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- Índice Fundamental do Direito Legislação - Jurisprudência - Modelos - Questionários - Grades Medidas de Segurança - Art. 96 a Art. 99, Medidas de Segurança - Código Penal - CP - DL-002.848- 1940 - Art. 3º, Medidas de Segurança - Aplicação da Lei Penal Militar - Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-1969 - Art. 110 a Art. 120, Medidas de Segurança - Código Penal Militar - CPM - DL- 001.001-1969 - Medidas de Segurança - Contravenções Penais - DL-003.688-1941 - Execução das Medidas de Segurança - Execução - Código de Processo Penal - CPP - DL-003.689-1941 - Execução das Medidas de Segurança - Execução - Código de Processo Penal Militar - CPPM - DL-001.002-1969 - Medidas Assecuratórias - Direito Penal Penal - cessação de periculosidade; desinternação ou liberação: Art. 97, § 3º, CP - cômputo do tempo de prisão provisória, de prisão administrativa e de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico: Art. 42, CP - direitos do internado: Art. 99, CP - espécies: Art. 96, caput, CP - exame de cessação de periculosidade; perícia médica; realização: Art. 97, § 2º, CP - extinção da punibilidade; insubsistência: Art. 96, parágrafo único, CP - fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança: Art. 351, CP - imposição para inimputáveis: Art. 97, caput, CP - substituição de pena privativa de liberdade; semi-imputáveis: Art. 98, CP - sujeição do condenado; homologação da sentença estrangeira: Art. 9º, II, CP - tempo de duração: Art. 97, § 1º, CP - tratamento ambulatorial; internação por determinação judicial: Art. 97, § 4º, CP Processo Penal - aplicação; em caso de absolvição no jugamento pelo júri: Art. 492, II, c, CPP - aplicação em sentença absolutória: Art. 386, Parágrafo único, III, CPP - aplicação em sentença condenatória: Art. 387, IV e V, CPP - cessação ou não da periculosidade; verificação ao fim do prazo mínimo de duração de: Art. 175, LEP - detentiva; conteúdo da ordem de internação: Art. 173, LEP - detentiva; livramento do sentenciado mediante cessação da periculosidade: Art. 179, LEP - disciplina da execução: Arts. 171 a 179, LEP - exame para verificação da cessação de periculosidade; quando poderá ser ordenado: Art. 175, LEP - execução: Arts. 171 a 179, LEP Referências e/ou Doutrinas Relacionadas: Abandono de Cargo Público Abandono de Incapaz Abandono Intelectual Abandono Material Ação Penal Agravo Criminal Analogia Antijuridicidade Antijurídico Aplicação da Pena Aplicação Provisória de Interdições de Direitos e Medidas de Segurança Arrependimento Posterior Cessação da Periculosidade Circunstâncias Classificação dos Crimes Comunicabilidade e Incomunicabilidade de Elementares e Circunstâncias Concepção do Direito Penal Concurso de Crimes - trânsito em julgado da sentença de revogação; ordem judicial para desinternação: Art. 179, LEP Medida de Segurança É a Sanção Penal de natureza marcadamente preventiva, consistente em internação ou tratamento ambulatorial, e que tem por objetivo impedir que o criminoso de alta periculosidade venha a delinqüir novamente. As espécies de medidas de segurança são apontadas no Art. 96 do CP. Enquanto a pena tem caráter acentuadamente retributivo, a medida de segurança tem natureza especialmente preventiva, e que se funda na periculosidade do agente. Com o brilho costumeiro, Magalhães Noronha robustece nossa argumentação: "Como a pena, é a medida de segurança sanção penal. Bem sabemos que esta concepção não é pacífica, mas ontologicamente, para nós, elas não apresentam distinção. São outras diferenças que as caracterizam, e de natureza quantitativa antes que de qualidade. Na pena prevalece o cunho repressivo, ao passo que na medida de segurança predomina o fim preventivo; porém, como já se fez sentir, a prevenção também não é estranha à pena" (Direito Penal, São Paulo, Saraiva, 1º v., 25ª ed., 1987, p. 298). A medida de segurança tem dois pressupostos inafastáveis: a prática de fato tipificado como crime e a