Buscar

Direito do trabalho aplicado ao empregado do setor público

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO DO TRABALHO APLICADO AO EMPREGADO DO SETOR PÚBLICO
Regra Geral – Empregado Público: 
A Lei 9.962/2000 regula o Regime de Emprego Público (CLT): 
Art. 1º O pessoal admitido para EMPREGO PÚBLICO na Administração federal direta, autárquica e fundacional terá sua relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata, naquilo que a lei não dispuser em contrário. 
Art. 3º O contrato de trabalho por prazo indeterminado somente será rescindido por ato unilateral da Administração pública nas seguintes hipóteses: 
I – prática de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT; 
Art. 482 da CLT: As faltas graves instituídas no art. 482 da CLT devem ser interpretadas restritivamente. 
Tal como ocorre com o ilícito Penal, o ilícito trabalhista deve estar expressamente tipificado na norma. 
O que não estiver na norma não é falta grave.
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: 
a) ato de improbidade; (tem similar para o funcionário público)
b) incontinência de conduta ou mau procedimento; (tem similar para o funcionário público)
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; (tem similar para o funcionário público)
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; (não tem similar para o funcionário público)
e) desídia no desempenho das respectivas funções; (tem similar para o funcionário público)
f) embriaguez habitual ou em serviço; (não tem similar para o funcionário público)
g) violação de segredo da empresa; (tem similar para o funcionário público)
h) ato de indisciplina ou de insubordinação; (tem similar para o funcionário público)
i) abandono de emprego; (tem similar para o funcionário público)
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; (tem similar para o funcionário público)
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; (tem similar para o funcionário público)
l) prática constante de jogos de azar. (não tem similar para o funcionário público)
m) perda da habilitação (perda da habilitação profissional ou cnh) ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (não tem similar para o funcionário público)
Estabilidade x Garantia de Emprego (Súmula 390, TST)
Estabilidade CF art. 41. Especificamente ao Funcionário Público: 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
Regra geral – Empregado Público:
A Lei 9.962/2000 regula o Regime de Emprego Público (CLT): 
Art. 1º O pessoal admitido para EMPREGO PÚBLICO na Administração federal direta, autárquica e fundacional terá sua relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata, naquilo que a lei não dispuser em contrário.
A CLT não trata especificamente do empregado público, por isso deve-se atentar a súmula 390 do TST.
Súmula 390 do TST: 
Súmula nº 390 do TST ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF/1988. CELETISTA. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTÁRQUICA OU FUNDACIONAL. APLICABILIDADE. EMPREGADO DE EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. INAPLICÁVEL (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 229 e 265 da SBDI-1 e da Orientação Jurisprudencial nº 22 da SBDI-2) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJs nºs 265 da SBDI-1 - inserida em 27.09.2002 - e 22 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000) II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJ nº 229 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
Jurisprudência: 
"RECURSO DE REVISTA. DIREITO À ESTABILIDADE. EMPREGADO PÚBLICO. ADMISSÃO POSTERIOR À EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 19/98. INEXISTÊNCIA. ART. 41 DA CF/1988. PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. SÚMULA Nº 390, I, DO TST. I - A partir da Emenda Constitucional nº 19/98, a redação do "caput" do art. 41 da Constituição Federal foi alterada e ganhou maior especificidade no que concerne à titularidade do direito à estabilidade, aplicando-se tão somente aos servidores nomeados para cargo de provimento efetivo, não sendo extensível aos empregados públicos celetistas. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. II - A Súmula nº 390, I, do TST, ao estabelecer que o servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF, tem seu alcance limitado às situações em que os empregados públicos foram nomeados até a data de publicação da Emenda Constitucional nº 19/98. Precedentes."(TST, SDI-I, Recurso de Revista nº 106500- 15.2005.5.02.0332, Acórdão publicado na data de 23.12.2014)
Em resumo, tal recurso de revista diz que somente terá estabilidade o empregado público celetista nomeado até a EC nº 19/98. Após essa EC, a estabilidade aplica-se apenas ao servidor nomeado para cargo de provimento efetivo.
Jurisprudência em sentido contrário:
REINTEGRAÇÃO. O demandante foi admitido em 13.07.2009, (POSTERIOR A EMENDA Nº 19/98) mediante concurso público, para exercer o cargo de Agente Educacional e foi demitido por justa causa em 06.06.2018, em razão de faltas injustificadas. Afirmou no exórdio que, por motivos de saúde, ficou afastado do trabalho pelo INSS, recebendo auxílio doença durante o período. Assim sendo, acorde com o D. Parecer Ministerial, faz jus o demandante à sua reintegração ao trabalho, por se tratar de servidor público celetista, contratado por fundação pública, aplicando-se ao caso o disposto na Súmula 390, especialmente seu item I: Estabilidade. Art. 41 da CF/1988. Celetista. Administração direta, autárquica ou fundacional. Aplicabilidade. Empregado de empresa pública e sociedade de economia mista. Inaplicável. (Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 229 e 265 da SDI1 e da Orientação Jurisprudencial nº 22 da SDI-2 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005) I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJ nº 265 da SDI-1 - Inserida em 27.09.2002 e ex-OJ nº 22 da SDI-2 - Inserida em 20.09.00) Recurso ordinário interposto pelo reclamante quese provê, no particular. PROCESSO TRT/SP Nº 1000940-92.2018.5.02.0047
Nessa jurisprudência o entendimento foi diferente da anterior. Ele foi favorável a aplicação da súmula 390.
