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Módulo 23: DERMATOLOGIA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA-LTA MATHEUS BRAIANI RODRIGUES BRIANEZ MEDICINA UNIC TXXXII Leishmaniose Tegumentar Americana • Prevalente nos 4 continentes em excessão na Oceania • Presente em todos estados brasileiros • Epidêmica em alguns estados brasileiros Doença que atinge a pele de potencial desfigurante Causada pelo protozoário do gênero Leishmania • Não é transmissível de pessoa para pessoa. • Transmitido pelo mosquito da Subfamília Phlebotominae – gênero Lutzomyia • Sendo os vetores transmissores da Leishmaniose os mosquitos flebotomíneos conhecidos como mosquito-palha, tatuquira, birigui e outros. • Relatos desde o primeiro século d.C • Conhecida como ulcera de Balkh ou úlcera de Baghdad • Sendo prevalente na Europa (Portugal, espanha, frança, Itália, Grécia e Turquia) e na América (extremo sul dos EUA até o norte da argentina) tendo exceção no Chile e no Uruguai. OMS: • Relato em 88 países • Notificação é compulsória em apenas 32 deles • Doença subnotificada • 90% da doença está localizada em apenas 6 países: Irã, Arábia Saudita, Síria, Afeganistão, Brasil e Peru. A leishmaniose é uma antropozoonose de grande problema na saúde pública • É uma das 5 doenças infecto parasitárias endêmicas e de relevância mundial. • Doença negligenciada e subnotificada. • Apresenta uma incidência de 2 milhões de novos casos por ano no mundo. (2014) Brasil • Presente em todos estados • Relacionado ao processo predatório de colonização • Mato grosso tem o maior número de casos. (caráter endêmico) A LTA atinge o homem quando entra em contato com focos zoonóticos, áreas de desmatamento, extrativismo e expansão urbana. Atualmente há 14 espécies de LTA no MUNDO No Brasil tem 7 espécies: • 6 subgênero VIANNIA • 1 subgênero LEISHMANIA PRINCIPAIS TIPOS DE LTA AQUI NA AMÉRICA DO SUL Módulo 23: DERMATOLOGIA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA-LTA MATHEUS BRAIANI RODRIGUES BRIANEZ MEDICINA UNIC TXXXII CICLO DA DOENÇA Animais domésticos não transmitem Leishmaniose Cutânea – eles são hospedeiros acidentais Profilaxia canina: coleira de Scalibor (afasta o mosquito) MORFOLOGIA AMASTIGOTA: Forma que se encontra no tecido humano. PROMASTIGOTA: Forma encontrada no tecido animal Microscopia eletrônica AMASTIGOTAS Leishmania Viannia brasiziliensis Leishmania Leishmania amazonensis Leishmania Viannia guyanensis Módulo 23: DERMATOLOGIA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA-LTA MATHEUS BRAIANI RODRIGUES BRIANEZ MEDICINA UNIC TXXXII LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA AFETA: • TECIDO CUTÂNEO • TECIDO MUCOSO *NASOBUCOFARÍNGEO DEPENDE: • ESPÉCIE DE LEISHMÂNIA • FATORES IMUNOLÓGICOS É UMA DOENÇA POLIMORFA A forma cutânea vai se desenvolver em 95% na forma ULCEROSA, mas pode aparecer nas formas: eczematóide, impetigóide, vegetente, verrucosa, infiltrativa, nodular, tuberosa, lupóide etc LESÃO INICIAL: MÁCULA Surge entre 2 a 3 semanas Perdura por 1 ou 2 dias após a picada infectante. Evolução das lesões É comum nesses pacientes que vão ulcerar o surgimento de LINFADENOPATIA PRÓXIMO À LESÃO, podendo surgir antes, durante ou após o aparecimento da lesão. A úlcera é indolor e costuma aparecer em áreas de pele exposta. A lesão cutânea inicial é semelhante à uma foliculite sem pus. Depois que ela começou a ulcerar ela aparece com o fundo granulomatoso mas não vai haver pus Lesão ulcerada (inframandibular) acompanhada de cordão linfático e gânglio, percebido como “caroço não doloroso” Lesão ulcerada de bordas eritematosas e elevadas, fundo granuloso, que não doí e não melhora com os tratamentos comuns para feridas (não melhora com dexametasona, anti-inflamatório, neomicina). Mácula Pápula Úlcera Módulo 23: DERMATOLOGIA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA-LTA