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"Conflito de Competência homicídio - vítima alvejada a tiros numa comarca, vindo a falecer em outra - competência do Juízo onde ocorreu a agressão. Se o interesse do processo é a busca da verdade real, tem-se que a ação penal deve desenvolver-se no local que facilite a melhor instrução" (STJ, 3ª Seção, ReI. Min. Anselmo Santiago, CComp 17.112-PR, j. 13-5-1998, DJU, 17-8-1998, p. 16. No mesmo sentido: STJ, 3ª Seção, ReI. Min. Adhemar Maciel, j. 12-7-1994, DJU, 20-3-1995, p. 6079. Em sentido contrário, entendendo que o foro competente é sempre o do local do resultado: STJ, 3ª Seção, ReI. Min. Hamilton Carvalhido, CComp 34557-PE,j. 26-6-2002, DJU, 10-2-2003.). c) No caso dos crimes de menor potencial ofensivo, sujeitos ao procedimento da Lei n. 9.099/95: foi adotada a teoria da atividade. Esta é a redação do art. 63 da lei: "A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração". Regras especiais 1) Quando incerto o limite entre duas comarcas, se a infração for praticada na divisa, a competência será firmada pela prevenção (CPP, art. 70, § 3º). 2) No caso de crime continuado ou permanente praticado em território de duas ou mais jurisdições, a competência será também firmada pela prevenção (CPP, art. 71). 3) No caso de alteração do território da comarca, por força de lei, após a instauração da ação penal, o Superior Tribunal de Justiça tem aplicado analogicamente o art. 87 do Código de Processo Civil, que trata da perpetuatia jurisdictianis, mantendo a competência original. 4) Súmula 521 do STF: "o foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado". 5) No homicídio, quando a morte é produzida em local diverso daquele em que foi realizada a conduta, a jurisprudência entende que o foro competente é o da ação ou omissão, e não o do resultado (STJ, 5ª T., RHC 793, DJU, 5-11-90, p. 12435). Essa posição é majoritária na jurisprudência e tem por fundamento a maior facilidade que as partes têm para produzir provas no local em que ocorreu a conduta. Ela é, contudo, contrária à letra expressa da lei, que dispõe ser competente o foro do local do resultado (CPP, art. 70 - teoria do resultado). 6) No crime de falso testemunho praticado por precatória, a Lei Penal Legítima Defesa Lei Penal no Espaço Leis de Vigência Temporária Limites de Penas Livramento Condicional Local do Crime Lugar Lugar Inacessível Medida de Segurança Nexo Causal Objeto do Direito Penal Pena de Multa Penas Privativas de Liberdade Potencial Consciência da Ilicitude Prescrição Princípio da Legalidade Princípio da Territorialidade Reabilitação Reincidência Resultado Sanção Penal Suspensão Condicional da Pena Tempo do Crime Tempo do Crime e Conflito Aparente de Normas Tentativa Teoria do Crime Territorialidade Territorialidade da Lei Penal Brasileira Tipicidade Tipo Penal nos Crimes Culposos Tipo Penal nos Crimes Dolosos jurisprudência tem entendido como competente o juízo deprecado, uma vez que foi nele que ocorreu o depoimento fraudulento (RT, 605/298, e RITI5P, 100/539.). 7) No uso de documento falso, a competência é do lugar em que se deu a falsificação (RT, 541/336.). 8) O Tribunal de Justiça de São Paulo entende que, no delito de aborto, o juízo competente é o do local da conduta, e não o do lugar da morte do feto (RITJSP, 122/565, e RT, 524/358.). 9) De acordo com o Código de Processo Penal: a) não sendo conhecido o lugar da infração, a competência será estabelecida pelo domicílio do réu (art. 72, caput). Do mesmo modo, firma-se a competência pelo domicílio do réu quando não se sabe a que EstadoMembro pertence o lugar do fato (STJ, DJU, 9-11-1992, p. 20331.); b) se o réu tiver mais de um domicílio, a competência será firmada pela prevenção (art. 72, § 1º); c) se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato (CPP, art. 72, § 2º); d) no caso de ação penal exclusivamente privada, o querelante poderá preferir o foro do domicílio ou residência do réu ao foro do local do crime, ainda que este seja conhecido (CPP, art. 73); e) domicílio é o lugar onde a pessoa se estabelece com ânimo definitivo ou exerce suas ocupações habituais (novo CC, arts. 70 e 71); f) no caso de a pessoa ter vários domicílios, qualquer um será considerado como tal (novo CC, art. 71). 