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C o n t a b i l i d a d e E m p r e s a r i a l 3 Contabilidade Empresarial UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA Reitor Prof. MSc. Pe. José Romualdo Desgaperi Pró-Reitor de Graduação Prof. MSc. José Leão Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Prof. Dr. Pe. Geraldo Caliman Pró Reitor de Extensão Prof. Dr. Luiz Síveres UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA VIRTUAL Diretor Geral Prof. Dr. Francisco Villa Ulhôa Botelho Diretoria de Pós Graduação e Extensão Prof.ª MSc. Ana Paula Costa e Silva Diretoria de Graduação Prof.ª MSc. Bernadete Moreira Pessanha Cordeiro Coordenação de Informática Weslley Rodrigues Sepúlvida Coordenação de Apoio ao Aluno Prof. Esp. Núbia Rosa Coordenação de Pólo e Relacionamento Francisco Roberto Ferreira dos Santos Coordenação de Produção Maria Valéria Jacques de Medeiros da Silva Equipe de Produção Técnica Analista Profª Doutoranda Sheila da Costa Oliveira Profª Drª Wilsa Ramos Editoras de Conteúdo Cynthia Rosa Marilene de Freitas Web Designers Edleide Freitas Marcelo Rodrigues Gonzaga Conteudistas 1º Semestre Cláudio Sousa Reginaldo Silva Miriam Cembranelli Aliandro Varella Anélio Berti Paulo Mafra 5 7 Contabilidade Empresarial Sumário Sumário Ementa: ............................................................................................... 9 Objetivos: ............................................................................................ 9 Contextualização.................................................................................. 9 Introdução ......................................................................................... 11 Aula 01 - A Contabilidade e sua aplicabilidade nas Organizações....... 13 1.1. O objeto de estudo da Contabilidade........................................................13 1.2. Técnicas Aplicadas da Contabilidade ........................................................14 Aula 02 - Balanço Patrimonial ............................................................ 19 2.1 Conceituando o Balanço Patrimonial..........................................................19 2.2 Importância e Apresentação do Balanço ....................................................19 2.3 Ativo e Seus Elementos...........................................................................20 2.4 Passivo e Seus Elementos .......................................................................24 2.5 Fontes de Patrimônio Líquido ...................................................................27 2.6 Equação Fundamental do Patrimônio.........................................................27 2.7 Balanço Contábil sob a Ótica da Matemática...............................................28 2.8 A Conta na Estrutura do Balanço ..............................................................33 Aula 03 - Procedimentos de Escrituração Contábil ............................. 37 3.1. Escrituração Contábil .............................................................................37 3.2. Mecanismo do Débito e do Crédito...........................................................38 3.3. Demonstração do Resultado do Exercício - DRE .........................................39 Aula 04 - Demonstrativos................................................................... 45 4.1 Demonstrativo de Origens e Aplicação de Recursos - DOAR..........................45 4.2 Descrição das Origens ............................................................................46 4.3 Descrição das Aplicações.........................................................................46 4.4 Esquema Básico.....................................................................................47 4.5 Forma de Apresentação da DOAR .............................................................48 4.6 Fluxo de Caixa.......................................................................................52 Aula 05 - Contabilidade de Custos...................................................... 59 5.1 Controle de Mercadorias e Operação com Mercadorias.................................59 5.2 Resultado com Mercadorias (RCM)............................................................59 5.3 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) .....................................................61 5.4 Sistemas de Controle..............................................................................61 5.5 Contabilidade de Custos..........................................................................62 5.6 Princípios Básicos da Contabilidade de Custos ............................................67 Aula 06 - Contabilidade de Custos II.................................................. 69 6.1 Classificação dos Custos..........................................................................69 6.2 Sistemas de Custeamento .......................................................................72 6.3 Métodos de Custeio ................................................................................75 Aula 07 - Método de Custeio Direto .................................................... 79 7.1 Caracterização.......................................................................................79 7.2 Margem de Contribuição .........................................................................84 7.3 Ponto de Equilíbrio .................................................................................86 Aula 08 – Custo, meta e análise das demonstrações .......................... 97 8 Contabilidade Empresarial Sumário 8.1 Custeio Meta (Target Cost)......................................................................97 8.2 Análise das Demonstrações Financeiras................................................... 103 8.3 Avaliação do Desempenho Empresarial e Seus Indicadores ........................ 106 Glossário.......................................................................................... 113 Referências Bibliográficas................................................................ 125 9 Contabilidade Empresarial Ementa e objetivos Ementa: Noções básicas. Patrimônio. Informação contábil. Fatos contábeis. Escrituração. Variações do patrimônio. Demonstrações financeiras. Análise gerencial das demonstrações financeiras. Conceitos fundamentais de custos. Análise de custo, volume e lucro. Análise de custo para decisão de preço. Fluxo de caixa. Introdução à análise das demonstrações financeiras: liquidez e endividamento. Objetivos: Ao final da disciplina, você deverá ser capaz de: • Identificar os processos inerentes para o processamento contábil. • Analisar o desempenho econômico-financeiro de uma empresa e sua situação patrimonial com ênfase na interpretação e análise dos relatórios contábeis. • Dominar os procedimentos aplicados nas técnicas e métodos da contabilidade que apóiam a gestão empresarial. • Realizar a análise econômica e financeira das demonstrações contábeis possibilitando diagnosticar a situação da empresa através de evidências e fatos contábeis. • Proceder à análise de custos compreendendo-a como uma ferramenta fundamental na prevenção e intervenção na gestão empresarial. • Analisar o balanço de uma empresa sobre os problemas de liquidez (incapacidade de satisfação atenta dos seus compromissos financeiros), bem como sobre o grau de endividamento de uma empresa. • Analisar o balanço financeiro de uma empresa e extrair conclusões sobre os problemas de liquidez (incapacidade de satisfação atentada dos seus compromissos financeiros), bem como sobre o grau de endividamento. Contextualização A Contabilidade é compreendida por muitos autores como a alma da empresa, porque nela ficam registrados todos os atos e fatos que são determinantes de sua situação financeira. Em geral, espera-se do administrador quecumpra o seu papel na organização da documentação de forma adequada, nas transações negociais dentro do objeto da empresa, e na transparência dos dados para efeito gerencial. A contabilidade é uma atividade que está presente em todos os segmentos de negócios, incluindo ainda as organizações não empresariais e demais entidades. É uma atividade que repercute na sociedade, principalmente junto aos usuários das informações contábeis, por exemplo, o fisco, os investidores, os acionistas, as instituições financeiras, os trabalhadores, dentre outros. Nesta disciplina, você encontrará a 10 Contabilidade Empresarial Ementa e objetivos identificação dos fatos passíveis de registro, assim como as técnicas e métodos de escrituração e classificação dos fatos contábeis. Além disso, terá em mãos a exemplificação de registros de várias operações do dia-a-dia. Deste modo espera-se que o gestor desenvolva a habilidade de análise e interpretação dos relatórios contábeis com base no desempenho econômico-financeiro de uma empresa e de sua situação patrimonial. 11 Contabilidade Empresarial Introdução Introdução A disciplina Contabilidade Empresarial para gestores envolve um conjunto de informações que abrange campos distintos do sistema contábil, apresentados na seguinte seqüência: (1) contabilidade geral; (2) contabilidade e análise de custos; (3) análise das demonstrações financeiras. Para efeito de estudos trabalhamos estes conceitos e procedimentos distribuídos em 8 (oito) aulas. Antes, porém, reflita um pouco sobre a disciplina, inspirando-se na seguinte constatação: No início das civilizações o homem habitava as cavernas e na busca da sobrevivência usava objetos de pedra, de madeira etc. e pequenos objetos (pedrinhas, grãos de milho, feijão etc.) para representar e controlar a quantidade de objetos de caça de sua propriedade. Posteriormente, os pastores para controlar seu rebanho também usavam esses objetos. Essas práticas antigas poderiam ser denominadas de contabilidade do patrimônio. A contabilidade surgiu quando o homem aprendeu a contar. Assim perguntamos: Qual é o objeto de estudo da contabilidade? Qual sua ênfase e finalidade nas organizações? Quais são os recursos que utiliza para gerar uma base de dados confiável e sistematizada que represente o patrimônio da empresa? 13 Contabilidade Empresarial Aula 01 Aula 01 - A Contabilidade e sua aplicabilidade nas Organizações É importante para todo o profissional que atua na gestão de organizações ter uma base sólida e conhecer o sistema denominado de contabilidade, pois essa fornece subsídios que possibilitam ao gestor tomar decisões visando alcançar os resultados esperados, ou seja, o sucesso de sua empresa. 1.1. O objeto de estudo da Contabilidade A contabilidade é um sistema que envolve todos os dados e informações de uma organização ou empresa (pública ou privada) e tem como um dos objetivos fundamentais auxiliar os gestores na tomada de decisão. O objeto de estudo da Contabilidade deriva de seu conceito, ou seja, o patrimônio da empresa (entidade). A atividade de contador abrange atividades que visam controlar e fornecer informações sobre o patrimônio da organização. Com base no princípio da entidade, a contabilidade trata da Pessoa Jurídica da empresa como distinta das pessoas físicas dos proprietários da empresa. Assim temos que: A contabilidade é feita para a entidade e não para os seus proprietários, portanto, é voltada para os estudos da empresa pessoa jurídica. Agora compare esses dois conceitos diferenciados de contabilidade: I Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das organizações (empresas) com ou sem fins lucrativos (ótica escola européia). II Contabilidade é um conjunto de técnicas para controlar o patrimônio das organizações (empresas) públicas ou privadas (ótica escola americana). Agora, extraia suas próprias conclusões sobre o que difere uma escola de outra. Para aprofundar neste tema leia o artigo História da Contabilidade. Ao ler esse texto, você notará qual é a principal diferença entre as escolas em termos de conceitos. É que a escola européia dá ênfase na contabilidade como Ciência do Controle Patrimonial, enquanto que na escola americana a ênfase é no conceito de informação 14 Contabilidade Empresarial Aula 01 útil para os diversos usuários. Naturalmente, que as opções adotadas pelas escolas resultam em determinados desdobramentos e conseqüências para a evolução dos estudos na área de contabilidade. A função principal da contabilidade é sem dúvida fornecer informações quantitativas e qualitativas sobre o estudo patrimonial dos agentes econômicos, constituindo-se de relevante importância no processo de gestão das empresas. Outra tarefa ou função importante é centralizar todas as informações de natureza econômica, mediante os processos de classificação, quantificação, avaliação, registro, análise e relatório dos fatos ocorridos. A contabilidade fornece informações necessárias ao bom desempenho da entidade, isto significa, proporcionar informações que apóiam o alcance de seus objetivos econômicos ou sociais ou ambos. Mas qual é o campo de aplicação da contabilidade? As entidades econômicas com fins lucrativos ou com fins filantrópicos constituem o campo de aplicação da contabilidade. 1.2. Técnicas Aplicadas da Contabilidade São quatro as principais técnicas que a contabilidade utiliza para atingir seus objetivos: 15 Contabilidade Empresarial Aula 01 Agora vejamos detalhadamente cada uma dessas técnicas: a) Escrituração Contábil - É a técnica de efetuar os registros dos fatos contábeis que afetam o patrimônio da entidade, passiveis de valorização monetária. Deve ser efetuada em ordem cronológica através dos lançamentos em livros próprios. b) Evidenciação Contábil - É destinada ao repasse das informações aos usuários da contabilidade, no que diz respeito à situação patrimonial e suas variações. Também conhecida como “Técnicas de Demonstrações”, pois de forma sintética as informações são divulgadas mediante demonstrações padronizadas, tais como: Balanço Patrimonial; Demonstração de Resultados do Exercício; Demonstração de Origem e Aplicação dos Recursos; Demonstração de Lucros e Prejuízos ou Mutações do Patrimônio Líquido; Notas Explicativas. c) Auditoria Contábil - Consiste no exame de livros, documentos, relatórios e no levantamento de informações, para verificar se as demonstrações financeiras representam de fato a situação econômica e patrimonial da empresa e se foram elaboradas de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade. Trata-se de uma revisão contábil que pode ser feita pela auditoria interna e auditoria externa. d) Análise de Balanço - Permite a análise e interpretação das Demonstrações Contábeis visando avaliar o desempenho das entidades em determinados períodos. É o estudo das situações econômico-financeiras das empresas, que visa à elaboração de relatórios detalhados, interpretados e escritos em uma linguagem acessível aos usuários das informações. (BERTI, 2001). PARA SABER MAIS Em sua atuação profissional, em uma entidade econômica, com certeza você irá usar algumas das técnicas contábeis de auxílio na gestão dessa organização, por isso é importante que as conheça e as domine. Para aprofundar no tema da análise de balanço, leia o texto Análise Financeira. Retomemos a seguir o fluxograma das técnicas contábeis e, observando o esquema, marque a opção correta nas questões que se seguem: 16 Contabilidade Empresarial Aula 01 Fluxograma das Técnicas Contábeis Fonte: BERTI, (2001, p. 37). 1. Quem são os usuários das informações contábeis? a) Proprietários e administradores b) Credores c) Investidores (Bancos, agentes financeiros) d) Governo e) Sociedade em geral f) Todas asopções estão corretas. Se você escolheu alguma das letras de a até e se equivocou, porque a contabilidade não interessa apenas a um grupo, mas vários são os grupos sociais que têm interesse nas demonstrações contábeis. Assim, a opção correta é a letra f. 2. Agora reflita sobre a utilidade dos dados financeiros e responda: Qual é a utilidade dos relatórios de contabilidade para cada um desses atores sociais? Correlacione a coluna A com a B. 17 Contabilidade Empresarial Aula 01 Coluna A Coluna B a) Proprietários e administradores b) Credores c) Investidores (Bancos, agentes financeiros) d) Governo e) Sociedade em geral ( ) Regulação e controle dos impostos. ( ) Subsídios para tomada de decisão interna. ( ) Conhecimento da real situação da empresa. ( ) Acompanhamento da situação econômica do presente e projetar no futuro as decisões sobre investimentos. ( ) Preocupação com os compromissos derivados de transações a prazo. Agora, veja como cada um dos grupos utiliza os relatórios de contabilidade. a) Os proprietários e administradores, para saber e acompanhar o desenvolvimento da empresa e tomar decisões administrativas, utilizam as informações geradas pela contabilidade. b) Os credores utilizam as informações contábeis para verificar se a empresa terá condições de no futuro saldar os compromissos derivados de transações a prazo. c) Os investidores (bancos, agentes financeiros) utilizam a contabilidade na tomada de decisão, pois para um investidor decidir investir em uma determinada empresa esse analisa a situação econômica da mesma através dos dados extraídos da contabilidade. d) O governo deve identificar se o contribuinte (pessoa jurídica) está pagando os tributos ao Estado. Isto é realizado através da contabilidade da empresa. Essa é a principal razão do governo ser um dos usuários da contabilidade. e) Sociedade em geral, ou seja, qualquer pessoa, pode ter interesse em saber a real situação de determinada empresa ou entidade, e isto é possível por meio das informações contábeis. Nessa primeira aula você teve a oportunidade de conhecer os conceitos básicos da Contabilidade e as técnicas empregadas. Tomou conhecimento dos principais usuários desta 18 Contabilidade Empresarial Aula 01 ciência. Agora vamos discutir na aula 2 os procedimentos de elaboração do balanço para que você possa chegar posteriormente na fase de análise de balanços. 19 Contabilidade Empresarial Aula 02 Aula 02 - Balanço Patrimonial Nesta aula, você vai conhecer os procedimentos contábeis para a elaboração de um balanço patrimonial, estudando a conceituação, os aspectos funcionais e a importância do balanço patrimonial para as empresas. Por último, você estudará os cálculos matemáticos necessários para a elaboração do balanço. 2.1 Conceituando o Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial É a demonstração financeira que evidencia, resumidamente, o patrimônio da entidade, quantitativa e qualitativamente. (RIBEIRO, 1997) Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a situação patrimonial de uma determinada entidade (empresa) em determinado momento. O balanço representa a situação estática do patrimônio, apesar dessa ser de natureza dinâmica. Trata-se de um mecanismo fundamental para obter dados do Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido. Na elaboração do balanço patrimonial, há necessidade de resumir e apresentar os dados de forma adequada, permitindo às pessoas interessadas conhecer a situação patrimonial da empresa e as variações ocorridas durante certo período de tempo. Também ao fazer o balanço, gestor ou o administrador gera relatórios que permitem analisar tais variações por meio da verificação direta dos registros contábeis. 2.2 Importância e Apresentação do Balanço A maneira utilizada para apresentar o balanço patrimonial tem base na lei 6.404/76, que regulamenta as sociedades por ações. É importante destacar que o Ministério da Fazenda, pelo Decreto Lei 1.598/77, estendeu as normas e princípios contábeis, introduzidos pela lei 6.404/76, lei das S.A., às demais pessoas jurídicas que se submetem à tributação do imposto de renda com base no lucro real. As contas do balanço patrimonial representam o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa e são apresentadas em dois grandes grupos, ativo e passivo e em seus vários subgrupos. Veja, no quadro a seguir, a disposição destes conceitos e os grupos representativos do balanço que pertencem a cada um: 20 Contabilidade Empresarial Aula 02 CONTEÚDO DO BALANÇO Ativo Passivo Ativo Circulante Ativo Realizável a Longo Prazo Ativo Permanente - Investimentos - Imobilizado - Diferido Passivo circulante Passivo exigível a longo prazo Resultado de exercícios futuros Patrimônio líquido - Capital social - Reservas de capital - Reservas de reavaliação - Reservas de lucro - Lucros (ou prejuízos) acumulados Para compreender adequadamente a representação dos dados contábeis é fundamental dominar esses dois conceitos: Ativo e Passivo. Vamos, pois, discutir cada um destes elementos. 2.3 Ativo e Seus Elementos Com o objetivo de auxiliar no entendimento do balanço patrimonial e o ativo, damos um exemplo em que são usados valores aproximados que servem para ilustrar algumas contas e os principais grupos do balanço patrimonial. Veja: BALANÇO PATRIMONIAL DO EXERCÍCIO ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Caixa 5.000,00 Fornecedores 40.000,00 Banco conta movimento20.000,00 Contas a Pagar 4.800,00 21 Contabilidade Empresarial Aula 02 Provisão p/ Imposto Renda 4.530,00 Mercadorias Estoque 20.000,00 Contribuição Social 2.416,00 Total do Circulante 45.000,00 Total do Circulante 51.746,00 Permanente Imobilizado Patrimônio Líquido Móveis e utensílios 2.000,00 Capital Social 41.000,00 Veículos 12.000,00 Imóveis 40.000,00 Terreno 17.000,00 Lucro Líquido do Exercício 23.254,00 Total do Permanente 71.000,00 Total do Patrimônio Líquido64.254,00 TOTAL DO ATIVO 116.000,00 TOTAL DO PASSIVO 116.000,00 Agora, observe a coluna da esquerda e faça uma análise dos elementos que compõem o ativo. Como você interpreta esses dados? O ativo compreende o conjunto de bens e direitos da entidade (empresa), expressos em moeda, representado pelos valores numerários (dinheiro em caixa e bancos), os direitos junto a terceiros (duplicatas a receber, contas a receber etc.), as mercadorias (estoques – de matéria-prima, material secundário, embalagens, peças de reposição, produtos acabados etc.), móveis e utensílios, terrenos, máquinas e equipamentos etc. É regra padrão que todos os elementos do ativo sejam discriminados no lado esquerdo do balanço patrimonial. Em síntese, no ativo estão localizadas as aplicações de recursos da empresa. 22 Contabilidade Empresarial Aula 02 O ativo está dividido em três (3) grandes grupos, denominados de ativo circulante, ativo realizável a longo prazo, ativo permanente. Vejamos cada um destes conceitos. a) Ativo circulante - Esse grupo reúne as disponibilidades da empresa (caixa, banco conta movimento, aplicações financeiras de curto prazo ou imediata), reúne também as contas de bens e direitos de circulação a curto prazo, duplicatas a receber, duplicatas descontadas, essa última funciona como uma conta redutora, ou seja, reduz a conta de duplicatas. Outra conta que integra o circulante é a conta de estoques (estoques de produtos acabados, estoques de matéria-prima, material secundário, produtos em elaboração, estoque de material de reposição etc.). As despesas antecipadas referentes ao exercício seguinte também são contas que integram o ativo circulante. As contas do ativo circulante obedecem a uma ordem de classificação decrescente de liquidez, como demonstramos a seguir: Disponibilidades • Caixa • Banco conta movimento ou conta corrente • Aplicaçõesfinanceiras • Depósitos bancários a vista Clientes • Duplicatas a receber • ( - ) duplicatas descontadas • Outras contas a receber • ( - ) provisão para crédito de liquidação duvidosa Estoques • Mercadorias ou produtos acabados • Produtos em elaboração • Material secundário • Embalagens • Material de expediente e almoxarifado • Material de consumo • Peças para reposição Despesas antecipadas • Seguros de exercício seguinte • Aluguel antecipado 23 Contabilidade Empresarial Aula 02 • Honorários técnicos antecipados • No ativo circulante as contas são realizáveis em até 12 meses Realizável O termo realizável em contabilidade quer dizer converter, mudar, transformar. O sentido de realizar em contabilidade tem uma conotação própria, não significa dizer transformar dinheiro em moeda. Para os valores a receber de clientes (contas a receber ou duplicatas a receber) também devem ser devidamente calculados os prováveis ou possíveis não-recebimentos, que devem ser lançados como contas redutoras. b) Ativo realizável a longo prazo - Nesse grupo, figuram as contas em que a realização é de longo prazo (bens e direitos). Estão inseridas nesse grupo também as contas de direitos sem prazo de vencimento, ou seja, quando não se determina o prazo de vencimento do direito, em contabilidade, entende-se como de longo prazo. As principais contas do ativo realizável são: Créditos • Empréstimos compulsórios • Depósitos para incentivos fiscais • ( - ) Provisão para perdas • Empréstimos a sócios • Empréstimos a empresas coligadas • Despesas antecipadas c) Ativo permanente - Envolve todas as aplicações da empresa correspondente à estrutura física da empresa, ou seja, os investimentos fixos e de realização de longo prazo. As aplicações normalmente são lançadas no permanente. Por sua vez, o ativo permanente está dividido em três grupos denominados: investimentos, imobilizado e diferido. Você verá os conceitos a seguir. Grupo 1: Investimentos São as aplicações da empresa em valores permanentes com o objetivo de gerar renda, renda essa que não faz parte da atividade principal da empresa, tais como: • Ações de empresas coligadas • Outras participações Grupo 2: Imobilizado 24 Contabilidade Empresarial Aula 02 No ativo imobilizado estão todos os bens físicos da empresa que servem à estrutura da empresa, ou seja, os bens da empresa destinados a cumprir as atividades objeto desta, tais como: • Terrenos e edificações • Máquinas e equipamentos • Móveis e utensílios • Veículos • Marcas e patentes • Reflorestamento • (-) Depreciação acumulada etc. Grupo 3: Diferido Nesse grupo são lançadas todas as despesas pré-operacionais, outros diferidos, as amortizações acumuladas etc. Outro conceito fundamental, você já sabe, é o de passivo de uma empresa. Vamos a ele. 2.4 Passivo e Seus Elementos Observe novamente a demonstração do balanço fictício que preparamos para a sua análise. BALANÇO PATRIMONIAL DO EXERCÍCIO ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Caixa 5.000,00 Fornecedores 40.000,00 Banco conta movimento20.000,00 Contas a Pagar 4.800,00 Provisão p/ Imposto Renda 4.530,00 Mercadorias Estoque 20.000,00 Contribuição Social 2.416,00 25 Contabilidade Empresarial Aula 02 Total do Circulante 45.000,00 Total do Circulante 51.746,00 Permanente Imobilizado Patrimônio Líquido Móveis e utensílios 2.000,00 Capital Social 41.000,00 Veículos 12.000,00 Imóveis 40.000,00 Terreno 17.000,00 Lucro Líquido do Exercício 23.254,00 Total do Permanente 71.000,00 Total do Patrimônio Líquido64.254,00 TOTAL DO ATIVO 116.000,00 TOTAL DO PASSIVO 116.000,00 O passivo compreende as obrigações da empresa (pessoa jurídica) para com terceiros, isto é, os valores que a empresa deve a terceiros: duplicatas a pagar, contas a pagar, fornecedores, obrigações trabalhistas, obrigações fiscais. Essas são apenas algumas das obrigações da empresa, pois existem outras. Todos os elementos pertencentes ao passivo estão discriminados no lado direito do balanço patrimonial. No passivo encontramos as origens de recursos de terceiros. O passivo das empresas divide-se em quatro grandes grupos. São eles: passivo circulante; passivo exigível a longo prazo; passivo resultado de exercícios futuros; patrimônio líquido. a) Passivo circulante - Nesse grupo que é uma das origens de terceiros de curto prazo, estão todas as obrigações da empresa, destacando as seguintes contas: • Conta corrente fornecedores • Obrigações trabalhistas • Salários a pagar • FGTS a depositar • Décimo terceiro salário a pagar 26 Contabilidade Empresarial Aula 02 • INSS a recolher • Férias a pagar • Obrigações fiscais • ICMS a recolher • PIS a recolher • COFINS a recolher • Imposto de renda pessoa jurídica etc. b) Passivo Exigível a longo prazo - Nesse grupo figuram todas as obrigações da empresa com terceiros de vencimento de longo prazo, ou seja, superior a 12 (doze) meses ou ainda sem data prevista de vencimento. As principais contas que fazem parte desse grupo são os empréstimos e financiamentos bancários realizados para: • Estrangeiros • Nacionais • Debêntures • Financiamentos de imobilizado superior a 12 meses • Outras obrigações e provisões etc. c) Passivo resultado de exercícios futuros - Figuram nesse grupo as receitas referentes a exercícios seguintes em que o recebimento foi antecipado. As despesas referentes a essas receitas que também foram antecipadas devem figurar no grupo como uma conta redutora. Um exemplo comum de operação de resultados futuros está na empresa de construção civil que negocia a venda de apartamentos ou casas, recebe os valores correspondentes, mas os imóveis serão entregues somente ao término da construção, exemplos: • Receitas antecipadas • (-) Despesas antecipadas. d) Patrimônio Líquido - Definimos Patrimônio Líquido como sendo a diferença entre os valores do ativo e do passivo de uma entidade, em determinado momento. No patrimônio líquido encontramos as origens de recursos próprios, sendo a mais comum a do capital social, ou capital social integralizado (realizado) pelos sócios. Exemplificando: Se a empresa tem um ativo de ...................................R$ 100.000,00 e um passivo de.......................................................R$ 76.000,00 O Patrimônio Líquido dessa entidade será.......................R$ 24.000,00 27 Contabilidade Empresarial Aula 02 Esse valor de R$ 24.000,00 corresponde aos valores da empresa, dos sócios, que estão distribuídos em capital social, reservas, lucros etc. 2.5 Fontes de Patrimônio Líquido O patrimônio líquido de uma entidade econômica, ou seja, a empresa pode ser proveniente de variadas fontes. Vejamos duas de maior destaque: d) Investimentos - Efetuados pelos proprietários na forma de integralização do capital em troca de ações, cotas ou outra participação. O capital social é a principal fonte de recursos próprios destinados aos investimentos da empresa. e) Lucros - Participação dos lucros acumulados pela empresa em função de suas atividades no tempo. É uma fonte (adicional) de financiamento. 2.6 Equação Fundamental do Patrimônio A representação quantitativa do patrimônio de uma empresa é conhecida no meio contábil pela expressão Balanço Patrimonial. Mas afinal o que é o patrimônio? Patrimônio É o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade. Como você viu anteriormente, sob o aspecto contábil, o patrimônio está dividido em duas partes: uma positiva chamada ativo; e uma negativa chamada passivo. A diferença entre o Ativo (+) e o Passivo (-) chama-se Patrimônio Líquido que aparece vinculado ao Passivo. Lembre-se que é necessário haver uma igualdade entre o Ativo e o Passivo, o que é denominado de Equação Fundamental do Patrimônio ou Equação Patrimonial. Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido ATIVO PASSIVO Bens 88.000 Obrigações81.200 28 Contabilidade Empresarial Aula 02 Direitos 12.000 Patrimônio Líquido 18.800 SOMA 100.000 SOMA 100.000 Ativo = Passivo No entanto, o estado patrimonial poderá apresentar-se de diferentes maneiras na Equação Patrimonial: a) Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido Isto, reflete uma situação de normalidade da empresa, uma vez que o conjunto de bens e direitos supera as obrigações. b) Ativo = Patrimônio Líquido Passivo = 0 (zero) Implica na inexistência de obrigações para com terceiros, como geralmente ocorre na abertura da empresa. Nesse caso o passivo será igual a zero. c) Ativo = Passivo Patrimônio Líquido = 0 (zero) Reflete a inexistência de capital próprio, o que significa que o ativo da empresa foi todo financiado com recursos de terceiros. Constitui um estado de alerta, pois a empresa atravessa por dificuldades financeiras, visto que determinados bens do ativo, como por exemplo, o imobilizado, não possui liquidez imediata além de não se destinar a revenda para saldar os compromissos assumidos. Diz-se que nesse caso o empreendimento está literalmente na corda bamba. d) Ativo + Patrimônio Líquido = Passivo Nessa hipótese a empresa se encontra em estado de insolvência, com um patrimônio líquido negativo, tornando-se indispensável a eliminação do Déficit aumentando o Patrimônio Líquido com a injeção de capital por parte dos seus proprietários. É uma situação conhecida no meio contábil como Passivo a Descoberto. 2.7 Balanço Contábil sob a Ótica da Matemática A Contabilidade é uma ciência que estuda e controla o patrimônio (Escola Européia) e para ser ciência precisa seguir passos em ordem lógica comprovados no tempo. O profissional de contabilidade (contador) aplica esses procedimentos de forma sistematizada e seqüencial. O gestor, por sua vez, precisa saber o 29 Contabilidade Empresarial Aula 02 mecanismo matemático da contabilidade para poder entender como os fatos contábeis modificam as demonstrações contábeis, principalmente o balanço patrimonial. Para você prosseguir os estudos, é fundamental compreender o que é o fato contábil. Fato Contábil Os fatos contábeis são todos os eventos que ocorrem na empresa (entidade econômica) possíveis de se determinar valor monetário. Os fatos contábeis classificam-se em três grupos diferentes, a saber: Fato Permutativo; Fato Modificativo; e Fato Misto. a) Fato Contábil Permutativo - É aquele fato que apenas permuta valores entre as contas do ativo e passivo. O Permutativo só envolve contas patrimoniais. Exemplo: compra de uma máquina a vista, permuta de um bem (dinheiro) por outro bem (máquina). b) Fato Contábil Modificativo - É aquele fato que modifica a situação líquida da empresa, ou para mais ou para menos (receitas e despesas). Exemplo: pagamento de despesas com luz (diminui a situação líquida da empresa). c) Fato Contábil Misto - É aquele fato que tanto permuta valores patrimoniais como também modifica a situação líquida da empresa. O fato misto é aquele que envolve os dois fatos (permutativo e modificativo) simultaneamente. Agora, que você já conhece o conceito de fato contábil, vamos realizar uma atividade de aplicação deste conceito. Para isso elaboramos um conjunto de operações demonstrativas das alterações provocadas no balanço após a ocorrência de um fato contábil. Observe que cada fato contábil ocorrido altera a estrutura do balanço da empresa. O nosso objetivo nesta atividade é proporcionar-lhe uma compreensão matemática da contabilidade. Leia e analise as cinco operações contábeis que demonstramos a seguir e depois prepare a sexta operação. 1ª OPERAÇÃO Vamos admitir que duas pessoas, José Costa e Pedro Lima, resolveram constituir uma empresa no ramo de comércio e prestação de serviços, com o nome (razão social) Costa e Lima Ltda. Cada um deles possuía em dinheiro R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) totalizando R$ 2.000.000,00. A empresa após esse fato contábil de constituição teria o seguinte balanço: 30 Contabilidade Empresarial Aula 02 ATIVO PASSIVO Caixa R$ 2.000.000,00 Capital R$ 2.000.000,00 SOMA R$ 2.000.000,00 SOMA R$ 2.000.000,00 Note que do lado esquerdo do balanço está o conjunto de bens, nesse caso apenas o dinheiro. No lado direito o capital, que na verdade é a obrigação da pessoa jurídica Costa e Lima Ltda. para com os seus sócios. 2ª OPERAÇÃO Como os dois sócios não queriam ficar com o dinheiro na empresa, resolveram abrir uma conta no banco e depositar o correspondente a R$ 1.980.000,00. Após esse fato contábil o balanço da empresa é o seguinte: ATIVO PASSIVO Caixa 20.000,00 Banco c/ movimento 1.980.000,00 Capital 2.000.000,00 SOMA 2.000.000,00 SOMA 2.000.000,00 Como você pode observar, a soma não mudou no balanço; o que alterou foi a composição dos bens (dinheiro) que estava todo no caixa e a parte que foi para o banco. 3ª OPERAÇÃO Agora, vamos admitir que os empresários resolvam comprar um imóvel para a sede da empresa no valor de R$ 500.000,00, sendo R$ 200.000,00 pagos à vista com um cheque da conta bancária e o restante em três parcelas de R$ 100.000,00 cada uma. Após esse fato contábil o balanço da empresa é o seguinte: ATIVO PASSIVO Caixa 20.000,00 Capital 2.000.000,00 Banco c/movimento 1.780.000,00 Imóvel (sede) 500.000,00 Financiamento imóvel 300.000,00 SOMA 2.300.000,00 SOMA 2.300.000,00 Note que esse fato contábil alterou o balanço nos bens, direitos e obrigações. A empresa aumentou os bens, mas também contraiu obrigações. 31 Contabilidade Empresarial Aula 02 4ª OPERAÇÃO A empresa precisa estruturar-se e os diretores efetuaram as seguintes transações: Compras de mercadorias para revenda no valor de R$ 400.000,00, pagas com um cheque da conta bancária. Compra de componentes de instalações (prateleiras, balcões, mesas, cadeiras etc.) no valor de R$ 50.000,00, sendo em dinheiro R$ 10.000,00 e o restante a prazo. Após essa quarta operação o balanço da empresa é o seguinte: ATIVO PASSIVO Caixa 10.000,00 Capital 2.000.000,00 Banco c/ movimento 1.380.000,00 Financiamento imóvel 300.000,00 Mercadorias – estoque 400.000,00 Contas a pagar (instalações) 40.000,00 Instalações 50.000,00 Imóvel (sede) 500.000,00 SOMA 2.340.000,00 SOMA 2.340.000,00 Observe que cada operação (fato contábil) alterou o balanço da empresa, nesse caso modificou os componentes do ativo e do passivo. 5ª OPERAÇÃO A empresa também realizou vendas e aquisições, veja quais foram: Vendas de mercadorias no valor de R$ 15.000,00, sabendo que o custo dessa mercadoria é de R$ R$ 12.000,00, a venda foi efetuada com R$ 2.000,00 de entrada em dinheiro e o restante a prazo. Compra de um veículo para a empresa no valor de R$ 28.000,00, sendo R$ 8.000,00 de entrada pagos com cheque e o restante a prazo. Após essa operação o balanço da empresa é: ATIVO PASSIVO Caixa 12.000,00 Capital 2.000.000,00 Banco c/ movimento 1.372.000,00 Financiamento imóvel 300.000,00 Duplicatas a receber 13.000,00 Financiamento Veículos 20.000,00 Mercadorias – estoque 388.000,00 Contas a pagar (instalações) 40.000,00 Instalações 50.000,00 Lucros acumulados 3.000,00 32 Contabilidade Empresarial Aula 02 Imóvel (sede) 500.000,00 Veículos 28.000,00 SOMA 2.363.000,00 SOMA 2.363.000,00 Observe que cada fato contábil alterou a estrutura do balanço da empresa. Esses exemplos serviram para demonstrar como as alterações advindas de um fato impactam no formato do balanço e como utilizar e aplicar o pensamento matemático na realização do balanço. Caso pergunte a um contador como elaborar um balanço, este poderá dizer que na contabilidade não se faz dessa forma que realizamos mas sim utilizando um conjunto de passos lógicos de contabilização. Mas, fizemos essas demonstrações para que você, futuro gestor ou administrador, conheça a estruturação do mecanismo contábil. Dando prosseguimento aeste exercício e visando aprimorar o seu conhecimento do mecanismo matemático do balanço de uma empresa, propomos uma atividade. Colocamos um conjunto de fatos contábeis para que a partir da quinta operação você dê continuidade na elaboração do novo balanço, ou seja, elabore a sexta operação. 