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Feito por: Jéssica Cristina da Silva Classificação Na família Trichomonadidae encontram-se trofozoítos com formato piriforme de núcleo único geralmente localizado na parte anterior, o número de flagelos variados de acordo com o gênero, existe um flagelo recorrente sustentado por uma membrana ondulante, possui um axóstilo único e desenvolvido e que sempre se projeta posteriormente. Existem vários gêneros dentro dessa família e suas classificações são feitas de acordo com o número de flagelos que eles possuem, portanto existem: ● Trichomonas ● Ditrichomonas ● Tritrichomonas (possui três flagelos livres e uma membrana ondulante) ● Tetratrichomonas ● Pentatrichomonas Algumas espécies da família Trichomonadidae e as espécies que parasitam são: ● Trichomonas vaginalis - sistema reprodutor de humanos ● Trichomonas gallinae - sistema digestório de aves ● Tetratrichomonas gallinarum - sistema digestório de aves ● Trichomonas suis - vias aéreas superiores de suínos ● Tritrichomonas foetus - sistema reprodutor de bovinos e intestino grosso de felinos Biologia de Trichomonadidae O Tritrichomonas foetus assim como os outros tricomonadídeos vai possuir alguns flagelos livres, no caso de Tritrichomonas são 3 flagelos livres e uma membrana ondulante terminando numa porção livre de flagelo, nem sempre haverá um flagelo livre na membrana ondulante, mas no caso do Tritrichomonas foetus é possível observar esse flagelo. Apenas os trofozoítos infectam os animais e eles não possuem forma de resistência no meio ambiente mas algumas vezes quando o meio ambiente não está favorável para sua sobrevivência, eles podem internalizar suas estruturas recolhendo os flagelos e a membrana ondulante tornando-se arredondado passando a serem chamados de pseudocistos que não são estruturas de resistência . Ciclo biológico em bovinos A transmissão do trofozoíto desse parasito é mecânica e ocorre através do coito , o macho geralmente é quem transmite para a fêmea mas o contrário também pode acontecer. Geralmente os machos são assintomáticos e possuem uma infeccção crônica por isso é difícil detectar os infectados. Durante o acasalamento o macho transmite os trofozoítos para a fêmea, os trofozoítos se instalam na vagina da fêmea e depois migram para a cérvix e para a parede uterina . O parasito se reproduz assexuadamente por fissão binária e se desenvolve no aparelho urogenital dos animais, se as condições não estiverem adequadas, por exemplo, o ph desse aparelho não estiver adequado para os trofozoítos, eles podem se transformar em pseudocistos. Como o parasito migra para a parede uterina, se a fêmea estiver prenha ele causará morte celular levando ao aborto , após o aborto se houver uma eliminação completa da placenta e das membranas fetais, a fêmea pode desenvolver uma cura espontânea , caso isso não ocorra a femêa irá desenvolver uma endometrite catarral que pode torná-la estéril . Ciclo biológico em gatos Os gatos se infectam pela ingestão dos trofozoítos do Tritrichomonas foetus através de água e alimentos contaminados e através do “ grooming ” que é o hábito comum em gatos de se limpar e limpar outros gatos se lambendo. Os trofozoítos infectarão o trato digestivo dos gatos, mais especificamente no intestino grosso , se dividindo por fissão binária longitudinal e sendo eliminados nas fezes dos gatos. Apesar de não existir forma de resistência no meio ambiente, os trofozoítos podem resistir em condições adequadas no meio ambiente, alguns estudos mostram que os trofozoítos podem viver por até 7 dias em uma temperatura de 23° C a 24°C. Importância de Trichomonadidae Esse parasito é muito importante na bovinocultura de leite pois as fêmeas precisam estar sempre prenhas para gerar leite para a produção, como o Tritrichomonas foetus gera abortos e pode gerar esterilidade ele leva a uma perda financeira para o proprietário. Uma coisa que tem ajudado bastante a reduzir a infecção por Tritrichomonas foetus é a utilização adequada de inseminação artificial , os fômites devem ser bem higienizados, o sêmen deve ser de qualidade. Os machos infectados geralmente são assintomáticos , não é possível verificar na maioria das vezes a não ser que se faça um exame, mas algumas vezes eles podem apresentar alguns sintomas como por exemplo dor durante a micção, corrimento prepucial e pequenos nódulos. Nos machos não ocorre a recuperação espontânea como nas fêmeas então a não ser que seja tratado o animal será permanentemente um transmissor. O tratamento depende, se o macho tiver um alto valor zootécnico vale a pena trata-lo pois o tratamento não é barato , entretanto não vale a pena tratar um rebanho em massa pois será muito caro logo é preconizado o descarte do animal ou dos animais. Nas fêmeas os sintomas são primeiramente vaginite que pode evoluir para uma placentite, corrimento uterino e até piometra quando o protozoário invade o tecido uterino. Caso ocorra um aborto e a vaca não consiga expelir toda a placenta e todo o material dentro do utero a infecção poder levar a uma endometrite purulenta com corrimento uterino persistente e a fêmea pode apresentar anestro, ou seja, ficar estéril. Na literatura é mencionado que os isolados de Tritrichomonas foetus obtidos de gatos são muito semelhantes a bovinos, apesar de haver sucesso na transmissão experimental de bovinos para gatos e vice versa ainda não há uma evidência que ligue o ciclo biológico desses dois hospedeiros. Diagnóstico Em bovinos machos é feita uma microscopia do lavado prepucial , nas femêas são feitas coletas de de secreção vaginal , de secreção uterina e em caso de aborto, coleta de amostras do próprio feto . Em gatos pode ser feito exame parasitológico de fezes utilizando fezes frescas, esse material só pode ser refrigerado por até 6h se não o trofozoíto será destruído após esse tempo, além disso quando a carga parasitária é muito baixa e não é possível ver nesses exames pode-se fazer cultivos e também outros testes mais específicos como o teste imunoenzimático e o teste molecular. Na movimentação do trofozoíto é possível identificar se ele é um tricomonadideo ou se é um indivíduo da família Hexamitidae. A membrana ondulante do trofozoíto é bem ativa e vai fazendo ondas no material e ele ao inves de dar “cambalhotas“ como a giardia, faz um movimento espiralado. Profilaxia Bovinos ➢ Monitoramento dos reprodutores (touros) ➢ Lavado do prepúcio ➢ Avaliação do semen tanto dos reprodutores próprios quanto do semen comprado ➢ Tratamento (oneroso) ➢ Exame e testagem de novos animais antes de entrarem no plantel ➢ Utilizar inseminação artificial adequada (higienização de todo o material) ➢ Vacinas (eficácia de 45%, não tem distribuição no Brasil) Gatos ➢ Evitar superpopulação ➢ Higienizar adequada e constantemente a caixa de areia e gaiolas de transporte
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