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Apostila Contabilidade Empresarial

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C o n t a b i l i d a d e E m p r e s a r i a l 
 
3 
Contabilidade Empresarial 
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA 
 
 
Reitor 
Prof. MSc. Pe. José Romualdo Desgaperi 
 
Pró-Reitor de Graduação 
Prof. MSc. José Leão 
 
Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa 
Prof. Dr. Pe. Geraldo Caliman 
 
Pró Reitor de Extensão 
Prof. Dr. Luiz Síveres 
 
 
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA VIRTUAL 
 
Diretor Geral 
Prof. Dr. Francisco Villa Ulhôa Botelho 
 
Diretoria de Pós Graduação e Extensão 
Prof.ª MSc. Ana Paula Costa e Silva 
 
Diretoria de Graduação 
Prof.ª MSc. Bernadete Moreira Pessanha Cordeiro 
 
Coordenação de Informática 
Weslley Rodrigues Sepúlvida 
 
Coordenação de Apoio ao Aluno 
Prof. Esp. Núbia Rosa 
 
Coordenação de Pólo e Relacionamento 
Francisco Roberto Ferreira dos Santos 
 
Coordenação de Produção 
Maria Valéria Jacques de Medeiros da Silva 
 
Equipe de Produção Técnica 
 
Analista 
Profª Doutoranda Sheila da Costa Oliveira 
Profª Drª Wilsa Ramos 
 
Editoras de Conteúdo 
Cynthia Rosa 
Marilene de Freitas 
 
Web Designers 
Edleide Freitas 
Marcelo Rodrigues Gonzaga 
 
Conteudistas 1º Semestre 
Cláudio Sousa 
Reginaldo Silva 
Miriam Cembranelli Aliandro Varella 
Anélio Berti 
Paulo Mafra
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Contabilidade Empresarial 
Sumário 
Sumário 
Ementa: ............................................................................................... 9 
Objetivos: ............................................................................................ 9 
Contextualização.................................................................................. 9 
Introdução ......................................................................................... 11 
Aula 01 - A Contabilidade e sua aplicabilidade nas Organizações....... 13 
1.1. O objeto de estudo da Contabilidade........................................................13 
1.2. Técnicas Aplicadas da Contabilidade ........................................................14 
Aula 02 - Balanço Patrimonial ............................................................ 19 
2.1 Conceituando o Balanço Patrimonial..........................................................19 
2.2 Importância e Apresentação do Balanço ....................................................19 
2.3 Ativo e Seus Elementos...........................................................................20 
2.4 Passivo e Seus Elementos .......................................................................24 
2.5 Fontes de Patrimônio Líquido ...................................................................27 
2.6 Equação Fundamental do Patrimônio.........................................................27 
2.7 Balanço Contábil sob a Ótica da Matemática...............................................28 
2.8 A Conta na Estrutura do Balanço ..............................................................33 
Aula 03 - Procedimentos de Escrituração Contábil ............................. 37 
3.1. Escrituração Contábil .............................................................................37 
3.2. Mecanismo do Débito e do Crédito...........................................................38 
3.3. Demonstração do Resultado do Exercício - DRE .........................................39 
Aula 04 - Demonstrativos................................................................... 45 
4.1 Demonstrativo de Origens e Aplicação de Recursos - DOAR..........................45 
4.2 Descrição das Origens ............................................................................46 
4.3 Descrição das Aplicações.........................................................................46 
4.4 Esquema Básico.....................................................................................47 
4.5 Forma de Apresentação da DOAR .............................................................48 
4.6 Fluxo de Caixa.......................................................................................52 
Aula 05 - Contabilidade de Custos...................................................... 59 
5.1 Controle de Mercadorias e Operação com Mercadorias.................................59 
5.2 Resultado com Mercadorias (RCM)............................................................59 
5.3 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) .....................................................61 
5.4 Sistemas de Controle..............................................................................61 
5.5 Contabilidade de Custos..........................................................................62 
5.6 Princípios Básicos da Contabilidade de Custos ............................................67 
Aula 06 - Contabilidade de Custos II.................................................. 69 
6.1 Classificação dos Custos..........................................................................69 
6.2 Sistemas de Custeamento .......................................................................72 
6.3 Métodos de Custeio ................................................................................75 
Aula 07 - Método de Custeio Direto .................................................... 79 
7.1 Caracterização.......................................................................................79 
7.2 Margem de Contribuição .........................................................................84 
7.3 Ponto de Equilíbrio .................................................................................86 
Aula 08 – Custo, meta e análise das demonstrações .......................... 97 
 
8 
Contabilidade Empresarial 
Sumário 
8.1 Custeio Meta (Target Cost)......................................................................97 
8.2 Análise das Demonstrações Financeiras................................................... 103 
8.3 Avaliação do Desempenho Empresarial e Seus Indicadores ........................ 106 
Glossário.......................................................................................... 113 
Referências Bibliográficas................................................................ 125 
 
 
 
9 
Contabilidade Empresarial 
Ementa e objetivos 
Ementa: 
Noções básicas. Patrimônio. Informação contábil. Fatos contábeis. Escrituração. Variações do patrimônio. 
Demonstrações financeiras. Análise gerencial das demonstrações financeiras. Conceitos fundamentais de 
custos. Análise de custo, volume e lucro. Análise de custo para decisão de preço. Fluxo de caixa. 
Introdução à análise das demonstrações financeiras: liquidez e endividamento. 
 
Objetivos: 
Ao final da disciplina, você deverá ser capaz de: 
• Identificar os processos inerentes para o processamento contábil. 
• Analisar o desempenho econômico-financeiro de uma empresa e sua situação patrimonial com 
ênfase na interpretação e análise dos relatórios contábeis. 
• Dominar os procedimentos aplicados nas técnicas e métodos da contabilidade que apóiam a 
gestão empresarial. 
• Realizar a análise econômica e financeira das demonstrações contábeis possibilitando diagnosticar 
a situação da empresa através de evidências e fatos contábeis. 
• Proceder à análise de custos compreendendo-a como uma ferramenta fundamental na prevenção 
e intervenção na gestão empresarial. 
• Analisar o balanço de uma empresa sobre os problemas de liquidez (incapacidade de satisfação 
atenta dos seus compromissos financeiros), bem como sobre o grau de endividamento de uma 
empresa. 
• Analisar o balanço financeiro de uma empresa e extrair conclusões sobre os problemas de 
liquidez (incapacidade de satisfação atentada dos seus compromissos financeiros), bem como 
sobre o grau de endividamento. 
 
Contextualização 
 
A Contabilidade é compreendida por muitos autores como a alma da empresa, porque nela ficam 
registrados todos os atos e fatos que são determinantes de sua situação financeira. Em geral, espera-se 
do administrador quecumpra o seu papel na organização da documentação de forma adequada, nas 
transações negociais dentro do objeto da empresa, e na transparência dos dados para efeito gerencial. A 
contabilidade é uma atividade que está presente em todos os segmentos de negócios, incluindo ainda as 
organizações não empresariais e demais entidades. É uma atividade que repercute na sociedade, 
principalmente junto aos usuários das informações contábeis, por exemplo, o fisco, os investidores, os 
acionistas, as instituições financeiras, os trabalhadores, dentre outros. Nesta disciplina, você encontrará a 
 
10 
Contabilidade Empresarial 
Ementa e objetivos 
identificação dos fatos passíveis de registro, assim como as técnicas e métodos de escrituração e 
classificação dos fatos contábeis. Além disso, terá em mãos a exemplificação de registros de várias 
operações do dia-a-dia. Deste modo espera-se que o gestor desenvolva a habilidade de análise e 
interpretação dos relatórios contábeis com base no desempenho econômico-financeiro de uma empresa e 
de sua situação patrimonial. 
 
 
 
 
 
 
11 
Contabilidade Empresarial 
Introdução 
Introdução 
 
A disciplina Contabilidade Empresarial para gestores envolve um conjunto de informações que abrange 
campos distintos do sistema contábil, apresentados na seguinte seqüência: (1) contabilidade geral; (2) 
contabilidade e análise de custos; (3) análise das demonstrações financeiras. Para efeito de estudos 
trabalhamos estes conceitos e procedimentos distribuídos em 8 (oito) aulas. Antes, porém, reflita um 
pouco sobre a disciplina, inspirando-se na seguinte constatação: 
 
No início das civilizações o homem habitava as cavernas e na busca da sobrevivência usava objetos de 
pedra, de madeira etc. e pequenos objetos (pedrinhas, grãos de milho, feijão etc.) para representar e 
controlar a quantidade de objetos de caça de sua propriedade. Posteriormente, os pastores para controlar 
seu rebanho também usavam esses objetos. Essas práticas antigas poderiam ser denominadas de 
contabilidade do patrimônio. A contabilidade surgiu quando o homem aprendeu a contar. 
Assim perguntamos: 
Qual é o objeto de estudo da contabilidade? 
Qual sua ênfase e finalidade nas organizações? 
Quais são os recursos que utiliza para gerar uma base de dados confiável e sistematizada que 
represente o patrimônio da empresa? 
 
13 
Contabilidade Empresarial 
Aula 01 
Aula 01 - A Contabilidade e sua aplicabilidade nas 
Organizações 
É importante para todo o profissional que atua na gestão de organizações ter uma base sólida e conhecer 
o sistema denominado de contabilidade, pois essa fornece subsídios que possibilitam ao gestor tomar 
decisões visando alcançar os resultados esperados, ou seja, o sucesso de sua empresa. 
1.1. O objeto de estudo da Contabilidade 
A contabilidade é um sistema que envolve todos os dados e informações de uma organização ou 
empresa (pública ou privada) e tem como um dos objetivos fundamentais auxiliar os gestores na tomada 
de decisão. 
O objeto de estudo da Contabilidade deriva de seu conceito, ou seja, o patrimônio da empresa 
(entidade). A atividade de contador abrange atividades que visam controlar e fornecer informações sobre 
o patrimônio da organização. Com base no princípio da entidade, a contabilidade trata da Pessoa Jurídica 
da empresa como distinta das pessoas físicas dos proprietários da empresa. Assim temos que: 
A contabilidade é feita para a entidade e não para os seus proprietários, portanto, é voltada para os 
estudos da empresa pessoa jurídica. 
Agora compare esses dois conceitos diferenciados de contabilidade: 
I 
Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das organizações (empresas) com ou sem 
fins lucrativos (ótica escola européia). 
 
II 
Contabilidade é um conjunto de técnicas para controlar o patrimônio das organizações (empresas) 
públicas ou privadas (ótica escola americana). 
Agora, extraia suas próprias conclusões sobre o que difere uma escola de outra. Para aprofundar neste 
tema leia o artigo História da Contabilidade. Ao ler esse texto, você notará qual é a principal diferença 
entre as escolas em termos de conceitos. É que a escola européia dá ênfase na contabilidade como 
Ciência do Controle Patrimonial, enquanto que na escola americana a ênfase é no conceito de informação 
 
14 
Contabilidade Empresarial 
Aula 01 
útil para os diversos usuários. Naturalmente, que as opções adotadas pelas escolas resultam em 
determinados desdobramentos e conseqüências para a evolução dos estudos na área de contabilidade. 
A função principal da contabilidade é sem dúvida fornecer informações quantitativas e qualitativas sobre 
o estudo patrimonial dos agentes econômicos, constituindo-se de relevante importância no processo de 
gestão das empresas. Outra tarefa ou função importante é centralizar todas as informações de natureza 
econômica, mediante os processos de classificação, quantificação, avaliação, registro, análise e relatório 
dos fatos ocorridos. 
A contabilidade fornece informações necessárias ao bom desempenho da entidade, isto significa, 
proporcionar informações que apóiam o alcance de seus objetivos econômicos ou sociais ou ambos. 
Mas qual é o campo de aplicação da contabilidade? 
As entidades econômicas com fins lucrativos ou com fins filantrópicos constituem o campo de aplicação 
da contabilidade. 
1.2. Técnicas Aplicadas da Contabilidade 
São quatro as principais técnicas que a contabilidade utiliza para atingir seus objetivos: 
 
 
15 
Contabilidade Empresarial 
Aula 01 
Agora vejamos detalhadamente cada uma dessas técnicas: 
a) Escrituração Contábil - É a técnica de efetuar os registros dos fatos contábeis que afetam o 
patrimônio da entidade, passiveis de valorização monetária. Deve ser efetuada em ordem 
cronológica através dos lançamentos em livros próprios. 
b) Evidenciação Contábil - É destinada ao repasse das informações aos usuários da contabilidade, 
no que diz respeito à situação patrimonial e suas variações. Também conhecida como “Técnicas 
de Demonstrações”, pois de forma sintética as informações são divulgadas mediante 
demonstrações padronizadas, tais como: Balanço Patrimonial; Demonstração de Resultados do 
Exercício; Demonstração de Origem e Aplicação dos Recursos; Demonstração de Lucros e 
Prejuízos ou Mutações do Patrimônio Líquido; Notas Explicativas. 
c) Auditoria Contábil - Consiste no exame de livros, documentos, relatórios e no levantamento de 
informações, para verificar se as demonstrações financeiras representam de fato a situação 
econômica e patrimonial da empresa e se foram elaboradas de acordo com os princípios 
fundamentais de contabilidade. Trata-se de uma revisão contábil que pode ser feita pela auditoria 
interna e auditoria externa. 
d) Análise de Balanço - Permite a análise e interpretação das Demonstrações Contábeis visando 
avaliar o desempenho das entidades em determinados períodos. É o estudo das situações 
econômico-financeiras das empresas, que visa à elaboração de relatórios detalhados, 
interpretados e escritos em uma linguagem acessível aos usuários das informações. (BERTI, 
2001). 
 PARA SABER MAIS 
Em sua atuação profissional, em uma entidade econômica, com certeza você irá usar algumas das 
técnicas contábeis de auxílio na gestão dessa organização, por isso é importante que as conheça e as 
domine. 
Para aprofundar no tema da análise de balanço, leia o texto Análise Financeira. 
Retomemos a seguir o fluxograma das técnicas contábeis e, observando o esquema, marque a opção 
correta nas questões que se seguem: 
 
16 
Contabilidade Empresarial 
Aula 01 
Fluxograma das Técnicas Contábeis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: BERTI, (2001, p. 37). 
1. Quem são os usuários das informações contábeis? 
a) Proprietários e administradores 
b) Credores 
c) Investidores (Bancos, agentes financeiros) 
d) Governo 
e) Sociedade em geral 
f) Todas asopções estão corretas. 
Se você escolheu alguma das letras de a até e se equivocou, porque a contabilidade não interessa apenas 
a um grupo, mas vários são os grupos sociais que têm interesse nas demonstrações contábeis. Assim, a 
opção correta é a letra f. 
2. Agora reflita sobre a utilidade dos dados financeiros e responda: Qual é a utilidade dos 
relatórios de contabilidade para cada um desses atores sociais? Correlacione a coluna A com a 
B. 
 
17 
Contabilidade Empresarial 
Aula 01 
Coluna A Coluna B 
a) Proprietários e administradores 
b) Credores 
c) Investidores (Bancos, agentes financeiros) 
d) Governo 
e) Sociedade em geral 
( ) Regulação e controle dos impostos. 
( ) Subsídios para tomada de decisão interna. 
( ) Conhecimento da real situação da empresa. 
( ) Acompanhamento da situação econômica do 
presente e projetar no futuro as decisões sobre 
investimentos. 
( ) Preocupação com os compromissos derivados de 
transações a prazo. 
Agora, veja como cada um dos grupos utiliza os relatórios de contabilidade. 
a) Os proprietários e administradores, para saber e acompanhar o desenvolvimento da empresa e 
tomar decisões administrativas, utilizam as informações geradas pela contabilidade. 
b) Os credores utilizam as informações contábeis para verificar se a empresa terá condições de no 
futuro saldar os compromissos derivados de transações a prazo. 
c) Os investidores (bancos, agentes financeiros) utilizam a contabilidade na tomada de decisão, 
pois para um investidor decidir investir em uma determinada empresa esse analisa a situação 
econômica da mesma através dos dados extraídos da contabilidade. 
d) O governo deve identificar se o contribuinte (pessoa jurídica) está pagando os tributos ao 
Estado. Isto é realizado através da contabilidade da empresa. Essa é a principal razão do governo 
ser um dos usuários da contabilidade. 
e) Sociedade em geral, ou seja, qualquer pessoa, pode ter interesse em saber a real situação de 
determinada empresa ou entidade, e isto é possível por meio das informações contábeis. 
Nessa primeira aula você teve a oportunidade de conhecer os conceitos básicos da 
Contabilidade e as técnicas empregadas. Tomou conhecimento dos principais usuários desta 
 
18 
Contabilidade Empresarial 
Aula 01 
ciência. Agora vamos discutir na aula 2 os procedimentos de elaboração do balanço para que 
você possa chegar posteriormente na fase de análise de balanços. 
 
 
 
 
19 
Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
Aula 02 - Balanço Patrimonial 
 
Nesta aula, você vai conhecer os procedimentos contábeis para a elaboração de um balanço patrimonial, 
estudando a conceituação, os aspectos funcionais e a importância do balanço patrimonial para as 
empresas. Por último, você estudará os cálculos matemáticos necessários para a elaboração do balanço. 
2.1 Conceituando o Balanço Patrimonial 
Balanço Patrimonial 
 É a demonstração financeira que evidencia, resumidamente, o patrimônio da entidade, quantitativa e 
qualitativamente. (RIBEIRO, 1997) 
Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a situação 
patrimonial de uma determinada entidade (empresa) em determinado momento. O balanço representa a 
situação estática do patrimônio, apesar dessa ser de natureza dinâmica. Trata-se de um mecanismo 
fundamental para obter dados do Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido. 
Na elaboração do balanço patrimonial, há necessidade de resumir e apresentar os dados de forma 
adequada, permitindo às pessoas interessadas conhecer a situação patrimonial da empresa e as 
variações ocorridas durante certo período de tempo. Também ao fazer o balanço, gestor ou o 
administrador gera relatórios que permitem analisar tais variações por meio da verificação direta dos 
registros contábeis. 
2.2 Importância e Apresentação do Balanço 
A maneira utilizada para apresentar o balanço patrimonial tem base na lei 6.404/76, que regulamenta as 
sociedades por ações. É importante destacar que o Ministério da Fazenda, pelo Decreto Lei 1.598/77, 
estendeu as normas e princípios contábeis, introduzidos pela lei 6.404/76, lei das S.A., às demais 
pessoas jurídicas que se submetem à tributação do imposto de renda com base no lucro real. As contas 
do balanço patrimonial representam o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa e são 
apresentadas em dois grandes grupos, ativo e passivo e em seus vários subgrupos. 
Veja, no quadro a seguir, a disposição destes conceitos e os grupos representativos do balanço que 
pertencem a cada um: 
 
 
20 
Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
CONTEÚDO DO BALANÇO 
Ativo Passivo 
Ativo Circulante 
Ativo Realizável a Longo Prazo 
Ativo Permanente 
- Investimentos 
- Imobilizado 
- Diferido 
Passivo circulante 
Passivo exigível a longo prazo 
Resultado de exercícios futuros 
Patrimônio líquido 
- Capital social 
- Reservas de capital 
- Reservas de reavaliação 
- Reservas de lucro 
- Lucros (ou prejuízos) acumulados 
Para compreender adequadamente a representação dos dados contábeis é fundamental dominar esses 
dois conceitos: Ativo e Passivo. Vamos, pois, discutir cada um destes elementos. 
2.3 Ativo e Seus Elementos 
Com o objetivo de auxiliar no entendimento do balanço patrimonial e o ativo, damos um exemplo em que 
são usados valores aproximados que servem para ilustrar algumas contas e os principais grupos do 
balanço patrimonial. Veja: 
BALANÇO PATRIMONIAL DO EXERCÍCIO 
ATIVO PASSIVO 
Circulante Circulante 
Caixa 5.000,00 Fornecedores 40.000,00 
Banco conta movimento20.000,00 Contas a Pagar 4.800,00 
 
21 
Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
Provisão p/ Imposto Renda 4.530,00 Mercadorias Estoque 20.000,00 
Contribuição Social 2.416,00 
Total do Circulante 45.000,00 Total do Circulante 51.746,00 
Permanente 
Imobilizado 
Patrimônio Líquido 
Móveis e utensílios 2.000,00 Capital Social 41.000,00 
Veículos 12.000,00 
Imóveis 40.000,00 
Terreno 17.000,00 
Lucro Líquido do Exercício 23.254,00 
Total do Permanente 71.000,00 Total do Patrimônio Líquido64.254,00 
TOTAL DO ATIVO 116.000,00 TOTAL DO PASSIVO 116.000,00
Agora, observe a coluna da esquerda e faça uma análise dos elementos que compõem o ativo. 
Como você interpreta esses dados? 
O ativo compreende o conjunto de bens e direitos da entidade (empresa), expressos em moeda, 
representado pelos valores numerários (dinheiro em caixa e bancos), os direitos junto a terceiros 
(duplicatas a receber, contas a receber etc.), as mercadorias (estoques – de matéria-prima, material 
secundário, embalagens, peças de reposição, produtos acabados etc.), móveis e utensílios, terrenos, 
máquinas e equipamentos etc. É regra padrão que todos os elementos do ativo sejam discriminados no 
lado esquerdo do balanço patrimonial. Em síntese, no ativo estão localizadas as aplicações de recursos 
da empresa. 
 
22 
Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
O ativo está dividido em três (3) grandes grupos, denominados de ativo circulante, ativo realizável a 
longo prazo, ativo permanente. 
Vejamos cada um destes conceitos. 
a) Ativo circulante - Esse grupo reúne as disponibilidades da empresa (caixa, banco conta 
movimento, aplicações financeiras de curto prazo ou imediata), reúne também as contas de bens 
e direitos de circulação a curto prazo, duplicatas a receber, duplicatas descontadas, essa última 
funciona como uma conta redutora, ou seja, reduz a conta de duplicatas. Outra conta que integra 
o circulante é a conta de estoques (estoques de produtos acabados, estoques de matéria-prima, 
material secundário, produtos em elaboração, estoque de material de reposição etc.). As 
despesas antecipadas referentes ao exercício seguinte também são contas que integram o ativo 
circulante. As contas do ativo circulante obedecem a uma ordem de classificação decrescente de 
liquidez, como demonstramos a seguir: 
Disponibilidades 
• Caixa 
• Banco conta movimento ou conta corrente 
• Aplicaçõesfinanceiras 
• Depósitos bancários a vista 
Clientes 
• Duplicatas a receber 
• ( - ) duplicatas descontadas 
• Outras contas a receber 
• ( - ) provisão para crédito de liquidação duvidosa 
Estoques 
• Mercadorias ou produtos acabados 
• Produtos em elaboração 
• Material secundário 
• Embalagens 
• Material de expediente e almoxarifado 
• Material de consumo 
• Peças para reposição 
Despesas antecipadas 
• Seguros de exercício seguinte 
• Aluguel antecipado 
 
23 
Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
• Honorários técnicos antecipados 
• No ativo circulante as contas são realizáveis em até 12 meses 
Realizável 
O termo realizável em contabilidade quer dizer converter, mudar, transformar. O sentido de realizar em 
contabilidade tem uma conotação própria, não significa dizer transformar dinheiro em moeda. 
Para os valores a receber de clientes (contas a receber ou duplicatas a receber) também devem ser 
devidamente calculados os prováveis ou possíveis não-recebimentos, que devem ser lançados como 
contas redutoras. 
b) Ativo realizável a longo prazo - Nesse grupo, figuram as contas em que a realização é de 
longo prazo (bens e direitos). Estão inseridas nesse grupo também as contas de direitos sem 
prazo de vencimento, ou seja, quando não se determina o prazo de vencimento do direito, em 
contabilidade, entende-se como de longo prazo. 
As principais contas do ativo realizável são: 
Créditos 
• Empréstimos compulsórios 
• Depósitos para incentivos fiscais 
• ( - ) Provisão para perdas 
• Empréstimos a sócios 
• Empréstimos a empresas coligadas 
• Despesas antecipadas 
c) Ativo permanente - Envolve todas as aplicações da empresa correspondente à estrutura física 
da empresa, ou seja, os investimentos fixos e de realização de longo prazo. As aplicações 
normalmente são lançadas no permanente. Por sua vez, o ativo permanente está dividido em três 
grupos denominados: investimentos, imobilizado e diferido. Você verá os conceitos a seguir. 
Grupo 1: Investimentos 
São as aplicações da empresa em valores permanentes com o objetivo de gerar renda, renda essa que 
não faz parte da atividade principal da empresa, tais como: 
• Ações de empresas coligadas 
• Outras participações 
Grupo 2: Imobilizado 
 
24 
Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
No ativo imobilizado estão todos os bens físicos da empresa que servem à estrutura da empresa, ou seja, 
os bens da empresa destinados a cumprir as atividades objeto desta, tais como: 
• Terrenos e edificações 
• Máquinas e equipamentos 
• Móveis e utensílios 
• Veículos 
• Marcas e patentes 
• Reflorestamento 
• (-) Depreciação acumulada etc. 
Grupo 3: Diferido 
Nesse grupo são lançadas todas as despesas pré-operacionais, outros diferidos, as amortizações 
acumuladas etc. 
Outro conceito fundamental, você já sabe, é o de passivo de uma empresa. Vamos a ele. 
2.4 Passivo e Seus Elementos 
Observe novamente a demonstração do balanço fictício que preparamos para a sua análise. 
BALANÇO PATRIMONIAL DO EXERCÍCIO 
ATIVO PASSIVO 
Circulante Circulante 
Caixa 5.000,00 Fornecedores 40.000,00 
Banco conta movimento20.000,00 Contas a Pagar 4.800,00 
Provisão p/ Imposto Renda 4.530,00 Mercadorias Estoque 20.000,00 
Contribuição Social 2.416,00 
 
25 
Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
Total do Circulante 45.000,00 Total do Circulante 51.746,00 
Permanente 
Imobilizado 
Patrimônio Líquido 
Móveis e utensílios 2.000,00 Capital Social 41.000,00 
Veículos 12.000,00 
Imóveis 40.000,00 
Terreno 17.000,00 
Lucro Líquido do Exercício 23.254,00 
Total do Permanente 71.000,00 Total do Patrimônio Líquido64.254,00 
TOTAL DO ATIVO 116.000,00 TOTAL DO PASSIVO 116.000,00
O passivo compreende as obrigações da empresa (pessoa jurídica) para com terceiros, isto é, os valores 
que a empresa deve a terceiros: duplicatas a pagar, contas a pagar, fornecedores, obrigações 
trabalhistas, obrigações fiscais. Essas são apenas algumas das obrigações da empresa, pois existem 
outras. Todos os elementos pertencentes ao passivo estão discriminados no lado direito do balanço 
patrimonial. No passivo encontramos as origens de recursos de terceiros. 
O passivo das empresas divide-se em quatro grandes grupos. São eles: passivo circulante; passivo 
exigível a longo prazo; passivo resultado de exercícios futuros; patrimônio líquido. 
a) Passivo circulante - Nesse grupo que é uma das origens de terceiros de curto prazo, estão 
todas as obrigações da empresa, destacando as seguintes contas: 
• Conta corrente fornecedores 
• Obrigações trabalhistas 
• Salários a pagar 
• FGTS a depositar 
• Décimo terceiro salário a pagar 
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
• INSS a recolher 
• Férias a pagar 
• Obrigações fiscais 
• ICMS a recolher 
• PIS a recolher 
• COFINS a recolher 
• Imposto de renda pessoa jurídica etc. 
b) Passivo Exigível a longo prazo - Nesse grupo figuram todas as obrigações da empresa com 
terceiros de vencimento de longo prazo, ou seja, superior a 12 (doze) meses ou ainda sem data 
prevista de vencimento. As principais contas que fazem parte desse grupo são os empréstimos e 
financiamentos bancários realizados para: 
• Estrangeiros 
• Nacionais 
• Debêntures 
• Financiamentos de imobilizado superior a 12 meses 
• Outras obrigações e provisões etc. 
c) Passivo resultado de exercícios futuros - Figuram nesse grupo as receitas referentes a 
exercícios seguintes em que o recebimento foi antecipado. As despesas referentes a essas 
receitas que também foram antecipadas devem figurar no grupo como uma conta redutora. Um 
exemplo comum de operação de resultados futuros está na empresa de construção civil que 
negocia a venda de apartamentos ou casas, recebe os valores correspondentes, mas os imóveis 
serão entregues somente ao término da construção, exemplos: 
• Receitas antecipadas 
• (-) Despesas antecipadas. 
d) Patrimônio Líquido - Definimos Patrimônio Líquido como sendo a diferença entre os valores do 
ativo e do passivo de uma entidade, em determinado momento. No patrimônio líquido 
encontramos as origens de recursos próprios, sendo a mais comum a do capital social, ou capital 
social integralizado (realizado) pelos sócios. 
Exemplificando: 
Se a empresa tem um ativo de ...................................R$ 100.000,00 
e um passivo de.......................................................R$ 76.000,00 
O Patrimônio Líquido dessa entidade será.......................R$ 24.000,00 
 
27 
Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
Esse valor de R$ 24.000,00 corresponde aos valores da empresa, dos sócios, que estão distribuídos em 
capital social, reservas, lucros etc. 
2.5 Fontes de Patrimônio Líquido 
O patrimônio líquido de uma entidade econômica, ou seja, a empresa pode ser proveniente de variadas 
fontes. Vejamos duas de maior destaque: 
d) Investimentos - Efetuados pelos proprietários na forma de integralização do capital em troca de 
ações, cotas ou outra participação. O capital social é a principal fonte de recursos próprios 
destinados aos investimentos da empresa. 
e) Lucros - Participação dos lucros acumulados pela empresa em função de suas atividades no 
tempo. É uma fonte (adicional) de financiamento. 
2.6 Equação Fundamental do Patrimônio 
A representação quantitativa do patrimônio de uma empresa é conhecida no meio contábil pela 
expressão Balanço Patrimonial. Mas afinal o que é o patrimônio? 
Patrimônio 
É o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade. 
Como você viu anteriormente, sob o aspecto contábil, o patrimônio está dividido em duas partes: uma 
positiva chamada ativo; e uma negativa chamada passivo. 
A diferença entre o Ativo (+) e o Passivo (-) chama-se Patrimônio Líquido que aparece vinculado ao 
Passivo. Lembre-se que é necessário haver uma igualdade entre o Ativo e o Passivo, o que é denominado 
de Equação Fundamental do Patrimônio ou Equação Patrimonial. 
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido 
 
