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A Mentira como Fenômeno Social

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Aula 6: Pensamento
“Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela.” Albert Einsten
Texto Adicional:
Sobre a Mentira
Em algumas ocasiões parece haver certa vontade social de envolver a psiquiatria na questão da mentira, notadamente quando alguma pessoa mente descaradamente, ou imotivadamente, compulsivamente e, principalmente, quando sua atitude mentirosa causa frustrações ou aborrecimentos em outros que não “merecem” tais mentiras. “– Doutor, além de tudo, essa pessoa mente descaradamente...”, costumam se queixar os familiares que acompanham essas pessoas mentirosas ao psiquiatra. 
Mas a psiquiatria não se baseia na análise isolada das atitudes. Para a psiquiatria importa o conjunto da situação existencial na qual se insere a pessoa, interessa sim os sentimentos, pensamentos e propósitos que acompanham suas atitudes. Dessa forma, por si só, a mentira não é suficiente para pensar em diagnósticos.
Pesquisas mostram que todos mentem de uma forma ou outra e, assim sendo, a dificuldade da psiquiatria está em descobrir qual é a mentira patológica e qual é a mentira, por assim dizer, fisiológica. 
Veremos ainda que existe a mentira institucional, aquela dos políticos, dos programas de governo, de instituições. São mentiras já mais ou menos aguardadas e socialmente sabidas como mentiras e mesmo assim com peso de verdade. “– Nosso programa de desenvolvimento ecológico pretende, até o final do ano, controlar totalmente as queimadas...” “– Senhores passageiros, a aeronave deve voltar ao aeroporto de partida por um pequeno problema na ventilação, estamos circulando o aeroporto para esgotar todo combustível antes do pouso” “– Toda corrupção será apurada...”
Pelas curiosidades em torno desse tema, talvez seja importante estudarmos um pouco a mentira em si, como fenômeno de falseamento da verdade, de oposição à veracidade, como mecanismo de conveniência e convivência social, de estratégia de sucesso, como planejamento político, enfim, como habilidades de sobrevivência do ser humano (e parece não ser monopólio do ser humano).
A Mentira
A mentira não deve ser entendida como uma espécie de contrário da verdade. Ética e moralmente a mentira está muito mais relacionada à intenção de enganar do que ao teor de deturpação da verdade e, juridicamente, a mentira está relacionada ao dolo ou prejuízo que causa a outra pessoa. 
A mentira não é apenas invenção deliberada, uma ficção, pois nem toda ficção ou fábula é sinônimo de mentira. Não pode ser mentira a literatura, a arte ou mesmo a demência (sintoma da confabulação). A intencionalidade é que define a mentira, estabelece o dano ou dolo.
Assim sendo, não mente quem acredita naquilo que diz, mesmo que isto seja falso. Santo Agostinho declara que “Quem enuncia um fato que lhe parece digno de crença ou acerca do qual forma opinião de que é verdadeiro, não mente, mesmo que o fato seja falso”. 
Considerarmos todas as formas de mentira, desde a mentira convencional de dizer Bom Dia às pessoas sem que, necessariamente, ansiamos para que ela tenha realmente um bom dia, passando pela mentira humanitária de consolar o moribundo, pela mentira carinhosa de achar que aquele vestido ficou muito bem na pessoa amada, o Papai Noel, ou a mentira por omissão, seja ela médica, política ou policial, enfim, todas essas maneiras de dissimular a verdade, entendemos melhor as pesquisas que mostram a mentira presente em todas as pessoas.
Mas, é o propósito com que falamos alguma coisa que definirá a mentira. Mentir seria dirigir a outro um enunciado falso, cujo mentiroso sabe conscientemente dessa falsidade, e o faz com objetivo de enganar, de levar esse outro a crer naquilo que é dito, dando a entender que diz a verdade.
Como dissemos, para mentir o que conta é a intenção e, voltando a Santo Agostinho, “não há mentira, apesar do que se diz, sem intenção, desejo ou vontade de enganar”. É a intenção que define se o que foi dito, verdadeiro ou falso, teve ou não o propósito de enganar. Aliás, excluindo-se o aspecto intencional de enganar que caracteriza a mentira, é mesmo muito difícil argüir se uma verdade é mais ou menos verdadeira, de forma a aceitarmos com facilidade a expressão “a verdade de cada um”. Isso é bem comentado quando estudamos as maneiras pessoais de representar a realidade, quando vimos o termo procepção. 
Muitas vezes levadas pela insegurança de ser aceitas tal como são, as pessoas podem cair na tentação de enriquecer suas histórias e enaltecer suas habilidades de forma a causar uma impressão mais favorável em outras pessoas. 
