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@raynavet 1 Rayanne Santana Alterações post-mortem Lesões: alterações que ocorreram antes da morte do animal. Presença de hemorragia/fibrina indicam que o ferimento ocorreu enquanto o animal estava vivo. Artefatos: Alterações de fatores não relacionados a processos patológicos, como o manuseio incorreto do cadáver. Classificação ABIÓTICAS: sem participação de microorganismos. Imediatas: associadas com a morte clínica, ocorrem logo após a morte e antes da proliferação bacteriana, não modificam o cadáver. São eles: insensibilidade, imobilidade, parada das funções cardiorrespiratórias, inconsciência, ausência de reflexos, etc. Tardias (ou mediatas): pelo processo de autólise ou por ação do meio sobre células. Rigidez cadavérica (rigor mortis): Contração muscular exacerbada causada pela escassez de ATP. É influenciado diretamente pelo estado corporal do animal e reservas de glicogênio. o Início: 2-4h após a morte; Auge: 6-12h; Fim: 12-24h. o Estabelecimento: Coração – Músculos respiratórios – músculos da cabeça – pescoço – membros torácicos – membros pélvicos. Obs.: Quando o rigor se estabelece de maneira adequada e em coração sadio, todo o sangue deve ser ejetado pelas artérias. PATOGENIA DA RIGIDEZ CADAVÉRICA Estabelecimento: Após a morte do animal a célula continua viva, produzindo ATP por via anaeróbica e, consequentemente, ácido lático. Mesmo sem o impulso nervoso ocorre influxo de cálcio nas células musculares, que permite a ligação entre actina e miosina. Enquanto houver ATP, essa ligação é desfeita e o músculo permanece flácido. Quando o ATP acaba, a ligação entre actina e miosina não se desfaz e a rigidez cadavérica se estabelece. Relaxamento: A célula muscular continua produzindo ATP por via anaeróbica, gerando ainda mais ácido lático como resíduo. O acúmulo de ácido promove a diminuição do pH e a desnaturação das proteínas musculares, desfazendo a ligação entre actina e miosina e promovendo o relaxamento muscular. Hipóstase cadavérica (livor mortis): Acúmulo de sangue que ocorre em vísceras e tecidos devido ação da gravidade após a morte. A observação dessa alteração é mais fácil em órgãos pares. Se estabelece 2-4h após a morte. Deve-se diferenciar hipóstase de congestão, a hipostase é homogênea e post- mortem enquanto a congestão é ante- mortem e está associada a edema. Aspecto macroscópico: Coloração vermelho violáceo, fluindo sangue ao corte. Coagulação sanguínea: liberação de substâncias que estimulam coagulação dentro dos vasos. o Formação: 2h após a morte. o Destruição: 8h após a morte, por processos autolíticos. COÁGULO CRUÓRICO: Rico em hemácias, com coloração vermelho escuro. Liso, elástico e não aderido à parede do vaso onde se encontra. COÁGULO LARDÁCEO: As hemácias se sedimentaram e por isso ele tem coloração esbranquiçada ou amarelada. Também é liso, elástico e não aderido à parede do vaso onde se encontra. Ocorre de maneira mais tardia, mas pode ser observado precocemente em animais anêmicos, com morte agônica, casos de sepse e equinos (pois o tempo de sedimentação é menor). COÁGULO MISTO: Composto por uma parte cruórica e outra lardácea. TROMBO X COÁGULO Podem ser vermelhos (venosos) ou brancos (arteriais), friáveis, inelásticos, aderidos à parede do vaso, quando retirados, deixam uma superfície rugosa e sem brilho. Aspecto gelatinoso, liso e brilhante, elástico, solto no interior do vaso. @raynavet 2 Rayanne Santana Embebição por hemoglobina: após a autólise do coágulo, a hemoglobina extravasa pigmentando os tecidos adjacentes. Se estabelece 8 horas após a morte (devido autólise) do coágulo e não é desfeito. Aspecto macroscópico: Coloração vermelho violáceo, que não se aprofunda ao corte, pois somente o tecido superficial é tingido pela hemoglobina. Embebição por bilirrubina: extravasamento da bile por poros formados na vesícula biliar causa o tingimento dos tecidos próximos. Aspecto macroscópico: Coloração amarelada que não se aprofunda ao corte. TRANSFORMATIVAS: devido ação de microorganismos. Pseudomelanose: coloração causada pela sulfametahemoglobina. PATOGENIA DA PSEUDOMELANOSE As bactérias do trato gastrointestinal continuam vivas e proliferando de maneira intensa, algumas produzem gás sulfídrico ou sulfuroso, que reage com o ferro derivado da quebra da hemoglobina formando um pigmento chamado sulfametahemoglobina. Esse pigmento tinge os tecidos, principalmente vísceras da cavidade abdominal e tecido subcutâneo próximo. Aspecto macroscópico: Coloração varia de azul- esverdeado (geralmente tecido subcutâneo) a preto (em órgãos cavitários). Timpanismo post-mortem: acúmulo de gás nas vísceras, primeiro nas ocas e depois nos órgãos parenquimatosos. O gás aumenta a pressão intracavitária e pode ocorrer ruptura e expulsão de líquidos causando pseudo- prolapso retal. Transformativas conservadoras (raros) Saponificação: o cadáver conserva as suas feições, a pele é pouco alterada e os tecidos moles transformam-se em glicerinas e ácidos gordos, que ao combinarem-se com uma substância alcalina originam sabões. Os órgãos internos tornam-se indistinguíveis, transformam-se numa massa pastosa. Este processo leva à diminuição do Ph que inibe o crescimento da flora bacteriana levando assim à preservação do cadáver. Motivos: obesidade, local úmido ou semilíquido (em que a água flui), solos argilosos. Mumificação: o cadáver fica com pele enrugada, retraída e endurecida. O corpo, devido à desidratação dos tecidos (perde os fluidos por evaporação), apresenta uma perda substancial de peso, chegando a atingir valores na ordem dos 10 a 15Kg. Os tecidos moles em vez de se decomporem endurecem pela dessecação. Motivos: alta temperatura do solo ou local de sepultamento, condições extremas de calor e frio, processo de embalsamento. Fases da evolução da decomposição do cadáver Autólise: ocorre por ação das próprias enzimas lisossomais na própria célula. Heterólise: ação de enzimas bacterianas ou outros microorganismos na decomposição do cadáver. Período de coloração Mudança de cor Período gasoso Produção de gás Período coliquativo Liquefação dos tecidos moles (1-3 meses) Período de esqueletização Encontra-se apenas o esqueleto @raynavet 3 Rayanne Santana Apêndice Alterações post-mortem Alterações Def inição Aspecto macroscópico A b ió ti c a s Im e d ia ta s Assoc iadas à mor te c l ín ica; ocorrem imediatamente após a mor te e sem a ação de microorganismos. Insensib i l idade, imobi l idade, parada das funções card ior resp i ra tór ias, inconsc iênc ia , ausência de re f lexos, ent re out ros. A b ió ti c a s T a rd ia s R ig idez Cadavér ica Contração muscular exacerbada causada pela escassez de ATP. Enr i jec imento muscular . H ipostase Cadavér ica Acúmulo de sangue que ocorre em vísceras e tec idos dev ido ação da grav idade após a mor te. Coloração vermelho violáceo, fluindo sangue ao corte. Coagulação Sanguínea L iberação de substânc ias que est imulam coagulação dentro dos vasos. Aspecto gelatinoso, liso e brilhante, elástico, solto no interior do vaso. Embebição por hemoglobina Hemoglobina ext ravasa p igmentando os tec idos ad jacentes Coloração vermelho v io láceo, que não se aprofunda ao cor te , po is somente o tec ido super f ic ia l é t ing ido pe la hemoglobina. Embebição por b i l i r rub ina Ext ravasamento da b i le por poros formados na vesícu la b i l ia r . Coloração amarelada que não se aprofunda ao corte. T ra n s fo rm a ti v a s Pseudomelanose Coloração causada pela su l fametahemoglob ina ( reção ent re gás su l f ídr ico e fer ro der ivado dahemoglobina) Coloração varia de azul- esverdeado (geralmente tecido subcutâneo) a preto (em órgãos cavitários). T impanismo post -mor tem Acúmulo de gás nas vísceras Aumento s imi lar a um balão, pode haver pseudo-prolapso retal Saponi f icação Tecidos moles transformam-se em glicerinas e ácidos gordos, que ao combinarem-se com uma substância alcalina originam sabões. Os órgãos internos tornam-se indistinguíveis, transformam-se numa massa pastosa. Mumi f icação Os tecidos moles em vez de se decomporem endurecem pela dessecação. Pele enrugada, retraída e endurecida, perda substancial de peso, os tecidos moles endurecem.
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