periculosidade do agente. Além disso, como a pena, a medida de segurança somente pode ser aplicada após processo regular, mesmo isolada. A internação em hospital psiquiátrico (CP, Art. 96, I) tem caráter detentivo, sendo exemplo a medida de segurança detentiva imposta a inimputável por enfermidade mental (CP, Art. 26). Quanto ao tratamento ambulatorial (CP, Art. 96, II) tem caráter restritivo. Em caso de internação, se a pena prevista para o delito for a detenção, o agente poderá ser submetido a tratamento ambulatorial (CP, Art. 97). Observar: L. 7.210, de 11.7.1984 (Lei de Execução Penal): arts. 171 a 174 e 175 a 179. Portanto a Medida de segurança é a "sanção penal imposta pelo Estado, na execução de uma sentença, cuja finalidade é exclusivamente preventiva, no sentido de evitar que o autor de uma infração penal que tenha demonstrado periculosidade volte a delinqüir. Finalidade: é exclusivamente preventiva, visando tratar o inimputável e o semi-imputável que demonstraram, pela prática delitiva, potencialidade para novas ações danosas. Sistemas a) Vicariante: pena ou medida de segurança. b) Duplo binário: pena e medida de segurança. Nosso Código Penal adotou o sistema vicariante, sendo impossível a aplicação cumulativa de pena e medida de segurança. Aos imputáveis, pena; aos inimputáveis, medida de segurança; aos semi-imputáveis, uma ou outra, conforme recomendação do perito. Pressupostos a) Prática de crime. b) Potencialidade para novas ações danosas. Prática do crime: não se aplica medida de segurança: a) se não houver prova da autoria; Concurso de Pessoas Conduta Contagem do Prazo Crime Consumado Crime Continuado Crime Impossível Crime Preterdoloso Culpabilidade Desinternação ou Liberação Condicional Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz Detração Detração Penal Direito Penal Direito Penal no Estado Democrático de Direito Direitos do Condenado ou Internado Efeitos da Condenação Eficácia de Sentença Estrangeira Elementares Erro de Tipo Espécies de Medidas de Segurança Estabelecimentos Penais Estado de Necessidade Estrito Cumprimento de Dever Legal Exame de Sanidade Mental Execução das Medidas de Segurança Exercício Regular do Direito Exigibilidade de Conduta Diversa Extinção da Punibilidade b) se não houver prova do fato; c) se estiver presente causa de exclusão da ilicitude; d) se o crime for impossível; e) se ocorreu a prescrição ou outra causa extintiva da punibilidade. - em todos esses casos, não ficou demonstrada a prática de infração penal; logo, não se impõe a medida de segurança (não é qualquer doente mental que recebe essa sanção, mas tão-somente aqueles que realizam fatos típicos e ilícitos). Periculosidade: é a potencialidade para praticar ações lesivas. Revela-se pelo fato de o agente ser portador de doença mental. Na inimputabilidade, a periculosidade é presumida. Basta o laudo apontar a perturbação mental para que a medida de segurança seja obrigatoriamente imposta. Na semi-imputabilidade, precisa ser constatada pelo juiz. Mesmo o laudo apontando a falta de higidez mental, deverá ainda ser investigado, no caso concreto, se é caso de pena ou de medida de segurança. No primeiro caso, tem-se a periculosidade presumida. No segundo, a periculosidade real. Espécies de medida de segurança a) Detentiva: intemação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico (CP, art. 97). b) Restritiva: sujeição a tratamento ambulatorial (CP, art. 97). Medida de segurança detentiva: possui as seguintes características: a) é obrigatória quando a pena imposta for a de reclusão; b) será por tempo indeterrninado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação da periculosidade; c) a cessação da periculosidade será averiguada após um prazo mínimo, variável entre um e 3 anos; d) a averiguação pode ocorrer a qualquer tempo, mesmo antes do término do prazo mínimo, se o juiz da execução determinar (LEP, art. 176). Desinternação: será sempre condicional, devendo ser restabelecidaa situação anterior se o agente, antes