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Infecção Genito-Urinária - Resumo Microbiologia Clínica

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Infecçã�
Genit�-Urinári�
Microbiota Habitual da Vagina de
acordo com a Faixa Etária:
● RN: estéril
● Após 24h nascimento: difteróides,
micrococos e estreptococos
não-hemolíticos
● Primeiros dias de vida: lactobacilos
● Primeiros meses de vida: enterobactérias
● Pré-puberdade: difteróides, estafilococos
e streptococcus (grupo viridans)
● Puberdade adulta: bactérias anaeróbias
(estreptococos e BGN), lactobacilos,
difteróides, microcos, streptococcus
coagulase-negativa, streptococcus
aureus, estreptococcus faecalis,
enterobacterias, estreptococos,
microaerófilos, micoplasma,
ureaplasma e leveduras (sem
filamentos)
● Pós-menopausa: difteroides
(bifidobacterium spp), raros
lactobacilos e enterobactérias
● Gravidez: anaeróbios, staphylococcus
coagulase-negativa e lactobacilos
Proteção Natural da Vagina:
. A vagina possui uma proteção natural,
promovida por uma população de bactérias do
grupo Lactobacillus Casei, que formam a
chamada Flora Vaginal
. Esses lactobacilos possuem a função de
converter a lactose e outros açúcares
simples presentes na região em ácido láctico
Considerações Gerais sobre Infecções
Vaginais:
. As infecções vaginais são causadas por
microorganismos, mas a pessoa pode tomar
as devidas precauções, como usar roupas
íntimas mais soltas e absorventes para reduzir
o risco de contrair infecções
. As infecções geralmente causam um
corrimento com coceira, vermelhidão e, às
vezes, ardência e desconforto
. O médico examina uma amostra de líquidos
da vagina ou do colo do útero para verificar se
os microrganismos que podem causar
infecções estão presentes
. O tratamento depende sempre da causa
. As infecções vaginais incluem:
➔ Vaginose bacteriana
➔ Vaginite por Trichomonas
➔ Candidíase (infecções fúngicas)
. Alguns quadros clínicos tornam a infecção
vaginal mais provável, como por exemplo:
● Redução de Acidez (pH aumentado) na Vagina:
quando ocorre a redução na acidez
vaginal, o número de bactérias
protetoras (lactobacilos) que
normalmente vivem na vagina diminui
e o número de bactérias que podem
causar infecção aumenta, às vezes
resultando em vaginose bacteriana
● Higiene Ruim: quando a área genital não
é mantida limpa, o número de
bactérias aumenta, fazendo com que
as infecções bacterianas sejam mais
prováveis
● Roupas Íntimas Apertadas e não Absorventes
esse tipo de roupa íntima retém a
umidade, que estimula o crescimento
de bactérias e fungos
● Lesão do Tecido: se os tecidos na pelve
forem danificados, as defesas naturais
do corpo ficaram enfraquecidas; os
danos podem resultar de tumores,
cirurgia, radioterapia ou anomalias
estruturais, como defeitos congênitos
ou fístulas; fístulas são ligações
anômalas entre órgãos, as quais
podem, por exemplo, permitir que o
conteúdo do intestino (que contém
bactérias) entre na vagina
● Irritação: a irritação dos tecidos
vaginais pode levar a rachaduras ou
feridas, que permitem o acesso de
bactérias e fungos á corrente
sanguínea
. Algumas causas específicas de infecções
vaginais são mais comuns entre certas faixas
etárias, como por exemplo:
● Crianças: em crianças, as infecções
vaginais são geralmente causadas por
bactérias do ânus. Essas bactérias
podem passar para a vagina quando a
menina, sobretudo aquelas com idade
entre dois e seis anos, se enxuga de
trás para frente ou não limpa
adequadamente a área genital após
evacuar. A manipulação da área
genital, especialmente se a menina
não lavar as mãos após evacuar,
também pode passar essas bactérias
para a vagina. A manipulação, muitas
vezes, é uma reação à coceira.
Colocar um objeto (por exemplo, um
brinquedo ou papel higiênico) na
vagina é outra causa comum de
infecções vaginais em crianças.