Andamentos deste processo 1000940-92.2018.5.02.0047 no TST: 
03/09/2020 - Transitado em Julgado em 31/08/2020 06/08/2020 – Negado seguimento ao recurso, por ausência de transcendência (o mesmo que repercussão geral do recurso extraordinário).
Necessidade de motivação
(Orientação jurisprudencial 247 da SBDI-1 do C. TST)
X
Tema de repercussão geral 0131 do E. STF)
Redação da OJ 247 da SbDI-1 do TST:
OJ 247 TST - SERVIDOR PÚBLICO. CELETISTA CONCURSADO. DESPEDIDA IMOTIVADA. EMPRESA PÚBLICA OU SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. POSSIBILIDADE (alterada – Res. nº 143/2007) - DJ 13.11.2007 
I - A despedida de empregados de empresa pública e de sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso público, independe de ato motivado para sua validade; 
II - A validade do ato de despedida do empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) está condicionada à motivação (justificar a demissão), por gozar a empresa do mesmo tratamento destinado à Fazenda Pública em relação à imunidade tributária e à execução por precatório, além das prerrogativas de foro, prazos e custas processuais.
Motivar é justificar para a pessoa que vai ser demitida, não é justa causa.
Repercussão Geral 0131 STF – RE 589.998:
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT. DEMISSÃO IMOTIVADA DE SEUS EMPREGADOS. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DA DISPENSA. RE PARCIALMENTE PROVIDO. 
I - Os empregados públicos não fazem jus à estabilidade prevista no art. 41 da CF, salvo aqueles admitidos em período anterior ao advento da EC nº 19/1998. Precedentes. 
II - Em atenção, no entanto, aos princípios da impessoalidade e isonomia, que regem a admissão por concurso público, a dispensa do empregado de empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos deve ser motivada, assegurando-se, assim, que tais princípios, observados no momento daquela admissão, sejam também respeitados por ocasião da dispensa. 
Esse entendimento do STF vai de encontro ao entendimento do TST no inciso I da OJ acima. O professor entende que, no judiciário, a OJ deve ceder espaço para o STF mesmo o TST sendo um tribunal superior. Portanto, a dispensa do empregado de empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos deve ser motivada.
III – A motivação do ato de dispensa, assim, visa a resguardar o empregado de uma possível quebra do postulado da impessoalidade por parte do agente estatal investido do poder de demitir. 
IV - Recurso extraordinário parcialmente provido para afastar a aplicação, ao caso, do art. 41 da CF, exigindo-se, entretanto, a motivação para legitimar a rescisão unilateral do contrato de trabalho.
Embargos de Declaração no mesmo RE 589.998:
Decisão: O Tribunal, por maioria, acolheu parcialmente os embargos de declaração para fixar a seguinte tese: “A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados”, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Marco Aurélio e Edson Fachin, que rejeitavam integralmente o recurso. Juntará voto o Ministro Marco Aurélio. A presente tese substitui aquela fixada na 12ª sessão administrativa realizada em 9.12.2015. Impedida a Ministra Rosa Weber. Ausentes, justificadamente, os Ministros Celso de Mello e Cármen Lúcia. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Plenário, 10.10.2018.
Terceirização – Regra:
Terceirização pela Administração Pública. Responsabilidade pelas dívidas trabalhistas da empresa terceirizada. Lei de licitações (L. 8666/93), Súmula 331, IV, V e VI do C. TST, julgamento da ADC 16 pelo E. STF e Tema de repercussão geral 0246 do E. STF. Diferença de terceirização e contratação como dona da obra. Orientação Jurisprudencial 191 da SBDI-1 do C. TST e, o julgamento do IRR RR - 190-53.2015.5.03.0090 (Tema 6).
Até 2017 a terceirização não tinha lei própria. O que havia era a súmula 331, ela continua valendo, mas houve modificação na parte que toca a terceirização. Com a chegada da lei, a terceirização passou a valer para toda e qualquer atividade fim e meio. Antes dela, era somente para atividades meio. Um hospital, por exemplo, não poderia contratar uma empresa para fornecer médicos para exercer a atividade fim, somente se fosse atividade meio.
