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Caderno de Doutrina e Questões

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SEMANA 01 
 
 
 
 
 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
SEMANA 01/12 
 
 
AVISO IMPORTANTE 
O material será disponibilizado com os dados pessoais do participante, em área de acesso restrita. O 
compartilhamento indevido de materiais do RETA FINAL - DELEGADO PARAÍBA ensejará a interrupção 
imediata do serviço, bem como adoção das medidas cabíveis. 
 
Qual a duração do RETA FINAL - DELEGADO PARAÍBA? 
 
O RETA FINAL - DELEGADO PARAÍBA é dividida em 12 semanas. 
 
Qual o principal material da preparação e quando ele é enviado? 
 
O principal material da nossa preparação são os e-books divididos em metas com resumo da 
doutrina (resumos), questões sobre o tema, lei seca, informativos e súmulas. Este material será 
disponibilizado na nossa plataforma sempre aos finais de semana para que vocês possam utilizá-lo ao longo 
da semana. 
 
Quais materiais serão disponibilizados no RETA FINAL - DELEGADO PARAÍBA? 
 
1- Caderno de resumo da doutrina e questões - Este caderno é dividido em metas, que 
correspondem aos dias da semana em que o aluno deve cumprir. Ao final de cada meta, disponibilizamos os 
artigos relacionados ao tema bem como questões de concursos anteriores para treinamento (disponibilizado 
semanalmente); 
2- Caderno de Súmulas por assunto - Este caderno visa orientar nosso aluno, a partir de um 
cronograma, a realizar uma leitura das principais súmulas dos Tribunais Superiores (disponibilizado 
integralmente no início do curso); 
3- Caderno de Lei Seca - Compilamos as principais leis, que possuem grande incidência em 
concursos de Delegado de Polícia. Esse caderno visa, através de um cronograma elaborado por nossa equipe, 
organizar o estudo tão importante da lei seca (disponibilizados semanalmente). 
4- Caderno de Jurisprudência - Selecionamos os principais julgados mais recentes por matéria e 
tema para facilitar o seu estudo. Com o cronograma criado pela nossa equipe, você estudará os principais 
informativos de uma maneira constante e leve (disponibilizados semanalmente). 
 
Como eu devo me guiar com este material? 
 
Isto é bem intuitivo. Cada meta se refere a um dia da semana (Meta 1, Segunda-feira; Meta 2, 
terça-feira, etc). A meta 6 da semana (sábado) é reservada para a revisão da semana, através da leitura dos 
artigos indicados no início de cada meta. 
Acreditamos que o melhor método de estudo é a partir da edificação de uma base de 
conhecimento pautada no tripé doutrina – lei seca – jurisprudência, aliada à constante resolução de questões 
objetivas. 
Por isso, aconselhamos que se inicie o dia estudando o resumo do dia. No momento do estudo 
não tente resumir a matéria, pois nossos resumos diários já suprirão esta necessidade. O ideal é que tome 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
SEMANA 01/12 
 
 
notas inteligentes em post-its e façam grifos para o dia de revisão. Notas inteligente são aquelas que sem 
precisar esgotar o tema faz com que você relembre os principais pontos. A organização das suas anotações 
é crucial para sua aprovação. 
Atendendo sugestões, explicaremos melhor como vocês devem se guiar com esse material: 
Passamos a indicar no Caderno de Doutrina, antes de iniciar a meta, os artigos correspondentes, 
além dos dispositivos que reputamos mais relevantes e com maior probabilidade de estar na sua prova. 
A leitura desses dispositivos fará parte do ciclo de revisão semanal proposto pelo curso (leitura 
realizada aos sábados). 
Encerrado o estudo da doutrina passe para a resolução dos exercícios e súmulas selecionadas. 
Até aqui foi feito o mais importante. 
Após tudo isso, se sobrar tempo, é hora de ler a lei seca do caderno de leis. Essa tarefa de 
repetição de leitura de artigos não demandará muito tempo por dia e é essencial para a sua aprovação. 
Lembramos que os artigos indicados nos cadernos de Lei seca não correspondem à meta 
justamente para que vocês sempre leiam mais vezes a letra da lei, independentemente de ter estudado o 
tema ou não. 
Estamos abertos a críticas e sugestões. Este é um processo coletivo no qual a participação de 
vocês é fundamental para que a preparação para a prova seja potencializada. Evite a possibilidade de ter 
a sua posse impedida em razão compartilhamento ilegal e indevido do material do RETA FINAL - DELEGADO 
PARAÍBA sem autorização. 
Vamos Juntos! 
Equipe Dedicação Delta. 
 
 
Prezado(a) aluno(a), 
 
Caso possua alguma dúvida jurídica sobre o conteúdo disponibilizado no curso, pedimos que envie um e-
mail para nossa central de dúvidas: 
 
duvidas@dedicacaodelta.com.br 
 
 
mailto:duvidas@dedicacaodelta.com.br
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
SEMANA 01/12 
 
 
Sumário 
META 1 ................................................................................................................................................ 13 
DIREITO PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS .................................................................................... 13 
1. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS, OBJETO, FUNÇÕES E DIVISÕES DO DIREITO PENAL ................................... 14 
2. ENCICLOPÉDIA DAS CIÊNCIAS PENAIS ......................................................................................................... 20 
2.1 Direito Penal X Criminologia X Política Criminal ..................................................................................................... 20 
2.2 Seletividade - Criminalização Primária e Secundária (Zaffaroni) ............................................................................ 21 
3. DIREITO PENAL DO AUTOR E DIREITO PENAL DO FATO .............................................................................. 22 
4. GARANTISMO PENAL (FERRAJOLI) ............................................................................................................... 22 
4.1 Conceito ................................................................................................................................................................. 22 
4.2. Garantias primárias e secundárias ........................................................................................................................ 22 
4.3 Máximas do garantismo ......................................................................................................................................... 23 
5. DIREITO PENAL DO INIMIGO ....................................................................................................................... 24 
5.1 Velocidades do Direito Penal (Jesús-Maria Silva Sánchez) ..................................................................................... 25 
6. FONTES DO DIREITO PENAL ........................................................................................................................ 26 
7. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL: .................................................................................................................. 30 
7.1 Princípios Relacionados com a Missão Fundamental do Direito Penal .................................................................. 30 
7.1.1 Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos ........................................................................................... 30 
7.1.2 Princípio da Intervenção Mínima ..................................................................................................................... 31 
7.1.3 Princípio da Insignificância ou da Bagatela ...................................................................................................... 34 
7.2 Princípios Relacionados com o Fato do Agente ..................................................................................................... 48 
7.2.1 Princípio da Ofensividade/Lesividade .............................................................................................................. 49 
7.2.2 Princípio da Alteridade ....................................................................................................................................50 
7.2.3 Princípio da Exteriorização ou Materialização do Fato .................................................................................... 50 
7.2.4 Princípio Da Legalidade Estrita Ou Reserva Legal ............................................................................................ 50 
7.2.5 Princípio da Anterioridade ............................................................................................................................... 53 
7.2.6 Princípio da Vedação ao Bis In Idem ................................................................................................................ 53 
7.2.7 Princípio da Adequação Social ......................................................................................................................... 54 
7.3 Princípios Relacionados com o Agente do Fato ..................................................................................................... 55 
7.3.1 Princípio da Responsabilidade Pessoal / Da Pessoalidade / Da Intranscendência Da Pena ............................ 55 
7.3.2 Princípio da Responsabilidade Subjetiva ......................................................................................................... 56 
7.3.3 Princípio da Culpabilidade ............................................................................................................................... 56 
7.3.4 Princípio da Proporcionalidade ........................................................................................................................ 56 
7.3.5 Princípio da Limitação das Penas ou da Humanidade ..................................................................................... 57 
7.2.6 Princípio da Confiança ..................................................................................................................................... 57 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCA CESPE ................................................................................................ 59 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCAS DIVERSAS ........................................................................................ 63 
 