10) Compete ao Júri o julgamento dos crimes dolosos contra a vida (CF, art. 5º, XXXVIII, d), mas o latrocínio, por ser crime contra o patrimônio, é da competência do juízo singular (Súmula 603 do STF), o mesmo ocorrendo com o crime de extorsão qualificada pelo resultado morte (STF, RE 97.556, DJU, 22-10-1982, p. 10743.). Competem ao Júri Federal, presidido por juiz federal, os crimes de competência da Justiça Federal e que devam ser julgados pelo tribunal popular, tais como: homicídio praticado a bordo de embarcação privada, de procedência estrangeira, em porto nacional, e contrabando em conexão com homicídio (fiscal aduaneiro troca tiros com contrabandista e o mata). 11) A justiça militar é a competente para: a) processar e julgar os integrantes das polícias militares nos delitos assim definidos em lei, bem como as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada, nos crimes dolosos contra a vida, a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças (CF, art. 125, § 4º, com a redação dada pela EC n. 45/2004). Excetuados os crimes dolosos contra a vida praticados contra civil, de competência do júri popular, os demais crimes militares serão julgados pela própria Justiça Militar, observando-se que: 1) se cometidos contra militar (militar X militar), caberá o julgamento em primeiro grau ao Conselho de Justiça, órgão colegiado heterogêneo composto por juízes de carreira (togados) e juízes fardados; 2) sendo o crime militar cometido contra vítima civil, a decisão de primeira instância competirá, exclusivamente, aos juízes militares de carreira, singularmente, nos termos do § 5º do art. 125, acrescido pela EC n. 45/2004, ou seja, em decisão monocrática, afastando-se a participação do órgão colegiado e, portanto, sem a participação de militares de carreira no julgamento; b) processar e julgar os delitos cometidos em lugares sujeitos à Administração militar (Nesse sentido: STJ, 3ª Seção, CComp 5.524-0- RS, ReI. Min. José Dantas, v. U., DI,18-3-1996.); c) julgar os crimes de favorecimento pessoal, mas somente quando se imputa ao favorecido um crime militar (Nesse sentido: STJ, 3ª Seção, CComp 1O.250-0-SP, ReI. Min. Edson Vidigal, v. u., DJ, 30-10- 1995.). 12) Não compete à justiça militar, mas à comum: processar e julgar delito de abuso de autoridade (Cf. STJ, 3ª Seção, CComp 9.334-0-SP, ReI. Min. José Dantas, v. u., DJ, 12-21996; 3ª Seção, CComp 14.007-0-SP, ReI. Min. Cid Flaquer Scartezzini, v. u., DJ, 15-41996.); o crime de lesões corporais contra civil (Nesse sentido: STJ, 3ª Seção, CComp 9.420-0-SP, ReI. Min. William Patterson, v. u., DJ, 30-10- 1995.). 13) Os crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra civil são de competência da justiça comum, devendo ser julgados pelo júri (CF, art. 125, § 4º, com a redação da EC n. 45/2004 e da Lei n. 9.299/96). Compete também à justiça comum processar e julgar delito decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de polícia militar, salvo se autor e vítima forem policiais militares em situação de atividade (Súmula 6 do STJ). 14) Compete à justiça militar processar e julgar policial de corporação estadual, ainda que o delito tenha sido praticado em outra unidade federativa (Súmula 78 do STJ). 15) Compete à justiça comum processar e julgar o crime de abuso de autoridade praticado por policial militar, mesmo estando em serviço, uma vez que nenhuma das