ATIVO PASSIVO 
Bens 88.000 Obrigações81.200 
 
28 
Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
Direitos 12.000 Patrimônio Líquido 18.800 
SOMA 100.000 SOMA 100.000 
 
Ativo = Passivo 
No entanto, o estado patrimonial poderá apresentar-se de diferentes maneiras na Equação Patrimonial: 
a) Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido 
Isto, reflete uma situação de normalidade da empresa, uma vez que o conjunto de bens e direitos supera 
as obrigações. 
b) Ativo = Patrimônio Líquido Passivo = 0 (zero) 
Implica na inexistência de obrigações para com terceiros, como geralmente ocorre na abertura da 
empresa. Nesse caso o passivo será igual a zero. 
c) Ativo = Passivo Patrimônio Líquido = 0 (zero) 
Reflete a inexistência de capital próprio, o que significa que o ativo da empresa foi todo financiado com 
recursos de terceiros. Constitui um estado de alerta, pois a empresa atravessa por dificuldades 
financeiras, visto que determinados bens do ativo, como por exemplo, o imobilizado, não possui liquidez 
imediata além de não se destinar a revenda para saldar os compromissos assumidos. Diz-se que nesse 
caso o empreendimento está literalmente na corda bamba. 
d) Ativo + Patrimônio Líquido = Passivo 
Nessa hipótese a empresa se encontra em estado de insolvência, com um patrimônio líquido negativo, 
tornando-se indispensável a eliminação do Déficit aumentando o Patrimônio Líquido com a injeção de 
capital por parte dos seus proprietários. É uma situação conhecida no meio contábil como Passivo a 
Descoberto. 
2.7 Balanço Contábil sob a Ótica da Matemática 
A Contabilidade é uma ciência que estuda e controla o patrimônio (Escola Européia) e para ser ciência 
precisa seguir passos em ordem lógica comprovados no tempo. O profissional de contabilidade (contador) 
aplica esses procedimentos de forma sistematizada e seqüencial. O gestor, por sua vez, precisa saber o 
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
mecanismo matemático da contabilidade para poder entender como os fatos contábeis modificam as 
demonstrações contábeis, principalmente o balanço patrimonial. 
Para você prosseguir os estudos, é fundamental compreender o que é o fato contábil. 
Fato Contábil 
Os fatos contábeis são todos os eventos que ocorrem na empresa (entidade econômica) possíveis de se 
determinar valor monetário. 
Os fatos contábeis classificam-se em três grupos diferentes, a saber: Fato Permutativo; Fato 
Modificativo; e Fato Misto. 
a) Fato Contábil Permutativo - É aquele fato que apenas permuta valores entre as contas do 
ativo e passivo. O Permutativo só envolve contas patrimoniais. Exemplo: compra de uma 
máquina a vista, permuta de um bem (dinheiro) por outro bem (máquina). 
b) Fato Contábil Modificativo - É aquele fato que modifica a situação líquida da empresa, ou para 
mais ou para menos (receitas e despesas). Exemplo: pagamento de despesas com luz (diminui a 
situação líquida da empresa). 
c) Fato Contábil Misto - É aquele fato que tanto permuta valores patrimoniais como também 
modifica a situação líquida da empresa. O fato misto é aquele que envolve os dois fatos 
(permutativo e modificativo) simultaneamente. 
Agora, que você já conhece o conceito de fato contábil, vamos realizar uma atividade de aplicação deste 
conceito. Para isso elaboramos um conjunto de operações demonstrativas das alterações provocadas no 
balanço após a ocorrência de um fato contábil. 
Observe que cada fato contábil ocorrido altera a estrutura do balanço da empresa. O nosso objetivo nesta 
atividade é proporcionar-lhe uma compreensão matemática da contabilidade. Leia e analise as cinco 
operações contábeis que demonstramos a seguir e depois prepare a sexta operação. 
1ª OPERAÇÃO 
Vamos admitir que duas pessoas, José Costa e Pedro Lima, resolveram constituir uma empresa no ramo 
de comércio e prestação de serviços, com o nome (razão social) Costa e Lima Ltda. Cada um deles 
possuía em dinheiro R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) totalizando R$ 2.000.000,00. A empresa após 
esse fato contábil de constituição teria o seguinte balanço: 
 
 
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
ATIVO PASSIVO 
Caixa R$ 2.000.000,00 Capital R$ 2.000.000,00 
SOMA R$ 2.000.000,00 SOMA R$ 2.000.000,00 
Note que do lado esquerdo do balanço está o conjunto de bens, nesse caso apenas o dinheiro. No lado 
direito o capital, que na verdade é a obrigação da pessoa jurídica Costa e Lima Ltda. para com os seus 
sócios. 
2ª OPERAÇÃO 
Como os dois sócios não queriam ficar com o dinheiro na empresa, resolveram abrir uma conta no banco 
e depositar o correspondente a R$ 1.980.000,00. Após esse fato contábil o balanço da empresa é o 
seguinte: 
ATIVO PASSIVO 
Caixa 20.000,00 
Banco c/ movimento 1.980.000,00 
Capital 2.000.000,00 
SOMA 2.000.000,00 SOMA 2.000.000,00 
Como você pode observar, a soma não mudou no balanço; o que alterou foi a composição dos bens 
(dinheiro) que estava todo no caixa e a parte que foi para o banco. 
3ª OPERAÇÃO 
Agora, vamos admitir que os empresários resolvam comprar um imóvel para a sede da empresa no valor 
de R$ 500.000,00, sendo R$ 200.000,00 pagos à vista com um cheque da conta bancária e o restante 
em três parcelas de R$ 100.000,00 cada uma. Após esse fato contábil o balanço da empresa é o 
seguinte: 
ATIVO PASSIVO 
Caixa 20.000,00 Capital 2.000.000,00 
Banco c/movimento 1.780.000,00 
Imóvel (sede) 500.000,00 
Financiamento imóvel 300.000,00 
SOMA 2.300.000,00 SOMA 2.300.000,00 
Note que esse fato contábil alterou o balanço nos bens, direitos e obrigações. A empresa aumentou os 
bens, mas também contraiu obrigações. 
 
 
 
31 
Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
4ª OPERAÇÃO 
A empresa precisa estruturar-se e os diretores efetuaram as seguintes transações: 
Compras de mercadorias para revenda no valor de R$ 400.000,00, pagas com um cheque da conta 
bancária. 
Compra de componentes de instalações (prateleiras, balcões, mesas, cadeiras etc.) no valor de R$ 
50.000,00, sendo em dinheiro R$ 10.000,00 e o restante a prazo. 
Após essa quarta operação o balanço da empresa é o seguinte: 
ATIVO PASSIVO 
Caixa 10.000,00 Capital 2.000.000,00 
Banco c/ movimento 1.380.000,00 Financiamento imóvel 300.000,00 
Mercadorias – estoque 400.000,00 Contas a pagar (instalações) 40.000,00 
Instalações 50.000,00 
Imóvel (sede) 500.000,00 
SOMA 2.340.000,00 SOMA 2.340.000,00 
Observe que cada operação (fato contábil) alterou o balanço da empresa, nesse caso modificou os 
componentes do ativo e do passivo. 
5ª OPERAÇÃO 
A empresa também realizou vendas e aquisições, veja quais foram: 
Vendas de mercadorias no valor de R$ 15.000,00, sabendo que o custo dessa mercadoria é de R$ R$ 
12.000,00, a venda foi efetuada com R$ 2.000,00 de entrada em dinheiro e o restante a prazo. 
Compra de um veículo para a empresa no valor de R$ 28.000,00, sendo R$ 8.000,00 de entrada pagos 
com cheque e o restante a prazo. 
Após essa operação o balanço da empresa é: 
ATIVO PASSIVO 
Caixa 12.000,00 Capital 2.000.000,00 
Banco c/ movimento 1.372.000,00 Financiamento imóvel 300.000,00 
Duplicatas a receber 13.000,00 Financiamento Veículos 20.000,00 
Mercadorias – estoque 388.000,00 Contas a pagar (instalações) 40.000,00 
Instalações 50.000,00 Lucros acumulados 3.000,00 
 
32 
Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
Imóvel (sede) 500.000,00 
Veículos 28.000,00 
SOMA 2.363.000,00 SOMA 2.363.000,00 
Observe que cada fato contábil alterou a estrutura do balanço da empresa. Esses exemplos serviram para 
demonstrar como as alterações advindas de um fato impactam no formato do balanço e como utilizar e 
aplicar o pensamento matemático na realização do balanço. 
Caso pergunte a um contador como elaborar um balanço, este poderá dizer que na contabilidade não se 
faz dessa forma que realizamos mas sim utilizando um conjunto de passos lógicos de contabilização. Mas, 
fizemos essas demonstrações para que você, futuro gestor ou administrador, conheça a estruturação do 
mecanismo contábil. 
Dando prosseguimento aeste exercício e visando aprimorar o seu conhecimento do mecanismo 
matemático do balanço de uma empresa, propomos uma atividade. Colocamos um conjunto de fatos 
contábeis para que a partir da quinta operação você dê continuidade na elaboração do novo balanço, ou 
seja, elabore a sexta operação. 
6ª OPERAÇÃO 
Os fatos contábeis são: 
a) Vendas de mercadorias a prazo no valor de R$ 20.000,00, sabendo que o custo dessa é de R$ 
14.000,00. 
b) Pagamento com cheque de uma prestação do veículo no valor de R$ 2.000,00. 
c) Pagamento com cheque de uma parcela do financiamento do imóvel no valor de R$ 100.000,00. 
d) Recebimento de duplicatas referentes à venda de mercadorias no valor de R$ 3.000,00, o valor 
recebido foi em dinheiro. 
e) Pagamento em dinheiro de salários de funcionários da empresa no valor de R$ 3.200,00. 
Agora acrescente estes dados e refaça o balanço. Anote as suas operações e compare com a nossa 
resolução. 
Resolução 
ATIVO PASSIVO 
Caixa 11.800,00 Financiamento Imóvel 200.000,00 
Banco conta movimento 1.270.000,00 Financiamento Veículos 18.000,00 
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
Duplicatas a receber 30.000,00 Contas a pg. Instalações 40.000,00 
Mercadorias estoque 374.000,00 
Instalações 50.000,00 Capital 2.000.000,00 
Imóvel Sede Empresa 500.000,00 Lucros acumulados 5.800,00 
Veículos 28.000,00 
Soma 2.263.800,00 Soma 2.263.800,00 
2.8 A Conta na Estrutura do Balanço 
Pergunta 1: Qual o significado de conta para a formação da estrutura do balanço? 
O dinheiro existente é representado pela conta Caixa, as mesas e cadeiras pela conta Móveis e Utensílios 
e assim por diante, então, 
Pergunta 2: Como podemos conceituar conta? 
A conta é a representação dos valores de mesma natureza, reunidos sob um título representativo de um 
bem ou de um direito, uma obrigação, uma receita ou uma despesa. Todo fato mensurável em dinheiro é 
representado por uma conta. 
Pergunta 3: Para que serve a conta no balanço patrimonial? 
A função da conta é representar a variação patrimonial que um fato promove no Patrimônio da Empresa. 
Essa variação pode ser a débito ou a crédito da conta. Assim sendo uma conta pode ser debitada ou 
creditada, a diferença entre o débito e o crédito chama-se saldo. 
Para obter a perfeita classificação das contas você deverá conhecer a definição da natureza do elemento 
por ela representado. Mas, tenha clareza que historicamente a classificação das contas não tem se 
restringido a mera questão classificatória. Ao contrário, ao longo da história da Contabilidade, a 
classificação tem dividido os doutrinadores entre várias soluções, resultando em formas diferentes de 
interpretação e classificação das contas. Isto fez com que aparecessem várias escolas defensoras de seus 
princípios para justificar os critérios adotados para classificação das contas. 
Entre estas escolas, destacamos as que se firmaram como as teorias mais importantes: Teoria 
Personalista; Teoria Materialista; Teoria Patrimonialista. 
a) Teoria Personalista - Para esta escola as contas representam pessoas que se relacionam com a 
entidade em termos de débito e crédito. Como exemplo vejamos o caso de uma empresa que 
teve o seu capital subscrito e integralizado pelos sócios. No momento de integralização, a pessoa 
capital, representando os sócios, concedeu um crédito à entidade. Esta por sua vez entregou os 
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
recursos recebidos à pessoa caixa. Desta forma, a pessoa capital ficou credora enquanto a pessoa 
caixa ficou devedora da entidade. Esta escola classifica as contas em: 
• contas dos proprietários - Compreendem todas as contas do patrimônio líquido e suas 
variações como as receitas e despesas; 
• contas dos agentes consignatários - Compreendem as contas representativas de bens 
corpóreos; e 
• contas dos agentes correspondentes - Compreendem aquelas que representam 
direitos ou obrigações. 
b) Teoria Materialista - Para esta escola a relação entre as contas e a entidade é uma relação 
material e não pessoal. De sorte que a conta só deve existir enquanto existir também o elemento 
material por ela representado. Por isso as contas são classificadas em dois grupos a saber: 
• contas integrais - São aquelas representativas de bens, direitos e obrigações; 
• contas diferenciais - São as que integram o patrimônio líquido, além das receitas e 
despesas. 
c) Teoria Patrimonialista - Segundo a teoria patrimonialista, a contabilidade tem como finalidade 
controlar o patrimônio e apurar o resultado das entidades. Portanto, esta teoria classifica as 
contas em: 
• contas patrimoniais - São aquelas que representam o ativo e o passivo da entidade. 
Desta forma são contas patrimoniais aquelas que indicam a existência de bens, direitos, 
obrigações e o patrimônio líquido da entidade, formado pelo capital social, as reservas e 
os lucros ou prejuízos acumulados.; e 
• contas de resultado - Compreendem as receitas e as despesas do período, que devem 
ser encerradas no final do exercício para que se apure o resultado do exercício. Este 
resultado, lucro ou prejuízo, será incorporado ao patrimônio através da conta de Lucros 
ou Prejuízos Acumulados. 
Exemplificando a classificação das contas segundo as escolas ou teorias apresentadas, tomemos a conta 
Capital: 
• conta dos proprietários, segundo a teoria personalista; 
• conta diferencial pela teoria materialista; e 
• conta patrimonial de acordo com a teoria patrimonialista. 
 
 
 
35 
Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
2.8.1 Classificação 
A Teoria Patrimonialista - atualmente a mais usada e aceita como a mais adequada entre os contadores - 
classifica as contas em Patrimoniais e de Resultados. 
a) Contas Patrimoniais - Ativo, Passivo, incluindo neste o Patrimônio Líquido. 
b) Contas de Resultados - Fenômenos que modificam a situação líquida da empresa (receita e 
despesa). 
2.8.2 Funcionalidades 
Quanto a sua funcionalidade, as contas de resultados se dividem em dois grupos: 
a) Contas Unilaterais - São aquelas que sofrem variações apenas num sentido. Por isso, o saldo 
dessa conta aumenta sempre. Estão nesse caso as contas de resultados (receitas e despesas) só 
creditadas ou só debitadas. 
b) Contas bilaterais - São aquelas que sofrem variações nos dois sentidos, ou seja, o seu saldo 
pode aumentar ou diminuir. 
2.8.3 Divisão 
Essas contas são divididas em três: ativo, passivo e mista. Vejamos cada um destes grupos: 
a) Contas do Ativo - Podem ser debitadas ou creditadas, mas o seu saldo será sempre devedor, 
com exceção das contas retificadoras do ativo deste. Exemplo: Depreciação acumulada sobre 
veículos. 
b) Contas do Passivo - Podem ser creditadas ou debitadas, mas o seu saldo será sempre credor, 
também excepcionalmente as retificadoras. 
c) Contas Mistas - São debitadas e creditadas, apresentando o saldo ora devedor, ora credor. 
Exemplo: a conta resultado do exercício. 
Observe que as contas retificadoras são contas que tem por finalidade ajustar a expressão patrimonial de 
determinada conta ou grupo de contas contidos no balanço patrimonial para que este espelhe a 
verdadeira situação patrimonial da empresa. Exemplo: no grupo do ativo imobilizado as contas desse 
grupo são apresentadas no balanço pelos seus valores corrigidos menos a depreciação acumulada dos 
bens tangíveis (conta retificadora). 
Assim também a amortização, a exaustão, o capital a integralizar e os prejuízos acumulados são contas 
que retificam a expressão patrimonial dos grupos a que pertencem, sendo apresentadas no balanço como 
parcelas retificadoras (-) nos respectivos grupos. 
 
36 
Contabilidade Empresarial 
Aula 02 
Nesta aula você pôde compreender a estrutura de um balanço contábil e a estática 
patrimonial, os fatos contábeis, e, para finalizar, o convidamos a aplicar estes conceitos em 
atividades práticas. 
 
 
 
 
 
37 
Contabilidade Empresarial 
Aula 03 
Aula 03 - Procedimentosde Escrituração Contábil 
Você pode imaginar os procedimentos que devem ser seguidos para realizar o registro sistematizado dos 
dados preparando-os para dar entrada no balanço? Essa terceira aula pretende demonstrar o 
funcionamento do processo de escrituração contábil. Mesmo você não sendo um contador, é necessário 
conhecer essas técnicas. Também estudamos nesta aula a elaboração do balancete de final de exercício. 
3.1. Escrituração Contábil 
A escrituração segundo BERTI (2001, p.56) “é o registro dos fatos contábeis ocorridos na empresa. Esses 
fatos são registrados diariamente em livros especiais, tais como: diário, razão. O lançamento é a 
maneira, o mecanismo utilizado para efetuar os registros contábeis”. 
À medida que os fatos contábeis vão ocorrendo provocam alterações no balanço da empresa, conforme 
vimos na aula 2, entretanto, o contador não pode elaborar um balanço a cada fato ocorrido. A 
escrituração é a técnica que permite o contador registrar os fatos ocorridos durante um determinado 
período (dia, semana, mês, ano) e, ao final desse período, elaborar o balanço. 
A escrituração contábil se dá através de lançamentos efetuados no diário e na conta razão. O lançamento 
compreende sempre uma ou mais contas de débito e uma ou mais contas de crédito. 
Lembre-se: 
A soma dos débitos será sempre igual a soma dos créditos. 
Todo e qualquer fato contábil deve ser escriturado no diário e no razão através do lançamento, conforme 
exemplificamos no próximo exercício. 
Fato contábil: Pagamento de consumo de energia elétrica no valor de R$ 380,00, sendo esse efetuado 
em dinheiro. 
Diário 
HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO 
1- Energia Elétrica 380,00 
2- Caixa 380,00 
Pagamento do talão da conta de energia elétrica, referente ao mês 10, da 
Cia de Energia Elétrica do Estado. 
 
 
 
 
38 
Contabilidade Empresarial 
Aula 03 
Razão 
CONTA CAIXA CONTA ENERGIA ELÉTRICA 
Débito Crédito Débito Crédito 
 380,00 380,00 
Neste exercício elaboramos um lançamento de um fato contábil no diário e na conta razão da empresa. A 
contabilidade registra todos os fatos contábeis em seqüência cronológica de data no diário e no razão e 
ao final de um determinado período, elabora-se o balanço da empresa. 
3.2. Mecanismo do Débito e do Crédito 
Conforme demonstramos acima a coluna do débito é sempre a primeira e conseqüentemente a do crédito 
é a segunda. Pela conta no formato de T, no lado esquerdo estão os valores correspondentes ao débito e 
no lado direito os valores do crédito. 
O lançamento é a ferramenta utilizada pelo contador para registrar os fatos contábeis ocorridos na 
empresa. Todo lançamento deve possuir valores a débito e valores a crédito, porém a soma dos débitos 
tem que ser igual à soma dos créditos. 
Para saber quando se deve debitar e quando se deve creditar, é só analisar o fato contábil de acordo com 
o esquema do quadro a seguir. 
FATO CONTÁBIL AUMENTA DIMINUI 
1- Quando se trata de uma conta patrimonial do ativo (bens e
direitos) 
Debita Credita 
2- Quando se trata de uma conta patrimonial do passivo
(obrigação) 
Credita Debita 
3- Quando se trata de uma conta patrimonial do patrimônio
líquido (capital, reservas lucros acumulados etc.) 
Credita Debita 
4- Quando se trata de uma conta de resultados despesa Debita 
5- Quando se trata de uma conta de resultados receita Credita 
 
Observação 
A conta de despesa (item 4) sempre será débito e a conta de receita (item 5) sempre será crédito, 
excepcionalmente, em caso de estorno, essas contas poderão ser classificadas, respectivamente, como 
crédito e débito. 
 
39 
Contabilidade Empresarial 
Aula 03 
O balancete de final de exercício reúne todos os saldos da contas da empresa no exercício, bem como os 
ajustes efetuados nas contas de depreciação, exaustão, amortização e provisões para créditos duvidosos. 
3.3. Demonstração do Resultado do Exercício - DRE 
A demonstração do resultado do exercício é a apresentação resumida das operações realizadas pela 
entidade (empresa) durante o exercício social (01-01 a 31-12), destacando o resultado líquido do 
período. 
A demonstração de resultados do exercício elaborada simultaneamente com o Balanço Patrimonial 
constitui no demonstrativo que focaliza as operações da empresa no período. Inclusive envolvem as 
contas de resultados e contas de crédito (receitas e despesas). Essa demonstração mostra o resultado 
auferido pela empresa no período de duas maneiras: 
Lucro ou Prejuízo 
a) Lucro - Ocorre o lucro na empresa quando o total das receitas do período for superior às 
despesas, lembrando que juntamente com as despesas deve incluir os encargos decorrentes do 
próprio lucro. 
b) Prejuízo - Ao contrário do lucro, o prejuízo ocorre quando as despesas do período somarem um 
valor superior às receitas. 
 
PARA SABER MAIS 
Para que compreenda a relação lucro, prejuízo e a importância do planejamento programado, leia o 
trecho extraído da dissertação " Análise do Uso da Informação Contábil para Fins Gerenciais", extraído 
no dia 05 de maio de 2006. 
“O lucro que uma empresa alcança, via de regra, é um resultado programado, fruto do planejamento 
empresarial e da inteligência das mais diversas áreas do conhecimento humano. Quando resultados 
empresarias positivos acontecem espontaneamente, busca-se explicações em fatores fora do ambiente 
de competição e do mercado. Portanto, os resultados apontados nas demonstrações financeiras das 
empresas refletem algo programado ou um planejamento deficiente, considerando, a princípio, que não 
se comanda uma companhia na direção do prejuízo. Segundo Catelli e Guerreiro (1993; p. 7), 
continuidade da empresa é assegurada quando o resultado de suas operações é, no mínimo, suficiente 
para assegurar a reposição dos ativos empregados no processo de realização das suas atividades”. 
(Nivaldo, 1999, p.15 
A contabilidade pautada nos dois relatórios (balanço patrimonial e demonstração do resultado do 
exercício), elaborados de forma complementar, possui a finalidade de mostrar a situação patrimonial 
econômico-financeira da empresa. Na elaboração da demonstração de resultados do exercício são 
 
40 
Contabilidade Empresarial 
Aula 03 
utilizadas todas as transações do período envolvendo os fatos contábeis de receitas e despesas, seguindo 
uma ordem, conforme demonstramos no modelo simplificado a seguir. 
MODELO SIMPLIFICADO DE DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS 
Item Conta Valor em R$ 
1. Receita Operacional Bruta 10.000,00 
2. (-) Deduções -1.065,00 
 (-) Devolução de vendas x-x 
 (-) ICMS -800,00 
 (-) PIS -65,00 
 (-) COFINS -200,00 
3. Receita Operacional Líquida 8.935,00 
4. (-) CMV ou CPV -4.035,00 
5. Lucro Bruto 9.900,00 
6. (-) Despesas operacionais -3.040,00 
 (-) Despesas com vendas -300,00 
 (-) Despesas financeiras -140,00 
 (-) Despesas gerais administrativas -2.600,00 
 (-) Outras despesas operacionais x-x 
7. Lucro Operacional 1.860,00 
8. Resultado não operacional x-x 
 + Receita não operacional x-x 
 (-) Despesas não operacional x-x 
9. Lucro antes do Imposto de Renda 1.860,00 
10 (-) Contribuição Social -179,00 
11 (-) Provisão para Imposto de Renda -279,00 
12 (-) Participações e Contribuições x-x 
13 Lucros (ou prejuízos) líquidos 1.402,00 
 
 
3.3.1. Procedimentos de elaboração do Balanço Patrimonial 
Na elaboração do balanço patrimonial é importante observar o seguinte: 
a) Primeiro - Da mesma forma que o demonstrativo de resultados, o balanço patrimonial parte do 
balancete, ou seja, nós usamos todas as contas classificadas como patrimoniais. 
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 03 
b) Segundo - As contas patrimoniais com saldo devedor vão direto para o grupo do ativo, salvo 
lucros acumulados que é uma conta do patrimônio líquido, e quando o saldo for devedor reduz o 
patrimônio líquido. 
c) Terceiro - Buscar no demonstrativo de resultados os valores das contas a seguir. 
• O estoque final de mercadoriasque aparece no cálculo do CMV e lançar no ativo circulante 
estoques. 
• O resultado líquido apurado no demonstrativo e lançar no passivo patrimônio líquido, quando 
credor soma, quando devedor reduz. 
• As contas de provisões (IRPJ, contribuição social), obrigações que deverão ser repassadas ao 
governo no exercício seguinte. 
• Outras distribuições e participações caso a empresa tenha como obrigação cumprir determinados 
estatutos. 
EXERCÍCIO PARA RESOLUÇÃO 
1ª OPERAÇÃO 
A empresa Auto Peças e Oficina Pereira Ltda apresenta o balancete de final de exercício, conforme segue: 
Caixa R$ 5.000,00 
Banco conta Movimento R$ 20.000,00 
Mercadorias-Estoque R$ 15.000,00 
Imóveis R$ 40.000,00 
Veículos R$ 12.000,00 
Terreno R$ 17.000,00 
Móveis e Utensílios R$ 2.000,00 
Mercadorias - Vendas - R$ 180.000,00 
Fornecedores - R$ 40.000,00 
Mercadorias - Compras R$ 130.000,00 
Capital Social - R$ 41.000,00 
Aluguel R$ 1.000,00 
Salários R$ 8.000,00 
Despesas com Telefone R$ 500,00 
Despesas com Veículos R$ 1.000,00 
Pró-labore R$ 6.000,00 
Impostos R$ 2.000,00 
Contas a Pagar - R$ 4.800,00 
Serviços Prestados - R$ 1.700,00 
Juros Recebidos - R$ 500,00 
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 03 
Despesas com Luz R$ 200,00 
INSS R$ 2.480,00 
ICMS R$ 820,00 
Despesas com Seguros R$ 1.200,00 
Comissões sobre vendas R$ 1.600,00 
Fretes sobre vendas R$ 900,00 
Juros Pagos R$ 300,00 
COFINS R$ 350,00 
PIS R$ 150,00 
CPMF R$ 200,00 
Vale Transporte R$ 300,00 
 
Total R$ 268.000,00 R$ 268.000,00 
 
2ª OPERAÇÃO 
Após o levantamento físico junto ao almoxarifado e às prateleiras, constatou-se um estoque final de 
mercadorias no valor de R$ 20.000,00. Com base nisso, elabore o demonstrativo de resultados do 
exercício e depois confira o seu resultado clicando na caixa de Exercício Resolvido. 
Exercício Resolvido 
Item Conta Valor em R$ 
1. Receita Operacional Bruta 
 - Vendas de mercadorias 
- Serviços prestados 
Total de vendas e serviços 
180.000,00 
1.700,00 
181.700,00 
2. Deduções da Receita Bruta 
 (-) Devolução de vendas x-x 
 (-) ICMS -820,00 
 (-) Pis -150,00 
 (-) COFINS -350,00 
3. Receita Operacional Líquida 180.380,00 
4. (-) CMV (15.000,+130.000,-20.000,) -125.000,00 
5. Lucro Bruto 55.380,00 
6. (-) Despesas Operacionais 
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 03 
 (-) Despesas com vendas -2.500,00 
 (-) Despesas financeiras -500,00 
 (-) Despesas gerais administrativas -22.680,00 
 (-) Outras despesas operacionais x-x 
7. Lucro Operacional 29.700,00 
8. Resultado não operacional x-x 
 + Receita não operacional 500,00 
 (-) Despesas não operacional x-x 
9. Lucro antes do Imposto de Renda 30.200,00 
10. (-) Contribuição Social (9%) -2.718,00 
11. (-) Provisão para Imposto de Renda (15%) -4.530,00 
12. (-) Participações e Contribuições x-x 
13. Lucros (ou prejuízos) líquidos 22.952,00 
Obs.: A empresa Auto Peças e Oficina Pereira Ltda. trabalha com o sistema de inventário periódico, ou 
seja, o custo da mercadoria vendida só é calculado no final do período. 
Importante 
A alíquota de tributos que incide sobre o lucro antes do Imposto de Renda não é constante, ou seja, ela 
pode alterar e você precisa estar informado da alíquota correta no momento de cálculo. 
Nesta aula, você estudou a forma utilizada para registrar os fatos contábeis, ou seja, o 
mecanismo do débito e do crédito e as dicas para elaborar o DRE – Demonstrativo de 
Resultados do Exercício. 
 
 
 
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 04 
Aula 04 - Demonstrativos 
Na aula 2, iniciamos a elaboração do balanço patrimonial onde enfocamos o balancete e na aula 3 
enfocamos a DRE. Nessa aula damos continuidade iniciando com a DOAR – Demonstrativo de Origens e 
Aplicação de Recursos, mostrando a sua aplicação e importância. Em seguida enfocamos o fluxo de caixa, 
apresentando a DFC – Demonstração de Fluxo de Caixa. Estude com atenção esses assuntos, pois são 
muito importantes para a compreensão e análise do Balanço Patrimonial numa perspectiva gerencial. 
4.1 Demonstrativo de Origens e Aplicação de Recursos - DOAR 
A demonstração das origens e aplicação de recursos (mais conhecida como DOAR), como o seu próprio 
nome indica, tem por objetivo apresentar de forma ordenada e sumarizada as informações relativas às 
operações de financiamento e investimento da empresa durante o exercício e evidenciar as alterações na 
posição financeira da empresa. 
 
Os financiamentos estão representados pelas origens dos recursos, e os investimentos pelas aplicações 
dos recursos. 
Você sabe o que significa recursos na linguagem da contabilidade? 
O significado de recursos, aqui, não é simplesmente designar numerários disponíveis, porque abrange um 
conceito mais amplo; representa o capital de giro líquido que, na denominação dada pela lei, é Capital 
Circulante Líquido. 
Capital de giro líquido 
É a diferença entre os Ativos Circulantes (AC) e Passivos Circulantes (PC) 
 
46 
Contabilidade Empresarial 
Aula 04 
A demonstração das Origens e Aplicação de Recursos é abrangente, pois envolve as variações do capital 
circulante líquido e que representa uma demonstração das mutações na posição financeira como um 
todo. É por esse motivo que em alguns países é denominada Demonstração das Mutações na Posição 
Financeira. 
4.2 Descrição das Origens 
As origens de recursos são representadas pelos aumentos no Capital Circulante Líquido, e as mais 
comuns são: 
a) Das próprias operações - Quando as receitas (que geram ingressos de capital circulante 
líquido) do exercício são maiores que as despesas (que geram aplicações ou reduções de capital 
circulante líquido). Assim, ignorando as despesas ou receitas que não afetam o capital circulante 
líquido, temos simplesmente que: 
• Se houver lucro, teremos uma origem de recursos. 
• Se houver prejuízo, teremos uma aplicação de recursos. 
b) Dos acionistas - Pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no exercício, já que 
tais recursos aumentam as disponibilidades da empresa e, conseqüentemente, seu capital 
circulante líquido. 
c) De terceiros - Por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo em Ativo 
Circulante. Os empréstimos feitos e pagáveis a curto prazo não são considerados como origens 
de recursos. 
4.3 Descrição das Aplicações 
As aplicações de recursos são representadas pelas diminuições do Capital Circulante Líquido, e as mais 
comuns são: 
a) Inversões permanentes - Derivadas de: 
• Aquisições de ativo Imobilizado. 
• Investimentos 
• Diferido 
b) Pagamento de empréstimos a longo prazo - Assim como a obtenção de um novo 
financiamento representa uma origem, a sua liquidação representa uma aplicação. 
c) Remuneração de Acionistas - Derivada dos dividendos distribuídos. 
 
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Aula 04 
Existem outras origens e aplicações que não afetam o capital circulante, mas aparecem na 
demonstração. Vejamos alguns tipos de transações efetuadas que não afetam o capital circulante líquido, 
mas são representadas como origens e aplicações simultaneamente: 
a) Aquisição de bens do Ativo Permanente (Imobilizado) pagáveis a longo prazo - Neste 
caso, há uma aplicação pelo acréscimo do Ativo Permanente e ao mesmo tempo uma origem pelo 
financiamento obtido pelo acréscimo do exigível a longo prazo, como se houvesse entrado o que 
fosse imediatamente aplicado. 
b) Conversão de Empréstimo a longo prazo em capital - Neste caso, há uma origem pelo 
aumento de capital e, paralelamente, uma aplicação pela redução do Exigívela longo prazo, 
como se houvesse ingresso de recursos de capital aplicado na liquidação da dívida. 
c) Integralização de capital em bens do ativo permanente - Situação também sem efeito 
sobre o capital circulante líquido, mas representa uma origem (aumento de capital) e na 
aplicação (bens do Ativo Permanente recebidos), como se houvesse essa circulação de recursos. 
d) Venda de bens do Ativo Permanente recebível a longo prazo - Operação que também deve 
ser demonstrada na origem, como se fosse recebido o valor da venda, e na aplicação, como se 
houvesse o empréstimo sido feito para recebimento a longo prazo. 
PARA SABER MAIS 
A lei nº 6.404/76 tornou a DOAR obrigatória para todas as companhias, conforme disposto no seu 
artigo 176, item IV e não obrigatória para companhia de capital aberto, quando o patrimônio líquido for 
pequeno. 
4.4 Esquema Básico 
a) Contas do Ativo - Representam aplicações, quando aumentam de saldo; e origens, caso 
ocorram diminuições dos respectivos saldos. 
 + Aplicações 
 Ativo { 
 (-) Origens 
b) Contas do Passivo (Passivo exigível, resultados de exercícios futuros e patrimônio 
líquido) - representam origens, quando aumentam de saldo; e aplicações, caso ocorram 
diminuições dos respectivos saldos. 
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 04 
 + Origens 
 Passivo { 
 (-) Aplicações 
c) Contas de Resultado - As receitas representam origem de recursos e as despesas, aplicações. 
d) Contas em Geral - O esquema acima pode ser, também, aplicado em todas as contas, segundo 
a natureza de seu saldo, da seguinte forma: 
 + Aplicações 
 Contas de natureza devedora { 
 (-) Origens 
 + Origens 
 Contas de natureza credora { 
 (-) Aplicações. 
 4.5 Forma de Apresentação da DOAR 
Essa demonstração é apresentada em quatro grandes títulos descritos a seguir: 
• Origens dos recursos - Onde são discriminadas as origens, por natureza, e apurado o valor 
total dos recursos obtidos no exercício. 
• Aplicação dos recursos - Onde são relacionadas às aplicações, também por natureza, e 
evidenciado o seu valor total. 
• Aumento ou redução do Capital Circulante Líquido - Representa a diferença entre o total 
das origens e o total das aplicações. 
• Saldo inicial e final do capital circulante líquido e variação - Onde são evidenciados o Ativo 
e o Passivo Circulantes do início e do fim do exercício e respectivo aumento ou redução. 
Agora, para que você compreenda o processo global, vamos apresentar um exemplo de elaboração 
passo-a-passo da DOAR para você construir. 
Vamos lá? 
1ª OPERAÇÃO 
Preparando as tabelas. 
De posse dos balanços, apurar as variações nos saldos das contas, ou seja, a diferença líquida entre os 
mesmos. Para tanto, elabore uma tabela no computador ou em um papel, com as seguintes colunas: 
 
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Aula 04 
Variação Saldo em 
Descrição das Contas 31-12-x0 31-12-x1 
2ª OPERAÇÃO 
Transcrevendo o balanço. 
A seguir transcreve-se o balanço de cada um dos anos nas colunas acima, na forma exposta nos itens 
seguintes. 
3ª OPERAÇÃO 
Preparando os dados para obter o Capital Circulante Líquido. 
Como você pretende obter as origens e aplicações em relação ao Capital Circulante Líquido, deve 
transcrever os balanços para a tabela de forma que possa apurar o capital circulante líquido no início e no 
fim do exercício e também sua variação. Tal variação será o valor final, que deverá constar na 
demonstração de Origens e Aplicação de Recursos. Por esse motivo, nessa tabela, você colocará: 
Variação 31-12-x0 e 31-12-x1 
Ativo Circulante (pelo valor Total) 600 1000 400 
Passivo Circulante (pelo valor Total) 360 550 190 
Capital Circulante Líquido 240 450 210 
Não é, portanto, necessária a transcrição de cada uma das contas do ativo e do passivo circulante, ou 
seja, do disponível, tais como: contas a receber, estoques, fornecedores, contas a pagar, impostos a 
pagar, ICMS a recolher, salários a pagar etc. É suficiente que você coloque o total como foi indicado. 
4ª OPERAÇÃO 
Identificando as contas que não integram ativo e passivo circulantes. 
A partir destes dados, relacione na sua tabela os totais dos grupos que não são os ativos e passivos 
circulantes, por exemplo, os grupos de exigível a longo prazo. Lembre-se que o resultado de exercícios 
Futuros e Patrimônio Líquido, por serem contas credoras, devem ser indicados como negativas. O total 
das colunas dos saldos dos dois exercícios deve ser zero, já que aí relacionamos todas as contas 
devedoras e credoras. Com esta atividade, você terá apurado as variações entre os saldos iniciais e finais 
na coluna de variações, coluna essa que deve ficar com o total zerado. 
 
Os aumentos nos ativos e as diminuições nos passivos são valores positivos e representam aplicações. Os 
aumentos nas contas passivas e patrimônio líquido e as diminuições nas contas ativas são valores 
 
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Aula 04 
negativos, devendo ser assim indicados, e representam origens. Vamos fazer juntos a DOAR, usando os 
dados dos Balanços e a tabela inicial de trabalho. 
Supomos que os balanços da empresa de 31-12-20x1 e 31-12-20x0 sejam os apresentados a seguir: 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 31-12-20X0 31-12-20X1 
Ativo 
Ativo Circulante 
Disponível 160,00 200,00 
Duplicatas a receber (líquidas) 200,00 300,00 
Estoques 400,00 630,00 
Despesas de exercício seguintes 40,00 70,00 
Realizável a Longo Prazo 800,00 1200,00 
Ativo Permanente 100,00 50,00 
Investimentos 300,00 400,00 
Imobilizado 2000,00 3200,00 
Diferido 240,00 400,00 
Total do Ativo 3240,00 5250,00 
Passivo 
Passivo Circulante 
Empréstimos bancários 120,00 180,00 
Fornecedores 100,00 150,00 
Contas a pagar 80,00 120,00 
Provisão p/ Imposto de Renda 60,00 100,00 
Exigível a longo Prazo 360,00 550,00 
Empréstimos e Financiamentos 1200,00 1550,00 
Patrimônio Líquido 1000,00 1400,00 
Capital 240,00 550,00 
Reservas de Capital 230,00 400,00 
Reservas de Lucros 410,00 800,00 
Lucros acumulados 1880,00 3150,00 
 
Total do Passivo 3440,00 5250,00 
 
 
 
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Aula 04 
Dessa forma, a tabela inicial de trabalho e a apuração das variações seriam como segue: 
Descrição das contas 31-12-20x0 31-12-20x1 Variação 
Ativo circulante 800,00 1200,00 
Passivo circulante -360,00 -550,00 
Capital circulante líquido 440,00 650,00 210,00 
Realizável a longo prazo 100,00 50,00 -50,00 
Permanente 
Investimentos 300,00 400,00 100,00 
Imobilizado 2000,00 3200,00 1200,00 
Diferido 240,00 400,00 160,00 
Exigível a longo prazo -1200,00 -1550,00 -350,00 
Patrimônio líquido -1880,00 -3150,00 -1270,00 
Total -0- -0- -0- 
Como você pode notar, o total das três colunas deve ser igual a zero, evidenciando que foram tomadas 
todas as contas e apuradas corretamente as variações. O valor de R$ 210,00 é a variação no capital 
circulante líquido. Para esse valor pretende-se demonstrar como foi apurado. 
Essas origens e aplicações estão de forma simplista exatamente como as variações nas demais contas 
não circulante, sendo que as positivas são aplicações e as negativas, origens. Se fôssemos elaborar 
assim uma demonstração de origens e aplicações, ficaria como demonstrado na tabela abaixo: 
ORIGENS: 
Acréscimo no Patrimônio Líquido R$ 1.270 
Acréscimo no Exigível a Longo Prazo R$ 350 
Redução no Realizável a Longo PrazoR$ 50 
Total R$ 1.670
APLICAÇÕES: 
Acréscimo em InvestimentosR$ 100 
Acréscimo no Imobilizado R$ 1.200
Acréscimo no Diferido R$ 160 
Total R$ 1.460
 
 
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 04 
AUMENTO NOCIRCULANTE LÍQUIDO 
(Excesso de origens sobre recursos) R$ 210,00 
Essa demonstração está somente apontando os valores constantes da coluna Variação, segregados entre 
as origens e as aplicações. 
4.6 Fluxo de Caixa 
 
Fluxo de caixa 
É uma demonstração contábil que faz parte do balanço geral da empresa e tem como objetivo principal a 
demonstração do fluxo de caixa elaborado a partir das demais demonstrações (demonstrativo de 
resultados, balanço patrimonial, demonstrativo de lucros acumulados). 
Observa-se nos últimos tempos um crescente interesse dos usuários na demonstração do fluxo de caixa 
das entidades. O interesse pelo demonstrativo de fluxo de caixa deve-se ao fato de que as suas 
informações não apresentam as dificuldades encontradas no conceito de capital circulante líquido. Isto 
tem levado muitos países substituírem as demonstrações de capital circulante líquido, apresentadas no 
demonstrativo de origens e aplicações de recursos, por outras que retratam as movimentações ocorridas 
no caixa das entidades. 
No Brasil, o anteprojeto de alterações da Lei das S. A., que se encontra em fase de discussão, prevê a 
adoção da demonstração de fluxo de caixa, ou simplesmente a demonstração do fluxo de caixa - DFC, em 
substituição a DOAR - Demonstrativo de origens e aplicação de recursos. 
4.6.1 Importância da Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC 
Segundo os estudiosos IUDÍCIBUS e MARION (1999, p.218): 
“as demonstrações contábeis (com exceção apenas do balanço patrimonial - 
que é um relatório estático) são consideradas dinâmicas por evidenciarem 
fluxos. A demonstração de resultados do exercício e demonstrações de 
Mutações do Patrimônio Líquido retratam, por exemplo, fluxos econômicos, 
porque contêm elementos relacionados com a variação da riqueza”. 
A importância da DFC, deve-se ao fato da mesma constituir-se em fluxos financeiros, refletindo as 
movimentações de dinheiro ocorridas nas entidades. A DFC tem uma abrangência superior a DOAR, 
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 04 
porque abrange as transações a curto e longo prazo, em contrapartida a DOAR enfoca o capital circulante 
líquido, transações a curto prazo. 
4.6.2 Documentos Utilizados na Elaboração da DFC 
Para elaborar o demonstrativo de fluxo de caixa é necessário utilizarmos os seguintes demonstrativos 
contábeis: 
• Balanço patrimonial dos dois últimos exercícios; 
• Demonstrativo de resultados do exercício 2 DRE; 
• Demonstrativo de lucros acumulados do exercício 2. 
4.6.3 Elaboração da DFC - O Método Direto 
A elaboração da demonstração de fluxo de caixa, pode ser realizada de diversas maneiras, depende 
sempre do profissional que a elabora. A diferença básica entre os métodos consiste na forma como são 
apresentados os recursos decorrentes das transações das entidades. Aqui, destacamos apenas um 
modelo - o método direto – por ser o mais utilizado nos países que adotam essa demonstração. 
O método direto 
Inicia-se pelo recebimento das vendas, ao invés de iniciar com a explicação do caixa gerado pelas 
operações a partir do lucro líquido. Preocupa-se mais com o raciocínio do que com as técnicas de 
mecanização e montagem. 
Para facilitar o entendimento destas operações, colocamos o exemplo a seguir, relativo à empresa JLM: 
BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA JLM 
Conta 31-12-20x2 31-12-20x1 
- Caixa e bancos 4.000,00 6.000,00
- Clientes ou Duplicatas a receber 36.000,00 32.000,00
- Estoque de mercadorias 42.000,00 28.000,00
- Despesas antecipadas 2.000,00 4.000,00
- Hipotecas a receber 10.000,00 10.000,00
- Terrenos 26.000,00 20.000,00
Total do Ativo 120.000,00 120.000,00
- C/ Corrente Fornecedores 44.000,00 22.000,00
- Empréstimos a longo prazo 10.000,00 24.000,00
- Capital social 40.000,00 40.000,00
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 04 
- Reservas 12.000,00 12.000,00
- Lucros acumulados 14.000,00 2.000,00
Total do Passivo 120.000,00 120.000,00
 
DEMONSTRATIVO DE LUCROS ACUMULADOS DA EMPRESA JLM EXERCÍCIO DE 20X2 
Discriminação Valor em R$ 
- Saldo em 31-12-20x1 2.000,00
- Lucro líquido exercício de 20x2 20.000,00
- Dividendos distribuídos (8.000,00)
Saldo em 31-12-20x2 14.000,00 
 
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS (DRE) DA EMPRESA JLM EXERCÍCIO DE 20X2
Discriminação Valor em R$ 
- Vendas líquidas 140.000,00
- (-) custo das mercadorias vendidas (85.000,00)
- Lucro bruto 55.000,00
- (-) despesas administrativas (25.000,00)
- (-) despesas com vendas (10.000,00)
Lucro líquido 20.000,00 
Vamos, agora, aos passos para a elaboração da DFC. 
1ª OPERAÇÃO 
Identificar o valor do recebimento das vendas. 
Com o saldo inicial e o saldo final de clientes (duplicatas a receber) e sabendo-se o volume de vendas, 
pode-se calcular: 
• Saldo inicial de clientes R$ 32.000,00 – Extraído do balanço ano 20x1 
• Mais vendas do exercício x2 R$ 140.000,00 – Extraído do DRE 
• Menos saldo final clientes R$ (36.000,00) – Extraído do balanço ano 20x2 
• Recebimento de clientes x2 R$ 136.000,00 
2ª OPERAÇÃO 
Calcular o valor do pagamento aos fornecedores. 
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 04 
É necessário identificar o valor das compras e depois o valor dos pagamentos aos fornecedores. Com os 
dados que temos, pode-se montar: 
• Saldo inicial de estoque de mercadorias R$ 28.000,00 – Extraído do balanço 
• Mais compras de mercadorias R$ ? 
• Menos estoque final de mercadorias R$ (42.000,00) – Extraído do balanço 
• Igual ao custo das mercadorias vendidas R$ 85.000,00 
• Onde se deduz que as compras foram de R$ 99.000,00 
3ª OPERAÇÃO 
Calcular o pagamento de fornecedores. 
• Saldo inicial de fornecedores R$ 22.000,00 – Extraído do balanço 
• Mais compras de mercadorias R$ 99.000,00 
• Menos saldo de fornecedores R$ (44.000,00) – Extraído do balanço 
• Pagamento a fornecedores 20x2. R$ 77.000,00 
4ª OPERAÇÃO 
Calcular o pagamento das despesas. 
Como não há despesas de depreciação e nem contas a pagar no passivo (obrigações) por conta de 
despesas registradas, só temos que levar em conta a figura das despesas antecipadas no ativo. Se as 
despesas antecipadas eram de R$ 4.000,00 no final do exercício 20x1, isso significa que dos R$ 
35.000,00 (DRE) relativos as despesas administrativas e as vendas apropriadas datadas de 20x2, o 
montante de R$ 4.000,00 foram despesas de 20x1. Assim só R$ 31.000,00 são despesas pagas durante 
20x2, conforme demonstrado abaixo: 
• Despesas totais exercício de 20x2 R$ 35.000,00 
• Menos despesas antecipadas 20x1 R$ (4.000,00) 
• Subtotal R$ 31.000,00 
Mas, se existem outros R$ 2.000,00 de despesas antecipadas no ativo ao final de 20x2, isso significa que 
esse pagamento ocorreu e, portanto, precisa somá-lo aos R$ 31.000,00 para obter o total de desembolso 
relativo às despesas administrativas e com vendas. Agora veja as operações completas demonstrativas 
desses cálculos: 
• Despesas totais exercício de 20x2 R$ 35.000,00 
• Menos despesas antecipadas 20x1 R$ (4.000,00) 
• Subtotal R$ 31.000,00 
• Mais despesas antecipadas 20x2 R$ 2.000,00 
• Pagamento despesas em 20x2 R$ 33.000,00 
 
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Contabilidade Empresarial 
Aula 04 
5ª OPERAÇÃO 
Identificar os demais pagamentos. 
Os demais pagamentos você obterá utilizando o mesmo raciocínio lógico. Observando que ocorreu, pela 
demonstração de lucros acumulados, o pagamento de dividendos de R$ 8.000,00 e supondo, como antes, 
que o aumento de terrenos tenha sido por aquisição (R$ 6.000,00) e que a redução das dívidas 
(obrigações) de longo prazo tenha sido por uma amortização antecipada, temos informações suficientes 
para montar o fluxo de caixa. Então, vamos fazer esta tarefa? 
6ª OPERAÇÃO 
Elaborar o demonstrativo de fluxo de caixa – DFC 
FLUXO DE CAIXA 
Origens: 
Caixa gerado pelas operações: 
Recebimento de vendas 136.000,00 
Menos pagamentos de compras (77.000,00) 
Menos pagamento de despesas (33.000,00) 26.000,00
Aplicações: 
Pagamento de dividendos 8.000,00 
Compra de terreno 6.000,00 
Pagamento empréstimos longo prazo

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