Abuso sexual é outra causa possível.
Doenças sexualmente transmissíveis,
incluindo aquelas que causam
infecções vaginais, podem ser
transmitidas durante o abuso sexual.
Enteróbios também podem causar
infecções vaginais. A criança pode ter
uma infecção vaginal quando
transportar bactérias do ânus para a
vagina, ao se limpar de trás para
frente
● Pessoas em Idade Fértil: tanto as
alterações hormonais logo antes e
durante a menstruação ou durante a
gestação como o uso frequente de
duchas, o uso de espermicidas e o
sêmen podem reduzir a acidez da
vagina. A acidez reduzida estimula o
crescimento de bactérias que
causam doenças. Deixar tampões
por muito tempo pode levar à
infecção, possivelmente porque
tampões proporcionam um ambiente
quente e úmido, no qual as bactérias
podem prosperar, podendo irritar a
vagina. Duchas muitas vezes podem
remover as bactérias normais,
protetoras da vagina, aumentando o
risco de infecção
● Pessoas após a Menopausa: após a
menopausa, a concentração de
estrogênio diminui. Como
consequência, os tecidos da vagina se
tornam mais finos, mais secos e mais
frágeis. É possível que surjam fendas
ou feridas que permitem o acesso de
bactérias ou fungos. Além disso,
ocorre uma redução da acidez na
vagina, o que aumenta o risco de
infecção. A mulher que tiver
incontinência urinária ou que estiver
confinada à cama pode ter dificuldade
em manter a área genital limpa. A
irritação da urina e das fezes pode
levar à infecção
● Pessoas de Todas as Idades: os quadros
clínicos que aumentam o risco de
contrair uma infecção vaginal em
qualquer idade incluem uma fístula
(conexão anormal) entre o intestino e
o trato genital, o que permite que
bactérias do intestino entrem no trato
genital e radioterapia pélvica ou
tumores pélvicos, que causam a
decomposição dos tecidos e, com
isso, prejudicam os processos
normais de defesa do organismo
contra infecções. Fora as infecções,
outros quadros clínicos causam até
30% dos casos de vaginite. Por
exemplo, a vaginite pode ser causada
por irritação ou hipersensibilidade a
sprays de higiene ou perfumes,
absorventes, sabão de roupa,
alvejantes, amaciantes, corantes de
tecido, fibras sintéticas, produtos
acrescentados à água do banho,
papel higiênico ou, ocasionalmente,
espermicidas, cremes ou lubrificantes
vaginais, preservativos de látex, anéis
vaginais ou diafragmas
Sintomas de Infecções Vaginais:
. Normalmente, as infecções vaginais causam
corrimento vaginal. Esse corrimento é
diferente de uma secreção normal, pois
costuma vir acompanhado de coceira,
vermelhidão e, às vezes, ardência ou
desconforto na região genital. O corrimento
pode ter cheiro de peixe. A aparência e a
quantidade de corrimento tendem a variar de
acordo com a causa
. A coceira pode interferir com o sono
. Algumas infecções podem tornar a relação
sexual dolorida e a micção dolorida e mais
frequente
. Raramente, as dobras de pele ao redor dos
ofícios vaginais e uretral ficam aderidas
Diagnóstico de Infecções Vaginais:
➔ Avaliação médica
➔ Exame e análise de amostras do
corrimento e/ou do líquido do colo do
útero
. Se a pessoa tiver um corrimento vaginal com
coceira, ou tiver outros sintomas vaginais, tais
como vermelhidão, ardência, desconforto ou
dor durante a relação sexual, deve consultar
um médico
. O histórico clínico também é muito
importante para o diagnóstico, assim como
exames físicos (como o exame pélvico, por
exemplo, em que há a verificação do útero e
ovários) e análises também são
