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ARTIGO 73

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uma ação bactericida importantíssima no controle 
das colônias bacterianas, sobretudo dos Strepto-
coccus mutans, proporcionando, seguramente, be-
nefícios anticariogênicos.
Na tentativa de incorporar clorexidina aos sis-
temas de colagem de braquetes, faz-se necessária 
a avaliação da resistência adesiva dos sistemas tes-
GRÁFICO 1 - Médias e intervalos de confiança (95%) da resistência ao cisa-
lhamento (Mpa) de cada grupo.
GRÁFICO 2 - Padrão de descolagem dos grupos experimentais, através do 
Índice de Adesivo Remanescente (IAR).
16,4942
13,3511
11,5069
11,8937
16
100%
80%
60%
40%
20%
0%
14
12
10
8
6
7,92907
7,3263
15,2611
10,8349
grupos
grupos
escore 1escore 2escore 3
G1
G1
G2
G2
G3
G3
G4
G4
re
si
st
ên
ci
a 
(M
pa
)
Avaliação da resistência adesiva e do padrão de descolagem de diferentes sistemas de colagem de braquetes associados à clorexidina
R Dental Press Ortodon Ortop Facial 124 Maringá, v. 13, n. 4, p. 117-126, jul./ago. 2008
tados, pois os possíveis benefícios advindos dessa 
incorporação não poderão significar prejuízo na 
resistência adesiva da interface dente-braquete, 
sobretudo a níveis abaixo daqueles considerados 
clinicamente aceitáveis que, segundo Reynolds22
corresponderiam a, no mínimo, uma resistência de 
6 a 8 Megapascais (MPa). Estes dados estão em 
acordo com os de Osório et al.18
Na avaliação da resistência adesiva do presente 
estudo, optou-se pelo teste de cisalhamento de-
vido ao sentido das forças aplicadas clinicamente 
nos braquetes ortodônticos ser predominante-
mente de cisalhamento9 e, por conseguinte, à si-
milaridade desse ensaio com as forças que, clini-
camente, mais resultam em falhas na adesão de 
braquetes6,10,11,17,20,27. Além disso, segundo Cal 
Neto e Miguel7, nos anos de 1993 a 2002, o ensaio 
de cisalhamento foi utilizado em 84% dos estudos 
que testaram a resistência da força de adesão de 
sistemas de colagem de braquetes.
Observando-se os resultados obtidos nos gru-
pos que utilizaram o sistema Transbond XT, per-
cebeu-se que a associação do verniz Cervitec ao 
adesivo, na proporção 2:1, não afetou a resistência 
da colagem, conforme achados de Damon et al.8
e Bishara et al.5 Esses achados, também podem 
ser projetados para a associação do sistema de 
colagem Enlight com a clorexidina, pois o verniz 
Cervitec pré-misturado ao adesivo Ortho Solo, na 
proporção 2:1, também não interferiu na resistên-
cia adesiva do sistema de colagem. Portanto, a as-
sociação do verniz Cervitec ao sistema de colagem 
foi satisfatória, quanto à resistência adesiva, tanto 
para adesivos hidrofóbicos (Transbond XT) quan-
to para adesivos hidrofílicos (Ortho Solo).
A colagem ortodôntica pressupõe a firme união 
entre o esmalte dentário e a base de um acessório 
ortodôntico, tendo como agente de união o adesi-
vo. Portanto, as descolagens podem ocorrer devido 
a fraturas adesivas nas interfaces esmalte/adesivo 
ou acessório/adesivo; fraturas coesivas ocorridas 
no esmalte, no material adesivo ou no acessório; 
ou ainda uma combinação de fraturas adesivas e 
coesivas14. Não existe um consenso na literatura 
científica de qual seria a forma ideal do padrão de 
descolagem dos braquetes, entretanto parece ló-
gico afirmar que a prioridade é que a descolagem 
não proporcione quaisquer danos à superfície do 
esmalte dentário.
Analisando os grupos que utilizaram o siste-
ma Transbond XT (com ou sem verniz Cervitec), 
houve predominância do escore 3 do IAR (Gráf. 