DIREITO PENAL: A LEI PENAL E SUA APLICAÇÃO .................................................................................... 74 
1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL ............................................................................................................................ 74 
1.1. Classificação das Leis Penais .................................................................................................................................. 74 
1.1.1 Leis Penais em Branco ..................................................................................................................................... 75 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
SEMANA 01/12 
 
 
1.2 Características da Lei Penal .................................................................................................................................... 77 
2. LEI PENAL NO TEMPO .................................................................................................................................. 77 
3. LEI PENAL NO ESPAÇO ................................................................................................................................. 84 
3.1. Extraterritorialidade .............................................................................................................................................. 86 
3.2. Lugar Do Crime ...................................................................................................................................................... 89 
4. EFICÁCIA DA LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS (IMUNIDADES) ............................................................ 90 
4.1 Introdução .............................................................................................................................................................. 90 
4.2 Imunidades Diplomáticas ....................................................................................................................................... 90 
4.3 Imunidades Parlamentares .................................................................................................................................... 92 
5. EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA ...................................................................................................... 97 
6. CONTAGEM DO PRAZO E FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA ............................................................ 97 
7. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL ................................................................................................................... 98 
7.1 Espécies de Interpretação ...................................................................................................................................... 98 
7.2. Interpretação Extensiva X Interpretação Analógica X Analogia ............................................................................ 99 
8. CONFLITO APARENTE DE NORMAS (Cai muito!): ...................................................................................... 100 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCA CESPE .............................................................................................. 105 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCAS DIVERSAS ...................................................................................... 109 
 
META 2 .............................................................................................................................................. 117 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS ............................................................. 117 
1. PROCESSO PENAL CONSTITUCIONAL......................................................................................................... 118 
2. PRETENSÃO PUNITIVA ............................................................................................................................... 119 
3. SISTEMAS DO PROCESSO PENAL ............................................................................................................... 120 
4. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL ................................................................................. 124 
4.1 Princípios Constitucionais Explícitos..................................................................................................................... 124 
4.1.1 Princípio da Presunção da Inocência ............................................................................................................. 124 
4.1.2 Princípio da Igualdade Processual ou Paridade de Armas ............................................................................. 130 
4.1.3 Princípio da Ampla Defesa ............................................................................................................................. 130 
4.1.4 Princípio da Plenitude da Defesa ................................................................................................................... 134 
4.1.5 Princípio Do In Dubio Pro Reo:....................................................................................................................... 134 
4.1.6 Princípio do Contraditório ou Bilateralidade da Audiência ........................................................................... 135 
4.1.7 Princípio da Publicidade ................................................................................................................................. 136 
4.1.8 Princípio da Vedação das Provas Ilícitas ........................................................................................................ 138 
4.1.9 Princípio da Economia Processual, Celeridade Processual e Duração Razoável Do Processo ....................... 139 
4.1.10 Princípio do Devido Processo Legal ............................................................................................................. 139 
4.1.11 Juiz Imparcial/Natural ..................................................................................................................................139 
4.2 Princípios Constitucionais Implícitos .................................................................................................................... 141 
4.2.1 Princípio do Nemo Tenetur Se Detegere = Princípio De Que Ninguém Está Obrigado A Produzir Prova Contra 
Si Mesmo. ............................................................................................................................................................... 141 
4.2.2 Princípio da Iniciativa das Partes ................................................................................................................... 148 
4.2.3 Duplo Grau de Jurisdição ............................................................................................................................... 148 
4.2.4 Indisponibilidade da Ação Penal Pública....................................................................................................... 148 
4.2.5 Princípio da Oficialidade ................................................................................................................................ 148 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
SEMANA 01/12 
 
 
4.2.6 Princípio da Oficiosidade ............................................................................................................................... 148 
4.2.7 Princípio da Intranscendência ou Pessoalidade das Penas ............................................................................ 148 
5. OUTROS PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL .............................................................................................. 148 
5.1. Princípio da busca da verdade real ou material .................................................................................................. 148 
5.2 Princípio da oralidade ........................................................................................................................................... 148 
5.3 Indivisibilidade da Ação Penal Privada ................................................................................................................. 149 
5.4 Comunhão da Prova ............................................................................................................................................. 149 
5.5 Impulso Oficial ...................................................................................................................................................... 149 
6. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO, NO ESPAÇO E EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS .......................... 149 
6.1 Lei Processual no Tempo ...................................................................................................................................... 149 
6.2 Lei Processual no Espaço: ..................................................................................................................................... 151 
6.3 Lei Processual em Relação às Pessoas .................................................................................................................. 151 
7. INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL ........................................................................................... 155 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCA CESPE .............................................................................................. 157 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCAS DIVERSAS ...................................................................................... 161 
 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA .................................................... 169 
1. OBJETO DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ............................................................................................. 169 
2. NATUREZA JURÍDICA DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. ....................................................................... 169 
3. COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS DE QUALQUER NATUREZA .................................................................. 171 
4. QUEBRA DO SIGILO DE DADOS TELEFÔNICOS ....................................................................................... 172 
5. QUEBRA DE ERB ..................................................................................................................................... 173 
6. MOMENTO DE DECRETAÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA .......................................................... 177 
7. DA NECESSIDADE DE CONTRADITÓRIO. ................................................................................................. 178 
8. REQUISITOS PARA A INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA: ............................................................................. 179 
9. SIGILO PROFISSIONAL DO ADVOGADO .................................................................................................. 183 
10. ENCONTRO FORTUITO DE ELEMENTO PROBATÓRIO EM RELAÇÃO A OUTROS FATOS DELITUOSOS 
(SERENDIPIDADE): ......................................................................................................................................... 184 
11. PROCEDIMENTO DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA .......................................................................... 186 
11.1 Fundamentação da decisão judicial: .................................................................................................................. 186 
11.2. Duração da interceptação ................................................................................................................................. 187 
12. EXECUÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ................................................................................... 189 
13. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E AUTORIDADES COM FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ...... 191 
14. INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES AMBIENTAIS ............................................................................. 191 
14.1 Cláusula de Reserva de Jurisdição ...................................................................................................................... 194 
14.2 Captação Ambiental Clandestina e Figura Criminosa Respectiva ...................................................................... 195 
14.3 Causa de Ausência de Tipicidade........................................................................................................................ 195 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCA CESPE .............................................................................................. 198 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCAS DIVERSAS ...................................................................................... 201 
 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
SEMANA 01/12 
 
 
META 3 .............................................................................................................................................. 209 
DIREITO CONSTITUCIONAL: DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................. 209 
1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS .................................................................................................................. 210 
2. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................................................................. 213 
2.1 Direitos x Garantias x Remédios Constitucionais: ................................................................................................ 213 
2.2 Direitos Fundamentais x Direitos Humanos ......................................................................................................... 214 
2.3 Geração dos direitos fundamentais: .................................................................................................................... 215 
2.4 Características dos direitos fundamentais .................................................................................................... 219 
2.5 Dimensão dos Direitos Fundamentais .................................................................................................................. 220 
2.6 Desdobramentos da dimensão objetiva dos DF`s ................................................................................................221 
2.7 Direitos individuais implícitos e explícitos ............................................................................................................ 222 
2.9 Destinatários ........................................................................................................................................................ 223 
2.10 Os Direitos Fundamentais Na Constituição Federal De 1988 ............................................................................. 225 
2.10.1. Não taxatividade dos direitos fundamentais e tratados de direitos humanos ........................................... 225 
2.10.2. Hierarquia Dos Tratados Internacionais De Direitos Humanos .................................................................. 226 
2.11 Alguns direitos individuais – rol do art. 5º ......................................................................................................... 226 
3. DIREITOS SOCIAIS ...................................................................................................................................... 259 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCA CESPE .............................................................................................. 267 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCAS DIVERSAS ...................................................................................... 272 
 