. Em crianças com o diagnóstico de
Trichomonas deve-se atentar para que a
causa não tenha sido um abuso sexual
Prevenção de Infecções Vaginais:
. A prevenção inclui:
➔ Manter a área genital limpa e seca
para ajudar a prevenir infecções
(recomenda-se lavar todos os dias
com um sabonete neutro e sem
fragrância como, por exemplo,
sabonete de glicerina, e depois
enxaguar e secar completamente)
➔ Enxugar de frente para trás após
urinar ou evacuar impede que as
bactérias do ânus sejam levadas para
a vagina
➔ Ensinar bons hábitos de higiene para
as crianças desde cedo
➔ Vestir roupas soltas e absorventes,
como roupas íntimas de algodão ou
com forro de algodão, para permitir
que o ar circule e ajude a manter a
área genital seca
➔ Praticar sexo seguro e limitar o
número de parceiros sexuais
. Fazer duchas com frequência e usar duchas
medicamentosas não é recomendado. A
ducha pode remover bactériasnormais,
protetoras da vagina, e reduzir a acidez da
vagina, tornando mais prováveis as infecções,
como a doença inflamatória pélvica
Vaginose Bacteriana (VB):
. Vaginose bacteriana é a vaginite decorrente
de uma alteração complexa da flora
vaginal, com diminuição de lactobacilos e
supercrescimento de patógenos
anaeróbios
. Os sintomas incluem:
➔ Corrimento acinzentado e fino
➔ Odor de peixe
➔ Prurido, irritação, eritema e edema
podem ocorrer, porém, não são
comuns
. O diagnóstico clínico é por testes da
secreção vaginal. Para o diagnóstico de
vaginose bacteriana, 3 a 4 critérios devem
estar presentes, sendo eles:
➔ Corrimento acinzentado
➔ pH da secreção vagial superior a 4,5
➔ Odor de peixe no teste do cheiro
➔ Células indicadoras
→ Células Indicadoras: também conhecidas como
“clue cells”, são bactérias aderidas às células
epiteliais que às vezes obscurecem a margem
de tais células, elas são identificadas por
análise microscópica do material no exame
direto a fresco com soro fisiológico
. O diagnóstico laboratorial é feito utilizando
os critérios de Nugent Score, que baseia-se
principalmente na presença ou na ausência de
lactobacilos e estabelece claramente algumas
categorias, sendo elas:
➔ 0-3 de microbiota normal
➔ 4-6 de transição ou zona indeferida
➔ 7-10 de vaginose bacteriana
(completa perturbação do equilíbrio de
microrganismos normais na microflora vaginal)
. Para o diagnóstico laboratorial são
utilizados os exames de cultura, método de
Gram e testes de Papanicolaou
. Já o tratamento é feito com o uso de
Metronidazol oral ou tópico ou com o uso de
Clindamicina Tópica. Não é necessário fazer
o tratamento nos parceiros sexuais que são
assintomáticos
. A vaginose Bacteriana é a vaginite infecciosa
mais comum, a sua patogênese ainda não
está clara, mas envolve o crescimento
excessivo de múltiplos patógenos
bacterianos e a diminuição na flora vaginal
usualmente dominada por lactobacilos
. Geralmente, a flora vaginal acometida por
vaginose bacteriana possui:
➔ Uma abundante quantidade de
cocobacilos gram-negativos
compatíveis com Gardnerella
Vaginalis
➔ Uma abundante quantidade de bacilos
gram-negativos cursos com
características morfológicas de
Mobiluncus
. Os patógenos anaeróbios que apresentam
supercrescimento incluem:
➔ Prevotella spp
➔ Peptostreptococcus spp
➔ Gardnerelaa vaginailis (mais
comum)
➔ Mobiluncus spp
➔ Mycoplasma hominis
➔ Bacteroides sp
➔ Atopobium vaginae
➔ Megasphaera sp
➔ Leptotrichia sp
➔ Eggerthella sp
→ Os lactobacilos são suprimidos enquanto
ocorre um aumento das espécies
mencionadas acima!