MATHEUS BRAIANI RODRIGUES BRIANEZ MEDICINA UNIC TXXXII Maior dificuldade de diagnóstico: INVOLUÇÃO ESPONTÂNEA DA FERIDA INICIAL (até os 30 dias) Ela não se cura, fase em que a leishmania vai migrar para outras partes do corpo. Primeiro ela começa a ulcerar e a mácula ta evoluindo, depois já tem os bordos elevados e o fundo granuloso e em seguida começa a regredir, começando a ficar mais seca, afundando a parte central e até a regeneração ficando uma hipercromia pós-inflamatória e ao centro não recuperação da melanina (pontos hipocrômicos). FORMA MUCOSA: • Pode ser secundária ou não à cutânea. • INFILTRAÇÃO, ULCERAÇÃO E DESTRUIÇÃO dos tecidos da cavidade nasal, faringe ou laringe. • Provoca perfurações do septo nasal e/ou do palato. Provoca a famosa Úlcera de baurú, Nariz de tapir, Ferida brava ou Botão do oriente. Lesão irreversível, destrói o septo nasal e desaba o nariz Maior contaminação por passeio em matas, ecoturismo e invasão do homem no espaço animal. Reservatórios silvestres da Leishmaniose: Rato do mato, tatu, coala, canguru, tamanduá bandeira, morcego, raposa e capivara. Ser humano é um hospedeiro acidental! Fatores de influência: • Degradação da natureza (desmatamento, criação de hidrelétricas etc) obrigam o parasita a aumentar o seu raio de circulação. • Expansão de áreas urbanas, fazendo o ser humano viver lado a lado com as áreas de mata. Definição de casos: (LEISHMANIOSE CUTÂNEA) SUSPEITO • Indivíduo com presença de úlcera cutânea com fundo granuloso e bordas infiltradas em moldura. • Todo indivíduo com presença de úlcera na mucosa nasal ou perda do septo nasal, podendo atingir lábios e boca. CONFIRMADO: Residência, procedência ou deslocamento em área endêmica associada à: (no mínimo um dos critérios) • Encontro do parasita nos exames parasitológicos diretos. • Intradermo Reação de Montenegro (IRM) POSITIVA OU Residencia, procedência ou deslocamento em área endêmica sem associação a outro critério, quando não há acesso a métodos de diagnóstico Módulo 23: DERMATOLOGIA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA-LTA MATHEUS BRAIANI RODRIGUES BRIANEZ MEDICINA UNIC TXXXII NAS FORMAS MUCOSAS: Considerar a presença de cicatrizes cutâneas anteriores como critério complementar para confirmação do diagnóstico. CLASSIFICAÇÃO LTA Outros agentes que atuam como agentes na LTA: • L. (V.) guyanensis • L (V.) lainsoni • L. (V.) shawi • L. (V.) lindenbergi • L. (V.) naiffi São agentes SOMENTE DE FORMA CUTÂNEA LOCALIZADA, de perfil imune celular bem equilibrado, o que lhe confere alto grau (~100%) de resolução com tratamento à base do antimonial pentavalente (Sb^) “antimoniato de meglutina”. Teste Montenegro vai estar positivo em resposta celular TH1, e no polo anérgico ele não vai responder bem por ter resposta humoral TH2. Isso porque o teste só vai ter uma boa resposta com células. Forma de resposta Th2 mais GRAVE, estando em todo organismo, de forma sistêmica, e tendo pior resposta medicamentosa! Infecção Inaparente: Apenas exames específicos mostrando contato com a Leishmania sem nenhuma lesão cutânea aparente ativa ou antiga. FORMA CUTÂNEA LOCALIZADA • L. Viannia • Padrão de resposta hiperérgica: Th1 • Uma única lesão ou mais de uma localizada na mesma área do corpo (pode ocorrer na região da picada ou nos pontos das picadas infectantes) • São geralmente lesões ulcerosas • Demonstram tendência de se curar espontaneamente. • Apresentam boa resposta ao tratamento • Pode-se acompanhar de linfadenopatia regional, linfangite ascendente ou ulceração de nódulos FORMA CUTÂNEA DISSEMINADA – L.Viannia • O parsita se dissemina pelo sangue ou via linfática • Lesõesnumerosas e distantes dos locais das picadas • Em geral são pequenas e ulceradas, mas podem ser de tamanhos diferentes • Costumam responder bem ao tratamento Módulo 23: DERMATOLOGIA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA-LTA