do decurso de um ano, pratica fato indicativo de sua periculosidade (não necessariamente crime). Local da internação: internado será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares (art. 99 do CP). Na falta de vaga, a internação pode dar-se em hospital comum ou particular (RJTJSP, 91/388; Damásio E. de Jesus, Comentários, cit., v. 2, p. 230.), mas nunca em cadeia pública (JTACrimSP, 92/132; RT, 6081325; HC 138.478, da 8" Câm. do TACrimSP.); inclusive, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou pela possibilidade de internação em hospital particular (HC 64.494-5-SP, 2ª T., Rel. Min.Aldir Passarinho, j. 25-11- 1986, unânime, DJU, 27-2-1987, p. 2953.). Dessa forma, constitui constrangimento ilegal a manutenção de réu destinatário da medida de segurança em estabelecimento inadequado por inexistência de vaga em hospital (JTACrimSP, 90/103 e 92/132.). Medida de segurança restritiva: tem como características: a) se o fato é punido com detenção, o juiz pode submeter o agente a tratamento ambulatorial; Extraterritorialidade da Lei Penal Brasileira Fato Típico Fontes do Direito Penal Fuga de Pessoa Presa ou Submetida a Medida de Segurança Função Ético-Social do Direito Penal Ilicitude Imposição da Medida de Segurança para Inimputável Imputabilidade Inimputáveis Internação Internado Interpretação da Lei Penal Irretroatividade da Lei Penal Legítima Defesa Leis de Vigência Temporária Limites de Penas Livramento Condicional Lugar do Crime Medida (s) Medidas Assecuratórias Medidas Cautelares Medidas de Segurança a Inimputáveis Nexo Causal Objeto do Direito Penal Outras Medidas Cautelares Pena de Multa Penas Privativas de Liberdade Penas Restritivas de Direitos Perícia Médica Potencial Consciência b) o tratamento ambulatorial será por prazo indeterminado até a constatação da cessação da periculosidade; c) a constatação será feita por perícia médica após o decurso do prazo mínimo; d) o prazo mínimo varia entre um e 3 anos; e) a constatação pode ocorrer a qualquer momento, até antes do prazo mínimo, se o juiz da execução determinar (LEP, art. 176). Critério para fixar o prazo mínimo: será fixado de acordo com o grau de perturbação mental do sujeito, bem como segundo a gravidade do delito. Com relação a este último ponto, deve-se ressaltar que, embora a medida de segurança não tenha finalidade retributiva, não devendo, por isso, estar associada à repulsa do fato delituoso, a maior gravidade do crime recomenda cautela na liberação ou desinternação do portador de periculosidade. Liberação: será sempre condicional, devendo ser restabelecida a situação anterior se, antes do decurso de um ano, o agente praticar fato indicativo de sua periculosidade (não necessariamente crime). Possibilidade de aplicação de medida de segurança detentiva (internação em hospital de custódia e tratamento) em crime apenado com detenção: a medida de segurança de tratamento ambulatorial nos crimes apenados com detenção é facultativa, ficando condicionada ao maior, ou menor, potencial de periculosidade do inimputável, de modo que pode o juiz optar pela sua intemação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, mediante exame do caso concreto e da periculosidade demonstrada. Dessa forma temos a seguinte regra: a) crime apenado com reclusão: a intemação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico é obrigatória (CP, art. 97), não podendo ser aplicada a medida de segurança restritiva (tratamento ambulatorial); b) crime apenado com detenção: o tratamento ambulatorial é facultativo (CP, art. 97), podendo, conforme o caso, o juiz aplicar a medida de segurança detentiva (intemação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico). A respeito dessa questão já decidiu o Supremo Tribunal Federal: "Tanto a intemação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico como o acompanhamento médico-ambulatorial pressupõem, ao lado do fato típico, a periculosidade, ou seja, que o agente possa vir a praticar outro crime. Tratando-se de