. Esses patógenos aumentam as suas
concentrações de 10 para 100 vezes e
substituem os lactobacilos normalmente
protetores
. Os fatores de risco incluem as mesmas
doenças sexualmente transmissíveis
. Em mulheres que fazem sexo com mulheres,
o risco aumenta a medida que o número de
paceiros sexuais aumenta
. Entretanto, a vaginose bacteriana pode
ocorrer em mulheres virgens, e o tratamento
do parceiro não parece interferir na incidência
subsequente em mulheres heterossexuais
sexualmente ativas
. O uso de dispositivo intra uterino também
acaba se tornando um fator de risco
. A vaginose bacteriana parece aumentar o
risco de doença inflamatória pélvica,
endometrite pós parto e pós-aborto, infecção
da bainha vaginal pós-histerectomia,
corioamnionites, ruptura prematura de
membranas, trabalho de parto e parto
prematuros
Vaginite:
. A vaginite é uma inflamação infecciosa ou
não infecciosa da mucosa vaginal e ,as
vezes, da vulva
. Os sintomas são:
➔ Corrimento vaginal
➔ Irritação
➔ Prurido
➔ Eritema
. O diagnóstico é feito por meio de testes na
secreção vaginal, avaliação clínica e análise
do pH vaginal (amostras a fresco com soro
fisiológico ou com hidróxido de potássio -
KOH)
. Já o tratamento direciona-se a causa e a
qualquer sintoma grave
. As causa mais comuns da vaginite variam de
acordo com a idade do paciente
. Vulvite e vulvovaginite tem algumas das
mesmas causas
→ Vulvite: é a irritação da vulva
→ Vulvovaginite: é a irritação da vulva e da
vagina
(a vulvite e a vulvovaginite são inflamações da
parte externa do órgão genital - a vulva - ambas
são provocadas, principalmente, por diversos
micro-organismos)
. Algumas causas específicas da vaginite são
mais comuns entre certas faixas etárias, como
por exemplo:
● Crianças: em geral, a vaginite é
ocasionada por infecção pela flora
provinda do trato gastrintestinal
(vulvovaginite não específica). Os
fatores que contribuem para a doença
em meninas de 2 a 6 anos de idade
incluem higiene perineal inadequada
(como por exemplo, limpar de trás
para a frente após a evacuação; não
lavar as mãos após a evacuação;
mexer na região com os dedos,
principalmente como resposta ao
prurido). Produtos químicos na água
do banho de banheira ou sabões
podem causar inflamações. Corpos
estranhos, como o papel higiênico por
exemplo, podem causar vaginite não
específica com sangramento. Às
vezes, a vulvovaginite em crianças
decorre de infecção com patógeno
específico, sendo os principais os
estreptococos, estafilococos, candida
spp, e, ocasionalmente, lombriga.
Abuso sexual pode resultar em
doença sexualmente transmissível,
incluindo vagiite tricomonal, em
crianças
● Pessoas em Idade Reprodutiva: em pessoas
em idade fértil, a vaginite geralmente
é infecciosa. Os tipos mais comuns
são a vaginose bacteriana (causada
principalmente por Gardnerella
Vaginalis), vaginite por candida
(infecção por fungos na vagina e nos
tecidos da abertura da vagina) e
vaginite por trichomonas (doença
sexualmente transmissível, provocada
por uma parasita). Em mulheres em
idade reprodutiva, geralmente a flora
vaginal normal consiste
predominantemente em Lactobacillus
sp. A colonização por essa bactéria
mantém o pH vaginal dentro da
normalidade (3,8 a 4,2) e, por isso,
previne o supercrescimento de
bactérias e fungos patogênicos. Além
disso, os altos níveis de estrogênio
mantêm a espessura vaginal e
reforçam as defesas locais. A vaginite
também pode ser resultado de corpos
estranhos, como por exemplo
absorventes externos esquecidos na
vagina. A vaginite inflamatória, que
não é infecciosa, não é muito comum
● Pessoas em Pós-Menopausa: em mulheres
na menopausa, normalmente a
diminuição significativa de
estrogênio causa atrofia vaginal e
maior vulnerabilidade a infecções e
inflamações. Alguns tratamentos
(como por exemplo, ooforectomía,
irradiação pélvica, certos fármacos
quimioterápicos) também resultam em
perda de estrogênio. A diminuição de
estrogênio predispõe à vaginite
inflamatória (particularmente atrófica).