META 4 .............................................................................................................................................. 283 
DIREITO ADMINISTRATIVO: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS ................................................................ 283 
1. ORIGEM, NATUREZA JURÍDICA E OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................ 283 
2. EVOLUÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................... 284 
3. INFLUÊNCIAS DO DIREITO ESTRANGEIRO .................................................................................................. 284 
4. CRITÉRIOS DA ADMINISTRAÇÃO: ............................................................................................................... 285 
4. SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO ................................................................................................................ 286 
4.1 Administração Pública Extroversa e Introversa .................................................................................................... 287 
4.2 Tendências atuais do Direito Administrativo ....................................................................................................... 288 
4.3 Transadministrativismo ........................................................................................................................................ 288 
5. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO..................................................................................................... 288 
5. INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO ...................................................................................... 290 
6. SISTEMAS DE CONTROLE DA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA ....................................................................... 291 
7. REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO ........................................................................................................ 291 
7.1 Princípios x Regras ................................................................................................................................................ 293 
7.2 Princípios Explícitos do Direito Administrativo .................................................................................................... 293 
8. PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................... 294 
8.1 Legalidade (Juridicidade) ...................................................................................................................................... 294 
8.2 Princípio Da Impessoalidade ................................................................................................................................ 296 
8.3 Princípio da Moralidade ....................................................................................................................................... 297 
8.4 Princípio da Publicidade ....................................................................................................................................... 299 
8.5 Princípio da Eficiência ........................................................................................................................................... 300 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
SEMANA 01/12 
 
 
9. OUTROS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS .................................................................................................. 301 
9.1 Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade .................................................................................................. 301 
9.2 Princípio da Supremacia do Interesse Público Sobre o Privado (Princípio da Finalidade Pública) ....................... 302 
9.3 Princípio da Autotutela ou Sindicabilidade .......................................................................................................... 302 
9.4 Princípio Da Continuidade Do Serviço Público ..................................................................................................... 305 
9.5 Princípio da Motivação ......................................................................................................................................... 309 
9.6 Princípio da Ampla Defesa e Contraditório .......................................................................................................... 311 
9.7 Princípio da Segurança Jurídica e Legítima Confiança .......................................................................................... 312 
9.8 Princípio da Intranscendência Subjetiva das Sanções .......................................................................................... 313 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCA CESPE .............................................................................................. 316 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCAS DIVERSAS ...................................................................................... 323 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO: ENTES DA ADMINISTRAÇÃO ..................................................................... 336 
1. PRINCÍPIOS INERENTES À ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA .................................................................... 337 
2. DESCENTRALIZAÇÃO X DESCONCENTRAÇÃO ............................................................................................ 337 
2.1 Espécies de Descentralização ............................................................................................................................... 339 
3. ÓRGÃOS PÚBLICOS .................................................................................................................................... 341 
3.1 Teorias Sobre os Órgãos ....................................................................................................................................... 345 
3.2 Criação e Extinção de Órgãos Públicos ................................................................................................................. 346 
3.3 Classificação dos Órgãos ...................................................................................................................................... 347 
4. DESCENTRALIZAÇÃO .................................................................................................................................. 350 
5. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ....................................................................................................................... 350 
5.1. Características .....................................................................................................................................................350 
5.2 Entes da Administração Indireta .......................................................................................................................... 352 
5.2.1 Autarquias ...................................................................................................................................................... 352 
5.2.2 Agências Reguladoras .................................................................................................................................... 361 
5.2.3 Agências Executivas ....................................................................................................................................... 367 
5.2.4 Fundações Públicas ................................................................................................................................... 368 
5.3 Empresas Estatais – (importante a leitura da Lei 13.303/2016) ....................................................................... 371 
6. ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR .............................................................................................................. 381 
6.1 Serviço Social Autônomo - Sistema “S” ............................................................................................................... 385 
6.2 Entidades ou Fundações de Apoio ....................................................................................................................... 387 
6.3 Organizações Sociais (OS) – Lei 9637/98 .............................................................................................................. 388 
6.4 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) – Lei 9790/99 ....................................................... 392 
7. NOVO MARCO REGULATÓRIO PARA AS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DA SOCIEDADE CIVIL – LEI 13.019/2014
 ....................................................................................................................................................................... 396 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCA CESPE .............................................................................................. 410 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCAS DIVERSAS ...................................................................................... 416 
 
META 5 .............................................................................................................................................. 424 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE ............................................................ 424 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 425 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
SEMANA 01/12 
 
 
2. BEM JURÍDICO TUTELADO ......................................................................................................................... 426 
3. CONCEITO .................................................................................................................................................. 427 
4. SUJEITO ATIVO DO DELITO ........................................................................................................................ 427 
5. SUJEITO PASSIVO ....................................................................................................................................... 429 
6. ELEMENTO SUBJETIVO .............................................................................................................................. 430 
7. DA AÇÃO PENAL ......................................................................................................................................... 433 
8. COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR OS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE ............................. 434 
9. DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO ................................................................................................................ 435 
10. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS ............................................................................................................ 438 
11. DAS SANÇÕES CÍVEIS E ADMINISTRATIVAS ............................................................................................. 440 
12. EFEITOS CIVIS DA ABSOLVIÇÃO PENAL .................................................................................................... 441 
13. DA PARCIAL INCONSTITUCIONALIDADE DA NORMA............................................................................... 442 
14. DOS CRIMES EM ESPÉCIE NA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE ................................................................ 444 
14.1 Decretar Medida de Privação de Liberdade em Desconformidade com a Lei – Art. 9, Caput ........................... 444 
14.2 Decretação de Condução Coercitiva Investigado Manifestamente Descabida ou sem Prévia Intimação de 
Comparecimento ao Juízo – Art. 10. .......................................................................................................................... 448 
14.3 Deixar Injustificadamente de Comunicar Prisão em Flagrante à Autoridade Judiciária no Prazo Legal ............ 450 
14.4 Constrangimento de Preso ou Detento – Art. 13. .............................................................................................. 455 
14.5 Constrangimento a depor de pessoa que deva guardar segredo ou resguardar sigilo em razão de função, 
ministério ou profissão, e figuras equiparadas – Art. 15 ........................................................................................... 458 
14.6 Omissão de identificação ou identificação falsa ao preso – Art. 16 ................................................................... 461 
14.7 Submissão de Preso a Interrogatório Policial Durante o Período de Repouso Noturno – Art. 18 ..................... 462 
14.8 Impedimento ou Retardamento do Envio de Pleito do Preso à Autoridade Judiciária Competente – Art. 19 .. 463 
14.9 Restrição, sem justa causa, da entrevista pessoal ou reservada com seu advogado ........................................ 465 
14.10 Manutenção de presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento ............................... 468 
14.11 Violação de Domicílio em um contexto de abuso de autoridade – Art. 22 ...................................................... 470 
14.12 Fraude processual especial em caso de abuso de autoridade – Art. 23 .......................................................... 475 
14.13 Constrangimento de funcionário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para 
tratamento pessoa morta – Art. 24 ............................................................................................................................ 478 
14.14 Obtenção de prova por meio manifestamente ilícito – Art. 25........................................................................ 479 
14.15 Requisição ou Instauração de Procedimento Investigatório sem quaisquer indícios – Art. 27 ....................... 481 
14.16 Divulgação de Gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida 
privada do investigado ou acusado ............................................................................................................................ 483 
14.17 Falsa Informação sobre Procedimento Judicial, Policial, Fiscal ou Administrativo – Art. 29............................ 485 
14.18 Deflagração de persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe 
inocente – Art. 30 ....................................................................................................................................................... 487 
14.19 Procrastinação Injustificada de Investigação em Prejuízo do Investigado ....................................................... 489 
14.20 Negativa de acesso aos autos de procedimento investigatório e de extração de cópias de documentos ...... 491 
14.21 Exigência de informação ou do cumprimentode obrigação sem expresso amparo legal ............................... 492 
14.22 Decretação da indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que extrapola exacerbadamente o valor 
estimado para a satisfação da dívida e subsequente negativa de correção do excesso............................................ 494 
14.23 Demora Demasiada e Injustificada no Exame de Processo de que Tenha Requerido Vista em Órgão Colegiado
 .................................................................................................................................................................................... 495 
14.24 Antecipação de Atribuição de Culpa por Meio de Comunicação, Inclusive Rede Social, Antes de Concluídas as 
Apurações e Formalizada a Acusação – Art. 38 .......................................................................................................... 496 
15. DEFESA OU RESPOSTA PRELIMINAR ........................................................................................................ 497 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
SEMANA 01/12 
 
