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- Índice Fundamental do Direito Legislação - Jurisprudência - Modelos - Questionários - Grades Lugar da Infração - Lugar do Crime - Art. 6º, Lugar do Crime - Aplicação da Lei Penal - CP - Código Penal - DL-002.848-1940 - Art. 6º, Lugar do Crime - Aplicação da Lei Penal Militar - Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-1969 - Local do Crime Processo Penal - determinação da competência: Art. 70 e 71, CPP Lugar do Crime "Uma vez esclarecido qual o território em que vigora a lei penal brasileira, cumpre investigar quando nele se deve considerar cometida a infração. Existem três teorias a respeito do lugar do crime: 1ª) Teoria da atividade: lugar do crime é o da ação ou omissão, sendo irrelevante o local da produção do resultado. 2ª) Teoria do resultado: lugar do crime é aquele em que foi produzido o resultado, sendo irrelevante o local da conduta. 3ª) Teoria da ubiqüidade ou mista: lugar do crime é tanto o da conduta quanto o do resultado. Será, portanto, o lugar onde se deu qualquer dos momentos do iter criminis. Essa teoria é também conhecida por teoria mista. Observe-se que os simples atos preparatórios não constituem objeto de cogitação para determinar o locus delicti, pois não são típicos. Teoria adotada a) No caso de um crime ser praticado em território nacional e o resultado ser produzido no estrangeiro (crimes a distância ou de espaço máximo): aplica-se a teoria da ubiqüidade, prevista no art. 62 do Código Penal, isto é, o foro competente será tanto o do lugar da ação ou omissão quanto o do local em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Assim, o foro competente será o do lugar em que foi praticado o último ato de execução no Brasil (CPP, art. 70, § 1º) ou o local brasileiro onde se produziu o resultado. Exemplo: de São Paulo, o agente envia uma carta com Antrax para a vítima em Washington. O foro competente será tanto o de São Paulo quanto o da capital norte-americana. Observe-se que a expressão "deveria produzir-se o resultado" refere-se às hipóteses de tentativa. Aplica-se a lei brasileira ao crime tentado cuja conduta tenha sido praticada fora dos limites territoriais (ou do território por extensão), desde que o impedimento da consumação se tenha dado no País. Não importa tão-só a intenção do agente em consumar o delito em território nacional. Assim, não haverá interesse do Estado em punir o agente se a interrupção da execução e a antecipação involuntária da consumação tenham ocorrido fora do Brasil, ainda que o agente tivesse a intenção de obter o resultado em território nacional, porque, segundo Costa e Silva, onde "nenhuma fase do delito - a atividade ou o resultado (lesão ou simples periclitação) - se verifica, não tem o Estado interesse de punir. Nada importa a intenção do agente. Ele por si só não viola nem põe em Referências e/ou Doutrinas Relacionadas: Ação Penal Agravantes no Caso de Concurso de Pessoas Álibi Analogia Aplicação da Lei Penal Aplicação da Pena Arrependimento Posterior Causas de Extinção da Punibilidade Circunstâncias Competência em Razão do Lugar Competência pelo Domicílio ou Residência do Réu Competência pelo Lugar da Infração Competência Internacional Comunicabilidade e Incomunicabilidade de Elementares e Circunstâncias Conatus Concepção do Direito Penal Concurso de Crimes Concurso de Pessoas Conduta Contagem do Prazo perigo a ordem jurídica do Estado" (José Frederico Marques, Tratado, cit. p. 306.). O art. 62 omitiu a possibilidade da ocorrência parcial do resultado em território nacional, porque o dispositivo legal faz referência tão-somente à "parte" da ação ou omissão, mas não à "parte" do resultado. Não obstante isso, pode-se entender que a ocorrência de parte do resultado também é considerada resultado, devendo ser aplicada a lei brasileira no caso de resultado parcial no Brasi1 (Nesse sentido: José Frederico Marques, Tratado, cit., p. 305.). Resultado, para fins de aplicação da lei penal brasileira, é