parte central, acima da notocorda, de forma desigual e gradativa. O espessamento forma a placa neural. 2ª) modificação da placa neural: A placa neural fica mais espessa e sofre uma invaginação, o sulco neural. Esse sulco de aprofunda e forma a goteira neural. 3 Luanny Santos – Luannysantos19@gmail.com 3ª) formação do tubo neural O sulco aprofunda ainda mais aproximando as pontas da goteira neural, após a união dessas pontas temos um tubo, o tubo neural. 4ª) formação da goteira neural No contato entre o ectoderma e os lábios da goteira há o descolamento lateral, formando lâminas, a crista neural, que acompanha todo o tubo neural. Tubo neural: origina as estruturas do snc. Crista neural: snp (gânglios, nervos e terminações nervosas, medula da adrenal, melanócitos, células de schwann, células c da tireoide, paragânglios, odontoblastos, dura-máter e aracnóide, gânglios espinhais e células que migram e geram outras células em outros tecidos). O fechamento do tubo neural é lento nas extremidades, sobram 2 aberturas: neuróporo rostral (abertura do SNC no telencéfalo) e neuróporo caudal (canal central da medula). A medida que o tubo neural se fecha ele assume um desenho, em que as paredes são chamadas de lâminas, na parte superior são as lâminas alares (frente) e bazares (atrás) na luz do tubo, e lâmina do assoalho (parte inferior) e do teto (parte superior). O sulco limitante separa o SNC em duas porções, em que tudo a frente é motora e tudo que está atrás é sensitivo. ● Lâminas alares: formam os neurônios ligados à sensibilidade. ● Lâminas bazares: geram os neurônios ligados à motricidade. ● Sulco limitante: áreas mais próximas ao sulco estão relacionados a inervação visceral, já as partes mais afastadas inervam a parte somática muscular e receptores periféricos. ● Lâmina do teto: parte aberta do interior do cérebro, 3º e 4º ventrículo (originam plexos coróides que produzem líquor) e epêndima da tela coróide. ● Lâmina do assoalho: forma sulco que passa no assoalho do 4ª ventrículo que dará origem ao orifício central da medula no canalcentral da medula. Dilatações do tubo neural ➔ Parte cranial dilata-se e constitui o encéfalo primitivo: arquiencéfalo. ➔ Parte caudal permanece de calibre uniforme e origina a medula do embrião. O arquiencéfalo irá formar 3 vesículas: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Essas vesículas se abrirão (exceto o mesencéfalo), ● Prosencéfalo se abre em telencéfalo e em mesencéfalo (gera o tálamo, subtálamo, hipotálamo e epitálamo). Tem duas vesículas telencefálicas laterais e uma lâmina terminal. ● Rombencéfalo se abre em metaencéfalo (ponte, cerebelo e bulbo) e mielencéfalo (bulbo, medula). 4 Luanny Santos – Luannysantos19@gmail.com Cavidades do tubo neural Tais vesículas têm aberturas no seu meio interno, essa parte oca vai se diversificar de acordo com a sua localização. ● Diencéfalo: tem 4 divertículos: ● 2 laterais: vesículas ópticas (retina). ● Dorsal: glândula pineal. ● Ventral: neuro-hipófise. ● Medula primitiva: canal central da medula espinhal. ● Rombencéfalo: 4º ventrículo. ● Diencéfalo: 3º ventrículo. ● Telencéfalo: ventrículos laterais. ● Luz mesencéfalo: aqueduto cerebral. As vesículas telencefálicas laterais irão formar os ventrículos laterais que irão se unir ao 3º ventrículo, através dos forames interventriculares. O mesencéfalo permanece com sua luz estreita e esse assoalho comunica o 3º e 4º ventrículos, através do aqueduto cerebral. ➔ Todas essas cavidades são revestidas por epêndima, exceto o canal central da medula, que contém o líquor. Classificações do sistema nervoso • Anatômica: 1. Sn central: dentro do crânio e da coluna vertebral, encéfalo e medula espinhal. 2. Sn periférico: fora do sistema ou relaciona a parte externa com o snc, nervos cranianos e espinhais, gânglios (aglomerado de neurônios fora do snc) e terminações nervosas (motoras, sensitivas ou pós-ganglionares). Os gânglios podem ser sensitivos, motores ou motores viscerais. • Embriológica: Encéfalo primitivo → Telencéfalo: hemisférios cerebrais. → Diencéfalo: tálamo, subtálamo, hipotálamo, ventrículo, epitálamo etc. → Mesencéfalo → Metencéfalo: cerebelo e ponte. → Mielencéfalo: bulbo e medula espinhal. 5 Luanny Santos – Luannysantos19@gmail.com • Funcional • Sn da vida de relação ou somático: interação com o meio externo, estímulos visuais, táteis, auditivos, dor e temperatura, etc. - Aferente - Eferente • SN da vida vegetativa ou autônomo: comunicação com a inervação e controle das vísceras, como controle do batimento cardíaco, respiração, etc. - Aferente - Eferente (simpático e parassimpático) • Segmentação: Sn segmentado: não havia encefalização, nem córtex cerebral. Predomínio de substância branca. Toda parte possui conexão direta com os nervos (tronco encefálico e medula espinhal). Sn supra segmentar: centralização e encefalização com desenvolvimento do córtex cerebral. Aumento da quantidade de substância cinzenta no exterior (neurônios e células da glia). Cérebro e cerebelo. REFERÊNCIA: MACHADO, Angelo B. M. Neuroanatomia funcional. 2 ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2007.
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