 
16. VIOLAÇÃO DE DIREITOS E PRERROGATIVAS DO ADVOGADO ................................................................. 498 
17. VIGÊNCIA DA NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE .............................................................................. 498 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCA CESPE .............................................................................................. 500 
QUESTÕES PROPOSTAS – BANCAS DIVERSAS ...................................................................................... 501 
 
META 6 – REVISÃO SEMANAL ............................................................................................................. 505 
Direito Penal: Noções Iniciais E Princípios .................................................................................................................. 505 
Direito Penal: A Lei Penal E Sua Aplicação ................................................................................................................. 506 
Direito Processual Penal: Noções Iniciais E Princípios ................................................................................................ 507 
Legislação Penal Especial: Lei De Interceptação Telefônica ....................................................................................... 508 
Direito Constitucional: Direitos E Garantias Fundamentais ....................................................................................... 509 
Direito Administrativo: Noções Iniciais E Princípios ................................................................................................... 510 
Direito Administrativo: Entes Da Administração ........................................................................................................ 511 
Legislação Penal Especial: Lei De Abuso De Autoridade ............................................................................................ 513 
 
 
 
 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
SEMANA 01/12 
 
 
 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 01 
META DATA DIA ASSUNTO 
1 11/10 SEG 
DIREITO PENAL: Noções Iniciais e Princípios 
DIREITO PENAL: A Lei Penal e sua Aplicação 
2 12/10 TER 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: Noções Iniciais e Princípios 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Lei de Interceptação Telefônica 
3 13/10 QUA DIREITO CONSTITUCIONAL: Direitos e Garantias Fundamentais 
4 14/10 QUI 
DIREITO ADMINISTRATIVO: Noções Iniciais e Princípios 
DIREITO ADMINISTRATIVO: Entes da Administração 
5 15/10 SEX LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Lei de Abuso de Autoridade 
6 16,17/10 SÁB/DOM [Revisão Semanal] 
 
 
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sociais e marcar o @dedicacaodelta ! 
 
Vamos Juntos! 
 
 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
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13 
 
META 1 
 
DIREITO PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS 
 
E aí, pessoal! Vamos começar os estudos da melhor matéria do direito e que ainda é “carro chefe” 
em concurso para Delegado de Polícia? 
Para ajudá-los, a Equipe Dedicação Delta fez um raio X minucioso dos assuntos mais cobrados pelas 
bancas em geral, para que vocês fiquem de sirene ligada quando forem estudá-los. 
São eles: 
 
TEMAS Nº de questões e % de incidência 
Teoria do Crime 167 (21.92%) 
Crimes Contra o Patrimônio 119 (15.62%) 
Crimes contra a Pessoa 106 (13.91%) 
Crimes contra a Administração Pública 74 (9.71%) 
Das Penas 73 (9.58%) 
Lei Penal 62 (8.14%) 
Crimes contra a Dignidade Sexual 39 (5.12%) 
Extinção da Punibilidade 33 (4.33%) 
Conceitos, Objeto, Teorias e Evolução do Direito Penal 21 (2.76%) 
Princípios de Direito Penal 20 (2.62%) 
Crimes contra a Fé Pública 16 (2.10%) 
Ação Penal 11 (1.44%) 
Crimes contra a Paz Pública 9 (1.18%) 
Outros 12 (1,57%) 
- Total de questões analisadas: 762 (100%) 
 
Isso NÃO quer dizer que os demais temas podem ser ignorados, vez que as bancas inovam mais a cada dia! 
Representa apenas que tais assuntos merecem uma atenção especial, combinado? 
 
 
 
 
 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
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14 
 
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA 
CF/88 
⦁ Art. 5º, II 
⦁ Art. 5º, XLI, XLII, XLIII, XLIV, XLV e XLVII 
⦁ Art. 5º, XXXIX 
⦁ Art. 5º, §3º 
⦁ art. 7º, X 
⦁ Art. 22, I e §único 
⦁ art. 227, § 4º 
 
CP 
⦁ Art. 1º 
⦁ Art. 59 
⦁ Art. 71 
 
OUTROS DIPLOMAS LEGAIS 
⦁ Art. 8°, itens 2 e 5, CADH 
⦁ Art. 8º, item 4 do Pacto de São José da Costa Rica 
 
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER! 
 
⦁ Art. 5º, XLI, XLII, XLIII, XLIV, XLV e XLVII, CF/88 
⦁ Art. 5º, XXXIX, CF/88 
⦁ Art. 22, I e §único, CF/88 
⦁ Art. 1º, CP 
 
1. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS, OBJETO, FUNÇÕES E DIVISÕES DO DIREITO PENAL 
 
A) CONCEITO: 
 
Conjunto de normas que objetiva definir os crimes, proibindo ou impondo condutas, sob a ameaça 
de imposição de pena ou medida de segurança, e também a criar normas de aplicação geral. 
Segundo Cleber Masson (2017, p. 3) é “o conjunto de princípios e regras destinados a combater o 
crime e a contravenção penal, mediante a imposição de sanção penal”. 
Importa salientar que “sanção penal” é gênero, do qual são espécies as penas e as medidas de 
segurança. 
 
#CAIEMPROVA: Diz-se que a pena é a 1ª via do direito penal, a medida de segurança é a 2ª e a reparação do 
dano é a 3ª. 
 
É um ramo do Direito Público, vez que suas normas são indisponíveis, impostas e dirigidas a todas as 
pessoas. 
Além disso, o Estado é o titular do direito de punir e por isso sempre figura como sujeito passivo das 
infrações penais, ainda que de forma mediata. 
Ainda sobre o conceito de direito penal: 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
SEMANA 01/12 
15 
 
 
• Aspecto Formal: O direito penal é um conjunto de normas que qualifica certos comportamentos 
humanos como infrações penais, define os seus agentes e fixa as sanções as lhe serem aplicadas. 
• Aspecto Material: O Direito Penal refere-se a comportamentos considerados altamente reprováveis 
ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à própria conservação e 
progresso da sociedade. 
• Aspecto Sociológico: O direito penal é mais um instrumento do controle social de comportamentos 
desviados, visando a assegurar a necessária disciplina social. Em suma, sob aspecto dinâmico, o 
Direito Penal é mais um instrumento de controle social visando assegurar a necessária disciplina para 
a harmônica convivência dos membros da sociedade (TJ/PR). 
 
Aprofundando o enfoque sociológico 
 
 A manutenção da paz social demanda a existência de normas destinadas a estabelecer diretrizes 
(regras). 
 Quando violadas as regras de conduta, surge para o Estado o dever de aplicar sanções civis ou penais 
(infrações). 
 Nessa tarefa de controle social atuam vários ramos do Direito. 
 Quando a conduta atenta contra bens jurídicos especialmente tutelados, merece reação mais severa 
por parte do Estado, valendo-se do Direito Penal (soldado de reserva). 
 O que diferenciaa norma penal das demais é a espécie de consequência jurídica (pena privativa de 
liberdade). 
 
B) CARACTERÍSTICAS: 
 
De acordo com Cleber Masson (2017, p. 5), o Direito Penal é uma ciência cultural, normativa, 
valorativa, finalista, de natureza predominantemente sancionatória, e fragmentária. 
 
