Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Diarreias na Infância Hellen Diarreia Aguda É uma síndrome infecciosa, que vai causar uma agressão ao intestino (delgado ou grosso), na qual vai levar a uma má absorção (água, eletrólitos e nutrientes). Essa má absorção leva ao aumento do número de evacuações (+3 por dia), além disso há a diminuição da consistência das fezes (líquidas ou semilíquidas). A DA é caracterizada como autolimitada (dura por até 14 dias), pois ela melhora por si própria. As alterações intestinais causadas por patógenos vão levar a alterações na função intestinal, modificação na consistência das fezes, mudança no volume (aumento da quantidade) e na frequência evacuatória. Sendo a desidratação a principal complicação da diarreia aguda. EPIDEMIOLOGIA Com todos os avanços no saneamento básico, medicamentos e tratamento de doenças infecciosas houve uma redução na incidência dos processos diarreicos. 3,5 milhões de mortes – 1991 2,5 milhões de mortes – 2001 1,5 milhões de mortes – 2011 Fonte: WHO Na década de 90 a diarreia ainda era uma das doenças que mais matavam, principalmente crianças menores de 5 anos, no mundo, devido a desidratação (crianças com alta frequência evacuatória, devido à alta perda de líquidos e eletrólitos nas fezes, levando a criança a desidratar). Nos anos de 2000 houve uma redução da mortalidade, em decorrência da difusão da TRO (terapia de reidratação oral – uso do soro). 1 bilhão de episódios/ano < 5 anos 2,5 milhões de mortes/ano < 5 anos Fonte: WHO Alguns estudos mostram que as crianças menores de 5 anos são as mais susceptíveis aos episódios de diarreia, pois as mesmas estão em estado de crescimento e desenvolvimento (o sistema imunológico ainda está em fase de adaptação aos diferentes agentes patogênicos), além disso a criança é muito sujeita a contaminação ambiental (elas ainda não têm noção da importância dos cuidados com higiene). Ela é muito mais comum e frequente em países em desenvolvimento, pois é uma doença de característica infecciosa e está relacionada a má condições de higiene e saúde pública. Dados do Ministério da Saúde Brasileiro mostram que a diarreia ainda é a segunda causa de internamento de crianças no Brasil, porém essa doença tem deixado de ser prevalente, perdendo espaço para as doenças respiratórias (asma, bronquite) e desnutrição. ETIOLOGIA Por ser de caráter infeccioso ela, geralmente, é causada por microrganismos patogênicos, principalmente os vírus. Vírus: Rotavírus, Adenovírus, Astrovírus, Calicivírus, Norwalk vírus. Desses o Rotavírus é o que tem maior relação com a diarreia, por isso toda criança ao completar 2 meses de vida deve tomar a vacina contra o Rotavírus (campanha criada pela OMS para diminuir os casos de diarreia infecciosa causada por esse vírus). Depois dos vírus os principais causadores de diarreia na infância são as bactérias. Bactérias: E. coli (enteropatogênica clássica - EPEC), Salmonella sp, Shiguella sp, Clostridium difficile, Vibrio cholerae, Campylobacter jejuni. Sendo a E. coli a principal causadora, esta causa uma diarreia grave, que se não for tratada pode gerar uma disenteria (presença de sangue nas fezes). Há também alguns parasitas que podem causar processos diarreicos, porém isso só acontece quando há a infestação dos vermes (lombriga, áscaris). E em 20 a 30% dos processos diarreicos pode haver a associação de vários patógenos ao mesmo tempo. Hellen VIAS DE TRANSMISSÃO 1. Via fecal-oral (doença infectocontagiosa – difusão dos vírus e bactérias pelas fezes, solo onde os alimentos são cultivados, má higiene, más condições sanitárias) – é a principal via de transmissão. 2. Via contato direto (pegar nas fezes). 3. Via respiratória (alguns vírus são transmitidos por gotículas de saliva expelidas por tosse, espirros). 