aquilo que forma a figura delitiva e que lhe é elemento constitutivo, não se incluindo, portanto, nesse conceito os efeitos secundários do crime que se produzam em território nacional. O único efeito do delito que importa é o resultado típico, como, por exemplo, a morte no delito de homicídio. Desse modo, não se aplica a regra da territorialidade se a conduta e o resultado ocorreram no exterior, porém os efeitos secundários do crime sucederam no Brasil. Exemplo: os efeitos patrimoniais que surgem no Brasil em decorrência da morte do sujeito, vítima de um homicídio praticado na Argentina. Aplicação da teoria da ubiqüidade nas várias hipóteses Nos crimes conexos: não se aplica a teoria da ubiqüidade, devendo cada crime ser julgado pelo país onde foi cometido, uma vez que não constituem propriamente uma unidade jurídica. Exemplo: furto cometido na Argentina e receptação praticada no Brasil. Aqui somente será julgada a receptação. No crime complexo: tomado o delito como um todo, aplica-se a regra do art. 6º, sem cindir-se a figura típica, mesmo que o resultado juridicamente relevante se verifique aliunde e o delito-meio no território nacional. Na co-autoria, participação ou ajuste: o crime dá-se tanto no lugar da instigação ou auxílio como no do resultado. No delito permanente e no crime continuado: nas ações consideradas juridicamente como unidade, o crime tem-se por praticado no lugar em que se verifica um dos elementos do fato unitário. Nos delitos habituais: o locus delicti é o de qualquer dos fatos (singulares, análogos ou repetidos) que pertencem à figura delitiva, pois o "tipo" serve de elo entre os diversos atos. b) No caso de a conduta e o resultado ocorrerem dentro do território nacional, mas em locais diferentes (delito plurilocal): aplica-se a teoria do resultado, prevista no art. 70 do Código de Processo Penal: a competência será determinada pelo lugar em que se consumar a infração ou, no caso de tentativa, pelo local em que for praticado o último ato de execução. Exemplo: vítima é ludibriada, mediante emprego de ardil, em Descalvado e, após ter sido induzida em erro, acaba por entregar o dinheiro ao golpista, na cidade vizinha de São Carlos. Esta última será competente para julgar o estelionato, pois nela é que se produziu o resultado "vantagem ilícita", com o qual se operou a consumação. Na hipótese dos crimes dolosos contra a vida, tendo em vista a impossibilidade de serem arroladas, para o plenário, as testemunhas que residam fora do local do Júri, deve-se entender que o juízo competente Crime Crime Consumado Crime Continuado Crime Impossível Crime Preterdoloso ou Preterintencional Crimes Culposos Crimes Dolosos Critérios Determinativos da Competência Culpabilidade Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz Direito Internacional Direito Penal no Estado Democrático de Direito Efeitos da Condenação Eficácia de Sentença Estrangeira Elementares Estado de Necessidade Estrito Cumprimento de Dever Legal Exercício Regular do Direito Exigibilidade de Conduta Diversa Extraterritorialidade Extraterritorialidade da Lei Penal Brasileira Fato Típico Fontes do Direito Penal Função Ético-Social do Direito Penal Ilícito Penal Ilicitude Imputabilidade Infração Penal Interpretação da Lei Penal Irretroatividade da será o do local da ação e não o do resultado, tendo em vista a conveniência na instrução dos fatos. Tomando-se como exemplo uma briga de bar em Jundiaí, durante a qual são desferidos golpes de faca contra a vítima, com nítida intenção homicida, sendo esta levada ao Hospital das Clínicas em São Paulo, onde vem a falecer em razão das lesões, não há como negar que todas as testemunhas presenciais se encontram em Jundiaí (em São Paulo, só estão o médico e os enfermeiros que atenderam o moribundo). Por força do princípio da verdade real, supera-se a regra do art. 70 do CPP e considera-se como lugar do crime o local da conduta, onde a prova poderá ser produzida com muito mais facilidade e eficiência. Nesse sentido: