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Manual de: GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 2º ANO UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA Direitos de autor Centro de Ensino à Distância Av/Rua Correia de Brito Nº 613, Beira Moçambique Fax: E-mail: @ Website: www. Agradecimentos A UCM, a minha família, aos estudantes de curso de administração publicada, assim como a todos que poderão usar este manual. GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS i Índice Visão geral 1 Objectivos do curso ....................................................................................................... 2 Quem deve estudar este módulo .................................................................................... 3 Como está estruturado este módulo................................................................................ 4 Quem deveria estudar este módulo ................................ Erro! Marcador não definido. Como está estruturado este módulo................................................................................ 4 Ícones de actividade ...................................................................................................... 5 Habilidades de estudo .................................................................................................... 5 Apoio ............................................................................................................................ 5 Tarefas: avaliação e auto-avaliação ................................................................................ 5 Avaliação ...................................................................................................................... 6 Unidade 01 Erro! Marcador não definido. 1. CONCEITO DE PROJECTO ............................................................................... 7 Introdução ............................................................................................................ 7 Unidade 02 15 2. CONCEITO DE PROJECTOS: Projectos Técnicos ........................................... 15 Introdução .......................................................................................................... 15 Unidade 03 19 3. CONCEITO DE PROJECTO: Ojectivos de um projecto .................................... 20 Introdução .......................................................................................................... 20 Unidade 04 28 4. NOCAO DE PROJECTOS: Fases de Um Projecto ............................................. 28 Introdução .......................................................................................................... 28 Unidade 05 38 5. GESTAO DE PROJECTOS TECNICOS............................................................ 38 Introdução .......................................................................................................... 38 Unidade 06 46 6. Gestão Estrategica de Projectos:Organização ...................................................... 46 Introdução .......................................................................................................... 46 ii Índice Unidade 07 54 7. Gestão Estrategica de Projectos: Espaços de Intervenção ......................................... 54 Objectivos .......................................................................................................... 55 Unidade 08 58 8.Gestão Estrategica de Projectos: Estrutura Funcional ................................................ 58 Introdução .......................................................................................................... 58 Unidade 10 62 8.Gestão Estrategica de Projectos: Estrutura Funcional .. Erro! Marcador não definido. Introdução .......................................................................................................... 62 2.3.5. Estrutura Funcional ................................................................................... 62 Unidade 11 81 1. PROJECTOS: ÁREAS DE INVESTIMENTO ..... Erro! Marcador não definido. Introdução .......................................................................................................... 81 Unidade 12 87 1. PROJECTOS: DEFINIÇÃO DE MEIOS .............. Erro! Marcador não definido. Introdução .......................................................................................................... 87 Unidade 13 92 1. PROJECTOS: DEFINIÇÃO DE FUNÇÕES ........ Erro! Marcador não definido. Introdução .......................................................................................................... 92 Unidade 14 97 1. PROJECTOS: ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO PROJECTOErro! Marcador não definido. Introdução .......................................................................................................... 98 Unidade 15 103 1. GESTAO ESTRATEGICA DE PROJECTOS: ESTRUTURA EMPRESARIALErro! Marcador não definido. Introdução ........................................................................................................ 103 Unidade 16 106 1. GESTAO ESTRATEGICA DE PROJECTOS: PROJECTOS DE DESOLVIMENTO LOCAL ...................................................................................... 106 Introdução ........................................................................................................ 106 Objectivos ........................................................................................................ 106 GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS iii Unidade 17 110 1. GESTAO ESTRATEGICA DE PROJECTOS: PROJECTOS DE DESOLVIMENTO LOCAL ...................................................................................... 111 Introdução ........................................................................................................ 111 Objectivos ........................................................................................................ 111 CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................................. 112 AS ETAPAS NA GESTÃO DE PROJECTOS SOCIAIS ............................................................ 113 CONHECIMENTO DA REALIDADE.................................................................................. 113 DECISÃO .................................................................................................................... 114 ACÇÃO....................................................................................................................... 116 Unidade 18 117 1. GESTAO ESTRATEGICA DE PROJECTOS: PROJECTOS DE DESOLVIMENTO LOCAL: Relatórios gerenciais........ Erro! Marcador não definido. Introdução ........................................................................................................ 118 Objectivos ........................................................................................................ 118 Relatórios gerenciais. 119 Unidade 19 123 1. GESTAO ESTRATEGICA DE PROJECTOS: PROJECTOS DE DESOLVIMENTO LOCAL Indicadores de qualidade .............................................. 124 Introdução ........................................................................................................ 124 Indicadores de resultados de projectos sociais 124 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DE INDICADORES ............................................................... 126 EFICIÊNCIA, EFICÁCIA, EFETIVIDADE E IMPACTO. ......................................................... 128 Unidade 20 130 1. GESTAO ESTRATEGICA DE PROJECTOS: PROJECTOS DE DESOLVIMENTO LOCAL: Relatórios gerenciais.................................................... 130 Introdução ........................................................................................................130 Objectivos ........................................................................................................ 130 iv Índice SISTEMA DE INDICADORES. ......................................................................................... 130 CARACTERÍSTICAS DE UM BOM SISTEMA DE INDICADORES ........................................... 134 Unidade 21 136 1. GESTAO ESTRATEGICA DE PROJECTOS: PROJECTOS DE DESOLVIMENTO LOCAL Tipos de Relações nos Projectos de Desenvolvimento Local 136 Introdução ........................................................................................................ 136 Filantrópica ............................................................................................................... 136 Transacional .............................................................................................................. 137 Integrativa ................................................................................................................. 137 Unidade 22 139 1. GESTAO ESTRATEGICA DE PROJECTOS: ETAPAS DE GESTÃO DE PROJECTOS: VISÃO GERAL ................................................................................. 140 Introdução ........................................................................................................ 140 Objectivos ........................................................................................................ 140 Unidade 23 152 1. GESTAO ESTRATEGICA DE PROJECTOS: ETAPAS DE GESTÃO DE PROJECTOS: VISÃO GERAL ................................................................................. 152 Introdução ........................................................................................................ 152 Introdução ........................................................................................................ 152 Unidade 24 Erro! Marcador não definido. 1. GESTAO ESTRATEGICA DE PROJECTOS: ETAPAS DE GESTÃO DE PROJECTOS: VISÃO GERAL ..................................... Erro! Marcador não definido. Introdução ............................................................ Erro! Marcador não definido. Introdução ............................................................ Erro! Marcador não definido. GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 1 Visão geral O sucesso da Gestão Estratégica do Projectos (GEP), mais do que técnicas e ferramentas evoluídas, exige um novo estilo de gestão que deverá assentar em modelos organizacionais adequados à simplicidade e flexibilidade exigida pelos projectos e deve inserir- se numa cultura que permita o desenvolvimento da motivação, do compromisso e da comunicação entre todos os intervenientes no projecto, bem como uma equilibrada relação com as envolventes interno e externa do projecto. A Gestão de Projectos é vista pelas modernas Organizações como uma competência estratégica que lhes permite diferenciarem-se dos seus concorrentes e responder com eficácia aos desafios duma economia em acelerado processo de mudança como a nossa. O Curso de Gestão de Projectos promovido pela UCM, Universidade Católica de Moçambique, está alinhado com as melhores práticas internacionalmente aceites, nos modelos estratégicos de gestão de projectos de todos tipos, técnicos e sociais. Esta forma de ver a gestão dos projectos como um incremento de diferenciação, será abordada neste manual com mais detalhes onde o estudante deverá fazer o melhor aproveitamento para futuras aplicações. Porquê este Manual O presente manual foi elaborado especificamente para o desenvolvimento do Módulo de Gestão Estratégica do Projecto, que integra o curso mudular de formação em Administração Pública, inserido no programa de actividades de formação e CED 2 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante aperfeiçoamento profissional para a área de especialização em Gestão Estratégica de Projectos. O manual está direcionado para responder às necessidades específicas dos órgãos do decisão, de forma a assegurar que os formandos desempenhem as suas funções com zelo, profissionalismo, transparência, imparcialidade, responsabilidade e sempre preocupados com o melhor servir ao cidadão; contribuindo de forma efectiva no esforço patriotico de construção do bem-estar, e da promoção do desenvolvimento económico e social de Moçambique. O material é escrito num contexto actual e em diferentes perspectivas e visando diferentes grupos, daí que a principal ideia desta iniciativa foi a de combinar metodologias e explorar abordagens emergentes para responder às necessidades específicas na Gestão Estratégica do Projecto quer para projectos técnicos quer para projectos de desenvolvimento local. Destinatários deste manual Este manual foi preparado para os estudantes da UCM que frequentam o curso a distância em Administração Pública. No entanto, outros actores envolvidos em actividades equiparadas ou interessados em compreender como estes processos devem ser realizados, podem igualmente consultar o presente manual. Objectivos do curso Objectivos No final do Módulo de Gestão Estratégica do Projecto o formandos deverá: Ter um conhecimento estruturado dos conceitos fundamentais relativos aos Métodos, Técnicas e Processos GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 3 de Planeamento e Controlo de Projectos assim como à gestão da equipa de projecto. Reconhecer os diferentes elementos das competências técnicas, contextuais e comportamentais que constituem o perfil do profissional do gestor de projectos. Estar em condições de aplicar os conceitos adquiridos no Módulo Utilizar as principais técnicas e ferramentas de Planeamento e Controlo de Projectos, na resolução de caso práticas no estudo gestão de projectos. Incorporar factores de contexto ao definir o Plano de Riscos. Integrar a estratégia da companhia, com a estratégia de negócio, com o portfolio de desenvolvimento de implementação de projectos, criar e implementar uma estratégia apropriada para qualquer projecto. Compreender a necessidade de comunicar a sua estratégia à equipa do projecto, o cliente e outros interessados no projecto, gerir as relações dos interessados eficazmente, gerir múltiplos projectos relacionados. Quem deve estudar este módulo Este manual foi preparado para os estudantes da UCM que frequentam o curso a distância de Administração Publica. No entanto, outros actores envolvidos em actividades equiparadas ou interessados em compreender como estes processos devem ser realizados, podem igualmente consultar o presente manual. CED 4 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante Como está estruturado este módulo O módulo está estrutura em 24 capítulo e no fim de cada capitulo existe uma serie de perguntas de consolidação para tornar mais compriensivel a matéria tratada no módulo. Tratando-se de curso a distancia, as questões deverão ser resolvidos e apresentados antes de inicio da sessão presencial seguinte. Como está apresentado este módulo Todos os módulos dos cursos produzidos por UCM-CED encontram-se estruturados da seguinte maneira: Páginas introdutórias Um índice completo. Uma visão geral detalhada do módulo, resumindo os aspectos- chave que você precisa conhecer para completar o estudo. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo. Conteúdo do módulo O módulo está estruturado em vinte quatro unidades. Cada unidade incluirá uma introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo actividades de aprendizagem. Outros recursos Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos que inclui livros, artigos ou sites na internet podem ser encontrados na páginade referências bibliográficas. Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se na última unidade de cada capítulo. Sempre que necessário, inclui-se na apresentação dos conteúdos algumas actividades auxiliares que irão lhe ajudar a perceber a exposição dos restantes conteúdos. GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 5 Comentários e sugestões Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários sobre a estrutura e o conteúdo do módulo. Os seus comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar a próxima edição deste módulo. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Habilidades de estudo Para suceder-se bem neste módulo precisará de um pouco mais da sua dedicação e concentração. A maior dica para alcançar o sucesso é não ignorar os textos que são apresentados como descrição para obter as figuras assim como, tentar sempre que resolver uma tarefa apresentar a descrição de todo o processo. Não ignore as actividades auxiliares pois as restantes actividades podem depender delas! Apoio Em caso de dúvidas ou mesmo dificuldades na percepção dos conteúdos ou resolução das tarefas procure contactar o seu professor/tutor da cadeira ou ainda a coordenação do curso acessando a plataforma da UCM-CED Curso de Licenciatura Administração Pública. Tarefas: avaliação e auto- avaliação Tratando-se de um curso a distancia leccionado em módulos, e duma cadeira de grande interesse e com especificações próprias, a metodologia do acompanhamento e avaliação do processo de CED 6 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante ensino aprendizagem de aquisição e aplicação dos conhecimentos será: O Professor orientador apresenta um projecto modelo, estudo de caso, e na base deste projecto várias questões serão levantadas para o debate, como forma de consolidar ou conciliar, a teoria com a prática. Serão elaborados entregues trabalhos práticos e em períodos determinados cuja dilatação será de autorização previa de coordenação do curso ou do docente da cadeira, segundo o regulamento em vigor na UCM. Consoante o trabalho, os dados obtidos deverão ser apresentados resgatando os objectivos do trabalho. Será obrigatório a apresentação da maneira como os dados foram colectados, como forma de evitar cópias dos trabalhos anteriores Avaliação Consoante o trabalhoe dada a natureza do modulo, os dados obtidos deverão ser apresentados resgatando os objectivos do trabalho. GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 7 Unidade 01 1. CONCEITO DE PROJECTO Introdução Nesta unidade vamos dar uma visao geral sobre o conceito do projecto Vamos refrir que um projeto tem como objetivo criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Será, duma forma exautstiva esclareceda ao estudante que um projecto apresenta início e final definidos. Sera referido nesta unidade que um projectico e implementado progressivamente e desenvolvido por etapas e dando continuidade de maneira incremental. Serao apresentados segundo a sua natureza, varios tipos de projectos e detalhado as características essenciais. Objectivos No fim da unidade o estudante deve ser capaz de: Adquirir noções sobre o conceito de projecto 1.1. Conceito do Projecto Não faria sentido falar de gestão de projectos sem que previamente nos tenhamos debruçado sobre o sujeito deste tipo de acção. Como é sabido, o entendimento mais corrente deste conceito, aplica-se na identificação dos elementos que representam essas soluções técnicas das várias especialidades, no campo da arquitectura e da engenharia (Desenhos, memoria descritiva, condições técnicas, cálculos, etc.). Um entendimento restritivo que não permite o conhecimento lato CED 8 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante da sua