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Introdução à Dor: Nociceptores, Hiperalgesia e Regulação

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Aula 9: Dor
Introdução
Iniciaremos nossa aula definindo os nociceptores e a hiperalgesia para que você possa estudar e reconhecer os aferentes primários, as vias ascendentes e a regulação aferente e descendente da dor. Apresentaremos ainda os principais opióides endógenos e uma doença conhecida como ausência congênita de dor. 
Atividade proposta:
Todos nós sabemos o que é dor. Certamente alguns já experimentaram dores mais intensas que outros, mas, inevitavelmente, já escutaram que a dor de parto é muito intensa. Antes de começar nossa aula de dor, convido todos a uma experiência sensorial. Não sendo possível realizar por qualquer motivo, imagine. Ou, na próxima oportunidade, lembre-se e reproduza.
Para os que gostam de pimentas e podem comê-las: 
Escolha a mais forte que tem em casa ou conhece e selecione um fruto, preferencialmente inteiro. Durante sua refeição, após uma garfada de alimento sem pimenta, coloque o fruto na boca e delicie-se. Anote suas sensações: prazer, queimação, dor, ardência, lacrimejar dos olhos, sudorese (suor intenso) e outras. 
Escolha outro fruto e repita o procedimento. Anote novamente.
Beba um pouco de água e agora descreva como sente a sua língua. Percebe alguma analgesia? Ainda há ardência? A intensidade é a mesma quando comparada à primeira pimenta ingerida?
Para os que não gostam de pimentas e podem comê-las: 
Experimente, vai ser engraçado e gerar aprendizado. Você não precisará fazer isso de novo nunca mais, se quiser... Alguns gostam da sensação e passam a ser fãs de pimentas leves. 
Ah! Tem a versão light do experimento para os que curtem chocolate com pimenta, é menos intenso, mas interessante! 
Para os que se negam terminantemente a fazer isso ou não podem por questões médicas: 
Convença alguém e seja criterioso na sua investigação.
Nociceptores e hiperalgesia:
A dor, ou sensação dolorosa, pode ser percebida em qualquer parte do corpo, em maior ou menor intensidade. E é reportada nesta fase como algesia, que significa sensibilidade a dor. As fibras nervosas que estão envolvidas na percepção e transmissão de estímulos dolorosos, chamam-se nociceptores, elas são terminações nervosas livres, ramificadas e não mielinizadas, que sinalizam quando o corpo está sendo lesionado ou corre risco de lesão. 
A nocicepção permite que nós venhamos a sentir a dor, ou seja, é o processo sensorial que provê sinais que desencadeiam a experiência da dor.
O que pode ativar um nociceptor, causando consequentemente uma sensação dolorosa?
• Estimulação mecânica intensa.
• Temperaturas extremas.
• Falta de oxigênio no tecido.
• Exposição a produtos químicos.
• Outros.
Dois tipos de fibras nervosas transmitem informações dolorosas:
1.Aδ: levemente mielinizadas.
2.C: não mielinizadas.
Os nociceptores estão na maior parte dos tecidos corporais, mas são ausentes no tecido nervoso.
Hiperalgesia
A hiperalgesia é determinada por um aumento da sensibilidade, e gera a percepção de dor exagerada. Os nociceptores disparam diante de lesões ou potenciais lesões, já a hiperalgesia está relacionada com nossa capacidade de controlar a dor. Após a lesão, e consequente ativação dos nociceptores, os tecidos já estão lesionados, no entanto, ficam muito sensíveis a estímulos, um simples toque no ponto lesado pode desencadear dor extrema.
Mas o que pode desencadear a hiperalgesia?
Um limiar reduzido para a dor. 
 Intensidade aumentada do estímulo doloroso.
 Dor espontânea.
A hiperalgesia pode ser primária, quando ocorre dentro da área do tecido lesionado (na área do machucado, por exemplo) ou secundária, quando atinge o entorno da região lesionada.
Diversas substâncias endógenas podem promover a hiperalgesia, entre elas destacam-se a bradicinina, as prostaglandinas e a substância P.
Aferentes primários
As vias de entrada da informação dolorosa compreendem os aferentes primários e eles são representados pelas fibras Aδ e C. A primeira, Aδ, está diretamente envolvida com a dor aguda, mais rápida, e a segunda, C, com a dor de longa duração, mais lenta.
As principais substâncias inseridas no processo parecem ser o glutamato e a substância P, de acordo com os estudos mais recentes.
