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Sociologia Rural- Introdução

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@academicavet 
ó
Impressões sociais no tempo 
 
→ Campo/trabalho camponês. Visto como um 
espaço sem cultura, um lugar atrasado, pouco 
artificial. 
 
→ Espaço com uma excelente qualidade de vida. 
(Naturalismo). 
 
→ Espaço voltado para produção de alimentos. 
 
 
→ Brasil e a monocultura (Açúcar, Café, Soja, 
Milho). 
 
 
1. Concepções evolucionistas- Gradação 
Hierárquica. 
 
• O Rural em contraponto ao urbano. 
• O Rural sendo substituído pelo urbano. 
 
2. Fim do rural pelo surgimento da indústria e da 
urbanização. 
 
• Enquanto forma de ocupação do espaço, da 
economia e do modo de vida. 
• Processo de migração em massa do campo para 
a cidade. 
 
 
3. Globalização 
 
• Processo de dissolução da singularidade do rural 
devido aos índices de declínio demográfico e da 
população agrícola ativa ocupada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Movimentos de revitalização do rural 
 
• Perspectiva sociocultural como forma de 
redirecionar o desenvolvimento e uma reação às 
crises ambientais. 
• Palco para uma nova qualidade de vida. 
• Recuperação do rural em términos geográficos. 
• O rural se constrói socialmente e está sujeito a 
mudanças. 
 
 
-É um espaço especializado na produção agrícola. 
-Espaço durante os anos 50/60: Com mudanças 
atrasadas, incremento na produtividade e 
crescentes decisões exógenas; 
-Rural pós-produtivo- Revitalização sócio-
demográfica, simbólica cultural, diversificação 
produtiva e ocupacional. 
 
Trata-se de um conceito polissêmico. 
 
Ao se observar o rural podemos notar 
diferenças em cada espaço-tempo. O rural é um 
processo histórico e processual com mudanças 
próprias. 
 
 
 
 
 
 
 
@academicavet 
-Presença de políticas estatais direcionadas a 
agricultura e as organizações do campo. 
 
-Políticas informadas para o desenvolvimento. 
 
-Domínio por parte da indústria sobre o agrícola: 
A partir da desterritorialização da dinâmica 
agroalimentar, com objetivo de se desenvolver a 
internacionalização do capitalismo. Mesmo com o 
âmbito mundial, as relações se constituem no 
espaço rural. 
 
-O rural deixa de produzi identidades e 
sociabilidades. 
 
-O rural como luta pela terra e trabalhadores 
urbanos desempregados. 
 
-Reconstrução do rural como modo de vida, 
formação de nova atividades e modos de 
ocupação. 
 
 
 
ó
Ruralidade 
Conceito relacionado ao campo e ao trabalho 
camponês, rusticidade, qualidade do que é sem 
cultura, pouco artificializado. Estas são 
definições encontradas no dicionário que 
explicam o termo, abrangendo um espaço, suas 
características em relação ao modo de vida 
encontrado nesse ambiente, as pautas 
socioeconômicas ou valores específicos. 
Podemos observar as pejorações conotativas 
atribuídas ao rural, em virtude das concepções 
evolucionistas que interferiram num 
estabelecimento de um crescimento hierárquico 
gradativo entre o rural e a sociedade urbana 
industrializada, por se supor uma substituição do 
primeiro ambiente citado. 
 
 
 
Assim como o olhar evolucionista, outros pontos de 
vistas inseridos em ideias semelhantes a de mudança 
social estão presentes desde o início da sociologia e 
da sociologia rural. São pressuposições que indicam um 
fim do rural por meio do avanço da indústria e da 
urbanização, pelas maneiras de ocupação do espaço, 
da organização econômica e do modo de vida. Ideias 
da contemporaneidade indicam o processo da 
globalização como um fator de dissolução da 
singuralidade do rural, fato encontrado na segunda 
metade do século XX, pois o movimento de migração 
campo-cidade atingiria seu auge. 
Neste sentido, há um fortalecimento de movimentos 
oficiais socioculturais em busca de uma revalorização 
do rural. Podemos identificar esse fato a partir do 
fundamentalismo neorruralistas presentes em 
algumas de suas manifestações, pois, são atitudes 
mediantes as crises ambientais e a sociedade atual, 
marcada pela força urbano-industral. O ambiente 
rural é um local possível para uma nova qualidade de 
vida e a revitalização desse espaço é uma estratégia 
de redirecionamento do desenvolvimento. 
Em países europeus desenvolvidos, há uma 
recuperação do rural em algumas regiões, também 
em termos demográficos, fato justificado pela 
capacidade de adaptação. 
Para Etrena Durán, as posições contraditórias ao 
campo não possuem fundamentação. O que é 
divergente, são as concepções tidas sobre o rural, 
adequadas a um recorte espaço-temporal específico. 
O rural é construído socialmente, por isso, está 
sujeito a mudanças. 
Por meio de uma ordem social especializada na 
produção agrícola que se difere do rural que emerge 
nos anos 50/60, justificado pelo intenso processo de 
mudança tecnológica, incrementos de produtividade e 
crescentes decisões e influências externas. O declínio 
do rural poderia ser atribuído ao desaparecimento do 
apropriamento desse espaço e dos padrões culturais 
específicos. Mas, também, existe o rural pós 
produção, com possibilidades de novas configurações 
que estão em andamento, como por exemplo a sua 
revitalização demográfica social, a revalorização 
cultural, as suas trocas intensas com âmbitos 
produtivos, comerciais e sócio-culturais nacionais e 
internacionais. Trata-se de um conceito polissêmico, 
origem e objeto de polêmicas sociais e intelectuais. 
 