É assim, por exemplo, que um ladrão atribui-se mais roubos do que realmente tenha cometido para melhorar sua imagem diante dos companheiros de cadeia, ou o jovem que se vangloria de proezas sexuais muito além do que tenha feito, superando a insegurança de sentir-se pouco viril, ou a mãe que aumenta um pouco o desempenho escolar de seu filho, compensando assim o sentimento de inferioridade diante de outras mães satisfeitas com o rendimento dos filhos delas...
Além de atender diretamente as aspirações próprias, a mentira satisfaz também interesses de maneira indireta. É o caso, por exemplo, dos falsos rumores que diminuem, comprometem, execram pessoas que, de uma forma ou outra, nos ameaçam (às vezes ameaçam apenas nosso bem estar emocional). Mentir é um recurso fácil de se recorrer, sem necessidade de se passar por esforços ou penúrias, ainda que haja o permanente risco de ser descoberto.
O Mentiroso
Aprendemos desde cedo as vantagens da mentira. Ainda crianças aprendemos a dizer que a mãe não está em casa, quando ela quer evitar atender ao telefone. Cedo aprendemos os benefícios de um atestado médico forjado para comodidade de poder faltar às aulas de ginástica, e assim por diante. Ah! Não esquecendo das mentiras a que se obrigam os netos, quando os avós perguntam de quais avós gostam mais...
Mas o mentiroso também passa por dificuldades, e quanto mais cai na tentação de mentir, tanto mais difícil vai ficado controlar a abundante base de dados das versões de suas mentiras, mais difícil vai ficando garantir a coerência de suas estórias, mais necessidade de novas mentiras para encobrir as antigas.... a farsa cresce em progressão geométrica. 
Não é possível para a psiquiatria estabelecer o estereótipo do mentiroso; cada caso é um caso. A maioria das pessoas se encaixa nos mentirosos fisiológicos, e a mais fisiológica das mentiras são os falsos elogios – “ora, você está sempre igual, parece não envelhecer...”. Esses mentirosos fisiológicos se servem das mentiras também para a elaboração das mais esfarrapadas desculpas – “não pude comparecer ao enterro porque uma tia minha teve que ser internada...” E o interessante é que o outro, igualmente mentiroso fisiológico, também mente, fingindo acreditar.
Diante dessa freqüência fisiologicamente humana há, naturalmente, uma tendência em banalizar a mentira, ou inocentemente classificar nossa mentirazinha cotidiana como sendo do tipo positiva, aquela que além de não prejudicar pode até ajudar pessoas (...o senhor me parece mais saudável hoje do que ontem... conheci seu filho, um jovem magnífico...), ou mentira negativa, aquela que prejudica. 
Enfim, a mentira fisiológica pode até facilitar a integração social, e de tal forma que as pessoas com inata dificuldade para essas mentirinhas corriqueiras são tidas como ingênuas, socialmente pouco habilidosas, falta-lhes jeito ou, como se diz espertamente, não têm “jogo de cintura”.
Uma das razões interiores mais comuns para mentir é a insegurança ou baixa auto-estima. Como dissemos, a mentira passa ao outro uma imagem de nós próprios muito melhor do que de fato acreditamos ser. Mente-se também por razões externas, de acordo com as pressões para sucesso na vida em sociedade, por razões políticas ou até econômicas, quando o prejudicado for o fisco. 
Finalmente há mentiras por razões patológicas, desde aquelas determinadas por uma personalidade problemática, até as outras, produzidas por neurosesfrancamente histriônicas, como é a Síndrome de Münchhausen e de Ganser.
Mentirosos contumazes, de dinâmica psíquica rica em conflitos e complexos, que representam personagens tal como fazem os atores, e refletem aquilo que gostariam de ser. Ao perderem o controle sobre o impulso de mentir o personagem criado suplanta o ego e a personalidade toda é tomada por um falso e inaltêntico ego.
Menosprezando a Realidade
Obviamente, nem todas as vezes que a realidade é falseada, distorcida, recriada ou substituída se constituirá uma mentira. Na Demência, por exemplo, a cognição é de tal forma comprometida que a pessoa relata aos outros um mundo profundamente modificado e no qual acredita, sem a intenção de ludibriar. O mesmo acontece no Delírio, seja do psicótico esquizofrênico, do delirante crônico ou do deprimido grave com sintomas psicóticos.
Aliás, desde crianças aprendemos a abstrair a realidade através dos devaneios, fantasias, fábulas. A própria literatura pode nos conduzir a um mundo apaixonante “de mentirinha”.