Prestadora dos Serviços: 
Art. 4º-A da Lei 13.429/2017 - Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução.
Quarteirização: 
§ 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços.
A empresa pode deixar de usar seus empregados na prestação do serviço e contratar uma empresa para realizá-lo. A empresa quarteirizada coloca seus funcionários para trabalhar para a empresa contratante (Estado) de forma indireta.
Estado >> Empresa terceirizada >> funcionários da empresa terceirizada que venceu a licitação (terceirização)
Estado >> Empresa terceirizada >> não usou seus funcionários >> contratou empresa quarteirizada >> funcionários da empresa quarteirizada trabalhando indiretamente para o Estado (quarteirização)
A quarteirizada pode chamar uma quinta empresa. Essa modalidade de trabalho não tem fim, mas pode ser considerada uma fragilização da mão de obra (o trabalhador que presta o trabalho acaba recebendo menos com essa terceirização toda).
Tomadora:
Art. 5 o -A da Lei 13.429/2017 - Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal. Tomadora é a antiga contratante.
Art. 5 o -A da Lei 13.429/2017 - Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal
Obrigatoriedade do Tomador ser notificado no processo do conhecimento.
Súmula 331, IV do TST - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. Isto é, na inicial tem que chamar a empresa prestadora de serviço de terceiros e a contratante porque se não a contratante não apresentará defesa e por óbvio não constara no título executivo judicial.
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.
Terceirização pela Administração Pública: 
Lei de Licitações (L. 8666/93); Súmula 331, V do C. TST; Julgamento da ADC 16 pelo E. STF e, Tema de Repercussão Geral 0246 do E. STF. 
A regra geral, NÃO é aplicável à administração pública, que tem lei específica (art. 71, Lei 8666/93) devendo o reclamante provar sua conduta culposa quanto a fiscalização do cumprimento das obrigações decorrentes do contrato de trabalho entre o terceirizado e a empresa prestadora de serviços.
Art. 71 da Lei 8.666/93 - O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. 
Súmula 331, V do TST - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua condutaculposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. 
Julgamento da ADC 16 pelo E. STF – Decisão do Plenário em 24.11.2010: 
Por votação majoritária, o Plenário do Supremo Tribunal Federal declarou, nesta quarta-feira (24), a constitucionalidade do artigo 71, parágrafo 1º, da Lei 8.666, de 1993, a chamada Lei de Licitações. O dispositivo prevê que a inadimplência de contratado pelo Poder Público em relação a encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem pode onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. 
Segundo o presidente do STF, isso “não impedirá o TST de reconhecer a responsabilidade, com base nos fatos de cada causa”. 
“O STF não pode impedir o TST de, à base de outras normas, dependendo das causas, reconhecer a responsabilidade do poder público”, observou o presidente do Supremo. 
Ainda conforme o ministro, o que o TST tem reconhecido é que a omissão culposa da administração em relação à fiscalização - se a empresa contratada é ou não idônea, se paga ou não encargos sociais - gera responsabilidade da União. 
Fonte: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=166785 
Tema de Repercussão Geral 0246 do E. STF: Tema 0246 - Responsabilidade subsidiária da Administração Pública por encargos trabalhistas gerados pelo inadimplemento de empresa prestadora de serviço. 
RE 760931/DF - DISTRITO FEDERAL
ISTO É, o STF reconheceu que o artigo 71, parágrafo 1º, é constitucional, mas nada impede que, em análise casuística, a justiça do trabalho declare que em determinado caso o Estado é sim responsável pelo pagamento dos débitos trabalhistas. Contudo há uma condição, qual seja, no caso em que o Estado não fiscalize a atuação do seu terceirizado. 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. ROSA WEBER Relator(a) p/ Acórdão: Min. LUIZ FUX Julgamento: 26/04/2017. Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO DO TRABALHO. TERCEIRIZAÇÃO NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SÚMULA 331, IV E V, DO TST. CONSTITUCIONALIDADE DO ART. 71, § 1º, DA LEI Nº 8.666/93. PRECEDENTE: ADC 16. EFEITOS VINCULANTES. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E PROVIDO. FIXAÇÃO DE TESE PARA APLICAÇÃO EM CASOS SEMELHANTES. 8. Constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 já reconhecida por esta Corte em caráter erga omnes e vinculante: ADC 16, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 24/11/2010. 9. Recurso Extraordinário parcialmente conhecido e, na parte admitida, julgado procedente para fixar a seguinte tese para casos semelhantes: “O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93”.
Fonte: http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28RE%24%2ESCLA%2E+E+760931%2ENUME%2E%29+OU+%28RE%2EACM S%2E+ADJ2+760931%2EACMS%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/qapv2fb 
Diferença de Terceirização e Contratação como Dona da Obra. OJ 191 da SBDI-1 do C. TST: 
Trata-se da diferença entre a Contratação de Serviços mediante terceirização de Mão de Obra da Contratação de Obra mediante Regime de Empreitada no âmbito da Administração Pública.
Regra Geral: 
Art. 455 da CLT - Nos contratos de subempreitada responderá o subempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de reclamação contra o empreiteiro principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte do primeiro. 
Parágrafo único - Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nos termos da lei civil, ação regressiva contra o subempreiteiro e a retenção de importâncias a este devidas, para a garantia das obrigações previstas neste artigo.
OJ 191. CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE. (nova redação) - Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada de construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa construtora ou incorporadora.
O Estado sempre vai responder quando contratar empresa inidônea para realização de obra. A grosso modo sempre será responsável. 
 Contratação de Obra mediante Regime de Empreitada no âmbito da Administração Pública:
 Julgamento do IRR no RR - 190-53.2015.5.03.0090: 
A Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais 1 do Tribunal Superior do Trabalho, em julgamento de incidente de recurso de revista repetitivo, definiu que, à exceção dos entes públicos, o dono da obra poderá responder subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas de empreiteiro inidôneo. Por unanimidade, a SDI-1, órgão responsável pela uniformização da jurisprudência trabalhista e competente para julgamento de incidente dessa natureza, definiu ainda que não são compatíveis com a diretriz consolidada na Orientação Jurisprudencial 191 da SDI-1 entendimentos de Tribunais Regionais do Trabalho que ampliem as possibilidades de responsabilização para excepcionar apenas pessoas físicas ou micro e pequenas empresas que não exerçam atividade econômica vinculada ao objeto contratado. O incidente foi instaurado em recurso de revista interposto pela Anglo American Minério de Ferro Brasil S.A. contra decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) que a condenou subsidiariamente ao pagamento de parcelas decorrentes de contrato de empreitada firmado com a empresa Montcalm Montagens Industriais Ltda. 
A decisão regional baseou-se na Súmula 42 daquele TRT, que, interpretando a OJ 191 da SDI-1 do TST, isenta de responsabilidade solidária ou subsidiária trabalhista apenas “a pessoa física ou micro e pequenas empresas, na forma da lei”, e, ainda, “que não exerçam atividade econômica vinculada ao objeto contratado”. Segundo o TRT, a tutela constitucional da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho exige a releitura da OJ 191, “impedindo que pessoas jurídicas de grande porte valham-se da exceção legal preconizada no artigo 455 da CLT para se furtar à fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas pelo prestador de obras e serviços”. Em junho de 2016, o recurso de revista, originalmente distribuído à Sexta Turma do TST, foi afetado à SDI-1 para ser examinado sob a sistemática dos recursos repetitivos. As teses jurídicas firmadas no incidente, e, portanto, dotadas de efeito vinculante, serão aplicadas a todos os demais processos que tratarem da mesma questão jurídica. 
Para o relator do Incidente na SDI, ministro João Oreste Dalazen, a súmula regional não é compatível com os fundamentos da OJ 191 porque, entre outros fundamentos, fere o princípio da isonomia, ao dar “flagrante tratamento desigual” entre pequenos empresários e pessoas físicas e empresas de maior porte. 
Além das partes, participaram do julgamento, na condição de amici curiae, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), o Estado do Rio Grande do Sul, a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (APINE), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG).
Teses 
As teses jurídicas aprovadas no julgamento do incidente de recurso de revista repetitivo foram as seguintes: 
I) A exclusão de responsabilidade solidária ou subsidiária por obrigação trabalhista a que se refere a Orientação Jurisprudencial 191 da SDI-1 do TST não se restringe à pessoa física ou micro e pequenas empresas, compreende igualmenteempresas de médio e grande porte e entes públicos (decidido por unanimidade); II) A excepcional responsabilidade por obrigações trabalhistas prevista na parte final da Orientação Jurisprudencial 191, por aplicação analógica do artigo 455 da CLT, alcança os casos em que o dono da obra de construção civil é construtor ou incorporador e, portanto, desenvolve a mesma atividade econômica do empreiteiro (decidido por unanimidade); III) Não é compatível com a diretriz sufragada na Orientação Jurisprudencial 191 da SDI-1 do TST jurisprudência de Tribunal Regional do Trabalho que amplia a responsabilidade trabalhista do dono da obra, excepcionando apenas "a pessoa física ou micro e pequenas empresas, na forma da lei, que não exerçam atividade econômica vinculada ao objeto contratado" (decidido por unanimidade); IV) Exceto ente público da Administração Direta e Indireta, se houver inadimplemento das obrigações trabalhistas contraídas por empreiteiro que contratar, sem idoneidade econômico-financeira, o dono da obra responderá subsidiariamente por tais obrigações, em face de aplicação analógica do artigo 455 da CLT e culpa in eligendo (decidido por maioria, vencido o ministro Márcio Eurico Vitral Amaro)
Fonte: http://www.tst.jus.br/web/guest/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/tst-define-responsabilizacao-do-dono-da-obra-por-obrigacoestrabalhistas-de-empreiteiro/pop_up?refererPlid=10730&_101_INSTANCE_89Dk_viewMode=print&_101_INSTANCE_89Dk_languageId=pt_BR 
O TST afastou o ente público direta ou indireta no que toca a responsabilidade subsidiária, exceto ente público da Administração Direta e Indireta, se houver inadimplemento das obrigações trabalhistas contraídas por empreiteiro que contratar, sem idoneidade econômico-financeira, o dono da obra responderá subsidiariamente por tais obrigações, em face de aplicação analógica do artigo 455 da CLT e culpa in eligendo (decidido por maioria, vencido o ministro Márcio Eurico Vitral Amaro).
