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Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 1 SUMÁRIO 1. Apresentação.................................................................................... 2 2. A natureza do cão ............................................................................ 3 3. Drives (Instintos) ............................................................................. 7 4. Atenção e Carinho ........................................................................... 8 5. Cabo de Guerra ............................................................................... 13 6. Passeio...............................................................................................15 7. Alimentação .....................................................................................18 8. Comando limitador.............................................................................24 9. Rotina .............................................................................................. 25 Bônus – Xixi e Cocô.......................................................................... 26 Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 2 © Copyright 2020 por Rafael Silveira Cardoso – Todos os direitos reservados. Não é legalmente permitido reproduzir, duplicar ou transmitir qualquer parte deste documento em meios eletrônicos ou impressos. A gravação desta publicação é estritamente proibida. 1. APRESENTAÇÃO Esse material foi elaborado de forma simplificada, objetiva e dinâmica, com um conteúdo que possibilita o adestramento básico do seu cão, o educando para evitar comportamentos indesejáveis como xixi e cocô no lugar errado, roer objetos, puxar no passeio, pular em visitas, latidos em excesso, agressividade e etc. Caso julgue necessário atingir níveis mais evoluídos no adestramento, Tenho certeza que esse material transformará o relacionamento e interação entre você e seu cão, dando outro sentido no que se refere a "ter um cão!" Mais do que educar cães, nós mudamos vidas! aconselho que faça nossa consultoria, on-line ou presencial. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 3 2. A NATUREZA DO CÃO Todo dono tende a pensar que seu cão é especial, diferenciado. Mas, não é verdade. Essa é apenas a sua ótica, baseada em seus sentimentos pelo animal. Todo cão é exatamente igual, em sua essência, sua natureza. Os princípios básicos da Etologia (ciência que estuda o comportamento social e individual dos animais no seu habitat natural) e do Behaviorismo (teoria psicológica que observa o comportamento diante das influências dos estímulos do meio que o ser vive) funcionam para qualquer cão, não importando a raça, idade ou qualquer outra característica. O que me permite chamar um Chihuahua de cão, é a mesma coisa que também me permite chamar um Dogo Argentino de cão. Falando da essência da espécie, e não das raças, a maneira deles enxergarem o mundo, interagirem e se comunicarem, é a mesma, por mais que eles possuam características e funções diferentes. Os cães são animais de grupo. E na natureza, sem a interferência humana, eles vivem em matilha (todos da mesma espécie). Porém, ao serem domesticados, passaram a conviver com outras espécies como felinos, aves, humanos e etc. (Certamente você já viu aqueles vídeos na internet de cães convivendo e interagindo com cavalos, papagaios, e as mais variadas espécies de animais. Existem rituais (discussões), que não são brigas, que servem para manter a estratificação hierárquica e a harmonia do grupo. No entanto, todo e qualquer grupo tem um indivíduo que é uma referência, uma liderança para os demais. Esse indivíduo, que lidera, não necessariamente é o mais forte ou o mais velho, mas sim, o mais Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 4 CAPACITADO. Ele tem habilidades, que o gabarita a conduzir e ser o provedor, no que se refere a alimento, água, abrigo e tudo que é de suma importância para a sobrevivência desse grupo. A liderança traz privilégios, como preferência sobre o alimento, preferência territorial, etc. Mas, ela também traz responsabilidades, no que se refere a proteção, exposição e tomada de atitudes. Um líder se comunica apenas através de posturas e atitudes. E os outros indivíduos do grupo, o seguem, o acompanham, e se submetem, por confiarem em sua capacidade e por terem interesse em ter acesso a tudo aquilo que é fundamental no que se refere à sobrevivência. Dessa forma, todos colaboram, fazem a sua parte e a harmonia desse grupo é mantida para o bem comum. Diferente do que muitas pessoas pensam, os cães não brigam, eles disputam... Eles disputam recursos como comida, água, território, fêmeas e outros, e no caso dos domesticados, além dos já citados, eles disputam o maior de todos os recursos: ATENÇÃO E CARINHO. Um exemplo muito comum, é quando as pessoas acreditam que seus cães sentem ciúmes..., mas, na verdade, ele está disputando os recursos (carinho e atenção) que determinada pessoa tem a oferecer, e não a pessoa em si. Os cães possuem um pensamento muito linear. Ou é preto ou é branco... não existe cinza! Eles são incapazes de planejar algo. Eles simplesmente descobrem, movidos pelos seus instintos, que determinado comportamento lhe rende determinado resultado. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 5 E todo comportamento que é repetido, é melhorado, aprimorado... e se torna rapidamente um hábito, um padrão. Cães não têm sentimentos... amor, gratidão, ciúme, rancor, mágoa, vaidade, etc. Os cães têm emoções... alegria, raiva, medo, etc. Não são traiçoeiros. Todos que me agrediram ou tentaram me agredir foram sinceros, “avisaram” antes. O cão é amoral... Nem moral, nem imoral. Os cães sabem diferenciar apenas: macho, fêmea, adulto, filhote, líder e liderado. Assim como qualquer ser vivo, os cães também mudam. Nascem, crescem e envelhecem, passando por fases hormonais e adquirindo maturidade. Aquele filhote dócil e fofinho com menos de 1kg e dentes inofensivos, em pouco tempo se tornará um cão adulto, pesando 20kg, 30kg ou mais, com presas afiadas, e seus instintos a flor da pele, caçando alucinadamente insetos, cavando buracos, roendo, pulando nas pessoas, brincando de morder, e provavelmente, sendo agressivo. Pare imediatamente de facilitar as coisas para o seu cão, deixe ele exercitar suas capacidades, permita-o raciocinar, pensar, realizar. Esqueça a ideia do filho de 4 patas. Existem inúmeras maneiras de amar um cão, sem fazer mal a natureza dele e respeitando e suprindo suas necessidades. A pior coisa que existe para um cão, é privarem-no do direito de ser quem ele é, tentarem modificar sua essência, sua natureza, fazendo ele criar um conflito sobre sua existência. É saudável para o cão, submetê-lo a necessidades e, obviamente, supri-las. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 6 Pois isso funciona como molas propulsoras, que extraem prazer e realização. Faça ele “trabalhar” para conquistar. (o termo trabalhar significa dar sentido, fazer com que ele se sinta útil e funcional, dar a sensação da conquista e da recompensa), ou seja, simular o que ele faria na natureza, vivendo em matilha. O cão é incapaz de mudar o seu próprio comportamento, a menos que exista um desencadeante interno (doenças, deficiências) ou externo (mudança de ambiente, adestramento), do contrário se formará e criará um padrão. EU GARANTO que quando entender essametodologia, respeitar essas condições naturais do animal e mudar seu próprio comportamento, de forma surpreendente e rápida, você perceberá a transformação do seu cão, tornando-o equilibrado, conectado a você, e sem usar técnicas mirabolantes e nem gastar dinheiro com equipamentos ou produtos desnecessários. O cão só poderá ser feliz, sendo cão, permita isso dentro do possível. Não tente forçá-lo a se adaptar ao seu mundo... ao invés disso, tente adaptar o seu mundo a natureza dele. Ele já foi retirado dos seus familiares, ele já não convive entre seus semelhantes, e o mínimo que deve fazer é deixá-lo expressar a natureza dele, ter sua identidade de cão preservada. Por isso, a nossa proposta é ensinar o dono a criar vínculo, estabelecer um relacionamento com o cão baseado em confiança e liderança. O dono deve descer ao nível do cão, em termos de compreensão, pois somos intelectualmente capazes. Não devemos exigir do cão que ele nos compreenda, através da nossa linguagem. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 7 3. DRIVES (INSTINTOS) Apesar dos cães serem considerados animais domésticos, eles carregam dentro de si um pacote de instintos primitivos, selvagens, que chamamos de DRIVERS. E isso, não necessariamente está associado a agressividade ou violência. PACK DRIVE – É o drive de matilha, onde aflora o espírito de grupo, de família, coletivo, que não aceita ninguém de fora. DEFENSE DRIVE - É o drive de defesa, que impulsivamente reage ao menor sinal de ameaça, de diversas formas (latindo, atacando ou recuando), mesmo se estiver em desvantagem. A fuga também é uma defesa. PLAY DRIVE - É o drive de caça, ligado, atento, curioso, que precisa “trabalhar”, que quer fazer contato. RANK DRIVE – É o drive de dominância, quando disputa com os demais da matilha a liderança, ou, procura sempre estar bem “classificado” na hierarquia do grupo. O Rank Drive é o mais importante de todos, pois vão lidar com ele o tempo todo. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 8 4. ATENÇÃO E CARINHO Cães não sabem o que é carinho, não entendem como demonstração de afeto. Claro, ele gosta de carinho, inclusive fica viciado quando recebe exageradamente. Mas, de fato, ele não entende como afeto e interpreta com conotação SEXUAL ou como SUBMISSÃO. Quando alguém fica acariciando o cão, alisando na cabecinha e na barriguinha, por exemplo, é comum depois que parar de receber o contato, o cão tentar “acasalar” com a pessoa na perna, no braço ou onde alcançar. Pode inclusive, demonstrar agressividade, porque estava num transe sexual, e não permite que a outra parte dessa história interrompa esse “transe”. No que se refere a submissão... Quando dois cães se encontram na rua, geralmente tentam dominar um ao outro, até que um deles se submeta. O dominante fica por cima, montado, e o submisso fica por baixo, deitado, de barriga para cima. E se você pega seu cão, deita e coloca ele em cima de você, é exatamente essa cena que está sendo reproduzida. Quando o cão pega um objeto e você corre atrás, ele percebe que corre mais e que se ele não quiser entregar, você não consegue alcançá-lo e pegar aquele determinado objeto... dessa forma ele entende claramente que tem uma vantagem sobre você. Quando você está no sofá e seu cão vai chegando de fininho, tentando tomar o seu lugar e você (achando aquilo lindo) cede, saí pra ele ficar, a mensagem que foi passada com clareza é a preferência territorial que ele tem. Ele acredita que se quiser ficar em algum lugar, você, ou seja lá quem for, se retira para ele ficar. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 9 A dependência emocional, mais conhecida como ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO, é o mal número um, podendo ser considerada maus tratos. O cão não tem nada para prestar atenção, os móveis e objetos da casa são inanimados, não tem rede social, não tem nada para se distrair. Por isso, suas atitudes e comportamentos são extremamente valiosos para ele. Um dos piores hábitos que se pode ter, é estimular, provocar, agitar o cão, sem ter um propósito. Despertar o interesse dele e em seguida ignorá- lo. Um simples olhar seu é capaz de criar uma enorme expectativa, acompanhada de ansiedade e adrenalina igualmente absurdas, pois ele entenderá como uma proposta de interação, para fazerem algo. Imagine então a excitação que você causa ao falar com o cão, principalmente afinando a voz? O cão fica louco... não duvide! Falar com o cão, é propor uma comunicação impossível... a linguagem falada, é apenas barulho para ele. E na natureza, barulho, gera barulho, agitação e estresse. Assim como a calma, gera calma, tranquilidade e paz. Sendo assim, principalmente dentro de casa, só proponha uma interação, comunicação com o cão, quando estiver com esse propósito (brincar de bolinha, de cabo de guerra, alimentar, passear, etc.). Se não for fazer nenhuma dessas coisas, deixe seu cão quieto, calmo, relaxado. Dê atenção e carinho de qualidade para o seu cão. Esqueça o celular, desligue a TV, separe um tempo e dê exclusividade a ele. Toque-o quando ele estiver com algum objeto na boca (bolinha, cabo de guerra, etc), aí sim dê muito carinho. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 10 Quanto mais excitado o cão na chegada do dono, mais frustrado com a sua ausência. É inversamente proporcional. Quando o humano chega em casa e faz festinha pro cão, onde ele enxerga um cão alegre e feliz, na verdade é pura ansiedade e descontrole. Alguns cães chegam a urinar, e acreditem, existem históricos de cães que tiveram convulsões e infartos. Impossível isso ser algo saudável. Da mesma forma, é sofrível quando os humanos fazem as despedidas melancólicas... Chamam o cão e “explicam” pra ele; - Olha filho, papai e mamãe vão no shopping, mas é rápido, se comporta, etc., etc. e etc. Será que alguém em sã consciência realmente acredita que o cão entende? A única coisa que você consegue com isso, é punir seu cão duas vezes: Primeiro, você agita, joga uma carga de adrenalina e ansiedade enorme, e não extravasa isso. Em segundo, você propõe uma interação (já que tudo de bom na vida dele, é você quem dá) e logo em seguida, fecha a porta e sai de casa, e o coitado do cão fica lá, agitado, alucinado, com a adrenalina lá em cima e sozinho. Resultado disso? Cães que destroem as coisas dentro de casa para extravasar, cães que lambem a própria pata compulsivamente, até cair os pelos e ficar em carne viva, cães que se automutilam, comendo a própria cauda, e outros cenários piores. Você consegue enxergar algo de bom nisso? Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 11 Tudo o que o cão faz, é sério. Nós brincamos, ele não. Ele absorve, aprende 100% do tempo, e descobre o que dá certo ou não, para aplicar de novo ou não. Ame verdadeiramente seu cão e não o que extrai do relacionamento com ele. O cão não assina contrato, e não irá se submeter a vontades alheias se não julgar isso necessário para sua sobrevivência. Por isso é necessário que você demonstre na prática a sua capacidade de provedor e líder. Cães precisam de vínculo. Alguém em quem confiar e que seja capacitado. Ele confia em decisões e liderança, e não em quem ama ou dá carinho. Ele precisa sentir-se seguro. