Buscar

Teorias da Personalidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Aula 1: Psicologia da personalidade e as teorias da personalidade.
O que é personalidade?
Esta pergunta instiga os teóricos desde a Antiguidade. No senso comum, costuma-se responder a esta questão com proposições a respeito de habilidades sociais, avaliações do comportamento observado, impressão que se destaca ao observarmos uma pessoa etc.
É possível estabelecer uma teoria da personalidade? 
A PERSONALIDADE sempre fora tema presente em toda a história da Filosofia, Psicologia, Sociologia, Antropologia e Medicina Geral, suscitando várias teorias, discussões e controvérsias. Entre tantas tendências, destaca-se uma idéia central, segundo a qual os seres humanos foram criados iguais quanto a sua capacidade potencial. Neste caso, a ocorrência das diferenças individuais seria interpretada como uma decisiva influência ambiental sobre o desenvolvimento da Personalidade.
 
Não há como mensurar as questões do nosso cotidiano sem métricas, queiramos ou não, tenhamos consciência disso ou não. 
A idéia de buscar fora da pessoa os elementos que explicassem seu comportamento e sua desenvoltura vivencial teve ênfase com as teorias de Rousseau. Segundo ele, era a sociedade quem corrompia o homem. Subestimou-se a possibilidade de a sociedade refletir, exatamente, a totalidade das tendências humanas. Seres humanos que trazem em si um potencial corruptor, o qual, agindo sobre outros indivíduos sujeitos à corrupção, produz um efeito corruptível. Ou seja, trata-se de um demérito tipicamente humano.
Outra concepção acerca da Personalidade foi baseada na constituição biotipológica, segundo a qual a genética não estaria limitada exclusivamente à cor dos olhos, dos cabelos, da pele, à estatura, aos distúrbios metabólicos e, às vezes, às malformações físicas, mas também determinaria as peculiares maneiras de o indivíduo relacionar-se com o mundo: seu temperamento, seus traços afetivos etc. 
 
As considerações extremadas nesse sentido descartam qualquer possibilidade de influência do meio sobre o desenvolvimento e a performance da Personalidade e atribuem aos arranjos sinápticos e genéticos a explicação de todas as características da personalidade da pessoa. 
Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um dos principais inspiradores da Revolução Francesa. Para ele, “O homem nasce bom, e a sociedade o corrompe”.
Mas qual caminho devemos seguir?
Buscando um meio-termo, como apelo ao bom senso, podemos considerar a totalidade do ser humano como sendo um balanço entre duas porções que se conjugam de forma a produzir a pessoa tal como é:
•Uma natureza biológica, tendo por base nossa natural submissão ao reino animal e nossa submissão também às leis da biologia, da genética e dos instintos. Assim sendo, os genes herdados se apresentam como possibilidades variáveis de desenvolvimento em contato com o meio (e não como certeza inexorável de desenvolvimento);
•Uma natureza existencial, suprabiológica, conferindo à Personalidade elementos que transcendem o animal que repousa em nós. A pessoa, ser único e individual, distinta de todos os outros indivíduos de sua espécie, traduz a essência de uma peculiar combinação biopsicossocial. 
Dessa forma, poderíamos pensar a Personalidade como sendo uma organização dinâmica dos traços no interior do eu, formados a partir dos genes particulares que herdamos, das existências singulares que suportamos e das percepções individuais que temos do mundo, capazes de tornar cada indivíduo único em sua maneira de ser e de desempenhar seu papel social; logo, numa interação entre natureza humana e ambiente humano. Tendo assim uma relação direta com o que conhecemos como subjetividade.
Portanto, o ser humano não pode ser considerado como um produto exclusivo de seu meio, tal como um aglomerado dos reflexos condicionados pela cultura que o rodeia e despido de qualquer elã (impulso, entusiasmo, inspiração criativa) mais nobre de sentimentos e vontade própria. Não pode, tampouco, ser considerado um punhado de genes, resultando numa máquina programada a agir desta ou daquela maneira, conforme teriam agido exatamente seus ascendentes biológicos.
	Se assim fosse, passaria pela vida incólume (ileso, inalterado) aos diversos efeitos de suas vivências pessoais. Sensatamente, o ser humano não deve ser considerado nem exclusivamente ambiente, nem exclusivamente herança, antes disso, uma combinação destes dois elementos em proporções completamente insuspeitadas.
	
Todas as vezes que colocamos lado a lado duas pessoas estabelecendo comparações entre elas, qualquer que seja o aspecto a ser medido e comparado, verificamos sempre a existência de diferenças entre ambas. Constatamos, assim, as diferenças entre os indivíduos, as peculiaridades que os tornam únicos e inimitáveis.
Por outro lado, podemos verificar também (e paradoxalmente) outras características comuns a todos os seres humanos, tal como uma espécie de marca registrada de nossa espécie.
	
		Não há como mensurar as questões do nosso cotidiano sem estabelecer um raciocínio a partir de métricas, mesmo que você não queira recorrer a esse padrão de medida; quer queiramos ou não, as medidas fazem parte de nossa realidade. 
Desta forma, podemos afirmar que os seres humanos são essencialmente iguais e funcionalmente diferentes, ou seja, podemos nos considerar iguais uns aos outros quanto à nossa essência humana (ontologicamente); entretanto, funcionamos diferentemente uns dos outros. Todas as tendências ideológicas que enfatizam a igualdade dos seres humanos, num total descaso para com as diferenças funcionais, ecoam aos ouvidos despreparados com eloqüente beleza retórica, romântica, ética e moral. Transportam, assim, tais ideais do papel para a prática, mas sucumbem diante de incontáveis evidências em contrário: não resistem à constatação das flagrantes e involuntárias diferenças entre os indivíduos, bem como não explicam a indomável característica humana que é a perene vocação das pessoas em querer destacarem-se dos demais.
Primeira noção sobre teoria da personalidade
As teorias (hipótese ou especulação referente à realidade, não confirmada) da personalidade caracterizam-se por serem de proveniência clínica, tendo de elaborar, a partir das questões suscitadas por sua prática, formulações teóricas que dessem conta do funcionamento psíquico como um todo. Isso quer dizer que o analista, a partir da observação clínica do modo como o psiquismo funciona, é fundamental perceber sua estrutura para poder compreender seu funcionamento.
	
		O olhar do todo é bem diferente da Psicologia Experimental, que isola determinados aspectos e faz experimentos controlados, com maior rigor científico do ponto de vista de uma perspectiva cartesiana, mas que perde o sentido de análise se o olhar não for relacionado a um funcionamento psíquico que envolva outros aspectos da realidade relacionados ao contexto da vida cotidiana.
Fritz Perls, idealizador da gestalt-terapia, por exemplo, é um dos teóricos que enfatiza a importância de se entender que o todo é maior que a soma das partes, isto é, que o funcionamento psíquico ultrapassa a soma de seus aspectos, organizando-se em um todo dinâmico. É uma perspectiva holista (do grego holos, que significa todo).
	
		Há uma grande variedade de teorias da personalidade, que contam com postulados, conceitos e métodos que podem ser bem diferentes. Podemos considerar que a psicanálise é a primeira grande teoria da personalidade, e ela entende o psiquismo como uma estruturação complexa e dinâmica. 
	
Você deve atentar para o seguinte: a questão que está em jogo nas teorias da personalidade não é a do verdadeiro e do falso, do correto ou do incorreto, mas da sua eficácia explicativa e da sua utilidade, seja clínica ou de outra aplicação (como a psicologia social, por exemplo, ou a educacional). A sua comprovação em termos experimentais não é possível, embora a psicologia experimental tenha tentado comprovar alguns aspectos de algumas teorias da personalidade. 
 
 
Atividade da aula
Este exercício visa à reflexãode algumas forças principais que o levaram a se desenvolver tal qual você é. O interessante é que você reexamine suas respostas em termos das várias teorias estudadas. Responda este exercício livremente, uma vez que não haverá correção e será para seu próprio uso.
a.Apelidos que você prefere (razões da preferência).
b.Descreva seus irmãos.
c.Descreva seus pais (ou padrasto/madrasta).
d.Com quem de sua família você se parece mais? Como?
e.Como está a situação atual de vida/emprego? Mora com quem?
f.Você tem algum sonho que se repete, ou fantasias?
g.Que homem ou mulher você admira mais? Por quê? Quem você poderia considerar um “modelo ideal”?
h.Que acontecimentos ou experiências interiores dão ou deram a você a maior alegria? E a maior tristeza?
i.Que atividade interessaria mais a você se lhe fosse possível ser aquilo que quisesse?
j.Há algo em você que gostaria de mudar?
k.O que você gosta especialmente em você?
Leia o Capítulo 1 - A natureza da Teoria da Personalidade, do livro Teorias da Personalidade, de Calvin Hall, Gardner Lindzey e John B. Campbell. Porto Alegre: Artmed, 2000 (p. 28-44).
Antes de passar para a próxima etapa, realize os exercícios de autocorreção desta aula. Lembre-se de que sua freqüência está associada à realização desses exercícios.

Outros materiais