Andamento do processo:
 05/04/2021 - Conclusos para decisão dos embargos de declaração (Gabinete da Vice-Presidência. 
12/03/2021 - Recurso Extraordinário não admitido. 
Jurisprudência: 
"AGRAVO INTERPOSTO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA DE PRESIDENTE DE TURMA QUE NEGA SEGUIMENTO A RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRA NÃO RECONHECIDA. DONOS DA OBRA. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 191 DA SBDI-1. CONVÊNIO FIRMADO COM MUNICÍPIO PARA REALIZAÇÃO DE EMPREENDIMENTO DE CASAS POPULARES. Pedido de processamento dos embargos para fins de restabelecimento da sentença, por meio da qual os reclamados Município de Buri e a Companhia CDHU foram responsabilizados pelo crédito trabalhista reconhecido em juízo. Segundo a jurisprudência assente na OJ 191 da SBDI-1 do TST, reafirmada pela decisão do Incidente de Recurso de Revista Repetitivo suscitado no Processo TST-RR-190-53.2015.5.03.0090, não há responsabilidade subsidiária ou solidária do dono da obra, independente do porte da empresa ou de ser o contratante ente público, em relação às obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, desde que o contrato celebrado seja de construção civil; o contratante NÃO seja empresa construtora ou incorporadora e, exceto a Administração Pública, não firme contrato com empresa sem idoneidade econômico-financeira. Se o caso não se enquadra nessas exceções, aplica-se a regra. 
No acórdão turmário, consta que o Município de Buri firmou convênio com a reclamada Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Estado de São Paulo (CDHU) para realização de empreendimento de casas populares; que o Município fez doação do terreno e a CDHU orientou e financiou a execução do empreendimento; que o município contratou os serviços da empresa Mar Brasil Construção Ltda. para execução do empreendimento; que o reclamante trabalhou para a reclamada Mar Brasil Construção Ltda., na função de ajudante de obras na construção de moradias populares em obras da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Estado de São Paulo (CDHU). Nos autos, tanto o Município de Buri como a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Estado de São Paulo (CDHU) atuaram como donos da obra. Não guarda pertinência, portanto, a diretriz da Súmula 331 do TST. Decisão impugnada que se mantém. Agravo conhecido e desprovido" (AgR-E-ED-RR-779-49.2011.5.15.0123, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Augusto Cesar Leite de Carvalho, DEJT 03/07/2020).
No caso acima o Estado não responde, pois ele é o dono da obra, ainda que tenha terceirizado a obra.
Portanto, qual foi o entendimento do TST? Se tratando de obra, o Estado não responderá, ainda que a contratante seja inidônea. Quando não for obra, o Estado responderá por ter contratado empresa inidônea por falta de fiscalização. A princípio o entendimento tem sido esse, mas ainda pode mudar.
O Direito Coletivo e a Administração Pública.
O direito de associação do servidor público. A formação de Convenções Coletivas e Acordos Coletivos e sua aplicabilidade em face do empregador público. 
O direito de greve e seu exercício nas atividades públicas. O julgamento da greve (Tema de repercussão geral 0544 do E. STF).
• Direito coletivo. Conceito e Princípios. 
• Competência Dissídio Coletivo. 
• O direito de associação do servidor público.
 • A formação de Convenções Coletivas e Acordos Coletivos e sua aplicabilidade em face do empregador público. 
• O direito de greve e seu exercício nas atividades públicas. 
• O julgamento da greve (Tema de repercussão geral 0544 do E. STF).
Conceito
São empregadas diversas denominações a esta parte do Direito do Trabalho que estudaremos: Direito Coletivo do Trabalho, Direito Sindical e Direito Corporativo.
O direito coletivo do trabalho não tem autonomia é um segmento do direito do trabalho.
Gustavo Garcia assim o conceitua: 
“Segmento do direito do trabalho que regula a organização sindical, a negociação coletiva, os instrumentos normativos decorrentes, a representação dos trabalhadores na empresa e a greve.”
