voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e elaboração de diversos demonstrativos, cujos objetivos são a transparência e o controle dos gastos públicos. Também é considerada um instrumento legal que ampliou o campo de evidenciação das informações contábeis dos entes da federação. Na esfera federal destacam-se outros instrumentos que regulamentam o funcionamento da contabilidade pública, quais sejam: Ato Normativo Finalidade Decreto Lei 200/67 Dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a reforma administrativa e dá outras providências. Decreto n° 93.872/86 Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do tesouro nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente e dá outras providências. Resolução n° 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC) Instrução Normativa n° 05/96 da STN Aprova o Manual do SIAFI, de forma a padronizar os conceitos, normas e procedimentos relacionados com o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal Instrução Normativa n° 08/96 da STN Reordena os procedimentos pertinentes à utilização do Plano de Contas da União, tendo como parte integrante a Relação de Contas, a Tabele de Eventos e a Tabela de Indicadores Contábeis, que deverão ser adotados por todas as unidades gestoras integrantes do SIAFI ou que venham a integrá-lo, sob a modalidade de uso total Decreto n° 3.589/00 Dispõe sobre o sistema de contabilidade federal e da outras providências 25 3.2 - Princípios Fundamentais Aplicados à Contabilidade Os Princípios Fundamentais da Contabilidade são aplicáveis a suas diversas ramificações, incluindo a área pública. Eles representam a essência da doutrina contábil e constituem a plataforma de sustentação das normas específicas. Segundo Iudícibus (2004, p. 105) “os Princípios representam o núcleo da própria contabilidade, na sua condição de ciência social, sendo a ela inerentes. Os princípios constituem sempre as vigas mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância”. De acordo com a Resolução n° 750/1993, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), os Princípios Contábeis são o da Entidade, o da Continuidade, o da Oportunidade, o do Registro pelo Valor Original, o da Atualização Monetária, o da Competência e o da Prudência, que representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade. Segundo Hendriksen e Van Breda (1999, p. 74): Os estudos sobre o que seriam princípios contábeis foram iniciados em 1930, pela Associação Americana de Contabilidade, sendo publicada em 1936 a obra A Tentative statement of accounting principles underlying corporate financial statements, que propôs uniformidade aos registros contábeis, respeitando as particularidades das entidades empresariais e do sistema de Contabilidade. A aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade envolve todo e qualquer ramo da Contabilidade, sendo que sua aplicabilidade na administração pública requer cautela, devido às especificidades que a diferencia do setor privado. Entre as diferenças desses setores está a prerrogativa constitucional de liberdade de ação para as entidades que compõem o setor privado que somente estão proibidas de fazer alguma coisa em virtude de lei, entretanto, os órgãos e entidades da administração pública estão limitados a fazer apenas o que está previsto em lei. 26 As entidades governamentais federais, as estaduais, as do DF e as municipais obedecem, em suas atividades financeiras, orçamentárias e contábeis, aos Princípios regidos pela Lei n° 4.320/64, enquanto as entidades do setor privado, obedecem aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, regidos pela Resolução n° 750/93 do CFC. Ressalta-se, entretanto que a Lei nº 4.320/64 não oferece estrutura conceitual e nem trata de forma explícita dos princípios contábeis a serem adotados pela Contabilidade Pública. 3.2.1 - Princípios Fundamentais da Contabilidade e sua Aplicabilidade às Unidades Governamentais A seguir é apresentado um quadro no qual estão elencados os Princípios Fundamentais de Contabilidade contendo uma análise quanto à aplicabilidade às Unidades governamentais. PRINCÍPIO DA ENTIDADE O patrimônio da Entidade não se confunde, sob qualquer aspecto, com a riqueza patrimonial de seus titulares, nem sofre os reflexos das variações nela verificadas. (Franco,1997, p. 96). Comentários: Os órgãos e entidades governamentais reconhecem o Patrimônio como objeto da Contabilidade; afirmam a autonomia patrimonial e a segregação do patrimônio particular daqueles pertencentes aos entes governamentais. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE A Entidade é um organismo vivo que irá operar por um longo período de tempo (indeterminado) até que surjam fortes evidências, econômicas ou jurídicas, em contrário. (Iudícibus, 1999, p. 96). Comentários: As unidades governamentais não são criadas com data certa para acabarem, estando em sintonia com este princípio. PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE Exige apreensão, o registro e o relato de todas as variações sofridas pelo patrimônio de uma entidade, no momento em que elas ocorrerem. (Castro, 2004, p. 135) Comentários: este princípio é adotado pelas unidades governamentais, principalmente, no governo federal com o advento do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal e ao compromisso de transparência das contas públicas e do dever de prestar contas à sociedade. 27 REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL A avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes. (Castro, 2004, p. 135) O valor da operação deverá ser aquele constante do comprovante original que o suporta, que se presume seja um documento legítimo. Comentários: O Registro pelo Valor Original sugere a imutabilidade de valor. Os valores que servem de referência para registro contábil pelas unidades governamentais mantém-se, também, pelos valores de registro inicial. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA Reconhece a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em determinado período. (Castro, 2004, p. 137) Preceitua o ajuste formal dos valores fixados segundo este, buscando a manutenção da substância original, sem que isso implique qualquer modalidade de reavaliação. (Iudícibus, 2000, p. 81) Comentários: As entidades públicas da administração direta do governo Federal não adotam procedimentos de atualização monetária em suas demonstrações contábeis. PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA Todo fato que modifica o Patrimônio da entidade deve ser reconhecido no momento em que ele ocorre, independentemente de ter afetado o caixa. (Castro, 2004, p. 139) De acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade o Princípio da Competência refere- se à imputação temporal da receita e da despesa em relação ao patrimônio. Busca-se a melhor forma de identificar os elementos geradores de ingressos e dispêndios, confrontando-os para a obtenção do resultado (lucro ou prejuízo) do período. 28 Comentários: As entidades governamentais, no entanto, não o adotam como base de reconhecimento das receitas, e o enfoque, quando de sua adoção para as despesas, é o de Competência Orçamentária, diferenciando-se, portanto, daquele adotado pelas entidades do setor privado. As unidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social adotam o regime misto: reconhecem a receita quando do seu efetivo ingresso, o que configura o regime de caixa, a despesa quando de sua liquidação, quer seja pelo recebimento dos bens e serviços, quer seja pela sua inscrição em restos a pagar, o que configura o regime de competência orçamentária. Essa diferenciação decorre, principalmente, dos conceitos de receita e despesa adotados