inimputável, a definição da medida cabível ocorre, em primeiro plano, considerando o aspecto objetivo - a natureza da pena privativa de liberdade prevista para o tipo penal. Se é o de reclusão, impõe-se a internação. Somente na hipótese de detenção é que fica a critério do juiz a estipulação, ou não, da medida menos gravosa - de tratamento ambulatorial. A razão de ser da distinção está na gravidade da figura penal na qual o inimputável esteve envolvido, a norte ar o grau de periculosidade - Arts. 26, 96 e 97 do CP" (RT 693/427). Conversão do tratamento ambulatorial em internação: o § 4º do art. 97 prevê que poderá o juiz, em qualquer fase do tratamento ambulatorial, determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos. O contrário não ocorre, uma vez que não previu a lei a possibilidade de o juiz converter a medida de internação em tratamento da Ilicitude Prazo para Medidas de Segurança Prescrição Prescrição Antes de Transitar em Julgado a Sentença Pressupostos de Aplicação da Medida de Segurança Princípio da Legalidade Processo de Aplicação de Medida de Segurança por Fato não Criminoso Quase-Crime; Semi- Imputável Reabilitação Reformatio In Pejus Reincidência Resultado Sanção Penal Segurança Substituição da Pena por Medida de Segurança para o Semi-Imputável Suspensão Condicional da Pena Tempo do Crime e Conflito Aparente de Normas Tentativa Teoria do Crime Territorialidade da Lei Penal Brasileira Tipicidade Tipo Penal nos Crimes Culposos Tipo Penal nos Crimes Dolosos ambulatorial. A Lei de Tóxicos e a inaplicabilidade do art. 97 do CP: não se aplica a regra geral prevista no art. 97 do Código Penal, segundo a qual a internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico será obrigatória se o crime for punido com reclusão. Para os crimes previstos na Lei de Tóxicos, aplica-se o art. 10 da referida lei - Atividades de Atenção e de Reinserção Social de Usuários ou Dependentes de Drogas - Atividades de Prevenção do Uso Indevido, Atenção e Reinserção Social de Usuários e Dependentes de Drogas - Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad - Medidas para Prevenção do Uso Indevido, Atenção e Reinserção Social de Usuários e Dependentes de Drogas - Normas para Repressão à Produção não Autorizada e ao Tráfico Ilícito de Drogas - Crimes - L-011.343-2006, e a intemação só será determinada se imprescindível para a eficácia do tratamento. Semi-imputável (CP, art. 98): aplica-se o sistema vicariante: ou o juiz reduz a pena de 1/3 a 2/3, ou a substitui por medida de segurança. A decisão que determina a substituição precisa ser fundamentada (RJTJSP, 101/435; Damásio E. de Jesus, Direito penal, cit., 23. ed., v. 1, p. 232.), e só deve ser determinada se o juiz entendê-Ia cabível, inexistindo direito subjetivo do agente. A diminuição de pena é obrigatória (Damásio E. de Jesus, Código Penal, cit., p. 93; RT, 514/313. Contra: Superior Tribunal de Justiça, RE 1.732, 6' T., DJU, 9-4-1990, p. 2752.). Vale mencionar a decisão do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que "no sistema da nova Parte Geral do Código Penal é possível a substituição da pena pela medida de segurança do art. 98 do CP em sede de apelação, ainda quando esta seja apenas da defesa, não se aplicando a súmula 525 do STF, elaborada quando vigente o sistema duplo-binário" (RT, 6551366.). Medida de segurança e "Reformatio In Pejus" (Súmula 525 do STF): o Supremo Tribunal Federal pronunciou-se no sentido de que, "com a reforma penal de 1984, a medida de segurança passou a ser aplicada somente aos inimputáveis e aos semi-imputáveis, podendo substituir a pena privativa de liberdade quando for o caso, conforme inteligência dos arts. 97 e 98 do CP; assim, a Súm. 525 do STF, editada antes da citada reforma, subsiste apenas para vedar a reformatio in pejus no caso específico da medida de segurança" (RT, 749/590.). As medidas desegurança submetem-se também aos princípios da reserva legal e da anterioridade, uma vez que acarretam gravame e restrição ao jus