2) e, portanto, de fraturas adesivas na interface 
adesivo/braquete. Por conseguinte, pôde-se afir-
mar que a associação do verniz Cervitec ao ade-
sivo Transbond XT, na proporção 2:1, não alterou 
o padrão predominante de descolagem, quando 
comparado ao seu respectivo grupo controle. Vale 
ressaltar, ainda, que nesses grupos, a possibilidade 
de fraturas de esmalte associadas às descolagens 
de braquetes está bastante reduzida, pois os re-
manescentes do adesivo permaneceram, em sua 
grande maioria, sobre a superfície dentária. Além 
disso, não houve ocorrência do padrão de descola-
gem escore 0 (nenhum remanescente de adesivo 
sobre o dente), portanto, ausência de falhas adesi-
vas na interface dente/adesivo, assegurando uma 
boa adesão do sistema Transbond XT à superfície 
dentária. 
Já os grupos que utilizaram o sistema de co-
lagem Enlight (com ou sem verniz Cervitec) de-
monstraram predominância do escore 2 do IAR 
(Gráf. 2) e, portanto, uma combinação de fratu-
ras adesivas e coesivas. Apesar de demonstrarem 
padrão de descolagem predominante distinto do 
sistema Transbond XT, pôde-se afirmar, também, 
que associação do verniz Cervitec ao adesivo Or-
tho Solo, na proporção 2:1, não alterou o padrão 
predominante de descolagem, quando comparado 
ao seu respectivo grupo controle. Nesses grupos, 
a possibilidade de fraturas de esmalte associadas 
às descolagens de braquetes é um pouco maior, 
quando comparada ao sistema Transbond XT, haja 
vista que parte da superfície do esmalte dentário 
apresentou-se isenta de adesivo remanescente e, 
portanto, exposta a maiores índices de fraturas 
RIBEIRO, J. L. O.; BEZERRA, R. B.; CAMPOS, E. J.; FREITAS, A. A.
R Dental Press Ortodon Ortop Facial 125 Maringá, v. 13, n. 4, p. 117-126, jul./ago. 2008
coesivas no esmalte que, por sua vez, apresentam 
uma correlação direta com a perda de sua integri-
dade no momento das descolagens. 
Portanto, diante desses resultados, ratifica-
se a possibilidade de incorporar, ao protocolo 
de colagem de braquetes, a utilização do verniz 
de clorexidina Cervitec, pré-misturado ao adesi-
vo, na proporção 2:1, na tentativa de propiciar o 
controle químico do biofilme dentário, auxiliando 
na proteção da unidade dentária frente aos riscos 
cariogênicos durante o tratamento ortodôntico 
com aparelhos fixos, sem prejuízo da resistência 
adesiva dos sistemas de colagem, tão importante 
para a resistência às forças ortodônticas e/ou mas-
tigatórias e, também, sem interferir no seu padrão 
predominante de descolagem.
CONCLUSÃO
A incorporação de clorexidina aos sistemas de 
colagem testados, através do verniz Cervitec (Ivo-
clar/Vivadent), pré-misturado ao adesivo, na pro-
porção 2:1, não influenciou na resistência adesiva 
ao cisalhamento nem no padrão de descolagem 
dos braquetes.
AGRADECIMENTOS
À FAPESB, pela concessão de bolsa para a rea-
lização da pesquisa.
À 3M/Unitek, pela concessão de parte dos ma-
teriais necessários para a realização da pesquisa.
Ao Prof. Dr. Paulo Vicente Rocha (UEFS), pela 
viabilização do teste de cisalhamento.
Enviado em: outubro de 2005
Revisado e aceito: março de 2006
Evaluation of the bond strength and debonding pattern of different bracket 
bonding systems associated with chlorhexidine
Abstract
Aim: The objective of this in vitro study was to evaluate the bond strength and the debonding pattern of different 
bracket bonding systems (Transbond XT System / 3M-Unitek and Enlight System / Ormco) whose respective adhe-
sives were pre-mixed with chlorhexidine varnish (Cervitec / Ivoclar-Vivadent). Methods: The sample used consisted 
of sixty human pre-molars extracted for orthodontic purposes, included in PVC cylinder and randomly divided in 
four experimental groups: group 1 – Transbond XT System according to the manufacturer’s instructions; group 2 
- Transbond XT System combined with chlorhexidine varnish; group 3 – Enlight System according to the manufac-
turer’s instructions; group 4 – Enlight System combined with chlorhexidine varnish. The bond strength evaluation 
was obtained through the shear bond strength test by EMIC universal test machine (0.5mm/minute); the debond-
ing pattern evaluation was obtained by STEMI 2000-C/Zeiss (20x) stereoscopic microscope through observation 
of the adhesive remnant index (ARI) on the tooth’s enamel surface after bracket debonding. Results: Between the 
experimental groups (groups 2 and 4) and the respective control groups (groups 1 and 3) there was no significant 
statistical difference (p < 0.05). Conclusions: The
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