4. Veiculação por água e alimentos contaminados. FISIOPATOLOGIA Os mecanismos da diarreia aguda são divididos em duas categorias principais: Aumento da secreção intestinal, de água principalmente (causados por enterotoxinas, E. coli e enterotoxina cólera); Diminuição da absorção intestinal (associada a lesões intestinais – que levam a alteração na arquitetura cripta- vilosidade). O processo diarreico causa alterações no funcionamento da mucosa intestinal, principalmente quando a alteração é causada pela invasão de bactérias ou vírus. Ingestão do alimento contaminado com vírus ou bactéria O patógeno passa pelo estômago e não morre, pois o ácido clorídrico é incapaz de inativa-lo Chegando vivo no intestino Esse patógeno então se adere a parede da mucosa intestinal Após isso ele começa a liberar toxinas Por funcionarem como fatores inflamatórios, essas toxinas começam a agredir a mucosa intestinal (delgado ou grosso). Durante o peristaltismo o alimento vai passando pela parede de todo o intestino e chega ao intestino grosso, proliferando (espalhando) mais patógenos em toda a mucosa intestinal, e por onde elas passam vão agredindo/infeccionando. A parede intestinal é formada por microvilosidades, essas são responsáveis por produzir as enzimas digestivas e pela absorção (água, micronutrientes e macronutrientes). Cada vez que um patógeno se agrega na vilosidade ela vai liberando as toxinas Causando a descamação da parede intestinal Diminuindo a superfície de absorção Menor absorção de nutrientes e água (risco de desidratação e desnutrição). A desidratação está muito relacionada quando a agressão é na parede do intestino grosso. TRATAMENTO Principal objetivo do tratamento da diarreia: prevenção domiciliar da desidratação. Tratamento da desidratação com SRO (toda vez que a criança evacuar dar de 50 a 100ml de SRO para repor a perda). Manter a dieta adequada durante e após a diarreia no padrão habitual saudável. Uso seletivo de soluções intravenosas (em alguns casos em que a criança já apresenta sinais graves de desidratação, na qual isso compromete a consciência). Manejo nutricional especializado quando necessário (em casos específicos – criança com sinais de alergia, que está perdendo muitas fezes). AVALIAÇÃO DO ESTADO DE HIDRATAÇÃO Sinais que se deve observar: Estado geral (criança ativa, brincando, interagindo, hipoatividade é um sinal de desidratação). Sede (criança sedenta). Hellen Prega cutânea (+5 segundos para prega voltar ao normal – essa prega é realizada na barriga). Enchimento capilar (aperta a mão da criança por 10seg, após isso verifica quanto tempo a cor da mão volta a ficar vermelha novamente. +3 segundos é sinal de desidratação). Olhos (úmidos, presença de lágrimas). Mucosas (oral – bochechas com saliva, criança baba). Se a criança apresentar 3 desses sinais já é indicativo de desidratação. MANEJO DOS CASOS – PLANOS DA OMS PLANO A: a criança vai para a casa, com a orientação do uso do SRO quando evacuar (50 a 100ml). Orientar a família sobre os sinais de desidratação. Oferecer maior aporte de líquidos. Manter a alimentação habitual. Os planos B e C são feitos com a criança internada (tratamento e monitoramento dos sinais de desidratação). PLANO B: criança ativa, consegue comer. A criança fica no hospital tomando o SRO pela boca. 1. Fase de expansão: suspender alimentos (mantem o aleitamento), apenas usando o soro por 4 a 6 horas, para fazer a reidratação mais rapidamente. Peso na admissão para cálculo da quantidade de SRO (50 a 100ml/kg, no máximo 150 ml/kg em casos de desidratação mais grave). 2. Fase de manutenção: após as 4-6h da fase de expansão, iniciar alimentação adequada, mantendo a oferta de líquidos. E o SRO é oferecido apenas se a criança evacuar, para repor perdas (SRO volume/volume, repõe a quantidade de SRO de acordo com a quantidade de fezes que a criança elimina). Peso pós-hidratação e a cada 12 horas, para acompanhar a evolução da hidratação.PLANO C: criança hipotônica (fraca), sonolenta, não consegue comer (vomita), casos de crianças gravemente desidratadas. A criança fica internada recebendo o soro pela veia, muitas vezes é preciso passar sonda. 1. Fase de expansão: endovenosa, 100ml por kg, de 2 a 3 horas. 2. Fase de manutenção: endovenosa. Reduz o volume de soro, e este volume é dividido nas 24 horas. RISCO DA DESIDRATAÇÃO Situações clínicas que podem se agravar na desidratação: HIPONATREMIA: Como a criança perde muitos eletrólitos nas fezes ela tem um risco de apresentar a hiponatremia. Esta é a queda da quantidade de sódio sérico (Na<130mmol/L), provocando sonolência e hipoatividade. Conduta: TRO: Terapia de reidratação oral; Reposição venosa: repor o sódio na veia com solução a 3%; HIPERNATREMIA: Elevação na quantidade de sódio no sangue (Na>160mmol/L), que pode levar a alguns sintomas como irritabilidade, sede intensa e convulsões. Conduta: hidratação oral. REPERCUSSÕES DA DIARREIA NO EN Ingestão alimentar diminuída (sonolência, vomito, irritabilidade, anorexia). SEM desidratação PLANO A ALGUMA desidratação PLANO B GRAVE desidratação PLANO C Hellen Estado hipercatabólico (aumento das necessidades nutricionais para recuperar a mucosa do intestino). Absorção diminuída (inflamação do intestino). Exsudação proteica (perda de proteína nas fezes em decorrência da descamação intestinal). Tais fatores acima podem levar o indivíduo a uma desnutrição. DIETOTERAPIA o Manter dieta para idade sem restrições (adequando sempre ao padrão saudável). o Evitar jejum. o Manutenção da oferta de lactose da dieta (oferta controlada por conta da redução da produção de lactase, devido a alterações na mucosa intestinal). Sendo melhor usar o iogurte ao invés do leite, devido a fermentação bacteriana. o Aumentar o aporte calórico, pois irá auxiliar na melhora da diarreia, porque acelera o processo de recuperação e previne a desnutrição. o Evitar excesso de sacarose, frutose e sorbitol (↑ a osmolaridade intestinal – puxando mais água, favorecendo a manutenção da diarreia). o Melhorar aporte de fibras (melhora a consistência das fezes). o Melhorar a qualidade das gorduras da dieta. o Dieta fracionada com pequenos volumes e com alta densidade calórica (favorece a aceitação pela criança). Para aumentar a DC pode ser adicionado TCM, Maltodextrina, entre outros suplementos. USO DE DROGAS A OMS não recomenda o uso de drogas para o tratamento de pacientes com diarreia. Cerca de 48% dos pacientes com diarreia são tratados com drogas desnecessárias e ineficazes. Nenhuma das classes de medicamentos é indicada, seja antidiarreico, antimotílico ou recuperadores da microbiota (probióticos). Em alguns casos em que a causa da diarreia é patógenos conhecidos pode haver a necessidade de uso de alguns medicamentos específicos, como por exemplo na cólera. Além disso em casos de disenteria é recomendado o uso de medicações. Conforme recomendação da OMS deve-se adicionar zinco no SRO, pois o Zn está relacionado com a diminuição da gravidade e da duração da diarreia. Além disso ele atua na prevenção de novos episódios nos próximos 2-3 meses, pela sua ação no sistema imunológico. PREVENÇÃO Amamentação (o leite materno é um dos melhores alimentos de proteção); Práticas alimentares saudáveis; Higiene pessoal e do ambiente; Vacinação (Rotavírus e Sarampo – a vacina contra o Sarampo tem ação de proteção, pois ela estimula o SI da criança a agir de forma mais brusca aos enteropatógenos relacionados ao surgimento da diarreia). Diarreia Persistente Síndrome infecciosa controlada ou assintomática que tem duração de mais de 14 dias. Esta diarreia leva ao comprometimento na digestão e absorção de macro e micronutrientes, levando a criança a sérios riscos de desnutrição; e isso pode afetar todo o processo de crescimento e desenvolvimento da criança. E assim como a DA existe também a probabilidade de desidratação. A DP é a DA que se cronificou, logo, os riscos que a criança tem são maiores, devido a isso a conduta a ser adotada é o internamento da criança, e a partir do estado clinico dela determinar se será Plano B ou C. FATORES DE RISCO Hospedeiro: depende do organismo da criança, da condição imunológica, crianças menores de 1 ano tem propensão de cronificação da diarreia