libertatis do sentenciado. Inimputabilidade do menor de 18 anos: não se aplica medida de segurança, sujeitando-se o menor à legislação própria (Lei n. 8.069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente). Competência para revogar a medida de segurança: com o advento da Lei n. 7.210/84 (art. 176), a competência para conhecer do pedido de revogação da medida de segurança, por cessação da periculosidade, é do juiz da execução e não mais da segunda instância, ficando, nesse passo, revogado o art. 777 do CPP (Nesse sentido: RJTJSP, 95/518.). Medida de segurança e a detração: o juiz deve fixar na sentença um prazo mínimo de duração da medida de segurança, entre um e 3 anos. Computa-se nesse prazo mínimo, pela detração, o tempo de prisão provisória, o de prisão administrativa e o de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou estabelecimento adequado (CP, arts. 41 e 42). Relatório psiquiátrico do estabelecimento penal: não supre o exame de cessação da periculosidade (Nesse sentido: JTACrimSP, 83/491.). Laudo sem fundamentação e impreciso: não tem valor, sendo necessário que seja fundamentado e conclua expressamente se cessou ou não a periculosidade (Nesse sentido: JTACrimSP, 79/173.). Procedimento para execução da medida de segurança: comporta os seguintes passos: a) transitada em julgado a sentença, expede-se a guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, conforme a medida de segurança seja detentiva ou restritiva; b) é obrigatório dar ciência ao Ministério Público da guia referente à internação ou ao tratamento ambulatorial; c) o diretor do estabelecimento onde a medida de segurança é cumprida, até um mês antes de expirar o prazo mínimo, remeterá ao juiz um minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a revogação ou a permanência da medida; d) o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico; e) o relatório não supre o exame psiquiátrico (vide supra); f) vista ao Ministério Público e ao defensor do sentenciado para manifestação dentro do prazo de 3 dias para cada um; g) o juiz determina novas diligências ou profere decisão em 5 dias; h) da decisão proferida caberá agravo, com efeito suspensivo (LEP, art. 179). Aplicação provisória da medida de segurança: é inadmissível. Não há suporte legal. A Lei n. 7.209/84, que modificou o Código Penal, não repetiu a regra do art. 80 do Código de 1940, sendo certo que tal modificação também propiciou a revogação dos arts. 378 e 380 do Código de Processo Penal, que tratam da aplicação provisória da medida de segurança. Prescrição e medida de segurança: a medida de segurança está sujeita à prescrição, porém não há na legislação disposição específica que a regule. Assim, há entendimento no sentido de que, não havendo imposição de pena, o prazo prescricional será calculado com base no mínimo abstrato cominado ao delito cometido pelo agente (Nesse sentido: JTACrimSP, 88/313 e 89/266; RT, 623/292 e 6411330. Doutrina: Damásio E. de Jesus, Prescrição penal, 4. ed., São Paulo, Saraiva, 1989, p. 94.). Todavia, o TACrimSP já decidiu em sentido contrário, entendendo que o prazo deverá ser calculado com base no máximo da pena abstratamente cominada: "como as medidas de segurança não se confundem com penas, o trato prescricional não pode ter como parâmetro o quantum fixado pelo decisum para sua duração, mas sim o máximo da pena abstratamente cominada ao ilícito pela lei, nos termos dos arts. 97, parágrafo único, e 109 do CP" (RT, 680/355.). Em se tratando de medida de segurança substitutiva, há posicionamento no sentido de que deve ser levada em conta para efeitos de prescrição a reprimenda cominada na sentença e substituída (TJSP, RT, 6411330.). Observe-se que, operada a prescrição, que é uma das causas de extinção da punibilidade, não mais se impõe a medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta (CP, art. 96, parágrafo único). Conversão da pena em medida de segurança: é possível que no curso da execução da pena privativa de liberdade sobrevenha