E como a concepção da mentira se embasa na intencionalidade, esta pode ser singela e acanhada, como é o caso de uma mentira tosca e pueril da pessoa que namora mas afirma o contrário, com o propósito de facilitar uma conquista amorosa, até uma mentira de proporções inimagináveis, como por exemplo, o falso relatório sobre a existência de um arsenal de armas de destruição em massa no Iraque, como justificativa para uma guerra igualmente de destruição em massa. 
Há a mentira institucional, quando a propaganda mal intencionada tenta convencer de que toda corrupção governamental será devidamente apurada e apenada. Bem ilustra isso, Hannah Arendt, lembrando que “As mentiras sempre foram consideradas instrumentos necessários e legítimos, não somente do ofício do político ou do demagogo, mas também do estadista” (in. Derrida, 1996).
Mas não é intenção deste trabalho discorrer sobre espécies de mentiras dissimuladas em regras de convivência e sucesso social, como por exemplo, garantir que se usando tal creme cosmético haverá pronto desaparecimento de rugas, ou que esse plano de saúde realmente é melhor que os outros... Não seria adequado, aqui, atribuir ao marketing o exercício da má fé.
Mentira como sintoma de Patologias
Síndrome de Münchhausen
O hábito arraigado de mentir fantasticamente pode refletir um Transtorno da Personalidade que alguns autores chamam de “pseudologia fantástica”, que seria caracterizado por uma compulsão a fantasiar uma vida fictícia para causar grande mobilização e perplexidade em outras pessoas (Catalán, 2006), outros autores denominam de Síndrome de Münchhausen.
Nesta síndrome a pessoa não suporta a idéia dela ser comum, normal, trivial... Não. Ela tem que ser super especial, tem que ter peculiaridades completamente excepcionais e fantásticas. Essa inclinação impulsiva para a mentira reflete uma grande vontade em ser admirado, de ser digno de amor e consideração pelos demais, conseqüentemente reflete uma grande insatisfação com a real e medíocre condição existencial. 
A Síndrome de Münchhausen é relativamente rara, de difícil diagnóstico, e caracterizada pela fabricação intencional ou simulação de sintomas e sinais físicos ou psicológicos sempre de natureza fantástica em um filho ou em si próprio, levando a procedimentos diagnósticos desnecessários e potencialmente danosos. Há sempre uma fraude intencional nessa síndrome.
Em 1951, Asher idealizou o termo Síndrome de Münchhausen para descrever os pacientes que produziam e apresentavam intencionalmente sintomas físicos para receber tratamento médico e hospitalar freqüente. Uma das características associadas mais freqüente era a mentira patológica, juntamente com uma vasta história de atendimentos médicos e internações hospitalares.
Depressão Grave
Alguns casos de depressão grave também podem ser acompanhados de mentiras patológicas. Nessa situação a pessoa se coloca em um verdadeiro emaranhado de estórias, desculpas e relatos que vão cada vez complicando mais a sustentação da mentira.
As mentiras iniciais na depressão têm, normalmente, o propósito de ocultar algum acontecimento que deixaria outra pessoa triste, aborrecida, decepcionada. Daí em diante, há contínua necessidade de novas mentiras para completar a primeira. Percebe-se que, consoante a preocupação do deprimido com o sentimento do outro, ele mente para poupar maiores sofrimentos desse outro, mas o resultado é sempre desastroso.
Na depressão as mentiras, ao contrário da sociopatia, são acompanhadas de importante sentimento de culpa e arrependimento.
Transtornos do Controle dos Impulsos (veja)
No Jogo Patológico, na Cleptomania, na Bulimia, na Dependência Química e outros Transtornos do Controle dos Impulsos existem muitas mentiras, cujo objetivo é ocultar um comportamento sabidamente reprovado socialmente. 
Personalidade Anti-Social
O quadro mais grave onde a mentira aparece como sintoma importante é o Transtorno Anti-Social da Personalidade, ou Personalidade Psicopática. Embora qualquer pessoa possa mentir, temos de distinguir a mentira banal da mentira psicopática. O psicopata utiliza a mentira como uma ferramenta de trabalho. Normalmente está tão treinado e habilitado a mentir que é difícil captar quando mente. Ele mente olhando nos olhos e com atitude completamente neutra e relaxada.
O psicopata não mente circunstancialmente ou esporadicamente para conseguir safar-se de alguma situação. Ele sabe que está mentindo, não se importa, não tem vergonha ou arrependimento, muitas vezes mente sem nenhuma justificativa ou motivo.