Alterações hormonais durante a
menopausa podem resultar em pH
vaginal mais alcalino, o que pode
predispor ao crescimento excessivo
de bactérias patogênicas vaginais. A
má higiene (p. ex., em pacientes
acamadas ou incontinentes) pode
causar inflamação crônica da vulva
pela irritação química por urina ou
fezes devido à infecção inespecífica
● Mulheres de Todas as Idades: em qualquer
idade, as condições que predispõem a
infecção vaginal ou vulvar incluem
fístulas entre o intestino e o trato
genital, que permitem que a flora
intestinal se dissemine pelo trato
genital e tumores ou radiações
pélvicas, que decompõem o tecido e,
assim, comprometem as defesas
normais do hospedeiro. A vulvite não
infecciosa é responsável por até 30%
dos casos de vulvovaginite. Pode
resultar de hipersensibilidade ou
reações irritativas a spray ou
perfumes para higiene intima,
absorventes íntimos, sabões de lavar
roupa, alvejantes, amaciantes,
corantes de tecido, fibras sintéticas,
aditivos para banho, papel higiênico
ou, algumas vezes, espermicidas,
lubrificantes ou cremes vaginais,
preservativos de látex, anéis de
contracepção vaginal ou diafragmas
Vaginite por Cândida:
. A vaginite por cândida é uma infecção
causada por Candida spp, geralmente C.
albicans
. A maioria das vaginites por fungos é
causada por C. albicans (candidíase), que
coloniza de 15 a 20% das mulheres não
gestantes e de 20 a 40% das gestantes
. Os fatores de risco de vaginite por candida
incluem:
➔ Diabetes➔ Uso de antibióticos de amplo espectro
ou corticóides
➔ Gestação
➔ Uso de roupas íntimas apertadas
➔ Imunocomprometimento
➔ Uso de DIU
. A vaginite por cândida não é comum em
mulheres na pós-menopausa, com exceção
das que fazem hormonioterapia sistêmica
. Os principais sinais e sintomas da vaginite
por cândida são:
➔ Prurido
➔ Queimação, irritação vaginal ou vulvar
(que podem piorar durante as
relações sexuais)
➔ Corrimento vaginal espesso,
esbranquiçado e parecido com queijo
cottage (se adere nas paredes
vaginais)
➔ Eritemas, edemas e escoriações são
comuns
. Os sinais e sintomas, geralmente, aumentam
na semana anterior a menstruação
. Mulheres com candidíase vulvovaginal
podem não ter corrimento, podem ter um
corrimento branco escasso ou então o
corrimento típico do tipo queijo cottage
. Infecção em parceiros do sexo masculino é
rara
. O diagnóstico da vaginite por cândida é
dado a partir da análise do pH vaginal e do
exame direto a fresco
. Existem critérios para o diagnóstico de
vaginite por cândida, sendo eles:
➔ Corrimento típico (corrimento vaginal
espesso, branco e semelhante a
queijo cottage)
➔ pH vaginal é <4,5
➔ Leveduras, pseudo-hifas ou micélios
visíveis em amostras a fresco,
especialmente com hidróxido de
potássio (KOH)
. O tratamento para este tipo de vaginite é
feito através da administração de fármacos
antifúngicos, como por exemplo o Fluconazol
oral (de dose única de preferência), evitar o
acúmulo de excesso de umidade também é
recomendado
Candidíase:
. A candidíase é a infecção causada por
Candida spp, mais frequentemente C.