doença mental ou perturbação da saúde mental ao condenado. Nesses casos, a LEP autoriza ao juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou da autoridade administrativa, a conversão da pena privativa de liberdade em medida de segurança (LEP, art. 183). A conversão somente poderá ocorrer durante o prazo de cumprimento da pena, e exige perícia médica. Na conversão, também são aplicáveis as normas gerais atinentes à imposição de medida de segurança (CP, arts. 96 a 99) e sua execução (LEP, arts. 171 a 179). Desse modo, realizada a conversão, a execução deverá persistir enquanto não cessar a periculosidade do agente. Não mais se cogita o tempo de duração da pena substituída. Contudo, há posicionamento do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a medida de segurança convertida não pode ultrapassar o tempo de duração do restante da pena, de modo que, se, encerrado o prazo da pena, ainda persistir a necessidade de tratamento, deverá o condenado ser encaminhado ao juízo cível nos termos do art. 682, § 2º, do CPP (Nesse sentido, STJ, 5ª T., Rel. Min. Félix Fischer, HC 12957-SP, j. 8- 8-2000, DJU, 4 set. 2000, p. 175; STJ, 5ª T., Rel. Min. Edson Vidiga1, HC 7.220-SP, j. 12-5-1998, DJU, 8jun. 1998, p. 148, e Lex-STJ 110/285; STJ, 5ª T., Rel. Min. José Dantas, RHC 2.445SP, j. 10-2- 1993, DJU, 31 maio 1993, p. 10678, e RSTJ, 50/400.). O entendimento tem se orientado no sentido de que a medida de segurança imposta em substituição à pena privativa de liberdade não pode ter duração indeterminada, mas, no máximo, o tempo total imposto na sentença condenatória. Portanto, para o STJ deve ser aplicado por analogia o art. 682, § 2º, do CPP, que rege a hipótese prevista no art. 41 do CP (mera transferência do condenado), à hipótese prevista no art. 183 da LEP (conversão em medida de segurança)." STJ, 5ª T., Rel. Min. Félix Fischer, HC 12957-SP, j. 8-8-2000, DJU, 4 set. 2000, p. 175; STJ, 5ª T., Rel. Min. Edson Vidiga1, HC 7.220- SP, j. 12-5-1998, DJU, 8jun. 1998, p. 148, e Lex-STJ 110/285; STJ, 5ª T., ReI. Min. José Dantas, RHC 2.445SP, j. 10-2-1993, DJU, 31 maio 1993, p. 10678, e RSTJ, 50/400. Jesus, Damásio E. de, Prescrição penal, 4. ed., São Paulo, Saraiva, 1989. TJSP, RT, 6411330; JTACrimSP, 88/313 e 89/266; RT, 623/292 e 6411330. Jesus, Damásio E. de, Direito penal, 25. ed. São Paulo, Saraiva, v. 1. Jesus, Damásio E. de, Código Penal anotado. São Paulo, Saraiva. Jesus, Damásio E. de, Comentários ao Código Penal, 2. ed. São Paulo, Saraiva 1986. RJTJSP, 95/518.; JTACrimSP, 83/491; JTACrimSP, 79/173; RT, 514/313; RT, 749/590; RT, 6551366; RJTJSP, 101/435; HC 64.494- 5-SP, 2ª T., Rel. Min.Aldir Passarinho, j. 25-11-1986, unânime, DJU, 27-2-1987, p. 2953. STJ, RE 1.732, 6' T., DJU, 9-4-1990, p. 2752. JTACrimSP, 90/103 e 92/132.; JTACrimSP, 92/132; RT, 6081325; HC 138.478, da 8" Câm. do TACrimSP. Capez, Fernando, Curso de Direto Penal, parte geral, vol. 1, Saraiva, 10ª ed., 2006 (Revista Realizada por Suelen Anderson - Acadêmica em Ciências Jurídicas - 19 de dezembro de 2009) Jurisprudência Relacionada: - Absolvição Criminal - Prejudicial - Medida de Segurança - Cabimento - Privação da Liberdade - Súmula nº 422 - STF - As medidas de segurança para os penalmente inimputáveis são relativamente indeterminadas, perdurando a sua execução enquanto permanecer a periculosidade do agente (HC - TJSP, RJTJSP 95-506). - Ante a edição da Lei nº 7.209-84, agora em vigor, o prazo mínimo de duração de internação é de três anos, e não mais de seis anos, e essa internação deverá se proceder em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado (TJSP, RJTJSP 94-401). - Exigência da Lei - Requerimento do Exame da Cessação da Periculosidade - Prazo da Medida de Segurança Imposta - Súmula nº 520 - STF - Medida de Segurança - Aplicaçãoem Segunda Instância - Súmula nº 525 - STF Normas Relacionadas: Aplicação Provisória de Medidas de Segurança - Medidas Preventivas e Assecuratórias - Código de Processo Penal Militar - CPPM - DL-001.002-1969 Art. 