Normalmente o psicopata diz o que convém e o que se espera para aquela circunstância. Ele pode mentir com a palavra ou com o corpo, quando simula e teatraliza situações vantajosas para ele, podendo fazer-se arrependido, ofendido, magoado, simulando tentativas de suicídio, etc.
A personalidade do psicopata é narcisística, quer ser admirado, quer ser o mais rico, mais bonito, melhor vestido. Assim, ele tenta adaptar a realidade à sua imaginação, à seu personagem do momento, de acordo com a circunstância e com sua personalidade é narcisística. Esse indivíduo pode converter-se no personagem que sua imaginação cria como adequada para atuar no meio com sucesso, propondo a todos a sensação de que estão, de fato, em frente a um personagem verdadeiro. 
Introdução
Nesta aula, iremos estudar a organização do pensamento e as áreas envolvidas com o processamento do pensar: córtex pré-frontal, córtex límbico e córtex parietotemporoccipital. Finalizaremos estudando um pouco sobre transtornos mentais.
Organização do pensamento
Nosso pensamento pode ser definido de diversas formas, por exemplo, de acordo com a capacidade de nosso cérebro para formular e evocar ideias diversas. A partir de nossas experiências e da nossa criatividade, podemos relacionar conceitos, impor nosso julgamento, alterar e inventar fatos e etc. O pensamento pode ainda ser relacionado à nossa capacidade de reflexão e criação a iniciarem-se de ideias pré-existentes.
Uma questão interessante a dedicarmos nossos estudos é o fato de que diferindo de nossas sensações, que são bem estruturadas e dependem de um estímulo para que sejam percebidas, as nossas imagens mentais surgem de forma espontânea e voluntária, independendo de um estímulo sensorial específico. 
Geralmente elas estão ligadas aos conceitos que temos dos objetos e ao significado dos mesmos.
Organização do pensamento
Para entender um pouco melhor a organização de nosso pensamento, faça o seguinte exercício mental:
Imagine que você está andando na rua e encontra uma velha amiga dos tempos da escola. Ela segura um bebê, de pele rosada, bem gordinho e com fofas meias azuis. Enquanto a conversa acontece, o bebê mexendo o pezinho te encanta. Na despedida, você comenta: Que belo menino, parabéns! E sua amiga o corrige: Giovana! O nome DELA é Giovana. Você fica um pouco embaraçado, se desculpa com outro elogio e só então percebe que o universo daquele bebê é típico do utilizado para meninas em nossa sociedade, o carrinho que estáao lado é xadrez rosa e cinza, os brinquedinhos são flores e bonequinhas .
O que ocorreu? Seu cérebro, ao fixar as meias azuis, fez uma predição e antecipou para você uma série de julgamentos sobre aquele bebê. Como o assunto da conversa não foi o bebê e, sim, outras coisas que ocorreram durante os anos de afastamento... Pronto, seu cérebro esperto já havia programado o que deveria ser dito, para o que ele deduziu ser um menino. 
A nossa imagem mental de bebês de roupas rosa faz nosso cérebro associá-los a meninas e bebês de azul a meninos. Ao ter contato com um elemento de uma imagem mental, evocamos as informações relacionadas a ela.
O cérebro pode evocar, combinar e mesmo criar novos conceitos e hipóteses diante de uma cena e isso dá ao nosso pensamento a habilidade de antecipar probabilidades relativas aos acontecimentos.
Sempre devemos ter claro que, somente a partir de elementos fornecidos por nós e pelo ambiente que nos cerca, através de nossas sensações (em alguns casos, percebidos desde a vida fetal, como os estímulos auditivos), é que formamos essa série de objetos mentais. No entanto, no momento em que iniciamos a formação deste banco de dados mentais, as possibilidades de combinação de elementos são infinitas.
Talvez você já tenha experimentado a agradável sensação de dormir com um problema e acordar com uma solução. O que acontece é que, ao se deitar, você pensa no problema que trouxe do trabalho e para o qual você não tem uma solução viável. Ao acordar: Bingo! É isso que devo fazer!
Seu cérebro pode e, corriqueiramente, faz uma série de combinações de assuntos relacionados ao tema de seu problema, ao comparar com outras situações vividas por você, ou compartilhada com amigos, ele pode ou não encontrar uma boa solução.