verdadeira extensão quando aplicada em matéria de gestão. Na língua inglesa este termo tem um significado mais consentâneo com essa realidade, porquanto abrange os conceitos de empreendimento ou investimento, mais corrente na língua portuguesa. Mas a “globalização” impõe-se e pese embora algumas relutâncias naturais, temos de aceitar o termo na sua acepção mais universal. No campo da gestão, a noção de projecto tem vindo a evoluir, como tantas outras mas de um modo peculiar e aparentemente inverso a tendência comum. Normalmente acontece que um conceito inicialmente genérico se vai afinando, subdividindo e particularizando ao longo do tempo, para dar lugar a conceitos específicos. Neste caso, sucede um pouco ao contrário, pois partindo de vários conceitos específicos, chega-se hoje em dia a noção genérica muito mais abrangente do que quaisquer daqueles que lhe deram origem. Segundo o manual de gestão de projectos da Brown Boveri, “um projecto e um trabalho não repetitivo, planificado e realizado de acordo com especificações técnicas determinadas e com objectivos de custo, investimento e prazos pré-fixados. Também se define como um projecto como um trabalho de volume e complexidade consideráveis, que se realiza com a participação de vários departamentos de uma empresa e eventualmente com a colaboração de terceiros” A definição proposta por J. Brand em Direcção e Gestão de Projectos concretiza mais, dizendo que: “Projecto e uma operação de envergadura e complexidade notáveis, de carácter não repetitivo, que se empreende para realizar uma obra importante”. Podemos dizer que o projecto é um percurso que vai desde uma ideia, que constitui a sua génese, ate ao balanço final dos objectivos GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 9 pretendidos. Passa pela transformação dessa ideia, numa formulação de objectivos precisos, segue-se uma escolha das opções possíveis quanto aos caminhos a percorrer para os alcançar. Vem depois a mobilização dos meios disponíveis e a aplicação destas as opções tomadas, que correspondem a fase de execução e, finalmente, a utilização ou exploração do produto resultante e a avaliação dos resultados. Resta acentuar que uma ideia, independentemente do fenómeno que a produz, visto que pode surgir como consequência de uma necessidade e nessa medida pode ser previsível, terá sempre um carácter episódico. Como tal, o projecto dela decorrente, não esta sujeito a uma planificação de actividades típicas dos processos contínuos e consequentemente não obedece aos métodos de gestão desses processos. Nesta conformidade e para concluir com a expressão do nosso entendimento sobre o assunto, diremos que: O projecto e um conjunto de operações de complexidades e dinâmica notável, destinadas a materializar uma ideia criadora, com objectivos precisos Tentaremos aprofundar estes conceitos, analisando com maior detalhe o seu conteúdo nas unidades seguintes. 1.2. Características dos projectos Todos os projectos, apesar de apresentarem diferenças notáveis entre eles, derivadas da sua especificidade, possuem algumas características comuns que os situam num mesmo universo perfeitamente identificável: 1.2.1. Descontinuidade É a característica inerente ao próprio conceito de projectos, por se tratar de uma actividade não repetitiva, com carácter episódico. A existência de projectos muito semelhantes, não invalida esta CED 10 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante situação, pois que se darão sempre circunstâncias de tempo, de lugar ou de detalhe, que marcarão estas diferenças relativamente a um processo de produção continua.1.2.2. Objectivos Precisos. São limitações no tempo e no custo, pelo facto de que qualquer projecto tem um princípio e um fim pré-determinados e um orçamento limitado. 1.2.3. Dinamismo. Porque o projecto, com o seu carácter de actividade episódica e o facto de estar limitado no tempo, exige um grande dinamismo a todos os níveis de intervenção, tanto na tomada de decisão com no desenvolvimento da execução. 1.2.4. Exposição aos factores externos. Mais do que qualquer outra actividade, um projecto, pelo seu carácter descontínuo, sofre de maneira muito específica a influência dos factores externos: políticos, tecnológicos, económicos ou sociais. Resultam destas características, um notável incremento de factores de risco. Estas características são efectivamente comuns a todos os projectos e estão na base dos conceitos de universo que propiciado a necessidade de desenvolver de uma metodologia genérica para a sua gestão. 1.3. Tipos de Projecto Embora sendo irrelevante proceder a uma classificação dos projectos, atendendo a sua natureza, poderá ajudar a sua compreensão, enumerar alguns exemplos dos campos em que eles normalmente se produzem e nos quais irão provocar avanços ou transformações importantes. Assim, podemos falar de projectos de: Construção - a construção de um hotel de quatro estrelas GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 11 em Nhamatanda; Engenharia o lançamento de um novo satélite de comunicações; Investigação - a procura de uma Vacina contra a Sida; Organização - Informatização de uma rede bancária; Desenvolvimento - reconversão ao regadio de uma agricultura de sequeiro; Comercialização lançamento de um brinquedo antes da quadra natalícia. Também podemos classificar os projectos, segundo os seus próprios objectivos estratégicos, considerando: 1.3.1. Projecto de Melhoramento ou de Reforma Aquela que se empreendem para modernizar uma unidade de produção já existente. 1.3.2. Projecto de Inovação Quando se pretende criar um novo produto ou implementar uma nova tecnologia, processos ou equipamentos. Mais importante e sem duvidas, o seu enquadramento numa perspectiva de intervenção empresarial, segundo a qual podemos distinguir três tipos diferenciados: Internos, Externos e Mistos. 1.3.3. Projectos Internos Realizados dentro de uma empresa ou organismo, para a sua própria expansão ou modernização, recorre a utilização intensiva dos seus próprios recursos. CED 12 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante 1.3.4. Projectos Esternos Lançamento por um promotor, Cliente, público ou privado recorrendo, para o seu desenvolvimento, tanto em termos de gestão como de execução, a recursos externos, mediante algum tipo de contratação: directa ou por concurso. 1.3.5. Projectos Mistos Quando o cliente se reserva a gestão ou a execução no todo ou em parte, para ser desenvolvida ou directamente acompanhada pelos seus próprios meios. Esta classificação e importante na medida em que determina posicionamento diferenciado em matéria de gestão. No primeiro caso, dos projectos internos, a gestão é realizada pela própria empresa e, por conseguinte, a estrutura e enquadramento da equipa que a desenvolve esta intimamente ligada a própria estrutura da empresa da qual depende. É o caso, por exemplo, do lançamento de um novo produto ou da implementação de um programa de informatização ou da instalação e desenvolvimento de uma sucursal noutro país. Para a maioria das empresas cuja excessividade desenvolve em termos de produção contínua, orientando nesse sentido a sua gestão corrente, o aparecimento de um projecto representa uma notável perturbação no seu funcionamento normal. Desde logo, o tipo de gestão aplicável terá de ser encarado numa perspectiva diferente do habitual. As relações existentes entre os vários sectores chamados a participar no projecto, deverão ser modificadas de forma a dinamizar a sua intervenção, criando novas ligações e dependências em função das novas necessidades. A fórmula mais usual consiste na criação de um “núcleo duro”, com elementos responsáveis de capacidade provada e dirigido, de preferência, por um elemento novo, recrutado para efeito, com autoridade, autonomia e liberdade para mobilizar os restantes sectores consoante as necessidades. GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 13 Os projectos externos entre os quais se encontram os comummente conhecidos por projectos “ chaves na mão”, dão lugar a uma explicação em pleno da filosofia de gestão de projectos, tal como a entendemos, na medida em que torna possível uma intervenção plena e responsável desde o inicio, pela preparação, desenvolvimento e exploração. O cliente recorre, por contratação directa ou pró curso, a prestação de serviços de uma empresa especializada. Esta define os objectivos em sintonias com o cliente, escolhe a metodologia de execução, mobiliza e aplica os recursos e finalmente explora os recursos e os resultados. Tudo isto implica, da parte do cliente, uma autonomia e um grau de confiança elevados e da parte da empresa uma solidez e uma capacidade notável, factores estes que naturalmente não abundam. Os mais frequentes são, os projectos mistos em que as intervenções e responsabilidades se repartem das formas mais variadas. Geralmente, o promotor inicia o percurso, definido os objectivos e aplicando os seus próprios meios, embora reduzidos, numa primeira etapa de preparação que visa essencialmente estabelecer as bases para um concurso de execução (que pode incluir a concepção) e simultaneamente um controlo mais ou menos definido e alargado dessa execução, (por exemplo, sob a forma de fiscalização de obras). Durante esse percurso, o cliente assume o papel de dono da obra e, como tal, exerce uma tutela permanente, reservando-se as decisões mais importantes ou funcionando como última instancia. Posteriormente fará a exploração dos resultados por ele próprio ou recorrendo a terceiros especializados, como por exemplo, distribuidores, imobiliárias, convencionarmos, etc. Exercicios de Consolidação CED 14 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante 1. A estimativa do projeto precisa ser baseada na arquitetura de aplicação – ao fazer isso é possível ter uma ideia clara do esforço necessário para a fase de desenvolvimento. Por outro lado, uma previsão baseada na arquitetura fornece uma visão macro de todos os recursos necessários para completar o projeto. a) Oque é um projecto b) Argumenta esta afimação c) Porque que na estimativa do projeto precisa envolver os membros da equipe. d) Que vantagens traz a divição de custos ajuda na priorização dos projectos GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 15 Unidade 02 2. CONCEITO DE PROJECTOS: Projectos Técnicos Introdução Nesta unidade serão definidas as noções básicas sobre o conceito do projecto Objectivos No fim da unidade o estudante deve ser capaz de: Adquirir noções sobre o conceito de projecto e suas técnicas de implentação e sua dmensão. 