⦁ I – Ciência: Suas regras estão contidas em normas e princípios, que por sua vez, formam a dogmática 
jurídico-penal. 
⦁ II – Cultural: o Direito Penal é uma ciência do “dever ser”, ao contrário das ciências naturais, que 
cultuam o “ser”; 
⦁ III – Normativa: o objeto principal é o estudo da lei penal (Direito positivo); 
⦁ IV – Valorativa: sua aplicação não está pautada em regras matemáticas de certo ou errado, mas sim 
em uma escala de valores que são sopesados a partir de critérios e princípios próprios do Direito 
Penal. Dessa forma, esse ramo do direito valoriza hierarquicamente as suas normas; 
⦁ V – Finalista: o objetivo do direito penal é a proteção de bens jurídicos fundamentais, o que torna a 
sua missão prática, e não simplesmente teórica 
⦁ VI – Sancionatória: o Direito Penal é predominantemente sancionador porque não cria bens 
jurídicos, mas acrescenta proteção penal aos bens jurídicos disciplinados por outros ramos do 
Direito. No entanto, é possível que ele seja também constitutivo, quando protege interesses não 
regulados por outras áreas do Direito, como o uso indevido de drogas 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
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⦁ VII – Fragmentária: o Direito Penal não tutela todos os valores ou interesses, mas somente os mais 
importantes para a manutenção e o desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade. 
 
C) OBJETO DE PROTEÇÃO DO DIREITO PENAL: 
 
Bens Jurídicos penais: “é a coisa, o valor, o atributo espiritual ou intelectual cujo usufruto e gozo são 
reconhecidos como significativamente relevantes. Primeiro, para o efetivo desenvolvimento pessoal de seu 
titular e, depois e em consequência, para todo o corpo social, de que é exemplo o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado” (PACELLI, 2017, p. 61). O legislador seleciona os bens jurídicos a serem 
defendidos pelo Direito Penal. No entanto, NÃO se pode falar em discricionariedade ampla e irrestrita, pois 
os bens jurídicos mais importantes são tratados na Constituição. Logo, a Constituição possui a seguinte 
missão: 
⦁ Orienta o legislador, ao eleger valores considerados indispensáveis à manutenção da sociedade; 
⦁ Impede que o legislador viole direitos fundamentais atribuídos a toda pessoa humana (Visão 
Garantista Do Direito Penal). 
 
D) FUNÇÕES DO DIREITO PENAL: 
 
Na atualidade, a doutrina divide a missão do direito penal em duas, quais sejam: 
 
a) Missões mediatas: 
 
• Instrumento de Controle Social ou de preservação da paz pública (Papel intimidador) 
• Limitação ao poder de punir estatal ou Função de Garantia – garantia dos cidadãos contra o arbítrio 
estatal, vez que só podem ser punidos por atos previstos como infração penal e por pena também 
determinada em lei. 
 Para Franz Von Liszt “o Código Penal é a Magna Carta do delinquente”; 
 
Obs: Se, de um lado, o Estado controla o cidadão, impondo-lhe limites para a vida em sociedade, de outro 
lado, é necessário também limitar o seu próprio poder de controle, evitando a punição abusiva (evitando a 
hipertrofia da punição). 
 
b) Missão imediata: 
 
Aqui, é necessário lembrarmos do funcionalismo penal, que trará as duas correntes de mais destaque 
acerca do tema (anote esses nomes na testa): 
• Funcionalismo teleológico (moderado) – Claus Roxin (Predomina) 
 A missão do Direito Penal é a proteção dos bens jurídicos mais relevantes; 
 Se a proteção de determinado bem jurídico não é indispensável ao indivíduo e à manutenção 
da sociedade, não deve incidir o direito penal, mas outros ramos do direito; 
 Para Roxin, o Direito Penal não veio para trazer valores éticos, morais; 
 Ele entende que essa seria a função exclusiva; 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
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 É chamado teleológico porque busca a finalidade do direito penal. 
• Funcionalismo sistêmico (radical) – Günter Jakobs 
 A missão do Direito Penal é assegurar a vigência do sistema, protegendo o império da norma. 
 Ele discorda de Roxin por entender que, quando o indivíduo é punido pela infração penal 
praticada, o bem jurídico já foi violado, ou seja, não está protegido, não sendo esta, portanto, 
a função do direito penal. Sua função seria demonstrar que a norma continua vigorando e 
deve ser obedecida. 
 Assim, “o bem não deve ser representado como um objeto físico ou algo do gênero, e sim, 
como norma, como expectativa garantida”. (Direito Penal e Funcionalismo, 2005, p.33-34) 
 E ainda, entende ele que quem deliberada e reiteradamente viola a lei penal, de forma grave 
e duradoura, deve ser tratado como “não-cidadão”, como inimigo da sociedade, por não 
cumprir sua função no corpo social, não fazendo jus às garantias previstas pela norma a qual 
tal sujeito infringe. 
 Ao delinquente-cidadão, seria aplicado o direito penal do cidadão, ao passo que ao 
delinquente inimigo, seria aplicado o Direito Penal do Inimigo (tópico específico mais à 
frente) 
 
#APROFUNDANDO: Vamos a uma tabelinha com mais características das duas vertentes do 
funcionalismo para fixarmos as diferenças? 
 
FUNCIONALISMO PENAL 
 
FUNCIONALISMO 
TELEOLÓGICO 
(Características: Moderado, 
dualista, de política criminal 
ou racional teleológico) 
ROXIN 
 
 
• Finalidade do Direito Penal: proteção de bens 
jurídicos indispensáveis. Não veio para trazer 
valores éticos, morais. 
• Moderado: o direito penal tem limites impostos 
pelo próprio direito penal e demais ramos do 
direito. 
• Dualista: convive em harmonia com os demais 
ramos do Direito. Reconhece o sistema jurídico em 
geral. 
• De política criminal: aplica a lei de acordo com os 
anseios da sociedade. Se adapta à sociedade em que 
ele se insere. 
• Racional teleológico: movido pela razão e em busca 
de sua finalidade. 
 
 
FUNCIONALISMO SISTÊMICO 
(Características: 
Radical, monista e sistêmico) 
JAKOBS 
Direito Penal do Inimigo 
 
 
• Finalidade do Direito Penal: é a proteção das 
normas penais, assegurar o império da norma. É 
punir. Aplicar a lei. 
• A sociedade que deve se ajustar ao Direito Penal. 
• Para ele, o Direito Penal é: 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
SEMANA 01/12 
18 
 
- Radical: só reconhece os limites impostos por ele 
mesmo; 
- Monista: é um sistema próprio de regras e de 
valores que independe dos demais. 
- Sistêmico: é autônomo (independe dos demais 
ramos), autorreferente (todas as referências e 
conceitos que precisa busca do próprio direito 
penal) e se autoproduz. 
• Quem viola reiterada e deliberadamente a norma = 
não-cidadão / inimigo = não tem direitos. 
 
Outras funções do Direito Penal (Masson): 
• Função criadora ou modificadora de costumes. Disseminação ético-social de valores. Efeito 
“moralizador”. Visa garantir o mínimo ético que deve existir em toda coletividade; 
 É uma função educativa, que visa estimular os cidadãos a se conscientizarem e protegerem 
bens que ainda não foram tidos pela sociedade como fundamentais (ex: crimes contra o meio 
ambiente). 
 Esta função é bastante discutida, pelo fato de a doutrina divergir se o estado deveria ou não 
se utilizar do direito penal como meio de educação. Há quem entenda que tal objetivo deve 
ser alcançado pela interação social e não por coação. 
 
• Simbólica – não produz efeitos externos, mas somente na mente dos cidadãos e governantes, sendo 
uma função inerente a todas as leis, não apenas ao Direito Penal; 
 Enquanto os governados pensam que a contenção da criminalidade e as medidas necessárias 
para tanto estão sob o controle das autoridades, os governantes ficam com a sensação de 
terem feito algo e adiam a efetiva resolução do problema, retirando, ao longo do tempo, a 
credibilidade do direito penal. 
 Geralmente é manifestadapelo “direito penal do terror”, que se apresenta de duas formas: 
* Inflação legislativa (direito penal de emergência) – em que são criados tipos penais 
desnecessários para dar resposta a qualquer tipo de problema; 
* Hipertrofia do Direito Penal – aumentando desproporcional e injustificadamente as 
penas em casos pontuais, como se isso, por si só, fosse impedir a prática do crime. 
• Motivadora de comportamento conforme a norma – a ameaça de imposição de sanções motiva os 
indivíduos a se comportarem de acordo com a lei, para que não sofram suas penalidades; 
• Redução da violência estatal – pois, embora legítima e necessária, a pena não deixa de ser uma 
agressão ao indivíduo, devendo, portanto, restringir-se aos casos necessários e legais. 
• Promocional de transformação social – auxiliando em mudanças que garantirão a evolução da 
comunidade. 
 