Princípios 
Muito embora não seja disciplina autônoma o direito coletivo do trabalho tem princípios próprios.
Liberdade Sindical 
Deriva de um princípio mais amplo que é o da liberdade de associação. Art. 5º XVII e XX e 8º V ambos da Constituição Federal. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; 
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: 
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; 
Adequação Setorial Negociada 
É o limite jurídico da norma coletiva.
Somente podendo se estabelecer normas coletivas com direitos mais benéficos ao trabalhador. (princípio de direito individual do trabalho da proteção/aplicação da norma mais favorável).
 Somente quando a Constituição Federal autorizar é que se poderão estabelecer normas desfavoráveis. 
Jurisprudência: 
Medicina e Segurança do Trabalho na CLT, previsto no CAPÍTULO V - DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO – artigos até 154 até 223 da CLT. 
Por fim, de acordo com o princípio da adequação setorial negociada, as regras autônomas juscoletivas podem prevalecer sobre o padrão geral heterônomo, mesmo que sejam restritivas dos direitos dos trabalhadores, desde que não transacionem setorialmente parcelas justrabalhistas de indisponibilidade absoluta. Embora, o critério definidor de quais sejam as parcelas de indisponibilidade absoluta seja vago, afirma-se que estão protegidos contra a negociação in pejus os direitos que correspondam a um “patamar civilizatório mínimo”, como a anotação da CTPS, o pagamento do salário mínimo, o repouso semanal remunerado, as normas de saúde e segurança do trabalho, dispositivos antidiscriminatórios, a liberdade de trabalho etc. Enquanto tal patamar civilizatório mínimo deveriaser preservado pela legislação heterônoma, os direitos que o excedem sujeitar-se-iam à negociação coletiva, que, justamente por isso, constituiria um valioso mecanismo de adequação das normas trabalhistas aos diferentes setores da economia e a diferenciadas conjunturas econômicas. Recurso Extraordinário (RE) 590415.
Unicidade Sindical 
Pluralidade sindical – quando é permitido e efetivamente existe mais de um sindicato de determinada profissão. Na França funciona a pluralidade. 
Unidade sindical – quando a lei permite a criação de mais de um sindicato por base territorial e por profissão, mas efetivamente só existe um. 
Na unidade não há contrariedade ao princípio da liberdade sindical, já que são os interessados que voluntariamente decidem pela sua adoção. Alemanha e Suécia são exemplos onde o sistema é o da unidade. 
A Organização Internacional do Trabalho não tomou partido, seja da unidade, seja da pluralidade sindical. 
Dentro de um município somente pode ter um sindicato de cada categoria reconhecido pelo ministério do trabalho.
Contribuição Sindical Obrigatória
Anteriormente conhecida como imposto sindical está prevista no art. 579 da CLT. 
Alteração Reforma Trabalhista. 
Art. 579 - A contribuição sindical é devida por todos aquêles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo êste, na conformidade do disposto no art. 591. 
Art. 579. O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591 desta Consolidação. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
O sindicato estava muito acomodado, por isso houve essa mudança. O sindicato agora precisa se movimentar e fazer com que o trabalhador queira se sindicalizar. Mostrar serviço.
Competência Normativa da Justiça do Trabalho 
Possibilidade dos Tribunais Trabalhistas criarem normas para determinada categoria, através do julgamento dos dissídios coletivos (sentenças normativas). 
Existente somente no Brasil é criticada pela doutrina internacional e atualmente pela nacional. 
Solução do regime fascista que inibe greve e não condiz com a moderna doutrina neoliberal de autocomposição das disputas coletivas. 
Desestimula o desenvolvimento de um sindicato autêntico, porque atribui ao Estado a solução dos conflitos que poderia ser realizado somente pelas partes ou com a intervenção de mediadores e árbitros. 
Art. 114, CF - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. 
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo (ou instaurar instância) de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. O dissídio é ingressado no TRT, nunca na vara do trabalho.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
O Direito de Associação do Servidor Público (engloba funcionário público e empregado público).
O art. 9º da CF/88 traz a previsão constitucional do direito de associação sindical aos trabalhadores de forma geral. 
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
Ao servidor público, este direito é garantido especialmente pelo inciso VI do art. 37 da CF/88: 
“É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.” 
Perceba que a garantia alcança somente o servidor público civil. 
Os servidores militares não têm direito à associação sindical (art 142, § 3º, IV da CF/88). 
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; 
Embora os servidores públicos civis possam associar-se em sindicatos, eles não podem ter seus vencimentos fixados através de convenções coletivas com a Administração Pública. 
Súmula 679 do STF - “A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva.” 
Forma de Solução dos Conflitos Coletivos 
Autodefesa 
As partes procedem à defesa de seus interesses, sendo que uma delas impõe sua vontade a outra.