2.1. Projectos Técnicos Os projectos, aqui tratados, são considerados numa perspectiva da gestão. Mas, como já referimos, o entendimento mais corrente deste conceito, aplicada na identificação dos elementos técnicos que nos representam as soluções das várias especialidades disciplinares, no campo da arquitectura e da engenharia. Enquanto na língua inglesa existem termos próprios para cada uma das acepções: design quando se trata de soluções técnicas e Project, quando se pretende designar, no âmbito da gestão “…operações de envergadura e complexidade notável, …”, enquanto na língua portuguesa existe apenas o termo projecto, o que naturalmente da azo a algumas confusões. Por esse facto, decidimos manter projecto,com o significado que se lhe atribui em termos de gestão, utilizando a expressão projecto técnico, para designar o trabalho das especialidades técnicas. CED 16 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante 2.2. Elementos do Projecto Técnico 1- Os elementos dos projectos são suficientes para definir a obra, incluindo a sua localização, a natureza e o volume dos trabalhos, o valor para efeitos do concurso, a característica do terreno, o traçado geral e os pormenores construtivos. 2- Dos elementos do projecto escrito devem constar, além de outros elementos reportados necessários, os seguintes: a)- Memoria ou nota descritiva, bem como os cálculos justificativos. b)- Mapa de medições contendo, com grau de decomposição adequado, a quantidade dos trabalhos necessários para a execução da obra. c)- Programa de trabalhos, quando tiver carácter vinculativo. 3- Dos elementos desenhados devem constar, além de outras elementos reputados necessários, a planta de localização, as plantas, alçadas, cortes e pormenores indispensáveis para uma exacta e pormenorizada definição da obra e, ainda, quando existirem, os estudos geológicos ou geotécnicos, etc. …”) Como se vê, são diferenciados aqui dois grupos de componentes: pecas escritas e pecas desenhadas, cujo conteúdo podemos generalizar com o seguinte exemplo: Elementos escritos na Memoria descritiva e justificativa Memória de cálculos - composição ou formação Condições técnicas gerais e específicas Mapa de medição Planos de trabalho GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 17 Outros elementos Plantas Alçados Cortes - perfis isométricos Perspectivas, pormenores, detalhes, paleta de cores Mapa de armadura, de vãos, de acabamento, etc. Atendendo a sua evolução, os projectos técnicos, sequem uma trajectória de progressão que esta caracterizada por fases sucessivas de elaboração, cada uma das quais mais objectivas e minuciosa que a anterior. Essas fases, apresentam ligeiras diferenças entre as várias especialidades, como por exemplo: ARQUITETURA ENGELHARIA ANIMAÇÃO Programa Requisitos de projecto Termo de referência Estudo prévio Esboço Anteprojecto Anteprojecto Projecto base Guião Projecto de execução Projecto de execução Desenvolvimento Telas finais Telas finais Mas todas elas guardam um singular paralelismo com aquelas do projecto aqui tratadas, como Adiante se vera: 2.3. Componentes de um Projecto Em todos os projectos intervêm três componentes fundamentais, CED 18 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante cuja dimensão e necessário conhecer, articular e harmonizar criteriosamente para tornar a obtenção dos resultados com eles pretendidos: 2.4. Dimensão Técnica. Que é necessário conhecer e desenvolver adequadamente no prazo previsto. Na dimensão técnica importa estar ao corrente aos objectivos, dentro dos limites de custo e de prazo. Sendo conveniente recorrer a aplicação de conceito derivados de diversas ciências, e imprescindível dominar o Know-how nos seus diversos aspectos de concepção, fabrico, montagem e operação. 2.5. Dimensão Técnica Que condiciona a dimensão física, o lançamento, o desenvolvimento e os próprios resultados. A dimensão económica, estará sempre presente com carácter marcadamente restritivo, desde a dimensão física do próprio projecto até ao nível dos resultados pretendidos, passando pelas opções tecnológicas, pelo ritmo de execução, pela determinação em termos contratuais das relações entre as partes envolvidas e pelo próprio papel que a gestão possa vir desempenhar. 2.6. Dimensão Humana. Pela diversidade de intervenientes com posicionamento e interesse por vezes contraditórios, cujas relações pessoais são imprescindíveis transformar em sinergias, tornando-se necessário dedicar-lhe a maior atenção. A dimensão humana envolve acções tais como a selecção, a negociação, a formação, a integração e a comunicação e a coordenação dos intervenientes, na procura de uma motivação e potenciação dos valores individuais, para tirar o maior proveito da respectiva participação no projecto. Os próprios objectivos podem conter uma dimensão humana transcendente que GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 19 lhes imprimira especial carácter. O papel da gestão, consiste em harmonizar estas três componentes e orienta-las no sentido do seu melhor equilíbrio em proveito dos objectivos Exercicios de consolidação 1. O que é Gestão de Projectos? Porque a maioria dos projetos falham ou são canceladas? 2. Que habilidades deve ter o candidato ideal a Gestor de Projectos? 3. Caracterize cada tipo de projecto segundo a sua natureza 4. Quais os documentos recomendados pelas boas práticas de Gestão de Projectos? 5. Afinal, o que é preciso saber para acertar mais nos meus projectos? 6. O quão detalhado deve ser um plano de projecto? 7. Quando deve ser iniciada a confecção de um plano de projecto? 8. Quem deve participar da confecção de um plano de projecto? 9. Quem deve receber uma cópia do plano? 10. Quem é o responsável final pelo plano de projecto? CED 20 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante Unidade 03 3. CONCEITO DE PROJECTO: Ojectivos de um projecto Introdução Neste capítulo vamos mostrar ao estudante que ao perceber os ojectivos de um projecto esta a saber fundamentar a pertinência, relevância ou urgência do projecto como resposta a um problema ou necessidade. Eles, os estudantes devem perceber que os objectivos devem apresentar duas abordagens improtantes; a generica e a especifica. Sera referido que num projecto o texto deve ser objetivo, sucinto e preciso, baseado em dados e pesquisas, diagnósticos e indicadores sobre a questão onde a justificativa é a fundamentação da proposta, mostrando, em uma sequência lógica, o impacto social na solução dos problemas indicados. Objectivos No fim da unidade o estudante deve ser apto a descrever: A finilidade do projecto O local onde o projeto irá se inserir, As características da população a ser beneficiada. A demandas, potencialidades e deficiências, correlacionando-as num espaco e num prazao determinado. 3.1. Objectivos de um Projecto A condição sine qua non para que um projecto tenha sucessos ou possa sequer ser desenvolvido, é a de que sejam definidos os seus objectivos com maior precisão possível. De La Palisse mas na realidade acontece com demasiada frequência que o cliente sabe muito que pretende, mas não consegue definir os projectos concretos e consequentemente desconhece os caminhos a percorrer para atingir essa meta. A melhor garantia para o insucesso, encontra-se justamente nesta situação. Pelo que é valida em projectos afirmar que “não há ventos favoráveis para quem GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 21 desconhece o seu rumo”. Dai que, grande parte dos projectos, como vimos, tem a sua origem numa ideia, numa necessidade ou num desejo que alguém exprime. Porem, essa ideia ou aquele desejo podem ser inicialmente vagos ou até confusos. Mesmo surgindo como consequência de uma necessidade, o leque de solução para um problema, coloca sempre outro problema, que consiste na decisão da escolha. O objectivo genérico será naturalmente a concretização dessa ideia, desejo, ou satisfação daquela necessidade. Mas, precisamente por ser genérico, não basta para determinar as acções necessárias para o conseguir. E necessário um processo laborioso, do qual resulte uma definição clara de objectivos concretos, para todos e cada um dos aspectos a considerar. Em qualquer caso, é preciso ter em conta alcançados em igualdade de condições. Poder-se-á dizer que qualquer projecto tem estes objectivos básicos, representados pelo esquema seguinte:Projecto 3.2. O Objectivo Qualidade. Custo Prazo Qualidad e CED 22 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante Deve ser entendido, neste caso, como o resultado do produto final, com as características desejadas e estabelecidas a partida. É sem dúvida, a razão de ser do projecto, a sua própria justificação. Nessa medida, podemos considerá-lo como o objectivo primordial. 