B) CLASSIFICAÇÕES DO DIREITO PENAL: 
 
 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
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1. Direito Penal Fundamental (Primário): é o conjunto de normas e princípios do Direito Penal 
aplicáveis genericamente, inclusive às leis penais especiais. É composto pelas normas da Parte Geral 
do Código Penal e, excepcionalmente, algumas normas de amplo conteúdo previstas na Parte 
Especial, como os conceitos de domicílio (art. 150, §§4º e 5º) e funcionário público (art. 327); 
2. Direito Penal Complementar (Secundário): corresponde à legislação penal extravagante. 
 
3. Direito Penal Comum: é o conjunto de normas penais aplicável indistintamente a todas as pessoas, 
como o Código Penal; 
4. Direito Penal Especial: é o conjunto de normas penais aplicável apenas a pessoas determinadas que 
preencham certas condições legais. São exemplos o Código Penal Militar e o Decreto-lei nº 201/1967 
(crimes de responsabilidade dos prefeitos); 
 
5. Direito Penal Geral: é o conjunto de normas penais aplicáveis em todo o território nacional. Essas 
normas são produzidas privativamente pela União (art. 22, I, da CF); 
6. Direito Penal Local: é o conjunto de normas penais aplicáveis somente a determinada parte do 
território nacional. A existência dessas normas somente é possível se houver autorização da União 
por lei complementar para que os Estados legislem sobre questões específicas de Direito Penal (art. 
22, parágrafo único, da CF); 
 
7. Direito Penal Objetivo: é o conjunto de leis penais em vigor; 
8. Direito Penal Subjetivo: é o direito de punir (ius puniendi), que pertence exclusivamente ao Estado 
e nasce quando uma lei penal é violada; 
 
9. Direito Penal Substantivo: é o direito penal material, propriamente dito. É o que consta no Código 
Penal. 
10. Direito Penal Adjetivo: também chamado de “formal” (grave as nomenclaturas), é o direito 
processual penal. 
 
#SELIGA: Direito Penal de Intervenção 
 
Abordado por Hassemer. Segundo ele, o direito penal deve se preocupar apenas com os bens jurídicos 
individuais, tais como a vida, patrimônio, propriedade, etc., bem como de infrações penais que causem 
perigo concreto. 
Por outro lado, se o intuito da previsão da infração é proteger apenas bem jurídico difuso, coletivo ou de 
natureza abstrata, não deveria ser considerada uma infração penal. Deveria ser regulada por um sistema 
jurídico diverso, com sanções mais brandas que as do direito penal, sem risco de privação da liberdade do 
infrator, mas aplicadas também por uma autoridade judiciária, de forma mais célere e ampla, podendo ser 
até mais efetiva, para não tornar o direito penal inócuo e simbólico. Exemplo no BR: Lei 8429/92. 
Este seria o direito de intervenção. 
O direito de intervenção estaria acima do direito administrativo, mas abaixo do direito penal. 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
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Para o autor, de um lado, o Direito Penal, dada sua gravidade, não pode ser utilizado para a tutela de bens 
jurídicos difusos, coletivos, transindividuais etc. Lado outro, sabe-se que as autoridades administrativas não 
possuem a independência necessária para a aplicação das penalidades. Por isso, propõe o Direito de 
Intervenção. 
Há críticas acerca de tal posicionamento na doutrina, pela dúvida de como seria a legitimidade e como atuaria 
o direito de intervenção, bem como se tais sanções seriam suficientes para tutelar bens importantes que se 
caracterizam como coletivos, difusos ou de natureza abstrata. 
 
2. ENCICLOPÉDIA DAS CIÊNCIAS PENAIS 
 
O estudo do crime, do criminoso e da sanção penal é o objeto de várias ciências, tendo sido chamadas 
por José Cerezo Mir de “enciclopédia de ciências penais”. 
A doutrina não é uníssona acerca de quantas ou quais exatamente seriam elas, mas, para o nosso 
estudo, as mais importantes são a dogmática, a criminologia e a política criminal. 
 
I – DOGMÁTICA PENAL: tem por objetivo interpretar de forma sistemática o direito penal, entendendo o 
sentido das normas e aplicando-o de forma lógico-racional (não emocional). 
 
Obs.: Dogmática ≠ Dogmatismo: Dogmatismo é a aceitação cega de verdades tidas como absolutas e 
imutáveis (deve ser desprezado). Se opõe à ideia de ciência, que admite flexibilização, na qual estaria 
enquadrada a dogmática. 
 
II – CRIMINOLOGIA: A criminologia, de acordo com Luiz Flávio Gomes e Antônio Molina, é uma ciência 
empírica (estuda o que “é”, ao contrário do direito penal, que estuda o que “deve ser” – caracterizando-se 
como uma ciência valorativa e normativa) e interdisciplinar (observa diversos fatores: econômicos, políticos, 
sociais, religiosos etc), a qual estuda o crime, a vítima, o criminoso e o controle social. Suas constatações se 
dão a partir da observação daquilo que acontece na realidade social, na experiência. 
 
 Ps.: Gravando as palavras-chave sobre as características da criminologia, que são diversas das do 
direito penal, vocês já matam várias questões! 
 
III – POLÍTICA CRIMINAL: trabalha com estratégias e mecanismos de controle social da criminalidade, para 
que os bens jurídicos relevantes sejam protegidos. Possui a característica de vanguarda, pois orienta a criação 
e a reforma das leis, a partir de uma análise crítica acerca destas estarem ou não cumprindo os fins a que se 
propõem, considerando dados obtidos por outros ramos (como a criminologia). 
Funciona como “filtro” entre a letra fria da lei e a realidade social. Revela as leis que “pegam” e as que não. 
 
2.1 Direito Penal X Criminologia X Política Criminal 
 
O ponto mais cobrado desse tópico é, sem dúvidas, a diferença entre direito penal, criminologia e 
política criminal. 
 
RETA FINAL 
 
DELEGADO PARAÍBA 
 
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21 
 
DIREITO PENAL CRIMINOLOGIA POLÍTICA CRIMINAL 
Ciência normativa e valorativa, que 
analisa os fatos humanos 
indesejados e define quais devem 
ser tipificados como crime ou 
contravenção. 
Ciência empírica e 
interdisciplinar, que estuda o 
crime, o criminoso, a vítima e o 
controle social. 
Trabalha as estratégias e meios 
de controle social da 
criminalidade. 
Ocupa-se do crime enquanto 
norma. 
Ocupa-se do crime enquanto 
fato. 
Ocupa-se do crime enquanto 
valor. 
Ex: Define o crime de roubo. 
Ex: Quais fatores contribuem 
para o crime de roubo. 
Ex: Estuda como diminuir os 
casos de roubo. 
 
* #NÃOCUSTALEMBRAR: 
Vitimologia: é o estudo da vítima em seus diversos planos. Inicialmente, a análise era quanto às formas de 
contribuição da vítima para a prática dos crimes. Modernamente, tal estudo preocupa-se também com a 
proteção destas no momento posterior à prática do crime, como por exemplo com a sua reinserção na 
sociedade. No direito brasileiro, temos o exemplo da composição dos danos civis (art. 74, parágrafo único, 
Lei 9.099/95) #TERCEIRAVIA 
Ademais, uma das circunstâncias judiciais que deve ser considerada na fixação da pena base é o 
comportamento da vítima (art. 59, CP). 
 