aguda. Infecções prévias: já teve uma outra infecção anterior a diarreia, inflamações intestinais, intolerância a lactose, doença celíaca. O leite materno é um dos principais fatores protetores contra doenças infecciosas. Hellen Tipo de microrganismo: alguns apresentam efeitos mais agressivos na mucosa que outros. Alguns medicamentos podem agravar a diarreia: antibiótico (descolonização da microflora intestinal); antimotílico e antisecretores (diminuem o peristaltismo e da liberação de água para o intestino – retenção dos microrganismos no intestino ou não elimina completamente o patógeno). Jejum: prejudica o estado nutricional da criança, o que dificulta a recuperação da mucosa. FISIOPATOLOGIA Na DP o que prevalece para a permanência da diarreia é o efeito osmótico. Há o acúmulo de, principalmente, macronutrientes que não foram digeridos (lactose, sacarose, CHO fermentáveis); estes aumentam a osmolaridade intestinal, e para reverter isso o intestino começa a secretar água para dentro do intestino, e esta secreção continuada provoca o amolecimento das fezes e a consequente manutenção do processo diarreico. E os agentes causadores são os mesmos da diarreia aguda. A mucosa intestinal é uma área de superfície muito grande, o que favorece o processo de absorção, graças à presença das vilosidades e microvilosidades (elas são responsáveis pelo peristaltismo também, que é o movimento que empurra o bolo alimentar por todo o intestino). Os enterócitos das vilosidades são células epiteliais que recobrem cada vilosidade intestinal. Cada vilosidade contém cerca de 600 microvilosidades que são responsáveis pela absorção dos nutrientes. Na DP há o comprometimento de todo esse mecanismo de funcionamento pela ação dos vírus, bactérias e infestação de parasitas. As criptas são estruturas onde, se originam os enterócitos que recobrem as vilosidades. As células imaturas não-diferenciadas formam-se no fundo das criptas e migram até a extremidade das vilosidades, amadurecendo durante o seu curso (à medida que as criptas novas vão se formando as vilosidades vão se descamando, as células mais velhas morrem, vão descamando, e as novas células vão subindo da cripta até a borda da extremidade). Durante esse processo de migração, as células imaturas vão amadurecendo até chegar na borda, até alcançar a capacidade de produzir enzimas digestivas especializadas e transportar nutrientes. Base: onde são produzidas as células imaturas (proliferação). As vilosidades elas são compostas de células que tem uma capacidade de secreção de enzimas e de absorção já plena. Local onde fica os enterócitos – borda em escova: Glicocálix (capa de glicoproteínas, que contém transportadores e enzimas). Geralmente quando a mucosa intestinal é invadida por bactérias e vírus os principais pontos de agregação desses patógenos dependem do tipo de patógeno. As células velhas (que não tem mais função) são eliminadas após uma vida média de 3 dias (a cada 3 dias a mucosa do intestino se regenera) e esse é um processo contínuo de renovação do epitélio intestinal, justificando (possibilitando): o Duração autolimitada da diarreia (aguda principalmente) – 3 a 5 dias – com a renovação do epitélio há a eliminação do patógeno. o Isso possibilita a utilização da via oral para reidratação do paciente. o Manutenção da alimentação. 3. Maturação 2. Diferenciação 1. Proliferação Hellen A renovação das células epiteliais acontece em curto período de tempo (3-5 dias).A presença de alimentos na luz intestinal estimula a migração das células da cripta para as vilosidades, por isso é importante não fazer jejum, pois o próprio processo de alimentação favorece o restabelecimento da mucosa intestinal. A restrição alimentar de uma criança com diarreia persistente, portanto, pode diminuir o processo de renovação da mucosa intestinal e a produção de enzimas na borda em escova; por isso é importante manter a alimentação. O intestino secreta e absorve grande quantidade de água e eletrólitos durante o processo normal