Greve e lockout são formas de autodefesa. 
Lockout é proibido no Brasil. Seria feita pelo empregado público.
Greve 
Previsão legal – Lei 7.783/89. 
Conceito – 
Art. 2º - Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador. 
Tratando-se de suspensão do contrato de trabalho, não há pagamento de salário, salvo acordo em sentido contrário. 
É garantido ao empregado o retorno ao posto de serviço ocupado antes da causa suspensiva. 
Ainda por tratar-se de suspensão, o empregado não pode ser despedido sem justa causa. 
O Direito de Greve e seu exercício nas Atividades Públicas. 
GREVE. Servidor Público: 
Aos empregados públicos das sociedades de economia mista e subsidiárias que exerçam atividade econômica aplica-se a Lei de Greve. 
Os Servidores Públicos têm seu direito de greve reconhecido pelo art. 9º da CF/88 e regulado pela Lei nº 7.783/1989, tal e qual os empregados da iniciativa privada. 
Art. 9º CF - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
Art. 37, VII, CF - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
Não se aplica ao servidor público a lei 7783. Só se aplica aos empregados de empresa pública e de sociedade de economia mista.
 Os Servidores Públicos da administração pública direta, fundacional e autárquica, estão sujeitos ao art. 37, VII da CF, que exige lei regulamentando.
Ao contrário, para empregados CLT. Lei de Greve: 
Art. 1º, Lei nº 7.783/1989 - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
Essa indefinição afeta sobretudo os servidores públicos, aqueles contratados em regime estatutário. 
O STF em diversas decisões entendeu ser incabível o exercício do direito de greve pelos servidores públicos pela ausência de lei que o regulamentasse. 
Em julgamento dos mandados de injunção n° 670, 708 e 712, em 2007 o STF, finalmente, entendeu pela aplicabilidade da Lei de Greve aos Servidores Públicos. Aplicando-se aos mesmos a Lei de Greve naquilo que não colide com a natureza estatutária de seus vínculos. 
Ao resumir o tema, o ministro Celso de Mello salientou que: 
"...não mais se pode tolerar, sob pena de fraudar-se a vontade da Constituição, esse estado de continuada, inaceitável, irrazoável e abusiva inércia do Congresso Nacional, cuja omissão, além de lesiva ao direito dos servidores públicos civis - a quem se vem negando, arbitrariamente, o exercício do direito de greve, já assegurado pelo texto constitucional -, traduz um incompreensível sentimento de desapreço pela autoridade, pelo valor e pelo alto significado de que se reveste a Constituição da República". 
O Julgamento da Greve (Tema de Repercussão Geral 0544 do e. STF). 
Excertodo julgado fls. 9/84 - SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) 
O tema que ora é objeto de julgamento encerra divergência acerca do alcance da competência da Justiça do Trabalho, tal como posta no art. 114 da CF/88. O que se discute neste recurso, com repercussão geral reconhecida, é a competência para julgamento de abusividade de greve de servidores públicos celetistas: se da Justiça comum, federal ou estadual, ou da Justiça especializada do Trabalho. De se ressaltar que a questão envolvendo servidores estatutários já foi enfrentada pelo Tribunal, que concluiu, como se sabe, ser competente a Justiça comum. Por todos, citem-se o MI 708, DJ de 31/10/2008 e a ADI 3.395-MC, DJ de 10/11/2006. Aqui trata-se do exercício de greve por parte de servidores celetistas, situação inédita na jurisprudência da Corte, o que demonstra a importância de seu julgamento.
Servidor Estatutário fls. 12/84 
A controvérsia envolvendo os servidores estatutários foi definitivamente resolvida pela Corte, no sentido de que cabe à Justiça comum seu julgamento, e não à Justiça do Trabalho: “(…) 3. Servidor regido por vínculo de natureza jurídicoadministrativa. Incompetência da Justiça do Trabalho conforme acórdão desta Corte no julgamento da ADI n. 3.395. 4. Ausência de fundamento novo no recurso que seja apto a ilidir a decisão agravada. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.” (Rcl 17.157-ED, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ de 08/04/2016) 
Caso concreto fls. 19/84 – Servidos Celetista: 
Na origem, trata-se de Dissídio Coletivo oposto pelo Ministério Público do Trabalho com o objetivo de solucionar impasse existente entre os trabalhadores da Guarda Civil Municipal e a Administração do Município de São Bernardo do Campo que culminou na greve dos servidores públicos celetistas. 
Ao apreciar o recurso ordinário, interposto pelo Município de São Bernardo do Campo, o Tribunal Superior do Trabalho proveu o recurso para extinguir o processo sem julgamento de mérito, no tocante ao pedido de declaração de abusividade da greve, por incompetência da Justiça do Trabalho, ainda que reconhecido expressamente o regime celetista dos interessados. Para tanto, conclui, indevidamente, que tal decisão se harmoniza com a jurisprudência desta Corte, ... 