3.3. O Objectivo Custo Estará, na maioria dos casos, bastante bem definido ou quando muito, susceptível de rectificação dentro de uma faixa de valores prováveis, com um tecto limite. No caso dos projectos externos, ficará estabelecido de forma contratual e consequentemente consolidado nas relações entre as partes intervenientes. No caso dos projectos internos, este objectivo costuma ser menos evidente, embora a sua importância se mantenha, como de certo se compreende. 3.4. O Objectivo Prazo É o que geralmente representa as maiores dificuldades na sua consecução e, por isso mesmo, deve ser perseguido com o maior afinco. Para além da sua importância intrínseca, ao constituir um compromisso relativamente as exigências do mercado, condições económicas, sociopolítica ou operacionais, possuem, por ser o mais visível, a condições de escaparate (montra) perante a opinião pública. Nessa medida, constitui o melhor expoente da gestão, que classificado segundo o grau de aproximação ao prazo previsto. Por ambas razões, importância e relevância, deve ser este objectivo criteriosamente definido, tendo em consideração todos os factores internos e externos que condicionem o desenvolvimento do projecto nas várias etapas. Mais adiante veremos em pormenor a forma de equacionar este objectivo, mas, desde logo e, sempre que possível, e aconselhável subdividi-lo em objectivos, parcelares, de controlo mais fácil e menor risco para o conjunto. Se um projecto visa a construção de uma ponte, o lançamento de um detergente, ou a recuperação de uma região devastada por uma GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 23 catástrofe natural, o resultado qualitativo em cada caso deverá ser, naturalmente, a ponte, o detergente ou a recuperação da região. No entanto, não podemos ignorar que o prazo é realmente atingido e o custo pelo qual se conseguiu, são igualmente importante. Fazer a ponte pelo dobro do curso previsto, lançar o detergente com um ano de atraso ou não conseguir recuperar a região afectada, independentemente das consequências mais ou menos graves que dai advenham, representam sem dúvida um fracasso no respectivo projecto e, desde logo, na sua gestão. A referência triangular do esquema anterior, pretende reforçar a ideia de que tem de existir coerência e proporcionalidade entre os três objectivos representados. Eles são inseparáveis e formam um todo, no qual, a modificação de uma das partes, afecta inevitavelmente as restantes e todas elas constituem o verdadeiro objectivo integral do projecto. Só se pode falar de êxito na gestão de um projecto, quando se conseguem os ter objectivos/ vértice do sistema. Temos, portanto, que considerar, para além dos objectivos básicos que representam naturalmente uma finalidade universal, os seguintes tipos de objectivos: 3.5. Objectivos Genéricos Representados pela concretização da ideia generalizada inicial. 3.6. Objectivos Concretos Resultantes de um processo laborioso, que culmina na definição clara de todos e cada um dos aspectos a considerarem na sua materialização. 3.7. Objectivos Específicos. Que vão ao detalhe das acções de todos e cada um dos intervenientes, estabelecendo as metas da sua respectiva intervenção. CED 24 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante Da leitura destes três enunciados, ressalta a noção de que a natureza e a extensão destes objectivos não é comum a todos eles e tem um conteúdo que não se limita a definir etapas de evolução do projecto, principalmente a identificar instrumentos ou processos que devem ser criados para conseguir que a evolução se faça na forma adequada. Este facto é tanto mais importante, uma vez identificada a natureza de cada um, teremos a noção mais clara do seu conteúdo e de quem, ou em que nível de decisão deve ser determinado. No quadro seguinte vamos identificar essas peculiares características para cada um deles: Objectivos Natureza Estratégica Táctica Logística Extensão Genéricos Concretos Específicos A primeira vista, o que se acaba de afirmar, ao assinalam que apenas os objectivos genéricos possuem uma natureza estratégica, requer uma explicação. De facto, qualquer definição de objectivos, considerados de uma forma genérica, esta contemplada no campo da estratégia. Não obstante, e perfeitamente consensual aceitar que, apenas os grandes objectivos, determinem as linhas gerais de uma qualquer acção e devem ser considerados a esse nível de decisão. Os restantes, tem um maior carácter de operacionalidade pelo que se podem considerar objectivos instrumentais. Deste modo podemos identificar como objectivos genéricos, cuja definição corresponde a um nível estratégico, os seguintes níveis: GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 25 Nível Estratégico Negociação dos recursos Extensão e adequação de projecto Tecnologia aplicável Custo global (investimento) Prazo de conclusão Nível de qualidade Nível Táctico Especificações técnicas - requisitos Projectos técnicos Normas de regimento Interno Metodologia de execução Plano económico-financeiro Plano orçamental Planeamento de execução Finalmente, o maior detalhe necessário a aplicação prática, encontre-se a nível da logística, a saber: Nível Logístico Manual de procedimentos Definição de metas parcelares Programas de trabalho Planos de aplicação de recursos CED 26 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante Plano de aquisição Cronograma financeiro Com esta Classificação, não se pretende esgotar a matéria, alias específica segundo a natureza de cada projecto, mais apenas alertar para uma serie de situação que devem ser equacionadas e definidas, em benefício de uma evolução sem sobressalto e com possibilidades de poder ser controlada. De facto, ficamos com a noção de que a definição dos objectivos e um processo gradual, que começa pela formulação da ideia criadora, expressa em termos de metas globais (objectivos genéricos), vai progredindo em detalhes cada vez mais concretos e conclui com a acústica definição de todos os pormenores específicos, necessários a transformação dessa ideia inicial num produto, entendido a que chamamos de preparação, mas cujas consequências se projectam integralmente na fase seguinte ou de execução, na medida em que essas condições vão pautar todo o desenvolvimento daquela segunda etapa. Exercios de Consolidação 1- Porque que no processo de gestão de projectos é necessário conhecer os objectivos do projecto 2- Que firença existem entre objectivos específicos e objectivos genéricos? 3- Defina os conceitos a) Objectivos custo b) Objectivos Prazo c) Objectivos concretos GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 27 d) Objectivos específicos e) Objectivos genéricos 4- Estabelaça a relação entre níveis estratégico, Tactico e Logistico operacional CED 28 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante Unidade 04 4. NOCAO DE PROJECTOS: Fases de Um Projecto Introdução E objecto desta unidade mostrar que é neste espaço que deverão ser expostos os argumentos, as considerações entre deficiências e possibilidades de mudança. Os argumentos devem concordar com os factos e os fatos devem apoia-los, não confundindo justificativas com objetivos. ObjectivosNo fim desta unidade os estudnates devem estar aptos a explicar como: As fases como um projecto podem ser desenvolvida. Planificadar as acções, atividades previstas, meios e modos de realização. As diferentes etapas serão implementadas qual a inter- relação dentre as mesmas. Deve ser caracterizada a participação das parcerias do projeto. Deve ser defenido o cronograma de atividades. Estao descritas as atividades e suas etapas prováveis no tempo. 4.1. Fases de um Projecto Existem, como já referimos, três grandes etapas ou fases ao longo da vida de um projecto, que se sucedem no tempo, na maioria das vezes, com algumas sobreposição. Todos eles são essenciais a consecução dos objectivos e por consequências, todas ser tratadas com atenção, dentre elas se distinguem. GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 29 4.2. Fase de preparação A natureza dos projectos faz que as acções, nesta fase, tenham um carácter de etapa preliminar, naturalmente eivada de impressões. Mas é necessário contrair este fenómeno, aprofundando a resolução dos problemas e levadas as definições até as últimas consequências. Por isso, é fundamental: Elaborar os Estudos de Base, survey, nos quais se identificam o mercado, a adequação tecnológica, o impacto ambiental, as características e especificações técnicas, de espaços, de consolidações de lay-outs e se definam os equipamentos, os materiais, os acabamentos, etc. Definir os objectivos e os seus limites, identificando o nível de qualidade pretendido e as condições de desenvolvimento económico-financeiro. Estabelecer as “regras do jogo” que tornem possível o relacionamento e a coordenação entre os vários intervenientes. Criar os modelos de planeamento, pondo em evidência as metodologias de execução e os recursos humanos, materiais e financeiros que tenham de ser utilizados. Uma preparação cuidada, será certamente demorada e provavelmente onerosa, mas ninguém duvida que a fase seguinte, a execução, ira beneficiar integralmente desse maior esforço inicial, compensando-o em larga medida. Em termos de gestão de projecto, esta fase constitui a matéria sobre a qual se debruça a Engenharia base, onde são tomados os seguintes modelos de planeamento. • Planeamento estratégico: orientação a longo prazo e definição de políticas, actividades e desenvolvimento da organização. Implica uma capacidade para prever e preparar uma mudança estrutural ou adaptações para um período relativamente grande de tempo. O planeamento estratégico afecta normalmente, ou tem em conta, as mudanças estruturais e CED 30 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante infra--estruturais • Planeamento táctico: muito semelhante ao planeamento do projecto, o planeamento táctico refere-se essencialmente às várias fases e processos realizados para alcançar os objectivos do planeamento estratégico, ou de uma forma geral, à calma navegação da organização num curto espaço de tempo, nomea- damente com a adaptação ou a reacção a alterações ou progressos imprevistos. • Planeamento cíclico ou recorrente: gerir e lidar com acontecimentos regulares ou normalmente previstos aqui inclui- se actividades durante o período de férias, assembleias-gerais, etc. • Planeamento diário: lidar com as acções que precisam de ser realizadas imediatamente ou num curto espaço de tempo. • Planeamento de contingência: medidas ou acções tomadas ou previstas de resposta a situações imprevistas, se e quando ocorrem, por exemplo acidentes de trabalho. 4.3. Fase de execução É que corresponde a materialização do projecto e que por meio das condicionantes internas e externas a que esta sujeita, concita e requer o maior esforço de todos os intervenientes. Trata-se de materializar as ideias com a qualidade desejada, no prazo previsto e dentro do curso orçamental. Para isso e necessário criar uma organização capaz de motivar, dirigir e coordenar os esforços de entidades, cujos interesses nem sempre serão coincidentes, no sentido de alcançar em conjunto, os objectivos estabelecidos. Podemos destacar quatro fazes ou aspectos fundamentais que terão de coexistir nesta fase: 4.3.1. Organização Que é fundamental a realização de qualquer empreendimento humano, enquanto suporte das variadas intervenções que a ele concorrem. GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 31 4.3.2. Planificação Da execução que tratara de aplicação dos meios e recursos disponíveis na forma mais conveniente para materializar os projectos técnicos, com o nível de qualidade desejado, no prazo previsto e pelo custo orçamental. 4.3.3. Coordenação Que tratará de conciliar os interesses mais diversos e orientar todos os esforços no sentido e em benefício dos objectivos comuns. 4.3.4. Controlo Que permitira comparar o desenvolvimento da execução real com a previsão e aferir em cada momento do grau de realização de cada um dos objectivos, analisando os desvios, descobrindo as causas e propondo as medidas correctivas. Na gestão de projectos, esta fase contemplada pela Engenharia de produção. 4.4. Fase de exploração Que trata de “ fazer funcionar” o projecto, gerindo os meios e recursos que necessita e assegura todas as acções para que se esse “funcionamento” se desenvolva nas condições de melhor rendimento. Por exemplo, no caso de um empreendimento imobiliário, será necessário assegurar a comercialização das parcelas, atender as reclamações, proceder a alteração no prazo de garantia, etc. Tratando/se de uma unidade de produção, será necessário recrutar e instruir o pessoal operativo, fazer a manutenção dos equipamentos, organizar a produção face as encomendas, gerir o stock de materiais primas, distribuir os produtos acabados, etc. Actualmente, começa a ganhar consistência a necessidade sentida CED 32 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante pelos promotores de projectos, de Adjudicar a respectiva exploração a entidade especializadas. Esta nova realidade não e incompatível com a fase de gestão de projectos que acabamos de caracterizar, embora a fronteira entre ambas possa parecer indefinida. De uma forma geral, a execução do projecto termina definitivamente com a sua recepção pelo promotor, no prazo estabelecido para o efeito. Isto só poderá acontecer quando se tenha concluído a sua materialização e estejam criadas todas as condições necessárias para o seu bom funcionamento. Para lá desta situação começa efectivamente um outro campo de gestão que se denomina Gestão da Exploração, é para a qual, já algumas empresas mais destacadas do sector se vão posicionando em termos de mercados. 4.5. Intervenientes nos Projectos Uma das características dos projectos e também a quantidade e diversidade de intervenientes, que directa ou indirectamente contribuem para a sua realização e nela são envolvidos, Contrariamente ao que sucede no caso das actividades contínuas, nas quais os intervenientes mantém um relacionamento habitual, no caso dos projectos, as entidades, organismo ou mesmo pessoas concitadas a intervir, podem não ter qualquer tipo de relação ou contacto anterior que permita assegurar um diálogo facilitado, bem pelo contrário. Na maioria dos casos, intervêm factores, elementos e pessoas de natureza tão diferenciadas e com interesses por vezes tão contraditórios, que si justificam a necessidade de uma gestão especial. Entre eles estarão, por exemplos: O cliente; o Ministério de tutela; as Entidades financeiras; os consultores técnicos; os juristas; os projectistas; o empreiteiro; subempreiteiro; fornecedores; montadores, instaladores, etc. Através de um esquema gráfico, procuraremos reproduzir as GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 33 intervenções mais correntes, situadas em cada uma das fases da Evolução do projecto,segundo a natureza e o tipo do projecto. 4.6. O cliente Assim chamado na perspectiva das entidades adjudicatárias ou prestadoras de serviços, contributivas para o desenvolvimento do projecto (Gestão de projectos, projectistas, empreiteiros, etc.), no caso de projecto de construção civil e intitulado de dono da obra, de acordo com a legislação de empreitadas vigentes, ou então, escolhendo a designação mais generalista, de promotor. Em todo o caso, pelo facto de estar na origem da ideia e de possuir “ os cordoes da bolsa”, parece que a sua importância e posicionamento relativamente ao contexto, não suscitam dúvidas. O mesmo se não poderá dizer no que concerne ao seu papel, dado que este poderá ser de índole e característica muito diversas, segundo a sua própria natureza e o seu grau de envolvimento no processo. O promotor, segundo a sua natureza pode ser público ou privados. No primeiro caso, tratar-se-á de uma entidade autárquica ou de um organismo público, com maior ou menor grau de autonomia, criado na dependência de uma tutela ministerial ou uma secretaria do estado, autarquia, etc. Em qualquer caso, as suas características mais acentuadas serão: Existirá um quadro legal supostamente definido para pautar as relações entre as partes; A sua intervenção no processo será tendencialmente passiva; Os recursos financeiros para os aprovados, terão cabimento orçamental e consequentemente estarão teoricamente assegurados, mas dependentes de processo burocráticos e legais complexos; CED 34 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante Os objectivos estarão sempre condicionados pelas circunstâncias políticas e sujeito as influências dos ciclos eleitorais, quotas de poder dos partidos, ou ONG´s, influências pessoais, etc. No segundo caso, o promotor privado, muito menos frequentes, pode ser uma empresa ou mesmo um particular com capacidade económica e iniciativa suficiente, sendo as características mais destacadas, as seguintes: O quadro legal para definir as relações entre partes, devera ser criado ou adaptado e adoptado do existente para o sector público. A sua intervenção no processo será tendencialmente muito activa; A disponibilidade dos recursos financeiros deverá ser criteriosamente acautelada; A exigência de obtenção dos objectos, será máxima. 4.7. Funções do Promotor Sendo, como referimos, a figura proeminente do projecto, cabem- lhe funções/ obrigações específicas que importa conhecer e que, desde logo, deverá exercer iniludivelmente. 4.8. Definição dos objectivos e alteração dos limites A ideia de génese do projecto, para que possa ter materialização, tem de ser objectivada com limites concretos e precisos. Cabe ao promotor a obrigação de estabelecer estes limites e a faculdade de os alterar no decurso da realização, caso seja necessário. GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 35 4.9. Estabelecimento e Garantia Quer seja público, quer privado, existirá sempre um quadro normativo específico das relações entre as partes intervenientes. Este regulamento ou regimento interno deverá ser estabelecido pelo promotor, que simultaneamente se constitui em garante do seu cumprimento e juiz de primeira instância dos ocasionais diferidos. 4.10. Escolha e designação dos intervenientes. Seja por escolha directa ou por concurso público, o dono da obra detém a potestade de escolher os intervenientes que irão desenvolver o projecto, assumindo a responsabilidade dessa escolha e reservando-se o direito de a alterar, caso se justifique. 4.11. Aprovação das soluções em projectos técnicos A escolha e aceitação das soluções técnicas, bem como a aprovação dos projectos de execução que as consubstancias, são da exclusiva competência do cliente, que deve usar esta prerrogativa como forma de garantir os seus objectivos. 4.12. Obtenção das autorizações e licenciamento O dono da obra é proprietário do projecto e, portanto, responsável perante a administração pública pela sua inserção no ordenamento geral. Compete-lhe, por conseguinte, a obtenção das autorizações e licenças exigíveis para sua materialização. 4.13. Cumprimento das responsabilidades financeiras O pagamento dos cursos do projecto tem de ser suportados pelo seu promotor, na medida em que constitui a sua origem. Para isso, terá de assegurar o suporte financeiro mediante apartações pessoais, recurso a financiamentos externos ou angariação de fundos disponíveis da mais variada origem, assumindo a total responsabilidade pela sua gestão liquidação. CED 36 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante Na prática, estas funções podem ser exercidas por outrem, por delegação expressa neste sentido. A gestão de projecto dá resposta adequada a esta situação, enquanto entidade executiva que assume a representação do dono da obra, sem que essa condição, contudo, seja exigente das respectivas. Exercicio de consolidação 1- Durante a fase de planeamento, a empresa requisitou outro gerente de projectos para tomar a frente, uma vez que o projecto em questão era muito complexo, envolvendo uma série de fornecedores e o gerente actual não possua as características necessárias para o andamento esperado pelo patrocinador. Desta forma, qual a características que o novo gerente deverá possuir? Argumtamenta a sua resposta. a) Técnico. b) Proativo. c) Expeditor. d) Calmo. 2- Durante uma reunião de status do projecto junto ao cliente, o gerente do projecto é surpreendido por uma solicitação de alteração no escopo do projecto. O cliente quer incluir mais uma funcionalidade (não prevista inicialmente) no sistema de folha de pagamento que está sendo desenvolvido, visando dar maior agilidade ao processo como um todo. Qual a primeira coisa que o gerente do projecto deve fazer? (a resposta deve ser argumentative). GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 37 3- Pode-se dizer que o Plano de Gerenciamento do Projecto é um documento “dinâmico”, à medida que é refinado e/ou ajustado durante todo o ciclo de vida do projecto. Descreva a diferença entre refinamento do Plano de Gerenciamento do Projeto e ajusto do Plano de Gerenciamento do Projecto, dando um exemplo prático para cada uma das situações. CED 38 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante Unidade 05 5. GESTAO DE PROJECTOS TECNICOS Introdução Com esta unidade, queremos mostrar ao nosso estudante que nos ultimos dias, o processo de gerenciamento de projecto tem se tornado vital para organizações a medida em que mais e mais novos negócios vão se revestindo da aura de projecto e passam a exigir um cabedal de técnicas gerenciais que nem sempre estão disponíveis nas empresas. Que um projecto como referimos atras é um empreendimento temporário, com data de início e fim, cujo objetivo é criar ou aperfeiçoar um produto ou serviço. Que gerenciar um projecto é actuar de forma a atingir os objetivos propostos dentro de parâmetros de qualidade determinados, obedecendo a um planeamento prévio de prazos (cronograma) e custos (orçamento). Ou seja, dadas as metas e as restrições de recursos e tempo, cabe ao gerente de projetos garantir que ele atinja os objetivos propostos. Que nos mais diversos sectores, a abordagem de gerenciamento de projetos está ganhando terreno por permitir um melhor uso dos recursos para se atingir objetivos bem definidos pela organização. Que sabendo da importância de se gerenciar bem um projecto, vamos ver os passos que nos levam a melhorar nossas habilidades de gerenciamento de projeto. Que acima de tudo, gerenciar projectos é planear e acompanhar a execução com "um olho no peixe e outro gato". O gestor do projectodeve se manter alerta e flexível com os acontecimentos do dia-a-dia mas deve estar sempre se reportando ao plano inicial para não perder o controlo. GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 39 Que a principal qualidade do gestor do projecto é saber se comunicar bem com todos. Que ele, portanto o gestor, é o ponto focal das informações, nele convergem as informações que ele depois deverá processar e divulgar para toda restante da equipe. Que o segredo de boa gestao nos projectos consiste em envolver a equipe, cliente e fornecedores de tal forma que todos se sintam directamente responsáveis pelo sucesso do projecto. Objectivos No fim desta unidade, o estudante deve ser apto na esxplicacao sobre os seguintes conhecimentos: Definição precisa dos objectivos de gestao do projecto - Para que seja possível focar a atenção nos objectivos ao longo de todo o desenvolvimento do projecto Atribuição clara de papéis a todos os intervenientes - Para que todo o esforço seja concentrado naquela que pode ser a sua melhor contribuição para o projecto, e responsabilizando cada um dos intervenientes Planeamento realista em termos de custo, tempo e riscos - Para que o projecto possa decorrer de forma tranquila desde o primeiro instante Controlo do projecto - Para garantir que, a cada momento, tudo corre como planeado e para que seja possível tomar medidas atempadamente quando tal não aconteça; Comunicação - Para que o cliente saiba, a cada momento, qual o estado do projecto Formalização da abertura e do fecho dos projectos - Para que tudo seja claro, do início ao fim do projecto; 5.1. Origem e Justificação Gerir, do latim gerere, significa administrar, dirigir administrar, por sua vez, implica conduzir os negócios, interpretando as condições mais oportunas para alcançar determinados objectivos. Project Management é a expressão anglo-saxónica com idêntico significado, provavelmente mais vulgarizada mas, certamente menos respeitosa na língua portuguesa, que possui alias sobejas CED 40 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante capacidades para definir claramente os conceitos envolvidos. O Promotor ou Dono da Obra, público ou privado foi referido na unidade anterior, é geralmente, do ponto de vista dos meios técnicos, uma entidade indefesa, quando intervém em áreas de mercado de uma acentuada componente tecnológica e, por conseguinte, eventualmente incapaz de garantir os seus próprios objectivos. Por esse facto, tanto as Entidades Oficiais do sector Público como os Promotores Particulares do Sector Privado, que promovem a execução de projectos, necessitam de meios técnicos específicos para o seu desenvolvimento, razão pela qual são obrigados a recorrer a implementação desses meios, criando complexas e dispendiosas estruturas ad boc ou, pura e simplesmente abdicando desta função, com resultados semelhantes em qualquer dos casos, pois a complexidade de um projecto não se compadece com soluções de improviso. As Empresas Industriais (de produção de energia, de transformação, de distribuição, ou subsidiarias da Construção, etc.) que funcionam com processos de produção contínua, possuem instrumentos de controlo integrados nos respectivos processos produtivos (a modo de reguladores), e não estão vocacionadas nem estruturalmente preparadas para encarar desafios de projectos, que são processos essencialmente descontínuos, complexos e sujeitos a fenómenos completamente alheios à rotina de uma linha de produção. As Empresas Construtoras, pelo facto de desenvolverem a sua actividade na execução de Projectos específicos, com uma produção muitos diversificada e sujeita a prazos limitados, carecem, de forma indispensável, de gerir a sua actividade de uma forma global e, ainda, cada projecto especifico em particular. Por essa razão, a sua estrutura organizacional encontra-se, na maioria dos casos, mais flexibilizada ou, pelo menos, mais receptiva à GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 41 compreensão dos fenómenos próprios da Gestão de Projectos. Em todos os casos, essas condições de mercado, os abundantes factores aleatórios, as interferências tão variadas e complexas, e a competição tão renhida justificam e exigem uma gestão empresarial tecnicamente avançada. Sem ela, não é possível garantir bons resultados económicos, de tal forma que hoje em dia, toda actividade industrial e comercial se posiciona uma clara tendência para a gestão de custos controlados num horizonte de desenvolvimento sustentado, contenção de custos. A Gestão de Projectos surge, então, como resposta às dificuldades e problemas específicos da gestão, que os projectos introduzem, e nos quais a gestão corrente não consegue dar uma solução integrada e satisfatória. Não se trata de aplicar métodos diferentes aos que se utilizam nas actividades empresariais normais, de resto das funções na gestão projectos são as mesmas que integram qualquer organigrama empresarial. A diferença reside na sua estruturação e filosofia de actuação, que lhe deve permitir, neste caso, adaptar-se a natureza das actividades descontínuas que caracterizam os projectos. 