Vias ascendentes
A dor e a temperatura do corpo entram em nosso sistema nervoso via medula espinhal, utilizando fibras que seguem diretamente para o tálamo (região do diencéfalo): são as vias espinotalâmicas.
Já a informação oriunda da face (rosto) segue pelo nervo trigêmeo diretamente para o tálamo: São as vias trigeminotalâmicas.
Regulação aferente e descendente
 Antes de entendermos a regulação da dor, é fundamental que fique claro que a percepção dolorosa é variável de indivíduo para indivíduo. Além disso, dependendo do contexto comportamental a mesma intensidade de ativação nociceptora poderá produzir mais ou menos dor. 
Caso fibras mecanorreceptoras (táteis) de baixo limiar, como as fibras Aβ, sejam ativadas, inibiremos a dor em sua origem, inibindo as mensagens que seguiriam pelas vias espinotalâmicas, essa é dita a regulação aferente.
No entanto, outras vias são possíveis. Como explicar a aparente ausência de dor em situações onde há forte envolvimento emocional? A dor diante destas situações é inibida, ou seja, de regulação descendente.
O processo é o seguinte: Neurônios da substância cinzenta periaquedutal e periventricular (localizada no mesencéfalo), quando estimulados, promovem analgesia profunda. Enviando mensagens mediadas pela serotonina, essas áreas se comunicam com neurônios do bulbo (localizado abaixo da ponte no tronco encefálico) e estes se comunicam com a medula, promovendo a inibição da dor. Curioso, não?
Opióides endógenos
Sob o termo “opióides” encontra-se uma variedade de substâncias que promovem analgesia (ópio, morfina, codeína, heroína e etc.). 
Os opióides endógenos são representados por substâncias produzidas pelo nosso sistema nervoso e que atuam inibindo a dor. Essas substâncias são chamadas coletivamente de endorfinas. As principais endorfinas são chamadas de β-endorfinas, sendo produzidas pelo eixo hipotalâmico-hipofisário.
Ausência congênita de dor
Talvez você já tenha pensado em “como seria bom se eu não sentisse mais dor”. 
Bom, caso você reflita calmamente sobre a colocação verá que esse desejo não deve ser realizado, afinal, a dor nos avisa que algo não vai bem com nosso organismo, não é mesmo? Além disso, é ela que nos avisa que a área machucada ainda está prejudicada e nos induz a deixá-la de repouso para plena recuperação.
Algumas raras pessoas nascem com uma falha no desenvolvimento dos nociceptores, além de possuírem falhas nas transmissões nervosas de vias relacionadas à dor com o sistema nervoso central. As outras vias sensoriais são perfeitas, exceto aquelas relacionadas à dor.  Essas pessoas sofrem da ausência congênita de dor.
Veja alguns exemplos de complicações possíveis:  
• Queimaduras diversas, mesmo em situações cotidianas como cozinhar.
• Fraturas que não são percebidas e tratadas.
• Escarras e úlceras de decúbito, pois o indivíduo não fica com dores no corpo e dificilmente muda de posição durante o sono.
• Incapacidade de perceber alterações nas articulações, permitindo degenerações e deformações.
A dor é adaptativa, é necessário que ela promova um incômodo significativo que demande nossa busca por cuidado.
1. Diversas substâncias endógenas podem promover a hiperalgesia, ou seja, elevar nossa percepção dolorosa. Sobre a bradicinina, é correto afirmar que:
Parte superior do formulário
1) Atuam indiretamente, pois deixam os nociceptores mais sensíveis. 
2) É produzida pelos nociceptores. 
3) Atua diretamente nos nociceptores. 
4) Causa dilatação dos vasos sanguíneos (edema). 
5) Promove a liberação de histamina. 
Parte inferior do formulário
2. Analise as três colocações abaixo sobre a hiperalgesia.
i. Um limiar reduzido para a dor.
ii. Intensidade aumentada do estímulo doloroso.
iii. Dor espontânea.
Podemos afirmar que a opção que representa elementos capazes de induzir a hiperalgesia é:
Parte superior do formulário
1) i. e ii. 
2) ii e iii. 
3) i e iii. 
4) Todasas opções. 
5) Nenhuma das opções. 
3. A palavra opióides traduz uma série de substâncias que promovem analgesia em nosso organismo. Dentre as opções abaixo, aquela que representa um opióide endógeno é:
Parte superior do formulário
1) Ópio. 
2) Enforfina. 
3) Morfina. 
4) Codeína. 
5) Heroína. 
Parte inferior do formulário
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