Vamos estudar agora o papel dessas áreas relacionadas às funções superiores:
Papel do córtex pré-frontal
Esta região do cérebro está principalmente relacionada com as ações motoras, no entanto, o córtex frontal, onde ela se encontra, participa de uma série de questões interessantes, como a capacidade de avaliar as consequências de planejamentos e ações futuras. Nosso córtex pré-frontal integra as informações que o ambiente está oferecendo com as nossas experiências anteriores para poder programar as respostas motoras apropriadas para cada estímulo.
O objetivo desta área é simples: reunir informações sensoriais e experiências emocionais, de modo a produzir percepções conscientes que resultem em comportamentos específicos, que atendam a nossas necessidades em cada momento.
Lesões desta área parecem desligar planejamento e ação, de modo que a pessoa, apesar de aparentemente compreender bem o que lhe é informado pelo ambiente, não realiza os ajustes motores necessários a realização de tarefas.
Papel do córtex parietotemporoccipital
É a região responsável por promover uma análise detalhada das diferentes modalidades sensoriais, integrando-as e traduzindo como uma função mental superior. 
Integra os estímulos recebidos e processados pelas áreas pré-frontais e límbicas, levando à expressão complexa de nossas ações.
Papel do córtex límbico 
O córtex límbico está relacionado com a memória, emoção e aspectos motivacionais relacionados a um dado comportamento.
O estado de nosso meio interno (homeostase alimentar, sexual, emocional e etc.) está diretamente relacionado com a nossa habilidade de perceber estímulos sensoriais do meio ambiente. Conexões entre nosso córtex pré-frontal e límbico permitem que tenhamos uma percepção do colorido emocional relacionado a cada experiência. 
Regiões do córtex de associação límbico:
• Córtex orbitofrontal.
• Porções do lobo temporal.
• Giro de cíngulo.
As lesões do córtex orbitofrontal promovem redução da raiva e do comportamento agressivo e redução da dor crônica. Esse fenômeno foi observado experimentalmente em animais de laboratório e posteriormente em homens com lesões devidas a acidentes traumáticos.
Bases biológicas de transtornos mentais
A partir do esclarecimento dos processos mentais normais, fica mais fácil compreender uma série de desordens mentais. Ou seja, se um desvio acontece em alguma área cerebral, há a grande possibilidade de que ocorra um transtorno.
Estudos sobre as funções superiores, como o pensamento e, principalmente, a linguagem, vêm contribuindo de forma significativa neste sentido.
Pelo que temos estudado até aqui em nossa disciplina, já podemos compreender que uma determinada percepção pode ser desdobrada em diversos aspectos no entendimento dos processos mentais.
Bases biológicas da esquizofrenia:
Nesta psicopatologia as áreas do córtex pré-frontal e o polo do lobo temporal estão significativamente comprometidos, com uma clara disfunção do hemisfério esquerdo cerebral. Além disso, verifica-se um déficit de comunicação entre os hemisférios cerebrais. Com esses problemas, o indivíduo passa a usar principalmente o hemisfério esquerdo (que está precário) e começa a interpretar as mensagens oriundas do hemisfério direito como externas ao seu corpo (delírios e alucinações).
Estudos mais detalhados revelaram o papel da dopamina nesta patologia, onde ela está com uma hiperfunção: há um aumento da transmissão dopaminérgica em esquizofrênicos. Não podemos esquecer que a alteração na fisiologia de uma rede neural interfere em outras, o que leva a complexidade da terapia destes pacientes.
1. Nossos pensamentos surgem de forma voluntária e espontânea em nossa mente e nosso cérebro pode evocar, combinar e até mesmo criar novos conceitos. Considerando seus estudos sobre o pensamento, podemos afirmar que:
Parte superior do formulário
1) Nosso pensamento é capaz de antecipar acontecimentos. 
2) As associações de nosso pensamento sempre são favoráveis. 
3) Equívocos de associação são raros em nosso pensamento. 
4) Previsões de eventos futuros são apenas suposições delirantes. 
5) Perda da lógica do fluxo de pensamento é esperada em mulheres. 
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2. Diversas regiões do córtex cerebral participam da construção de nossos pensamentos e das ações que eles geram. A região responsável pela programação das respostas motoras apropriadas aos estímulos é o córtex:
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1) Límbico. 
2) Parietotemporoccipital. 
3) Pré-frontal. 
4) Orbitofrontal. 
5) Cingulado. 
Parte inferior do formulário
3. Na esquizofrenia, uma psicopatologia psicótica com grande comprometimento das faculdades mentais, verifica-se uma alteração na função de um dado neurotransmissor, que está com a função exacerbada. Qual é este neurotransmissor?
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1) Serotonina. 
2) Dopamina. 
3) Acetilcolina. 
4) Adrenalina. 
5) GABA. 
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