5.2. Fundamentos A Estratégia é a ciência que nos permite os objectivos mais adequados para uma campanha. Se no campo militar essa actividade se destina a provocar a derrota do inimigo, no campo industrial ou comercial significa buscar o posicionamento mais vantajoso, dentro de cada sector, relativamente aos parceiros com interesses semelhantes. Quando nos referimos aos objectivos mais adequados, devemos pensar nas circunstanciais de tempo e de lugar, na medida em que um objectivo, se for alcançando no tempo certo, pode representar um êxito para o projecto mas, se for atingido mais tarde, pode representar um fracasso. Do mesmo modo as circunstâncias de CED 42 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante mercado, politicas, sociais, etc., condicionam a oportunidade de definir esta ou aquela meta/objectivo. Será oportuno lançar um novo brinquedo na altura do Natal, mas não será aconselhável construir uma urbanização de alto Standing (gama alta) numa zona degradada da cidade. Em qualquer caso, uma vez escolhidos os objectivos, torna-se necessário alcança-los e explorar os resultados. A Táctica é a ciência que trata da organização dos meios de acção dispondo o seu emprego mais oportuno e definindo a técnica de aplicação para alcançar os objectivos estabelecidos. Em termos industriais ou comerciais equivale a definir a metodologia de execução. É, por assim dizer, a escolha do caminho para chegar a uma meta pré-fixada, tendo em conta o veículo que seja possível utilizar para o percorrer. Esta, neste caso, a ser feita uma escolha importante entre todas as opções possível, dentro dos limites da capacidade instalada (realmente instalada ou potencial, a instalar num determinado prazo). Esta capacidade é contabilizada em termos de meios (recursos) disponíveis ou mobilizáveis, tais como os recursos económicos, humanos, técnicos, etc. Como qualquer escolha, comporta um risco e, consequentemente, uma responsabilidade que deve ser muito bem ponderada em função dos benefícios esperados. A Logística define-se como a ciência do cálculo prático e trata do emprego dos meios e serviços provendo a satisfação das necessidades da campanha. No campo industrial e comercial, a acção homóloga traduz-se no correcto enquadramento e gestão dos meios, em ordem a um determinado programa de execução. Corresponde ao esforço de preparação sistemática do trabalho que ira permitir, uma vez decidida a metodologia de execução, distribuir esse esforço no tempo previsto, com a maior economia dos recursos disponíveis, para garantir o respectivo pleno emprego. Esta distribuição do trabalho no tempo,traduz-se nas distintas fases de execução que GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 43 deverão suceder-se, relacionadas entre si de acordo com a metodologia que se considerou mais conveniente. A definição dos objectivos (Estratégia), o planeamento e a Coordenação de projectos (Táctica), a Gestão de projectos face aos restantes modelos de administração o seu carácter global e integrador de todos os factores decisivos, para alcançar os objectivos estrategicamente assumidos por qualquer organização humana, numa perspectiva de instrumentação cientifica e técnica. A Gestão de projectos parte de uma atitude positiva e claramente orientada para a obtenção de resultados, mas com uma perspectiva eminentemente humanística e participava do trabalho, para conseguir que se alcancem objectivos mediante a intervenção de pessoas. Nessa medida é um comportamento de actuação, no qual, todos os conceitos e regras utilizados para desenvolver as suas acções, são meros instrumentos. Considera o projecto e a equipa envolvida, como uma unidade de elementos interactivos em perfeita sintonia, capaz de canalizar as sinergias em benefício do conjunto. Por isso, constitui um sistema de administração, cuja configuração é necessariamente dinâmica, pela própria natureza do sujeito ao qual se aplica. Finalmente, estamos em presença de um processo directivo que determina o que se deve fazer e como faze-lo, numa série de acções internamente relacionadas entre si mediante uma sequência lógica, capaz de imprimir a dinâmica necessária ao cumprimento dos objectivos. As acções aplicáveis ma marcação de projectivos e na sua posterior exploração (Estratégia), escolhendo a metodologia mais adequada para os alcançar (Táctica) e utilizando os meios disponíveis da forma mais conveniente (Logística), são o esquema processual e simultaneamente a delimitação do sistema. A filosofia é o posicionamento comportamental das pessoas que deverão desenvolver essas acções. CED 44 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante Partindo da apreensão destes conceitos, estaremos em condições de propor a seguinte definição possível: Gestão de Projectos – Intervenção baseada na utilização de processos dinâmicos de optimização dos meios e dos método, sustentado por um sistema integrador das acções e destinado a conseguir objectivos concretos. Ou dito de uma forma mais concisa, intervenção especializada no desenvolvimento eficaz dos projectos. 5.3. Tipos de Gestão de Projectos MBO (Management by Objectives) – Gestão Por Objectivos: uma abordagem à gestão por tarefas e equipas que consiste na concentração nos objectivos a ser alcançados, que frequentemente deixa espaço para que as equipas decidam a melhor forma como os alcançar, embora por vezes também deixe pouco espaço para a flexibilidade e adaptação. Apresenta-se normalmente em contextos com um grau rela- tivamente alto de autonomia dos empregados trabalhadores ou voluntários e supostamente estimula a sua criatividade, compromisso e produtividade, aqui assume-se que os objectivos são concordados em conjunto. • MBWA: uma abreviatura criada por Scott Adams, criador da banda desenhada Dilbert sobre o absurdo da gestão e dos negócios. MBWA (Management by Walking Around) que significa Gestão por Andar às Voltas, à Espera que Algo Aconteça. Provavelmente, representa a antítese da gestão, pois esta implica algum tipo de acção ou, pelo menos, de planeamento. • Gestão de crise: lida com uma crise após a outra, o que tal como o MBWA, não é a forma mais eficiente de gestão. Em última análise, uma boa gestão deve permitir que as pessoas responsáveis antecipem e previnam crises. A gestão de crises tende a perder uma perspectiva a médio ou curto prazo e, por isso, a influência no decurso dos acontecimentos. Num sentido mais positivo, a gestão de crises refere-se também à forma como lida com crises ou catástrofes excepcionais e invulgares GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 45 EXERCICIO 11. O que é Gestão de Projectos? Porque a maioria dos projetos falham ou são canceladas? 12. Que habilidades deve ter o candidato ideal a Gestor de Projectos? 13. Quais os documentos recomendados pelas boas práticas de Gestão de Projectos? 14. Afinal, o que preciso saber para acertar mais nos meus projectos? 15. O quão detalhado deve ser um plano de projecto? 16. Quando deve ser iniciada a confecção de um plano de projecto? 17. Quem deve participar da confecção de um plano de projecto? 18. Quem deve receber uma cópia do plano? 19. Quem é o responsável final pelo plano de projecto? CED 46 Curso de Administração Pública- Manual de Estudante Unidade 06 6. Gestão Estrategica de Projectos:Organização Introdução Nesta unidade caro estudante deve tirar a seguinte licao: É importante que o gestor do projecto conheça os interesses de todos os envolvidos. Imagine como é arriscado contar com um membro da equipe que não está disposto a colaborar. Ele pode ser um problema mais do que uma solução dentro do grupo: sabendo disso, melhor pensar em chamar outra pessoa. Eu passei por uma situação destas quando fui destacado para gerir um projeto onde havia um colaborador mais antigo e que entendia que ele é quem deveria estar gerir. Eu não percebi seu ressentimento a princípio e à medida que o projecto avançava esta pessoa se tornava um problema cada vez maior, na medida em que, não só ele não fazia a sua parte, como minava os demais membros da equipe contra minhas decisões. Um dia, eu o chamei e abri o jogo. Ele então me explicou o que estava sentindo e fizemos um acordo: É claro que manter um “profissional” com este tipo de atitude não é bom negócio para a empresa no longo prazo, porque cedo ou tarde ele vai acabar atirando contra a própria equipe novamente, só para mostrar que as “coisas têm de ser feitas do jeito dele”. Caro estudante eu vivi isso em carne e senti. No processo de definição do escopo, as habilidades necessárias vão ficando mais claras. Nesse momento, é importante formar uma equipe com competência diversificada e com experiência nas áreas de actuação do projecto. Em projectos em que há muito conhecimento técnico envolvido, surge a figura do "líder de projecto", um profissional com grande conhecimento técnico e com capacidade de liderança entre os técnicos. Em geral é um profissional sênior, com credibilidade junto aos demais técnicos e com muita bagagem. A experiência desse especialista pode economizar muito tempo e dinheiro no projeto. Dê-lhe voz activa, cobre dele insights que você não tem e respeite a sua opinião. Só GESTÃO ESTRATEGICA DE PROJECTOS 47 assim ele estará sempre do seu lado, mesmo quando você errar, os factoes acima referido enquadra-se na organizacao e fazem diferenxa no andamento do projecto. Quando a equipa é desorganizada, todo a volta do projecto fica desorganizado. Em suma, a organização DEFINE MÚLTIPLOS FLUXOS DE TRABALHO DE MODO A SUBMETER CADA ACÇÃO AOS CONTROLOS DE ADMINISTRAÇÃO ADEQUANDOS AO LONGO DO RESPECTIVO CICLO DE VIDA, AS PROPOSTA DE ATÉ AO PERÍÓDO POSTERIOR À IMPLEMENTAÇÃO, RESULTANDO NUMA REDUÇÃO DE CUSTOS, CICLOS DE VIDA MAIS RÁPIDOS E NUM AUMENTO DA QUALIDADE Objectivos No fim da unidade o estudante dever ser apto a perceber que uma organizacao efectiva na gestao do projecto permite: Melhorar a planificação Capturar todos os investimentos num repositório central Dar prioridade a estratégias empresariais e investimentos concorrentes de forma objectiva Alinhar os portefólios seleccionados com a estratégia empresarial Gerir recursos de forma eficaz Colaborar e coordenar facilmente Integrar na perfeição aplicações de linha de negócios Obter rapidamente o retorno do investimento 6.1. Organização da Gestão de Projecto A Organização, como
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