albicans
. A candidíase é considerada o mesmo que
vaginite por cândida
. Ela manifesta-se por lesões mucocutâneas,
fungemia e, algumas vezes, infecção focal de
múltiplos locais
. Os sintomas dependem do local de infecção
e incluem:
➔ Disfagia
➔ Lesões cutâneas e de mucosa
➔ Cegueira
➔ Prurido
➔ Queimação e corrimentos vaginais
➔ Febre
➔ Choque
➔ Oligúria
➔ Insuficiência renal
➔ Coagulação intravascular disseminada
. O diagnóstico é confirmado por
histopatologia e culturas de locais
habitualmente estéreis. Alguns dos principais
exames utilizados para o diagnóstico são:
➔ Hemoculturas
➔ Testes séricos de betaglicana
➔ Painel T2 candida
. O tratamento, quando necessário, é feito
com o uso de fármacos como Anfotericina B,
Fluconazol, Equinocandinas, Voriconazol ou
Posaconazol
. Espécies de candida são organismos
comensais que habitam o trato
gastrintestinal e algumas vezes a pele
. Ao contrário de outras micoses sistêmicas, a
candidíase resulta de organismos
endógenos
. A maioria das infecções é provocada por:
➔ C. albicans (principal)
➔ C. glabrata (conhecida como
Torulopsis glabrata)
➔ C. krusei
➔ C. auris (difícil de identificar e de
tratar)
. Candida spp são responsáveis por cerca de
80% das principais infecções fúngicas
sistêmicas e são a causa mais comum de
infecções fúngicas em pacientes
imunocomprometidos
. A candidíase envolvendo a boca e o
esôfago é uma infecção oportunista definidora
de AIDS
. Como a resistência e transmissão de C. auris
em estabelecimentos de saúde tornaram-se
uma preocupação, foram instituídas
precauções especiais de controle de infecções
para pacientes colonizados ou infectados por
C. auris
→ Candidíase do Esofago: é uma infecção
oportunista definidora na aids. Embora a
candidíase mucocutânea esteja presente com
frequência em pacientes infectados pelo HIV a
disseminação hematogênica não é comum, a
menos que outros fatores de risco específicos
estejam presentes
→ Candidíase Oral: a candidíase oral assume
muitas formas, como a queilite angular e as
placas pseudomembranosas na mucosa oral,
que podem estar associadas a próteses ou
acometeram a língua e/ou a faringe
Candidíase Vaginal:
. A vagina é infectada por um fungo chamado
Candida, geralmente sendo a Candida
albicans, isso causa uma infecção fúngica
chamada de candidíase
. Estar grávida ou ter diabetes ou um sistema
imunológico enfraquecido aumenta o risco de
ter candidíase
. É possível haver coceira na vagina e na
vulva e, muitas vezes, a pessoa tem um
corrimento espesso, branco, semelhante ao
queijo cottage
. Se os sintomas sugerirem uma infecção
vaginal, o médico examina uma amostra do
corrimento ou do líquido do colo do útero e
talvez as envie para análise quanto à
presença de micro-organismos que causam
infecção
. As principais características clínicas da
candidíase vaginal são:
➔ Prurido
➔ Ardor
➔ Dispareunia (dor ao coito)
➔ Eliminação de um corrimento vaginal
em grumos, semelhante à nata do
leite
➔ A vulva e a vagina encontram-se
edemaciadas (inchadas) e
hiperemiadas (avermelhadas)
. Medicamentos antifúngicos, como cremes,
supositórios vaginais, comprimidos ou
cápsulas são eficazes
. A candidíase não é transmitida por
contato sexual
. A candidíase vaginal está mais propensa a
ocorrer em pessoas que:
➔ Estão grávidas
➔ Que possuem diabetes
➔ Que possuem um sistema
imunológico enfraquecido, suprimido
por medicamentos
➔ Que usam um dispositivo intrauterino
➔ Que usam roupas íntimas justas que
não deixam o ar circular
➔ Ques estão fazendo uso de
antibióticos
. As chances de ocorrer candidíase aumenta
um pouco antes da menstruação
. A candidíase é rara após a menopausa,
exceto em mulheres que tomam terapia
hormonal
. Os parceiros sexuais masculinos de
mulheres que estão com candidíase vaginal
raramente são infectados
Candidíase Uretral:
. A candidíase masculina corresponde ao
crescimento excessivo de fungos do
gênero Candida sp. no pênis, levando ao
aparecimento de sinais e sintomas indicativos
da infecção, como dor e vermelhidão local,
ligeiro inchaço e coceira
. A Candida sp. é um fungo naturalmente
presente na região genital e na pele de
homens e mulheres, no entanto como
consequência de alguma alteração no
sistema imune, principalmente, pode ter seu
crescimento favorecido, resultando na
candidíase
. Além de poder aparecer no pênis, a
candidíase no homem também pode aparecer
em outros locais do corpo, como entre os
dedos do pé, virilha e interior da boca
. Os principais sintomas da candidíase uretral
são:
➔ Hiperemia da glande e prepúcio
➔ Leves edemas (não muito comum)
➔ Dor e vermelhidão no local (lesões
puntiformes avermelhadas)
➔ Aparecimento de placas
avermelhadas e/ou esbranquiçadas
no pênis
➔ Ressecamento da pele
➔ Presença de secreção esbranquiçada
➔ Sensação de queimação ao urinar
➔ Coceira no local
. O diagnóstico da candidíase genital
masculina é confirmada pelo urologista a partir
da observação dos sinais e sintomas
apresentados pelo homem
Cervicite:
. Cervicite é uma inflamação infecciosa ou não
infecciosa da cérvice
→ Cérvice: é a parte interior estreitada do útero,
possui a forma de um cone e liga o útero a
vagina
. Cervicite aguda é geralmente causada por
uma infecção, já a cervicite crônica
normalmente não é causada por uma infecção
. A cervicite pode subir e causar endometrite e
doença inflamatória pélvica (DIP)
. As causas infecciosas da cervicite são:
➔ Chlamydia Trachomatis (sendo essa
a mais comum)
➔ Neisseria Gonorrhoeae
(ambas são sexualmente transmissíveis)
➔ Vírus do Herpes Simples (HSV)
➔ Trichomonas Vaginalis
➔ Mycoplasma Genitalium
. A cérvice também pode estar inflamada,
como parte da vaginite (como por exemplo a
vaginose bacteriana ou a tricomoníase)
. As causas não infecciosas da cervicite
incluem:
➔ Procedimentos ginecológicos
➔ Corpos estranhos (como dispositivos
contraceptivos de barreira)
➔ Produtos químicos (como em duchas
ou cremes contraceptivos)
➔ Alérgenos (como o látex)
. A cervicite pode não causar sintomas,
porém, os mais comuns são:
➔ Corrimento vaginal
➔ Sangramento Vaginal (entre os
períodos menstruais ou após o coito)
➔ Dispareunia, irritação vulvar e/ou
vaginal e/ou disúria (apenas em
algumas pessoas)
. Deve-se ficar atento pois alguns resultados
de exames podem incluir secreção purulenta
ou mucopurulenta, friabilidade cervical (como
por exemplo sangramentos depois de tocar a
cérvice com um cotonete), eritema e edema
cervicais
. O diagnóstico da cervicite é feito com a
análise dosachados clínicos e com testes
para vaginite e doenças sexualmente
transmissíveis
. Geralmente, é utilizado o tratamento
empírico para infecção por clamídia ou
gonorreia
● Infecção por Clamídia: utilização de
fármacos como Azitromicina
● Gonorreia: utilização de fármacos como
Ceftriaxona (dose única) juntamente
com Azitromicina
. Depois que a causa ou causas são
identificadas com base nos resultados de
testes microbiológicos, o tratamento
subsequente é ajustado em conformidade
. A cervicite aguda é, geralmente, causada
por uma doença sexualmente transmissível
e pode ser um presságio de DIP
Chlamydia Trachomatis:
. A Chlamydia trachomatis é uma bactéria
não usualmente corado por Gram, mas
determinada como Gram negativa por
conta de seu peptideoglicano fino
. É transmitida sexualmente, sendo a
principal causadora da clamidíase
. Esta bactéria vive obrigatoriamente
dentro da célula do hospedeiro por ser
incapaz de sintetizar ATP
. Possui intracelulares obrigatórios
. Sua virulência é basicamente:
➔ Adesinas
➔ Moléculas de superfície (MOMP)
. Possui duas formas, sendo elas:
● Forma Infecciosa: corpúsculo
elementar (CE)
● Forma não Infecciosa: corpúsculo
reticulado (CRs)
. As infecções por Chlamydia trachomatis são:
Principais Manifestações Clínicas e Agentes Etiológicos mais Comuns:
Coleta de Amostras do Tratogenital por Sítio e Espécime Clínico:

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