MATHEUS BRAIANI RODRIGUES BRIANEZ MEDICINA UNIC TXXXII FORMA CUTÂNEA DIFUSA - L. Leishmaniose amazonenses • Manifestação de padrão anérgica – TH2 • Mais rara e mais grave • Inicio insidioso, com lesão única não responsiva ao tratamento. • Formação de placas infiltradas e múltiplas nodulações não-ulceradas em grande extensão cutânea • Polimorfismo • Tratamento difícil e ineficaz OUTRAS FORMAS • FORMA RECIDIVA CUTIS: evolui com cicatrização no centro da lesão de forma espontânea ou após tratamento mas mantem atividade nas bordas. Os parasitos são dificilmente encontrados. • FORMA MUSOCA PRIMÁRIA: Lesão causada pela picada do vetor diretamente na mucosa – labial ou genital • FORMA MUCOSA CONTÍGUA: Envolvimento da musoca em decorrência da expansão de uma lesão cutânea pré-existente • FORMA MUCOSA CONCOMITANTE: Aparecimento de lesão mucosa simultânea a lesão de pele • FORMA MUCOSA INDETERMINADA: Acometimento mucoso sem identificação da porta de entrada. Provavelmente sem manifestação clínica cutânea prévia • FORMA MUCOSA TARDIA: Aparecimento de lesão mucosa, anos após o surgimento da lesão cutânea DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 1) TESTE DE MONTENEGRO OU INTRADERMORREAÇÃO DE MONTENEGRO. 2) RASPADO DA LESÃO: Observação direta em microscópio ou “in-print”. 3) BIÓPSIA DA LESÃO: ANÁTOMO-PATOLÓGICO TESTE DE MONTENEGRO • Alta sensibilidade, facilidade de aplicação e baixo custo. • Se torna positivo em torno de dois meses após o início da lesão cutânea, indicando o estabelecimento de uma resposta imune celular (padrão TH1) • É útil, mas não confirma diagnóstico • A positividade significa que o indivíduo já foi sensibilizado, mas não necessariamente que seja portador da doença Pacientes podem não reagir ao teste: • Fase inicial da infecção – primeiros 30 dias • Imunodeprimidos • Forma anérgica (cutânea difusa sem resposta celular - Th2) • Quadros disseminados • Leishmaniose Visceral REALIZAÇÃO DO TESTE: • Antígeno: 0,1 ml em suspensão obtida de formas promastigotas mortas, clonadas de L. Leishmania amazonenses • Local: face posterior do antebraço – via ID • LEITURA: Após 48h • INTERPRETAÇÃO: Pela medida do MAIOR diâmetro do nódulo palpável • 0 a 4mm: NEGATIVO • >/= 5mm: POSITIVO Módulo 23: DERMATOLOGIA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA-LTA MATHEUS BRAIANI RODRIGUES BRIANEZ MEDICINA UNIC TXXXII COMPLICAÇÕES DA LTA • Infecções secundárias das lesões cutâneas; • Disfagia; • Disfonia • Comprometimento da mucosa DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL de LTA CUTÂNEA: • Úlceras traumáticas • Piodermites, • Úlceras vasculares • Úlcera tropical • Paracoccidioidomicose • Esporotricose • Cromomicose • Neoplasias cutâneas • Sífilis • TB cutânea MUCOSA: • Hanseníase virchowiana • Paracoccidioidomicose • Sífilis terciária • Neoplasias TRATAMENTO: FORMA CUTÂNEA: • ANTIMONIATO DE N-METIL-GLUCAMINA (apresentação: 1ml=81mg Sb+5) 10 a 20 mg/Sb+5/kg/dia EV lento ou IM, por 20 dias consecutivos • PENTAMIDINA: 4mg/kg, IM, a cada 2 dias, até completar no máximo 2g de dose total (aplicar após alimentação e fazer repouso em seguida) • ANFOTERICINA B: Iniciar 0,5mg/kg/dia – EV aumentando 1mg/kg em dias alternados (máximo de 50mg/dia), até atingir dose total de 1 a 1,5g FORMA MUCOSA: • ANTIMONIATO DE N-METIL-GLUCAMINA 20 mg/Sb+5/kg/dia por 30 dias consecutivos • PENTAMIDINA: 4mg/kg, IM, a cada 2 dias, até completar no máximo 2g de dose total (aplicar após alimentação e fazer repouso em seguida) • ANFOTERICINA B: Iniciar 0,5mg/kg/dia – EV aumentando 1mg/kg em dias alternados (máximo de 50mg/dia), até atingir dose total de 2g se possível OBS: ANFOTERICINA B é a primeira escolha pra pacientes acima de 50 anos, insuficientes renais, cardíacos ou hepáticos e gestantes de qualquer idade
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