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O iter criminis compreende as seguintes etapas: 1º cogitação; 2º atos preparatórios; 3º atos executórios; e 4º consumação. Etapas de Realização do Delito 2. Cogitação e Atos Preparatórios 2.1. A cogitatio corresponde à fase interna do iter criminis. A mera antecipação mental do crime é irrelevante para o Direito. 2.2. Os atos preparatórios (conatus remotus) compreendem o externar daquele propósito, com a adoção das providências preliminares à prática delituosa. Em regra, não são puníveis. Excepcionalmente, há normas que se antecipam e tipificam comportamentos que, a rigor, seriam preparatórios. Etapas de Realização do Delito 3. Atos Executórios, Consumação e Exaurimento 3.1. Os atos executórios (conatus proximus) são as ações ou omissões diretamente dirigidas à concretização do propósito criminoso. A partir deste momento, o fato é punível, no mínimo, a título de tentativa. 3.2. A consumação (meta optata) é a fase conclusiva do iter criminis. Segundo o artigo 14, I, CP, o delito está consumado quando estão reunidas todas as suas elementares. 3.3. O exaurimento (post factum) não integra o iter criminis. Trata-se do momento posterior à consumação do delito, a realização completa do ilícito em vista do qual foi realizada a incriminação. Pode influenciar na quantificação da pena. Etapas de Realização do Delito 4. Distinção entre Atos Preparatórios e Executórios 4.1. Teorias subjetivas: 4.1.1. O fundamental é levar-se em conta o propósito do agente ou caracteres relacionados com o seu estilo de vida; 4.1.2. Teoria do dolo e teoria sintomática. 4.2. Teorias objetivas: 4.2.1. Preconizam a construção segura de uma linha divisória entre preparação impunível e crime tentado; 4.2.2. Teoria objetivo-material, teoria objetivo-formal, teoria objetivo- individual (teoria do plano do autor). Etapas de Realização do Delito 4. Distinção entre Atos Preparatórios e Executórios 4.3. Direito brasileiro: 4.3.1. A teoria objetivo individual (ou do plano do autor), que procede à síntese entre as teorias formal e material, é a que conta, na atualidade, com o maior número de adeptos, tanto na doutrina estrangeira como na brasileira; 4.3.2. No entanto, especula-se que deveria ser adotada exclusivamente a teoria objetivo-formal, já que é a que mais se vincula ao princípio da reserva legal. Etapas de Realização do Delito 5. Tentativa 5.1. Prevista no artigo 14, II, CP (causa geral de diminuição de pena), trata- se de um tipo ampliador de normas penais incriminadoras – as quais, em regra, não preveem a forma tentada. 5.2. Requisitos: 5.2.1. Início de execução da ação que constitui o crime; 5.2.2. Não superveniência do resultado por circunstâncias alheias à vontade do agente; 5.2.3. Dolo e outros eventuais elementos subjetivos correspondentes ao tipo subjetivo. Etapas de Realização do Delito 5. Tentativa 5.3. Espécies: 5.3.1. Tentativa perfeita (ou acabada): também denominada crime falho, ocorre quando o agente esgota todo o processo executório a que se propôs, não sobrevindo a consumação por fatores involuntários. 5.3.2. Tentativa imperfeita: ocorre quando o agente não consegue levar adiante todo o plano criminoso, tendo seu processo executório interrompido antes de sua completa realização. 5.4. A lei brasileira não prevê tratamento diferenciado para uma ou outra espécie, podendo haver, no máximo, distinção quanto à dosimetria da pena. Etapas de Realização do Delito 5. Tentativa 5.5. Crimes que não admitem tentativa: 5.5.1. Crimes culposos a tentativa pressupõe que o agente queira o resultado ou assuma o risco de produzi-lo. Se, do contrário, por uma violação do dever de cuidado, o agente não prevê o resultado decorrente de uma conduta ou, prevendo-o, não o tolera, não há que falar de incidência da regra do conatus. 5.5.2. Crimes preterdolosos já que pressupõem dolo no antecedente e culpa no consequente. Como este decorre da violação do dever de cuidado, não há que se falar de tentativa. 5.5.3. Crimes omissivos próprios (ou puros) nestes, ou bem o agente deixa de realizar a conduta esperada e o crime se consuma, ou a realiza até o último instante possível e não haverá crime algum. Etapas de Realização do Delito 5. Tentativa 5.5.4. Crimes unissubsistentes já que são crimes de ato único. A etapa do início da execução se funde, por completo, com a etapa da consumação. 5.5.5. Crimes habituais já que pressupõem a reiteração de atos que, isoladamente, não têm relevância penal. 5.5.6. Contravenções penais não há que falar de tentativa de contravenção penal, tendo em vista expressa proibição legal (artigo 4º do Decreto-lei nº 3.688/41). Etapas de Realização do Delito 6. Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz 6.1. Também denominados de “tentativa abandonada”, consistem em um estímulo do legislador em benefício do agente que voluntariamente não leva o delito até a fase de consumação. 6.2. Quando o crime não atinge a fase de consumação pela força de vontade do agente, não incide a norma de extensão da tentativa. 6.3. Cuida-se da distinção entre querer e poder: podendo prosseguir, o agente muda seu querer. Etapas de Realização do Delito 6. Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz 6.4. Desistência voluntária significa a livre e consciente abstenção do prosseguimento da atividade criminosa. O desistente não esgota todo o processo executivo, pois o interrompe em um determinado ponto anterior a fase consumativa. 6.5. O arrependimento eficaz – ou anterior à consumação – pressupõe que a mudança de atitude ocorra após ultimado o processo de execução do crime, mas antes da completa consumação. 6.6. Os efeitos da desistência e do arrependimento são os mesmos: o agente responde apenas pelos atos já praticados, desde que puníveis (artigo 15 CP). Etapas de Realização do Delito 7. Arrependimento Posterior 7.1. O arrependimento posterior (post factum), verifica-se na fase de exaurimento, logo, em nada influencia na caracterização dos pressupostos delitivos. No máximo, o agente poderá ser beneficiado com um abrandamento punitivo (artigo 16 CP). 7.2. Para que possa diminuir a pena a ser aplicada, o referido dispositivo legal exige que o arrependimento se dê em crimes sem violência ou grave ameaça à pessoa, bem como que a reparação do dano ou a restituição da coisa ocorra até o recebimento da denúncia ou queixa (peça inicial da ação penal). Etapas de Realização do Delito 8. Crime Impossível 8.1. Considera-se impossível o crime quando não se pode passar, em absoluto, da fase do início da execução para a fase de consumação. 8.2. Para que haja a impunidade do agente (artigo 17 CP), faz-se necessário verificar se o meio ou o objeto do delito era absolutamente inidôneo. E essa verificação sempre se processa com o exame do caso concreto. 8.3. Diante da absoluta impropriedade do objeto da suposta ação criminosa, aplica-se a regra do artigo 17 CP, descabendo a punição para as situações de flagrante provocado ou preparado. Nesse sentido, o teor da Súmula 145, do STF: “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.” Roteiro 20: Concurso de Pessoas 1. Noções introdutórias 2. Teorias 3. Requisitos 4. Teorias sobre Autoria e Participação 5. Institutos Incidentes 6. Participação 7. Crime Culposo e Crime Omissivo 8. Artigo 29, § § 1º e 2º, CP 9. Artigos 30 e 31 CP Concurso de Pessoas 1. Noções Introdutórias 1.1. Trata-se da volitiva interveniência de várias pessoas no cometimento de um delito. 1.2. Crime unissubjetivo: crime