Ocorre que, como sobredito, equivocou-se o Tribunal Superior do Trabalho ao concluir que as questões envolvendo greve servidores públicos celetistas estariam também abrangidas pela competência da Justiça comum. 
De fato, no julgamento em questão ficou definida a competência da Justiça comum para dirimir conflitos apenas e tão somente envolvendo interesse de servidores estatutários. Em nenhum momento se ampliou tal competência para igualmente abarcar os interesses dos servidores públicos celetistas, como o fez o acórdão recorrido. 
Como se denota, então, o Tribunal a quo interpretou erroneamente a jurisprudência desta Corte, já que não há qualquer precedente concluindo ser da competência da Justiça comum as ações que envolvam interesse de servidores públicos celetistas grevistas. 
Ressalte-se, por vez derradeira, que o critério diferenciador adotado pela Constituição e pela jurisprudência do Tribunal é o regime jurídico, o vínculo que une o servidor à Administração Pública. Se contratual, celetista, o vínculo é trabalhista, e é competente a Justiça do Trabalho. Se estatutário, o vínculo é legal, administrativo, recaindo a competência sobre a Justiça comum.
Portanto, a decisão recorrida contraria a jurisprudência desta Corte e, como se viu, do próprio Tribunal Superior do Trabalho. Cabe ao Tribunal Superior do Trabalho o enfrentamento do mérito, já que competente para tanto. 
Assim, a proposição de voto é no sentido de que, em sede de repercussão geral, a tese jurídica seja assim assentada: “A Justiça do Trabalho é competente para processo e julgamento de questões atinentes ao exercício do direito de greve dos servidores públicos celetistas”. Ex positis, DOU PROVIMENTO ao recurso extraordinário. SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR) 
CONTROVÉRSIA – Fls. 44/84 
SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: 
Tenho, portanto, que a natureza das atividades efetivamente desempenhadas pela categoria profissional é o elemento preponderante para a definição do regramento aplicável em caso de greve dessa categoria, mesmo na hipótese em que o vínculo com a Administração é regulado pelo Direito do Trabalho. 
Ou seja, uma vez reconhecida a essencialidade das atividades desempenhadas pelos servidores públicos, não há por que excetuá-los da regra de competência firmada pelo Supremo Tribunal Federal no MI 670, mesmo em se tratando de servidores contratados pelo Estado sob o regime celetista. 
A análise do prejuízo decorrente da paralisação das atividades realizadas pelos servidores públicos não será influenciada pelo fato de serem servidores celetistas ou estatutários. Na verdade, a própria extensão das regras do regime celetista aos servidores públicos (estatutários) demonstra que, para efeito de greve, são situações intercambiáveis, pelo que deve prevalecer o critério de competência fixado no MI 670. 
Nesse sentido, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO e proponho a seguinte TESE DE REPERCUSSÃO GERAL: “A Justiça Comum Federal ou Estadual é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas da administração direta, autarquias e fundações de direito público”. 
Decisão Final do Recurso Extraordinário: Fls. 84/84 –
DECISÃO: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, que redigirá o acórdão, fixou a seguinte tese de repercussão geral: “A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas”. Vencidos os Ministros Roberto Barroso, Rosa Weber e Marco Aurélio. Ausentes, justificadamente, os Ministros Dias Toffoli e Celso de Mello. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Plenário, 1º.8.2017. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Luiz Fux, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Vice-Procurador-Geral Eleitoral, Dr. Nicolao Dino de Castro e Costa Neto. p/ Doralúcia das Neves Santos Assessora-Chefe do Plenário. 
PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 846.854 PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. LUIZ FUX REDATOR DO ACÓRDÃO : MIN. ALEXANDRE DE MORAES RECTE.(S) : FEDERAÇÃO ESTADUAL DOS TRABALHADORES DA ADMINISTRAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL - FETAM E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) : ERYKA FARIAS DE NEGRI (13372/DF) ADV.(A/S) : ALEXANDRE SIMOES LINDOSO (28485/BA, 12067/DF) RECDO.(A/S) : MUNICIPIO DE SAO BERNARDO DO CAMPO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Decisão: O Tribunal, apreciando o tema 544 da repercussão geral, por maioria, negou provimento ao recurso, vencidos os Ministros Luiz Fux (Relator), Roberto Barroso, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio. Em seguida, o Tribunal deliberou fixar a tese de repercussão geral em assentada posterior. Redator para o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes. Falou pela recorrente, Federação Estadual dos Trabalhadores da Administração do Serviço Público Municipal – FETAM e outros, o Dr. Alexandre Simões Lindoso. Presidência da Ministra Cármen Lúcia. Plenário, 25.5.2017.

Outros materiais