A correta forma de análise é a partir de 
perspectivas dos processos históricos, sendo essas 
 
@academicavet 
capazes de recuperar em cada espaço-tempo, as 
características do ambiente rural. 
Para o autor, não seria abrir mão da influência da 
globalização, mas sim levar em conta esse processo 
e o de modernização, tendo em vista uma concepção 
do espaço territorial como âmbito da construção 
social e transformação do rural. Por meio de uma 
observação da Espanha e demais regiões 
desenvolvidas é possível ter informações sobre o 
processo de recuperação da estrutura sócio-
econômica rural. 
Em âmbito político, é necessário um projeto 
modernizador produtivista, mesmo sendo questionado 
pelas novas regulações e exigências supra-nacionais 
e tende a ser reformado na direção de políticas 
informadas por perspectivas de desenvolvimento 
sustentável. O rural como construto social foi objeto, 
nesta história de transformações, de diferentes 
valorações culturais. 
No contexto europeu, o autor Entrena Durán 
comenta sobre a ida e volta do rural, pois essas 
tendências foram bases para a valorização e 
desvalorização desse ambiente. 
Nesse sentido, o pensamento dominante, inspirado 
nos clássicos da Sociologia, foi o de rejeição da 
sociedade tradicional rural em nome da modernização, 
vista, na maior parte das análises (o autor recupera 
aqui Spencer, Durkheim, Marx), como portadora de 
níveis superiores de civilização — resguardadas as 
diferenças contundentes entre as distintas teorias. 
Mostra as nuanças menos otimistas de Tönnies e de 
Weber e relativiza esta mesma visão em Durkheim 
para chegar ao pensamento conservador e populista 
que trazem, ao contrário, concepções críticas à 
modernidade e idealizadoras do mundo rural 
tradicional. No âmbito da Sociologia Rural, estas 
concepções foram a base para as teorias da 
modernização, influenciando na conotação pejorativa 
do rural. 
Atualmente, a construção social do rural reflete em 
seus limites com o meio urbano. Há a influência dos 
processos econômicos, sociais culturais que envolvem 
ambos os ambientes na perda de protagonismo e 
falta de atribuição socioeconômica, como 
consequência do mundo globalizado. 
A mudança nas relações sociais como efeito da 
desterritorialização e da identidade coletiva e individual 
fazem a construção do rural ser mais frequente em 
um cenário de alcance global. 
A busca por de um novo modo de vida rural, a inclusão 
de políticas públicas ou iniciativas de desenvolvimento, 
no sentido da promoção de descentralizações 
industriais e de serviços justificam um maior 
interesse no campo. Há o objetivo de configurar na 
localidade, espaços de trabalho, de vida e de 
integração socioeconômica que possibilitem a 
emergênciade outras identidades individuais e 
coletivas no meio rural. Um meio para isso seriam as 
tentativas de reterritorialização, ligadas a propostas 
de desenvolvimento local sustentável, que podem 
funcionar como um novo idealizador do campo e no 
ocultamento de suas assimetrias, crises e 
dominações/subordinações. 
 
 
 
O desenvolvimento do capitalismo na agricultura e a 
consequente dominação da indústria sobre o agrícola 
datam de séculos e foram crescentemente 
acentuando a desterritorialização de parte da 
dinâmica do agro-alimentar, à medida em que se 
desenvolvida a internacionalização do capital. A 
globalização acentua este processo, mas justamente 
a produção agrícola ainda é um setor que depende 
grandemente de sua inserção em um território — 
suas atividades básicas e sua teia de relações se 
funda em espaços locais, por mais mundializadas que 
sejam as influências e determinações que configurem 
o agro-alimentar como um todo. Para além do rural, 
também está amplamente discutida na literatura a 
importância do local — e do nacional — como 
espaços de sociabilidades, constituição de identidades 
e enfrentamentos entre grupos e classes sociais, 
como espaços, portanto, de ação coletiva, a despeito 
dos deslocamentos de fóruns maiores de decisão 
para instâncias supranacionais. 
Inclusive na manutenção do rural-agrícola, a 
globalização pode abrir oportunidades para sua 
revitalização, ao fazer chegar aos territórios locais 
novas demandas de qualidade e de produtos que 
podem ser compatíveis com o perfil de segmentos 
da agricultura familiar. Em países como o Brasil e 
outros da América Latina, a luta pela terra e pela 
volta às atividades de agricultura, protagonizada por 
milhares de agricultores sem-terra e trabalhadores 
urbanos desempregados, constitui uma manifestação 
de reconstrução do rural como espaço e modo de 
ocupação, de vida e de formação de novas 
 
@academicavet 
identidades. Ao rural-agrícola se acrescentam as 
novas atividades não agrícolas que podem reconstruir 
o território, numa crescente integração do rural com 
o urbano e com o não local. Diante destes fenômenos, 
impõe-se um continuado esforço de compreensão da 
construção social do rural na atualidade. Um outro 
rural, portador de singularidades que permitem 
continuar denominando-o como tal, mas, ao mesmo 
tempo, expressão de todos os processos de 
integração, fluidez e crise que marcam o mundo 
contemporâneo. 
 
 
 
https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/39
268/24087

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