de digestão e absorção de nutrientes: o A absorção de água acontece de forma passiva (a água entra e sai à medida que a concentração de nutrientes na luz intestinal é maior ou menor – muito nutriente a água entra, pouco nutriente a água é reabsorvida). o Já os solutos, principalmente sódio e cloro, são por processo de absorção ativa (existem transportadores). A absorção de sódio e potássio é direcional, à medida em que há mais sódio dentro da célula ela tende a absorver mais água. A medida que se tem menos potássio a célula secreta mais água. Logo o grande objetivo dos processos de reidratação oral é: Manter o equilíbrio entre a proporção de água e eletrólitos dentro e fora da célula, evitando assim a desidratação e equilibrando a absorção e secreção intestinal. Em situação de normalidade a absorção predomina sobre a secreção. Quando se tem algum fator que inibe o processo de absorção (agregação de patógenos na mucosa que leva a lesões na mucosa, com estas há a diminuição na produção de enzimas e assim uma menor capacidade de absorção). Alteração no processo de absorção Estimulo da secreção de água para o lume (devido ao aumento da osmolaridade por conta do excesso de nutrientes no intestino) Piora e persistência do quadro diarreico FISIOPATOLOGIA – RESUMO Lesão da mucosa do ID Diminuição de enzimas (principalmente as enzimas da borda em escova enteroquinase, dissacaridases, tripeptidases, dipeptidases) e alguns hormônios intestinais (gastrina, secretina, CCK) Comprometimento digestão e absorção Moléculas osmoticamente ativas no lúmen intestinal aumentem o processo de secreção de água Piora do processo diarreico. Lesão dos enterócitos As células da cripta (embaixo) aumentam mitose visando recuperação da mucosa lesionada Porém elas não se diferenciam e nem amadurecem no período certo, pois elas levam um tempo para ir da base até o topo. Mas como há uma necessidade maior de células elas chegam lá em cima de forma imatura, não funcionando de forma adequada As células atingem topo das vilosidades intestinais com características de células da cripta (secretoras de água e eletrólitos) Há a diminuição das células vilositárias com capacidade de absorver água Aumento da água no lúmen intestinal Diarreia prevalecendo Hellen INTOLERÂNCIA A LACTOSE SECUNDÁRIA A lesão nos enterócitos provoca uma diminuição na produção da lactase (enzima de superfície – é a primeira a ser depletada e a última a ser reposta); levando o indivíduo a intolerância a lactose. Por isso uma das principais modificações na dieta é a ISENÇÃO da lactose até recuperar a mucosa. FERMENTAÇÃO DE CARBOIDRATOS Lactose e outros CHO não digeridos e não absorvidos servem de substratos para bactérias intestinais, usado para: Fermentação Gerando ácidos lático e acético Formando gases Distensão abdominal, flatulências, aumento do pH fecal (pode causar assadura em crianças) ASPECTOS CLÍNICOS O diagnóstico é essencialmente clínico (o quadro semelhante ao da diarreia aguda, mas geralmente está associado à síndrome de má absorção, devido a alteração da função intestinal). E pacientes que tem uma diarreia que persiste, geralmente, apresentam vulnerabilidade imunológica (comprometimento do SI, favorecendo o aparecimento de outras infeções que podem agravar o quadro). MANEJO TERAPÊUTICO Objetivos: o Restabelecer equilíbrio hidroeletrolítico e repor perdas fecais (SRO); o Manter alimentação pela via enteral (oral ou SONDA); o Alimentação hipercalórica (para recuperar a lesão) e equilibrada em macro e micronutrientes; o Em crianças desnutridas utilizar fórmulas hipoalergênicas e com redução do teor de lactose, por conta da fisiopatologia, para evitar que piore o processo diarreico; o Suplementação com zinco (melhora da resposta imune), vitamina A (melhora a cicatrização) por 2-3 semanas. o Suplementação de ácido fólico e Vit. B12 por 2-3 semanas em crianças com DEP grave. Mesmo com tratamento dietético a frequência evacuatória demora a reduzir e mesmo a cessação da diarreia.
Compartilhar