2.2 Seletividade - Criminalização Primária e Secundária (Zaffaroni) 
 
Sobre a seletividade, define Zaffaroni: 
 
“Ao menos em boa medida, o sistemapenal seleciona pessoas ou ações, como 
também criminaliza certas pessoas segundo sua classe e posição social. [...] Há 
uma clara demonstração de que não somos todos igualmente ‘vulneráveis’ ao 
sistema penal, que costuma orientar-se por ‘estereótipos’ que recolhem os 
caracteres dos setores marginalizados e humildes, que a criminalização gera 
fenômeno de rejeição do etiquetado como também daquele que se solidariza ou 
contata com ele, de forma que a segregação se mantém na sociedade livre. A 
posterior perseguição por parte das autoridades com rol de suspeitos 
permanentes, incrementa a estigmatização social do criminalizado 
(ZAFFARONI;PIERANGELI, 2011, p. 73).” (Guarda relação com o movimento do 
labeling approach / teoria da reação social / da rotulação social / do etiquetamento 
social – tema que deve ser estudado de modo mais aprofundado na matéria de 
criminologia.) 
 
Nesse contexto, o processo de criminalização pode ser dividido em dois: 
 
a) Criminalização primária: É a elaboração e sanção das leis penais, introduzindo formalmente no 
ordenamento jurídico a tipificação de determinadas condutas. 
b) Criminalização secundária: É a ação punitiva que recai sobre pessoas concretas. Quando recai sobre 
o indivíduo a persecução penal após ser a ele atribuída a prática de um ato primariamente 
criminalizado. É praticada pela Polícia e Poder Judiciário. 
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* ATENÇÃO: Além do momento da elaboração e aplicação da norma, a seletividade também vai se 
mostrar presente no momento da execução da pena. 
 
#SELIGA: Você sabe o que é Direito Penal Subterrâneo e Direito Penal Paralelo? Referem-se aos sistemas 
penais paralelos e subterrâneos. 
De acordo com Zaffaroni, “sistema penal é o conjunto das agências que operam a criminalização primária e 
a criminalização secundária ou que convergem na sua produção”. 
 
Direito Penal Paralelo: Como o sistema penal formal do Estado não obtêm êxito em grande parte da 
aplicação e exercício do poder punitivo, outras agências apropriam-se desse espaço e o exercem de modo 
paralelo ao estado (criando sistemas penais paralelos). Ex.: médico que aprisiona doentes mentais; 
institucionalização pelas autoridades assistenciais dos morados de rua etc). 
 
Direito Penal Subterrâneo: ocorre quando as instituições oficiais atuam com poder punitivo ilegal, 
acarretando abuso de poder. Ex.: institucionalização de pena de morte (execução sem processo), 
desaparecimentos, torturas, extradições mediante sequestro, grupos especiais de inteligência que atuam 
fora da lei etc. 
 
3. DIREITO PENAL DO AUTOR E DIREITO PENAL DO FATO 
 
O Direito Penal do autor consiste na punição do indivíduo baseada em seus pensamentos, desejos e 
estilo de vida. Está atrelado ao Princípio da exteriorização ou materialização do fato, pelo qual o Estado só 
pode incriminar condutas humanas voluntárias (fatos). Assim, ninguém pode ser castigado por seus 
pensamentos, desejos ou meras cogitações ou estilo de vida. 
O ordenamento penal brasileiro adotou o Direito Penal do fato, mas que considera circunstâncias 
relacionadas ao autor, especificamente quando da análise da pena. Ex: art. 59 do CP; Reincidência. 
O princípio da exteriorização serviu para o legislador acabar com as infrações penais que 
desconsideravam esse mandamento. Ex: Mendicância (art. 60 L.C.P. – abolido), pois era direito penal do 
autor. 
 
4. GARANTISMO PENAL (FERRAJOLI) 
 
4.1 Conceito 
 
Para Ferrajoli, “o garantismo é entendido no sentido do ESTADO CONSTITUCIONAL DE DIREITO, isto 
é, aquele conjunto de vínculos e de regras racionais impostos a todos os poderes na tutela dos direitos de 
todos, representa o único remédio para os poderes selvagens”. 
 
4.2. Garantias primárias e secundárias 
 
O autor distingue as garantias em duas grandes classes: as garantias primárias e as garantias 
secundárias: 
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• Garantias primárias – limites e vínculos normativos: Consistem nas proibições e obrigações, formais 
e substanciais, impostos na tutela dos direitos, ao exercício de qualquer poder; 
• Garantias secundárias – diversas formas de reparação: Subsequentes às violações das garantias 
primárias, diz respeito à anulabilidade dos atos inválidos e a responsabilidade pelos atos ilícitos. 
- Ex: a CF prevê como garantia primária que não haverá pena de banimento. O legislador não a 
observa e comina tal pena a determinado crime. Neste caso, será utilizado o controle de 
constitucionalidade, previsto na própria constituição como garantia secundária, julgando o ato nulo. 
 
* ATENÇÃO: Para o garantismo de Ferrajoli, o juiz não é um mero aplicador da lei, um mero 
executor da vontade do legislador ordinário. Ele é, antes de tudo, o guardião de direitos fundamentais. 
 
4.3 Máximas do garantismo 
 
 Questão cobrada na 2ª fase do concurso para o cargo de Delegado do Estado do 
Mato Grosso do Sul em 2017 
 
• Nulla poena sine crimine: somente será possível a aplicação de pena quando houver, efetivamente, a 
prática de determinada infração penal; 
• Nullum crimen sine lege: a infração penal deverá sempre estar expressamente prevista na lei penal; 
• Nulla lex (poenalis) sine necessitate: a lei penal somente poderá proibir ou impor determinados 
comportamentos, sob a ameaça de sanção, se houver absoluta necessidade de proteger determinados 
bens, tidos como fundamentais ao nosso convívio em sociedade, (direito penal mínimo); 
• Nulla necessitas sine injuria: as condutas tipificadas na lei penal devem, obrigatoriamente, ultrapassar 
a sua pessoa, isto é, não poderão se restringir à sua esfera pessoa, à sua intimidade, ou ao seu 
particular modo de ser, somente havendo possibilidade de proibição de comportamentos quando 
estes vierem a atingir bens de terceiros; 
• Nulla injuria sine actione: as condutas tipificadas só podem ser exteriorizadas mediante a ação do 
agente, ou omissão, quando previsto em lei; 
• Nulla actio sine culpa: somente as ações culpáveis podem ser reprovadas; 
• Nulla culpa sine judicio: é necessário adoção de um sistema nitidamente acusatório, com a presença 
de um juiz imparcial e competente para o julgamento da causa; 
• Nullum judicium sine accusatione: o juiz que julga não pode ser responsável pela acusação; 
• Nulla accusatio sine probatione: fica a cargo do acusador todo o ônus probatório, que não poderá ser 
transferido para o acusado da prática de determinada infração penal; 
• Nulla accusatio sine defensione: deve ser assegurada ao acusado a ampla defesa, com todos os 
recursos a ela inerentes. 
 
#ATENÇÃO! Em que consiste o garantismo penal integral? 
O Direito penal deve se prestar a garantir não somente os direitos e garantias dos acusados, mas 
todos os direitos e deveres previstos na Constituição. Em que pese não se possa tolerar violações 
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arbitrárias e desproporcionais aos direitos daquele sob o qual recai o jus puniendi estatal, não se pode 
também deixar de proteger outros bens que também são juridicamente relevantes para a sociedade. 
Tudo isso deve passar pelo crivo da proporcionalidade. 
 
Desse modo, o garantismo divide-se em: 
a) Garantismo negativo: visa limitar a função punitiva do Estado, que deve ser aplicada 
estritamente aos casos necessários e em medida adequada, consistindo na proibição de excesso. 
b) Garantismo positivo: busca evitar a impunidade e garantir que os bens jurídicos relevantes à 
sociedade sejam efetivamente protegidos, caracterizando-se pela proibição da proteção insuficiente. 
Quando apenas o garantismo negativo é observado, surge o chamado “garantismo hiperbólico 
monocular” (grave este nome). Hiperbólico: por ser aplicado de modo desproporcional e exagerado. 
Monocular: por enxergar apenas um lado, opondo-se ao garantismo integral. 
 
5. DIREITO PENAL DO INIMIGO 
 
a) Conceito: Aquele que viola o sistemadeve ser considerado e tratado como inimigo. O delinquente, 
autor de determinados crimes, não é ou não deve ser considerado como cidadão, mas como um “cancro 
societário”, que deve ser extirpado (Munhoz Conde). 
Jakobs fomenta o Direito Penal do inimigo para o terrorista, traficante de drogas, de armas e de 
seres humanos e para os membros de organizações criminosas transnacionais (vide lei 12.850/2013). 
Destaque-se que nem todo criminoso é inimigo, apenas uma parcela reduzida de criminosos é que 
entra neste rol. 
 
b) Características do direito penal do inimigo: 
• Antecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios: O legislador é impaciente, não 
aguarda o início da execução para punir o agente); 
• É um direito penal prospectivo e não retrospectivo, na medida em que se pune o inimigo pelo o que 
ele poderá fazer, em razão do perigo que representa; 
• O inimigo não é visto como um sujeito de direitos, pois perdeu seu status de cidadão; 
• Pune-se o inimigo pela sua periculosidade e não pela sua culpabilidade, como é no direito penal 
comum; 
• Criação de tipos de mera conduta; 
• Previsão de crimes de perigo abstrato: normalmente, pode haver crimes de perigo abstrato, mas 
sem abusos, flexibilização o princípio da lesividade; 
• As garantias processuais aplicadas ao inimigo são relativizadas ou até mesmo suprimidas. 
• Flexibilização do Princípio da Legalidade: é a descrição vaga dos crimes e das penas. A descrição 
genérica de um crime permite a punição de mais condutas/comportamentos; 
• Inobservância dos Princípios da Ofensividade: relação com a criação de crimes de perigo abstrato) 
e da Exteriorização do Fato (relação com o direito penal do autor; 
• Preponderância do Direito Penal do autor: Flexibilização do princípio da exteriorização do fato; 
• Desproporcionalidade das penas; 
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• Surgimento das chamadas “leis de luta ou de combate”: Exemplo - Lei 8.072/90 e Lei 12.850/2013. 
Alguns doutrinadores sustentam que tais leis têm predicados de direito penal do inimigo; 
• Endurecimento da Execução Penal: O regime disciplinar diferenciado é um resquício do direito penal 
do inimigo; 
 
*ATENÇÃO: O Direito Penal do inimigo também é conhecido como a “terceira velocidade do Direito 
Penal”. Isto porque se aplica a pena de prisão e também por ser extremamente célere, já que suprime 
direitos e garantias. 
 
5.1 Velocidades do Direito Penal (Jesús-Maria Silva Sánchez) 
 
Segundo, Cleber Masson (2017, p. 111) a teoria das velocidades do direito penal “parte do 
pressuposto de que o Direito Penal, no interior de sua unidade substancial, contém dois grandes blocos, 
distintos, de ilícitos: o primeiro das infrações penais às quais são cominadas penas de prisão (direito penal 
nuclear), e o segundo, daqueles que se vinculam aos gêneros diversos de sanções penais (direito penal 
periférico)”. 
 
• Primeira velocidade: Direito Penal “da prisão”, aplicando-se penas privativas de liberdade como 
resposta aos crimes praticados, com a rígida observância das garantias constitucionais e processuais. 
Aplicada a delitos graves. 
• Segunda velocidade: Direito penal reparador. São aplicadas aqui penas alternativas à prisão, como 
restritivas de direitos ou pecuniárias, de forma mais rápida, sendo admissível, para tanto, uma 
flexibilização proporcional dos princípios e regras processuais. Aplicável a delitos de menor 
gravidade. 
 Foi tema da prova discursiva do concurso de Delegado do Espírito Santo em 2019! 
• Terceira velocidade: Novamente temos aqui a prisão por excelência. Contudo, difere-se da primeira 
por permitir a flexibilização e até a supressão de determinadas garantias. Aplicada aos delitos de 
maior gravidade. 
• Remete ao direto penal do inimigo, já explicado acima. 
• Também poderiam constituir exemplos a Lei de Crimes Hediondos e a Lei de Organizações Criminosas 
na legislação pátria. 
• Quarta velocidade: Neopunitivismo. Ligada ao direito internacional. É o processamento e 
julgamento pelo TPI de chefes de Estado que violarem tratados e convenções internacionais de tutela 
de Direitos Humanos e praticarem crimes de lesa-humanidade, de modo que, por esta razão, se 
tornarão réus perante o referido tribunal e terão, dentro do contexto, suas garantias penais e 
processuais penais diminuídas. 
• Quinta velocidade: hodiernamente, já se fala em Direito Penal de 5ª (quinta) velocidade, que trata 
de uma sociedade com maior assiduidade do controle policial, o Estado com a presença maciça de 
policiais na rua, no cenário onde o Direito Penal tem o escopo de responsabilizar os autores, diante 
da agressividade presente em nossa sociedade de relações complexas e, muitas vezes, (in) 
compreensíveis. #PERTINÊNCIATEMÁTICA 
 
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6. FONTES DO DIREITO PENAL 
 
 Foi tema de prova oral do concurso de Delegado de Polícia de Minas Gerais em 
2018 
 
São as formas pelas quais o direito penal é criado e, posteriormente, manifestado. 
 
a) Fonte Material: Diz respeito à criação do Direito Penal. Via de regra, é a União, art.22, I, da CF/88, pois 
“compete privativamente à União legislar sobre direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, 
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho”. 
*Atenção: O artigo 22, parágrafo único, CF/88, prevê que “Lei Complementar poderá autorizar os 
Estados a legislar sobre questões específicas relacionadas neste artigo”, o que permite entender que 
abarca, inclusive, o Direito Penal. Então podemos ter uma lei complementar autorizando o estado a legislar 
sobre questões específicas de direito penal. É chamada DELEGAÇÃO EM PRETO – pois essa lei 
complementar não pode delegar genericamente. Têm que ser pontos específicos/questões específicas. 
 
 Obs.: Medida provisória pode versar sobre direito penal? 
 R.: A EC 32/01 inseriu dispositivo expresso na CF/88 vedando a edição de medida provisória versando 
sobre direito penal. Até 2001 não existia regra expressa na CF/88 vedando a edição de medida provisória 
sobre matéria penal. Tanto que o próprio STF, antes dessa EC 32, apreciou o RE 254.818/PR – 2000, 
especificando que MP não poderia versar sobre direito penal, exceto se favorável ao réu. 
 
 Esse julgado (2000), anterior à EC 32/2001, que estabeleceu ser possível a edição de medida 
provisória quando favorável ao réu, subsistiria após a EC 32/01, considerando que, com essa EC, passou-se a 
vedar, de forma abstrata, a edição de medida provisória sobre matéria penal? 
 R.: A doutrina e a jurisprudência são pacíficas no sentido de que é possível a edição de medida 
provisória versando sobre direito penal quando favorável ao réu, de modo que o entendimento exarado no 
bojo do RE 254.818 subsistiria após a edição da EC 32/01. 
 
b) Fonte Formal: Diz respeito à aplicação do Direito Penal. Esse ponto varia um pouco de doutrinador para 
doutrinador. 
 
DOUTRINA CLÁSSICA DOUTRINA MODERNA 
Imediata: 
• Lei (Desdobramento do princípio da 
reserva legal, que prevê a criação de 
crime e cominação de penas como 
um monopólio da lei. Aqui, estamos 
falando em lei ordinária). 
Imediata: 
• Lei 
• Constituição Federal 
• Tratados Internacionais de Direitos Humanos 
• Jurisprudência 
• Princípios 
• Atos administrativos (complementos de normas 
penais em branco). 
 
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*Porém, até mesmo aqui, a única fonte formal que pode 
criar tipos penais e culminar penas é a lei (reserva legal). 
O restante é fonte não-incriminadora. 
Mediatas: 
• Costumes 
• Princípios gerais do Direito 
• *Alguns colocam atos 
administrativos. 
Mediatas: 
• Doutrina 
 Fonte informal: 
• Costumes 
 
i. Lei - É o único instrumento normativo capaz de criar infração penal e cominar sanção penal (única 
fonte formal imediata incriminadora). 
 
ii. Constituição Federal – Não cria infração penal e não comina sanção

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