6ª OPERAÇÃO Os fatos contábeis são: a) Vendas de mercadorias a prazo no valor de R$ 20.000,00, sabendo que o custo dessa é de R$ 14.000,00. b) Pagamento com cheque de uma prestação do veículo no valor de R$ 2.000,00. c) Pagamento com cheque de uma parcela do financiamento do imóvel no valor de R$ 100.000,00. d) Recebimento de duplicatas referentes à venda de mercadorias no valor de R$ 3.000,00, o valor recebido foi em dinheiro. e) Pagamento em dinheiro de salários de funcionários da empresa no valor de R$ 3.200,00. Agora acrescente estes dados e refaça o balanço. Anote as suas operações e compare com a nossa resolução. Resolução ATIVO PASSIVO Caixa 11.800,00 Financiamento Imóvel 200.000,00 Banco conta movimento 1.270.000,00 Financiamento Veículos 18.000,00 33 Contabilidade Empresarial Aula 02 Duplicatas a receber 30.000,00 Contas a pg. Instalações 40.000,00 Mercadorias estoque 374.000,00 Instalações 50.000,00 Capital 2.000.000,00 Imóvel Sede Empresa 500.000,00 Lucros acumulados 5.800,00 Veículos 28.000,00 Soma 2.263.800,00 Soma 2.263.800,00 2.8 A Conta na Estrutura do Balanço Pergunta 1: Qual o significado de conta para a formação da estrutura do balanço? O dinheiro existente é representado pela conta Caixa, as mesas e cadeiras pela conta Móveis e Utensílios e assim por diante, então, Pergunta 2: Como podemos conceituar conta? A conta é a representação dos valores de mesma natureza, reunidos sob um título representativo de um bem ou de um direito, uma obrigação, uma receita ou uma despesa. Todo fato mensurável em dinheiro é representado por uma conta. Pergunta 3: Para que serve a conta no balanço patrimonial? A função da conta é representar a variação patrimonial que um fato promove no Patrimônio da Empresa. Essa variação pode ser a débito ou a crédito da conta. Assim sendo uma conta pode ser debitada ou creditada, a diferença entre o débito e o crédito chama-se saldo. Para obter a perfeita classificação das contas você deverá conhecer a definição da natureza do elemento por ela representado. Mas, tenha clareza que historicamente a classificação das contas não tem se restringido a mera questão classificatória. Ao contrário, ao longo da história da Contabilidade, a classificação tem dividido os doutrinadores entre várias soluções, resultando em formas diferentes de interpretação e classificação das contas. Isto fez com que aparecessem várias escolas defensoras de seus princípios para justificar os critérios adotados para classificação das contas. Entre estas escolas, destacamos as que se firmaram como as teorias mais importantes: Teoria Personalista; Teoria Materialista; Teoria Patrimonialista. a) Teoria Personalista - Para esta escola as contas representam pessoas que se relacionam com a entidade em termos de débito e crédito. Como exemplo vejamos o caso de uma empresa que teve o seu capital subscrito e integralizado pelos sócios. No momento de integralização, a pessoa capital, representando os sócios, concedeu um crédito à entidade. Esta por sua vez entregou os 34 Contabilidade Empresarial Aula 02 recursos recebidos à pessoa caixa. Desta forma, a pessoa capital ficou credora enquanto a pessoa caixa ficou devedora da entidade. Esta escola classifica as contas em: • contas dos proprietários - Compreendem todas as contas do patrimônio líquido e suas variações como as receitas e despesas; • contas dos agentes consignatários - Compreendem as contas representativas de bens corpóreos; e • contas dos agentes correspondentes - Compreendem aquelas que representam direitos ou obrigações. b) Teoria Materialista - Para esta escola a relação entre as contas e a entidade é uma relação material e não pessoal. De sorte que a conta só deve existir enquanto existir também o elemento material por ela representado. Por isso as contas são classificadas em dois grupos a saber: • contas integrais - São aquelas representativas de bens, direitos e obrigações; • contas diferenciais - São as que integram o patrimônio líquido, além das receitas e despesas. c) Teoria Patrimonialista - Segundo a teoria patrimonialista, a contabilidade tem como finalidade controlar o patrimônio e apurar o resultado das entidades. Portanto, esta teoria classifica as contas em: • contas patrimoniais - São aquelas que representam o ativo e o passivo da entidade. Desta forma são contas patrimoniais aquelas que indicam a existência de bens, direitos, obrigações e o patrimônio líquido da entidade, formado pelo capital social, as reservas e os lucros ou prejuízos acumulados.; e • contas de resultado - Compreendem as receitas e as despesas do período, que devem ser encerradas no final do exercício para que se apure o resultado do exercício. Este resultado, lucro ou prejuízo, será incorporado ao patrimônio através da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Exemplificando a classificação das contas segundo as escolas ou teorias apresentadas, tomemos a conta Capital: • conta dos proprietários, segundo a teoria personalista; • conta diferencial pela teoria materialista; e • conta patrimonial de acordo com a teoria patrimonialista. 35 Contabilidade Empresarial Aula 02 2.8.1 Classificação A Teoria Patrimonialista - atualmente a mais usada e aceita como a mais adequada entre os contadores - classifica as contas em Patrimoniais e de Resultados. a) Contas Patrimoniais - Ativo, Passivo, incluindo neste o Patrimônio Líquido. b) Contas de Resultados - Fenômenos que modificam a situação líquida da empresa (receita e despesa). 2.8.2 Funcionalidades Quanto a sua funcionalidade, as contas de resultados se dividem em dois grupos: a) Contas Unilaterais - São aquelas que sofrem variações apenas num sentido. Por isso, o saldo dessa conta aumenta sempre. Estão nesse caso as contas de resultados (receitas e despesas) só creditadas ou só debitadas. b) Contas bilaterais - São aquelas que sofrem variações nos dois sentidos, ou seja, o seu saldo pode aumentar ou diminuir. 2.8.3 Divisão Essas contas são divididas em três: ativo, passivo e mista. Vejamos cada um destes grupos: a) Contas do Ativo - Podem ser debitadas ou creditadas, mas o seu saldo será sempre devedor, com exceção das contas retificadoras do ativo deste. Exemplo: Depreciação acumulada sobre veículos. b) Contas do Passivo - Podem ser creditadas ou debitadas, mas o seu saldo será sempre credor, também excepcionalmente as retificadoras. c) Contas Mistas - São debitadas e creditadas, apresentando o saldo ora devedor, ora credor. Exemplo: a conta resultado do exercício. Observe que as contas retificadoras são contas que tem por finalidade ajustar a expressão patrimonial de determinada conta ou grupo de contas contidos no balanço patrimonial para que este espelhe a verdadeira situação patrimonial da empresa. Exemplo: no grupo do ativo imobilizado as contas desse grupo são apresentadas no balanço pelos seus valores corrigidos menos a depreciação acumulada dos bens tangíveis (conta retificadora). Assim também a amortização, a exaustão, o capital a integralizar e os prejuízos acumulados são contas que retificam a expressão patrimonial dos grupos a que pertencem, sendo apresentadas no balanço como parcelas retificadoras (-) nos respectivos grupos. 36 Contabilidade Empresarial Aula 02 Nesta aula você pôde compreender a estrutura de um balanço contábil e a estática patrimonial, os fatos contábeis, e, para finalizar, o convidamos a aplicar estes conceitos em atividades práticas. 37 Contabilidade Empresarial Aula 03 Aula 03 - Procedimentosde Escrituração Contábil Você pode imaginar os procedimentos que devem ser seguidos para realizar o registro sistematizado dos dados preparando-os para dar entrada no balanço? Essa terceira aula pretende demonstrar o funcionamento do processo de escrituração contábil. Mesmo você não sendo um contador, é necessário conhecer essas técnicas. Também estudamos nesta aula a elaboração do balancete de final de exercício. 3.1. Escrituração Contábil A escrituração segundo BERTI (2001, p.56) “é o registro dos fatos contábeis ocorridos na empresa. Esses fatos são registrados diariamente em livros especiais, tais como: diário, razão. O lançamento é a maneira, o mecanismo utilizado para efetuar os registros contábeis”. À medida que os fatos contábeis vão ocorrendo provocam alterações no balanço da empresa, conforme vimos na aula 2, entretanto, o contador não pode elaborar um balanço a cada fato ocorrido. A escrituração é a técnica que permite o contador registrar os fatos ocorridos durante um determinado período (dia, semana, mês, ano) e, ao final desse período, elaborar o balanço. A escrituração contábil se dá através de lançamentos efetuados no diário e na conta razão. O lançamento compreende sempre uma ou mais contas de débito e uma ou mais contas de crédito. Lembre-se: A soma dos débitos será sempre igual a soma dos créditos. Todo e qualquer fato contábil deve ser escriturado no diário e no razão através do lançamento, conforme exemplificamos no próximo exercício. Fato contábil: Pagamento de consumo de energia elétrica no valor de R$ 380,00, sendo esse efetuado em dinheiro. Diário HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO 1- Energia Elétrica 380,00 2- Caixa 380,00 Pagamento do talão da conta de energia elétrica, referente ao mês 10, da Cia de Energia Elétrica do Estado. 38 Contabilidade Empresarial Aula 03 Razão CONTA CAIXA CONTA ENERGIA ELÉTRICA Débito Crédito Débito Crédito 380,00 380,00 Neste exercício elaboramos um lançamento de um fato contábil no diário e na conta razão da empresa. A contabilidade registra todos os fatos contábeis em seqüência cronológica de data no diário e no razão e ao final de um determinado período, elabora-se o balanço da empresa. 3.2. Mecanismo do Débito e do Crédito Conforme demonstramos acima a coluna do débito é sempre a primeira e conseqüentemente a do crédito é a segunda. Pela conta no formato de T, no lado esquerdo estão os valores correspondentes ao débito e no lado direito os valores do crédito. O lançamento é a ferramenta utilizada pelo contador para registrar os fatos contábeis ocorridos na empresa. Todo lançamento deve possuir valores a débito e valores a crédito, porém a soma dos débitos tem que ser igual à soma dos créditos. Para saber quando se deve debitar e quando se deve creditar, é só analisar o fato contábil de acordo com o esquema do quadro a seguir. FATO CONTÁBIL AUMENTA DIMINUI 1- Quando se trata de uma conta patrimonial do ativo (bens e direitos) Debita Credita 2- Quando se trata de uma conta patrimonial do passivo (obrigação) Credita Debita 3- Quando se trata de uma conta patrimonial do patrimônio líquido (capital, reservas lucros acumulados etc.) Credita Debita 4- Quando se trata de uma conta de resultados despesa Debita 5- Quando se trata de uma conta de resultados receita Credita Observação A conta de despesa (item 4) sempre será débito e a conta de receita (item 5) sempre será crédito, excepcionalmente, em caso de estorno, essas contas poderão ser classificadas, respectivamente, como crédito e débito. 39 Contabilidade Empresarial Aula 03 O balancete de final de exercício reúne todos os saldos da contas da empresa no exercício, bem como os ajustes efetuados nas contas de depreciação, exaustão, amortização e provisões para créditos duvidosos. 3.3. Demonstração do Resultado do Exercício - DRE A demonstração do resultado do exercício é a apresentação resumida das operações realizadas pela entidade (empresa) durante o exercício social (01-01 a 31-12), destacando o resultado líquido do período. A demonstração de resultados do exercício elaborada simultaneamente com o Balanço Patrimonial constitui no demonstrativo que focaliza as operações da empresa no período. Inclusive envolvem as contas de resultados e contas de crédito (receitas e despesas). Essa demonstração mostra o resultado auferido pela empresa no período de duas maneiras: Lucro ou Prejuízo a) Lucro - Ocorre o lucro na empresa quando o total das receitas do período for superior às despesas, lembrando que juntamente com as despesas deve incluir os encargos decorrentes do próprio lucro. b) Prejuízo - Ao contrário do lucro, o prejuízo ocorre quando as despesas do período somarem um valor superior às receitas. PARA SABER MAIS Para que compreenda a relação lucro, prejuízo e a importância do planejamento programado, leia o trecho extraído da dissertação " Análise do Uso da Informação Contábil para Fins Gerenciais", extraído no dia 05 de maio de 2006. “O lucro que uma empresa alcança, via de regra, é um resultado programado, fruto do planejamento empresarial e da inteligência das mais diversas áreas do conhecimento humano. Quando resultados empresarias positivos acontecem espontaneamente, busca-se explicações em fatores fora do ambiente de competição e do mercado. Portanto, os resultados apontados nas demonstrações financeiras das empresas refletem algo programado ou um planejamento deficiente, considerando, a princípio, que não se comanda uma companhia na direção do prejuízo. Segundo Catelli e Guerreiro (1993; p. 7), continuidade da empresa é assegurada quando o resultado de suas operações é, no mínimo, suficiente para assegurar a reposição dos ativos empregados no processo de realização das suas atividades”. (Nivaldo, 1999, p.15 A contabilidade pautada nos dois relatórios (balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício), elaborados de forma complementar, possui a finalidade de mostrar a situação patrimonial econômico-financeira da empresa. Na elaboração da demonstração de resultados do exercício são 40 Contabilidade Empresarial Aula 03 utilizadas todas as transações do período envolvendo os fatos contábeis de receitas e despesas, seguindo uma ordem, conforme demonstramos no modelo simplificado a seguir. MODELO SIMPLIFICADO DE DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS Item Conta Valor em R$ 1. Receita Operacional Bruta 10.000,00 2. (-) Deduções -1.065,00 (-) Devolução de vendas x-x (-) ICMS -800,00 (-) PIS -65,00 (-) COFINS -200,00 3. Receita Operacional Líquida 8.935,00 4. (-) CMV ou CPV -4.035,00 5. Lucro Bruto 9.900,00 6. (-) Despesas operacionais -3.040,00 (-) Despesas com vendas -300,00 (-) Despesas financeiras -140,00 (-) Despesas gerais administrativas -2.600,00 (-) Outras despesas operacionais x-x 7. Lucro Operacional 1.860,00 8. Resultado não operacional x-x + Receita não operacional x-x (-) Despesas não operacional x-x 9. Lucro antes do Imposto de Renda 1.860,00 10 (-) Contribuição Social -179,00 11 (-) Provisão para Imposto de Renda -279,00 12 (-) Participações e Contribuições x-x 13 Lucros (ou prejuízos) líquidos 1.402,00 3.3.1. Procedimentos de elaboração do Balanço Patrimonial Na elaboração do balanço patrimonial é importante observar o seguinte: a) Primeiro - Da mesma forma que o demonstrativo de resultados, o balanço patrimonial parte do balancete, ou seja, nós usamos todas as contas classificadas como patrimoniais. 41 Contabilidade Empresarial Aula 03 b) Segundo - As contas patrimoniais com saldo devedor vão direto para o grupo do ativo, salvo lucros acumulados que é uma conta do patrimônio líquido, e quando o saldo for devedor reduz o patrimônio líquido. c) Terceiro - Buscar no demonstrativo de resultados os valores das contas a seguir. • O estoque final de mercadoriasque aparece no cálculo do CMV e lançar no ativo circulante estoques. • O resultado líquido apurado no demonstrativo e lançar no passivo patrimônio líquido, quando credor soma, quando devedor reduz. • As contas de provisões (IRPJ, contribuição social), obrigações que deverão ser repassadas ao governo no exercício seguinte. • Outras distribuições e participações caso a empresa tenha como obrigação cumprir determinados estatutos. EXERCÍCIO PARA RESOLUÇÃO 1ª OPERAÇÃO A empresa Auto Peças e Oficina Pereira Ltda apresenta o balancete de final de exercício, conforme segue: Caixa R$ 5.000,00 Banco conta Movimento R$ 20.000,00 Mercadorias-Estoque R$ 15.000,00 Imóveis R$ 40.000,00 Veículos R$ 12.000,00 Terreno R$ 17.000,00 Móveis e Utensílios R$ 2.000,00 Mercadorias - Vendas - R$ 180.000,00 Fornecedores - R$ 40.000,00 Mercadorias - Compras R$ 130.000,00 Capital Social - R$ 41.000,00 Aluguel R$ 1.000,00 Salários R$ 8.000,00 Despesas com Telefone R$ 500,00 Despesas com Veículos R$ 1.000,00 Pró-labore R$ 6.000,00 Impostos R$ 2.000,00 Contas a Pagar - R$ 4.800,00 Serviços Prestados - R$ 1.700,00 Juros Recebidos - R$ 500,00 42 Contabilidade Empresarial Aula 03 Despesas com Luz R$ 200,00 INSS R$ 2.480,00 ICMS R$ 820,00 Despesas com Seguros R$ 1.200,00 Comissões sobre vendas R$ 1.600,00 Fretes sobre vendas R$ 900,00 Juros Pagos R$ 300,00 COFINS R$ 350,00 PIS R$ 150,00 CPMF R$ 200,00 Vale Transporte R$ 300,00 Total R$ 268.000,00 R$ 268.000,00 2ª OPERAÇÃO Após o levantamento físico junto ao almoxarifado e às prateleiras, constatou-se um estoque final de mercadorias no valor de R$ 20.000,00. Com base nisso, elabore o demonstrativo de resultados do exercício e depois confira o seu resultado clicando na caixa de Exercício Resolvido. Exercício Resolvido Item Conta Valor em R$ 1. Receita Operacional Bruta - Vendas de mercadorias - Serviços prestados Total de vendas e serviços 180.000,00 1.700,00 181.700,00 2. Deduções da Receita Bruta (-) Devolução de vendas x-x (-) ICMS -820,00 (-) Pis -150,00 (-) COFINS -350,00 3. Receita Operacional Líquida 180.380,00 4. (-) CMV (15.000,+130.000,-20.000,) -125.000,00 5. Lucro Bruto 55.380,00 6. (-) Despesas Operacionais 43 Contabilidade Empresarial Aula 03 (-) Despesas com vendas -2.500,00 (-) Despesas financeiras -500,00 (-) Despesas gerais administrativas -22.680,00 (-) Outras despesas operacionais x-x 7. Lucro Operacional 29.700,00 8. Resultado não operacional x-x + Receita não operacional 500,00 (-) Despesas não operacional x-x 9. Lucro antes do Imposto de Renda 30.200,00 10. (-) Contribuição Social (9%) -2.718,00 11. (-) Provisão para Imposto de Renda (15%) -4.530,00 12. (-) Participações e Contribuições x-x 13. Lucros (ou prejuízos) líquidos 22.952,00 Obs.: A empresa Auto Peças e Oficina Pereira Ltda. trabalha com o sistema de inventário periódico, ou seja, o custo da mercadoria vendida só é calculado no final do período. Importante A alíquota de tributos que incide sobre o lucro antes do Imposto de Renda não é constante, ou seja, ela pode alterar e você precisa estar informado da alíquota correta no momento de cálculo. Nesta aula, você estudou a forma utilizada para registrar os fatos contábeis, ou seja, o mecanismo do débito e do crédito e as dicas para elaborar o DRE – Demonstrativo de Resultados do Exercício. 45 Contabilidade Empresarial Aula 04 Aula 04 - Demonstrativos Na aula 2, iniciamos a elaboração do balanço patrimonial onde enfocamos o balancete e na aula 3 enfocamos a DRE. Nessa aula damos continuidade iniciando com a DOAR – Demonstrativo de Origens e Aplicação de Recursos, mostrando a sua aplicação e importância. Em seguida enfocamos o fluxo de caixa, apresentando a DFC – Demonstração de Fluxo de Caixa. Estude com atenção esses assuntos, pois são muito importantes para a compreensão e análise do Balanço Patrimonial numa perspectiva gerencial. 4.1 Demonstrativo de Origens e Aplicação de Recursos - DOAR A demonstração das origens e aplicação de recursos (mais conhecida como DOAR), como o seu próprio nome indica, tem por objetivo apresentar de forma ordenada e sumarizada as informações relativas às operações de financiamento e investimento da empresa durante o exercício e evidenciar as alterações na posição financeira da empresa. Os financiamentos estão representados pelas origens dos recursos, e os investimentos pelas aplicações dos recursos. Você sabe o que significa recursos na linguagem da contabilidade? O significado de recursos, aqui, não é simplesmente designar numerários disponíveis, porque abrange um conceito mais amplo; representa o capital de giro líquido que, na denominação dada pela lei, é Capital Circulante Líquido. Capital de giro líquido É a diferença entre os Ativos Circulantes (AC) e Passivos Circulantes (PC) 46 Contabilidade Empresarial Aula 04 A demonstração das Origens e Aplicação de Recursos é abrangente, pois envolve as variações do capital circulante líquido e que representa uma demonstração das mutações na posição financeira como um todo. É por esse motivo que em alguns países é denominada Demonstração das Mutações na Posição Financeira. 4.2 Descrição das Origens As origens de recursos são representadas pelos aumentos no Capital Circulante Líquido, e as mais comuns são: a) Das próprias operações - Quando as receitas (que geram ingressos de capital circulante líquido) do exercício são maiores que as despesas (que geram aplicações ou reduções de capital circulante líquido). Assim, ignorando as despesas ou receitas que não afetam o capital circulante líquido, temos simplesmente que: • Se houver lucro, teremos uma origem de recursos. • Se houver prejuízo, teremos uma aplicação de recursos. b) Dos acionistas - Pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no exercício, já que tais recursos aumentam as disponibilidades da empresa e, conseqüentemente, seu capital circulante líquido. c) De terceiros - Por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo em Ativo Circulante. Os empréstimos feitos e pagáveis a curto prazo não são considerados como origens de recursos. 4.3 Descrição das Aplicações As aplicações de recursos são representadas pelas diminuições do Capital Circulante Líquido, e as mais comuns são: a) Inversões permanentes - Derivadas de: • Aquisições de ativo Imobilizado. • Investimentos • Diferido b) Pagamento de empréstimos a longo prazo - Assim como a obtenção de um novo financiamento representa uma origem, a sua liquidação representa uma aplicação. c) Remuneração de Acionistas - Derivada dos dividendos distribuídos. 47 Contabilidade Empresarial Aula 04 Existem outras origens e aplicações que não afetam o capital circulante, mas aparecem na demonstração. Vejamos alguns tipos de transações efetuadas que não afetam o capital circulante líquido, mas são representadas como origens e aplicações simultaneamente: a) Aquisição de bens do Ativo Permanente (Imobilizado) pagáveis a longo prazo - Neste caso, há uma aplicação pelo acréscimo do Ativo Permanente e ao mesmo tempo uma origem pelo financiamento obtido pelo acréscimo do exigível a longo prazo, como se houvesse entrado o que fosse imediatamente aplicado. b) Conversão de Empréstimo a longo prazo em capital - Neste caso, há uma origem pelo aumento de capital e, paralelamente, uma aplicação pela redução do Exigívela longo prazo, como se houvesse ingresso de recursos de capital aplicado na liquidação da dívida. c) Integralização de capital em bens do ativo permanente - Situação também sem efeito sobre o capital circulante líquido, mas representa uma origem (aumento de capital) e na aplicação (bens do Ativo Permanente recebidos), como se houvesse essa circulação de recursos. d) Venda de bens do Ativo Permanente recebível a longo prazo - Operação que também deve ser demonstrada na origem, como se fosse recebido o valor da venda, e na aplicação, como se houvesse o empréstimo sido feito para recebimento a longo prazo. PARA SABER MAIS A lei nº 6.404/76 tornou a DOAR obrigatória para todas as companhias, conforme disposto no seu artigo 176, item IV e não obrigatória para companhia de capital aberto, quando o patrimônio líquido for pequeno. 4.4 Esquema Básico a) Contas do Ativo - Representam aplicações, quando aumentam de saldo; e origens, caso ocorram diminuições dos respectivos saldos. + Aplicações Ativo { (-) Origens b) Contas do Passivo (Passivo exigível, resultados de exercícios futuros e patrimônio líquido) - representam origens, quando aumentam de saldo; e aplicações, caso ocorram diminuições dos respectivos saldos. 48 Contabilidade Empresarial Aula 04 + Origens Passivo { (-) Aplicações c) Contas de Resultado - As receitas representam origem de recursos e as despesas, aplicações. d) Contas em Geral - O esquema acima pode ser, também, aplicado em todas as contas, segundo a natureza de seu saldo, da seguinte forma: + Aplicações Contas de natureza devedora { (-) Origens + Origens Contas de natureza credora { (-) Aplicações. 4.5 Forma de Apresentação da DOAR Essa demonstração é apresentada em quatro grandes títulos descritos a seguir: • Origens dos recursos - Onde são discriminadas as origens, por natureza, e apurado o valor total dos recursos obtidos no exercício. • Aplicação dos recursos - Onde são relacionadas às aplicações, também por natureza, e evidenciado o seu valor total. • Aumento ou redução do Capital Circulante Líquido - Representa a diferença entre o total das origens e o total das aplicações. • Saldo inicial e final do capital circulante líquido e variação - Onde são evidenciados o Ativo e o Passivo Circulantes do início e do fim do exercício e respectivo aumento ou redução. Agora, para que você compreenda o processo global, vamos apresentar um exemplo de elaboração passo-a-passo da DOAR para você construir. Vamos lá? 1ª OPERAÇÃO Preparando as tabelas. De posse dos balanços, apurar as variações nos saldos das contas, ou seja, a diferença líquida entre os mesmos. Para tanto, elabore uma tabela no computador ou em um papel, com as seguintes colunas: 49 Contabilidade Empresarial Aula 04 Variação Saldo em Descrição das Contas 31-12-x0 31-12-x1 2ª OPERAÇÃO Transcrevendo o balanço. A seguir transcreve-se o balanço de cada um dos anos nas colunas acima, na forma exposta nos itens seguintes. 3ª OPERAÇÃO Preparando os dados para obter o Capital Circulante Líquido. Como você pretende obter as origens e aplicações em relação ao Capital Circulante Líquido, deve transcrever os balanços para a tabela de forma que possa apurar o capital circulante líquido no início e no fim do exercício e também sua variação. Tal variação será o valor final, que deverá constar na demonstração de Origens e Aplicação de Recursos. Por esse motivo, nessa tabela, você colocará: Variação 31-12-x0 e 31-12-x1 Ativo Circulante (pelo valor Total) 600 1000 400 Passivo Circulante (pelo valor Total) 360 550 190 Capital Circulante Líquido 240 450 210 Não é, portanto, necessária a transcrição de cada uma das contas do ativo e do passivo circulante, ou seja, do disponível, tais como: contas a receber, estoques, fornecedores, contas a pagar, impostos a pagar, ICMS a recolher, salários a pagar etc. É suficiente que você coloque o total como foi indicado. 4ª OPERAÇÃO Identificando as contas que não integram ativo e passivo circulantes. A partir destes dados, relacione na sua tabela os totais dos grupos que não são os ativos e passivos circulantes, por exemplo, os grupos de exigível a longo prazo. Lembre-se que o resultado de exercícios Futuros e Patrimônio Líquido, por serem contas credoras, devem ser indicados como negativas. O total das colunas dos saldos dos dois exercícios deve ser zero, já que aí relacionamos todas as contas devedoras e credoras. Com esta atividade, você terá apurado as variações entre os saldos iniciais e finais na coluna de variações, coluna essa que deve ficar com o total zerado. Os aumentos nos ativos e as diminuições nos passivos são valores positivos e representam aplicações. Os aumentos nas contas passivas e patrimônio líquido e as diminuições nas contas ativas são valores 50 Contabilidade Empresarial Aula 04 negativos, devendo ser assim indicados, e representam origens. Vamos fazer juntos a DOAR, usando os dados dos Balanços e a tabela inicial de trabalho. Supomos que os balanços da empresa de 31-12-20x1 e 31-12-20x0 sejam os apresentados a seguir: BALANÇO PATRIMONIAL 31-12-20X0 31-12-20X1 Ativo Ativo Circulante Disponível 160,00 200,00 Duplicatas a receber (líquidas) 200,00 300,00 Estoques 400,00 630,00 Despesas de exercício seguintes 40,00 70,00 Realizável a Longo Prazo 800,00 1200,00 Ativo Permanente 100,00 50,00 Investimentos 300,00 400,00 Imobilizado 2000,00 3200,00 Diferido 240,00 400,00 Total do Ativo 3240,00 5250,00 Passivo Passivo Circulante Empréstimos bancários 120,00 180,00 Fornecedores 100,00 150,00 Contas a pagar 80,00 120,00 Provisão p/ Imposto de Renda 60,00 100,00 Exigível a longo Prazo 360,00 550,00 Empréstimos e Financiamentos 1200,00 1550,00 Patrimônio Líquido 1000,00 1400,00 Capital 240,00 550,00 Reservas de Capital 230,00 400,00 Reservas de Lucros 410,00 800,00 Lucros acumulados 1880,00 3150,00 Total do Passivo 3440,00 5250,00 51 Contabilidade Empresarial Aula 04 Dessa forma, a tabela inicial de trabalho e a apuração das variações seriam como segue: Descrição das contas 31-12-20x0 31-12-20x1 Variação Ativo circulante 800,00 1200,00 Passivo circulante -360,00 -550,00 Capital circulante líquido 440,00 650,00 210,00 Realizável a longo prazo 100,00 50,00 -50,00 Permanente Investimentos 300,00 400,00 100,00 Imobilizado 2000,00 3200,00 1200,00 Diferido 240,00 400,00 160,00 Exigível a longo prazo -1200,00 -1550,00 -350,00 Patrimônio líquido -1880,00 -3150,00 -1270,00 Total -0- -0- -0- Como você pode notar, o total das três colunas deve ser igual a zero, evidenciando que foram tomadas todas as contas e apuradas corretamente as variações. O valor de R$ 210,00 é a variação no capital circulante líquido. Para esse valor pretende-se demonstrar como foi apurado. Essas origens e aplicações estão de forma simplista exatamente como as variações nas demais contas não circulante, sendo que as positivas são aplicações e as negativas, origens. Se fôssemos elaborar assim uma demonstração de origens e aplicações, ficaria como demonstrado na tabela abaixo: ORIGENS: Acréscimo no Patrimônio Líquido R$ 1.270 Acréscimo no Exigível a Longo Prazo R$ 350 Redução no Realizável a Longo PrazoR$ 50 Total R$ 1.670 APLICAÇÕES: Acréscimo em InvestimentosR$ 100 Acréscimo no Imobilizado R$ 1.200 Acréscimo no Diferido R$ 160 Total R$ 1.460 52 Contabilidade Empresarial Aula 04 AUMENTO NOCIRCULANTE LÍQUIDO (Excesso de origens sobre recursos) R$ 210,00 Essa demonstração está somente apontando os valores constantes da coluna Variação, segregados entre as origens e as aplicações. 4.6 Fluxo de Caixa Fluxo de caixa É uma demonstração contábil que faz parte do balanço geral da empresa e tem como objetivo principal a demonstração do fluxo de caixa elaborado a partir das demais demonstrações (demonstrativo de resultados, balanço patrimonial, demonstrativo de lucros acumulados). Observa-se nos últimos tempos um crescente interesse dos usuários na demonstração do fluxo de caixa das entidades. O interesse pelo demonstrativo de fluxo de caixa deve-se ao fato de que as suas informações não apresentam as dificuldades encontradas no conceito de capital circulante líquido. Isto tem levado muitos países substituírem as demonstrações de capital circulante líquido, apresentadas no demonstrativo de origens e aplicações de recursos, por outras que retratam as movimentações ocorridas no caixa das entidades. No Brasil, o anteprojeto de alterações da Lei das S. A., que se encontra em fase de discussão, prevê a adoção da demonstração de fluxo de caixa, ou simplesmente a demonstração do fluxo de caixa - DFC, em substituição a DOAR - Demonstrativo de origens e aplicação de recursos. 4.6.1 Importância da Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC Segundo os estudiosos IUDÍCIBUS e MARION (1999, p.218): “as demonstrações contábeis (com exceção apenas do balanço patrimonial - que é um relatório estático) são consideradas dinâmicas por evidenciarem fluxos. A demonstração de resultados do exercício e demonstrações de Mutações do Patrimônio Líquido retratam, por exemplo, fluxos econômicos, porque contêm elementos relacionados com a variação da riqueza”. A importância da DFC, deve-se ao fato da mesma constituir-se em fluxos financeiros, refletindo as movimentações de dinheiro ocorridas nas entidades. A DFC tem uma abrangência superior a DOAR, 53 Contabilidade Empresarial Aula 04 porque abrange as transações a curto e longo prazo, em contrapartida a DOAR enfoca o capital circulante líquido, transações a curto prazo. 4.6.2 Documentos Utilizados na Elaboração da DFC Para elaborar o demonstrativo de fluxo de caixa é necessário utilizarmos os seguintes demonstrativos contábeis: • Balanço patrimonial dos dois últimos exercícios; • Demonstrativo de resultados do exercício 2 DRE; • Demonstrativo de lucros acumulados do exercício 2. 4.6.3 Elaboração da DFC - O Método Direto A elaboração da demonstração de fluxo de caixa, pode ser realizada de diversas maneiras, depende sempre do profissional que a elabora. A diferença básica entre os métodos consiste na forma como são apresentados os recursos decorrentes das transações das entidades. Aqui, destacamos apenas um modelo - o método direto – por ser o mais utilizado nos países que adotam essa demonstração. O método direto Inicia-se pelo recebimento das vendas, ao invés de iniciar com a explicação do caixa gerado pelas operações a partir do lucro líquido. Preocupa-se mais com o raciocínio do que com as técnicas de mecanização e montagem. Para facilitar o entendimento destas operações, colocamos o exemplo a seguir, relativo à empresa JLM: BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA JLM Conta 31-12-20x2 31-12-20x1 - Caixa e bancos 4.000,00 6.000,00 - Clientes ou Duplicatas a receber 36.000,00 32.000,00 - Estoque de mercadorias 42.000,00 28.000,00 - Despesas antecipadas 2.000,00 4.000,00 - Hipotecas a receber 10.000,00 10.000,00 - Terrenos 26.000,00 20.000,00 Total do Ativo 120.000,00 120.000,00 - C/ Corrente Fornecedores 44.000,00 22.000,00 - Empréstimos a longo prazo 10.000,00 24.000,00 - Capital social 40.000,00 40.000,00 54 Contabilidade Empresarial Aula 04 - Reservas 12.000,00 12.000,00 - Lucros acumulados 14.000,00 2.000,00 Total do Passivo 120.000,00 120.000,00 DEMONSTRATIVO DE LUCROS ACUMULADOS DA EMPRESA JLM EXERCÍCIO DE 20X2 Discriminação Valor em R$ - Saldo em 31-12-20x1 2.000,00 - Lucro líquido exercício de 20x2 20.000,00 - Dividendos distribuídos (8.000,00) Saldo em 31-12-20x2 14.000,00 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS (DRE) DA EMPRESA JLM EXERCÍCIO DE 20X2 Discriminação Valor em R$ - Vendas líquidas 140.000,00 - (-) custo das mercadorias vendidas (85.000,00) - Lucro bruto 55.000,00 - (-) despesas administrativas (25.000,00) - (-) despesas com vendas (10.000,00) Lucro líquido 20.000,00 Vamos, agora, aos passos para a elaboração da DFC. 1ª OPERAÇÃO Identificar o valor do recebimento das vendas. Com o saldo inicial e o saldo final de clientes (duplicatas a receber) e sabendo-se o volume de vendas, pode-se calcular: • Saldo inicial de clientes R$ 32.000,00 – Extraído do balanço ano 20x1 • Mais vendas do exercício x2 R$ 140.000,00 – Extraído do DRE • Menos saldo final clientes R$ (36.000,00) – Extraído do balanço ano 20x2 • Recebimento de clientes x2 R$ 136.000,00 2ª OPERAÇÃO Calcular o valor do pagamento aos fornecedores. 55 Contabilidade Empresarial Aula 04 É necessário identificar o valor das compras e depois o valor dos pagamentos aos fornecedores. Com os dados que temos, pode-se montar: • Saldo inicial de estoque de mercadorias R$ 28.000,00 – Extraído do balanço • Mais compras de mercadorias R$ ? • Menos estoque final de mercadorias R$ (42.000,00) – Extraído do balanço • Igual ao custo das mercadorias vendidas R$ 85.000,00 • Onde se deduz que as compras foram de R$ 99.000,00 3ª OPERAÇÃO Calcular o pagamento de fornecedores. • Saldo inicial de fornecedores R$ 22.000,00 – Extraído do balanço • Mais compras de mercadorias R$ 99.000,00 • Menos saldo de fornecedores R$ (44.000,00) – Extraído do balanço • Pagamento a fornecedores 20x2. R$ 77.000,00 4ª OPERAÇÃO Calcular o pagamento das despesas. Como não há despesas de depreciação e nem contas a pagar no passivo (obrigações) por conta de despesas registradas, só temos que levar em conta a figura das despesas antecipadas no ativo. Se as despesas antecipadas eram de R$ 4.000,00 no final do exercício 20x1, isso significa que dos R$ 35.000,00 (DRE) relativos as despesas administrativas e as vendas apropriadas datadas de 20x2, o montante de R$ 4.000,00 foram despesas de 20x1. Assim só R$ 31.000,00 são despesas pagas durante 20x2, conforme demonstrado abaixo: • Despesas totais exercício de 20x2 R$ 35.000,00 • Menos despesas antecipadas 20x1 R$ (4.000,00) • Subtotal R$ 31.000,00 Mas, se existem outros R$ 2.000,00 de despesas antecipadas no ativo ao final de 20x2, isso significa que esse pagamento ocorreu e, portanto, precisa somá-lo aos R$ 31.000,00 para obter o total de desembolso relativo às despesas administrativas e com vendas. Agora veja as operações completas demonstrativas desses cálculos: • Despesas totais exercício de 20x2 R$ 35.000,00 • Menos despesas antecipadas 20x1 R$ (4.000,00) • Subtotal R$ 31.000,00 • Mais despesas antecipadas 20x2 R$ 2.000,00 • Pagamento despesas em 20x2 R$ 33.000,00 56 Contabilidade Empresarial Aula 04 5ª OPERAÇÃO Identificar os demais pagamentos. Os demais pagamentos você obterá utilizando o mesmo raciocínio lógico. Observando que ocorreu, pela demonstração de lucros acumulados, o pagamento de dividendos de R$ 8.000,00 e supondo, como antes, que o aumento de terrenos tenha sido por aquisição (R$ 6.000,00) e que a redução das dívidas (obrigações) de longo prazo tenha sido por uma amortização antecipada, temos informações suficientes para montar o fluxo de caixa. Então, vamos fazer esta tarefa? 6ª OPERAÇÃO Elaborar o demonstrativo de fluxo de caixa – DFC FLUXO DE CAIXA Origens: Caixa gerado pelas operações: Recebimento de vendas 136.000,00 Menos pagamentos de compras (77.000,00) Menos pagamento de despesas (33.000,00) 26.000,00 Aplicações: Pagamento de dividendos 8.000,00 Compra de terreno 6.000,00 Pagamento empréstimos longo prazo
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