3º, Medidas de Segurança - Aplicação da Lei Penal Militar - Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-1969 Art. 126 e §§, Prescrição da Execução da Pena ou da Medida de Segurança que a Substitui - Extinção da Punibilidade - Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-1969 Art. 111, Pessoas Sujeitas às Medidas de Segurança - Medidas de Segurança - Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-1969 Art. 160, Inimputabilidade. Nomeação de Curador. Medida de Segurança e Art. 160, Parágrafo único, Inimputabilidade Relativa. Prosseguimento do Inquérito ou de Processo. Medida de Segurança - Incidente de Insanidade Mental do Acusado - Incidentes - Código de Processo Penal Militar - CPPM - DL- 001.002-1969 Art. 600, Internação por Doença Mental e Art. 603, Parágrafo único, Medida de Segurança - Execução das Penas em Espécie - Execução da Sentença - Execução - Código de Processo Penal Militar - CPPM - DL-001.002-1969 Art. 622, Medida de Segurança Detentiva. Exame para Comprovar a Cessação da Periculosidade - Livramento Condicional - Incidentes da Execução - Execução - Código de Processo Penal Militar - CPPM - DL-001.002-1969 Art. 659, Aplicação das Medidas de Segurança Durante a Execução da Pena, Art. 660, Imposição da Medida ao Agente Isento de Pena, ou Perigoso, Art. 670, Transgressão das Medidas de Segurança e Art. 671, "c", Conveniência ou Revogação da Medida - Cessação da Periculosidade. Verificação - Execução das Medidas de Segurança - Execução - Código de Processo Penal Militar - CPPM - DL-001.002-1969 Código Penal - L-007.209-1984 - Alteração Estatuto do Idoso - L-010.741-2003 Execução das Medidas de Segurança - Execução - Código de Processo Penal - CPP - DL-003.689-1941 Execução das Medidas de Segurança - Execução - Código de Processo Penal Militar - CPPM - DL-001.002-1969 Internação irregular em estabelecimento psiquiátrico - Contravenções referentes à pessoa - Contravenções penais - DL- 003.688-1941 Medidas de Segurança - Código Penal Militar - CPM - DL- 001.001-1969 Medidas de Segurança - Contravenções Penais - DL-003.688- 1941 Ação Penal - Aplicação da Lei Penal - Concurso de Pessoas - Crime - Crimes contra a administração pública - Crimes contra a existência, a segurança e a integridade do Estado - Crimes Contra a Família - Crimes contra a fé pública - Crimes Contra a Incolumidade Pública - Crimes Contra a Organização do Trabalho - Crimes Contra a Paz Pública - Crimes Contra a Pessoa - Crimes Contra a Propriedade Imaterial - Crimes Contra o Patrimônio - Crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos - Crimes Contra os Costumes - Extinção da Punibilidade - Imputabilidade Penal - Penas [Direito Criminal] [Direito Penal] 1 - Pressupostos de aplicação da medida de segurança 1º - Fato típico e Antijurídico (descrito como crime); 2º - Periculosidade do Agente; 3º - Personalidade do Agente. 2 - Conceito de periculosidade: É a potência, a capacidade, a aptidão ou a idoneidade que um homem tem para converter-se em causa de ações danosas. 3 - Fatores e indícios de periculosidade: Os fatores são os elementos que, atuando sobre o indivíduo, o transformam nesse ser com probabilidade de delinqüir. Os indícios são os sintomas de periculosidade, que são os antecedentes criminais, civis ou administrativos, motivos, circunstâncias, objeto, meios, lugar, conseqüências, etc. do fato delituoso. obs.dji: Aplicação; Medida de segurança; Periculosidade; Presunção de periculosidade - Contravenções penais - DL-003.688-1941 4 - Espécies de medidas de segurança: 5 - Imposição da medida de segurança para inimputável 6 - Sistemas Vicariante (pena ou medida de segurança): 7 - Extinção da punibilidade: obs.dji: Absolvição Criminal - Prejudicial - Medida de Segurança - Cabimento - Privação da Liberdade - Súmula nº 422 - STF; Medida de segurança; Processo de aplicação de medida de segurança por fato não criminoso Ir para o início da página Ir para o início da página
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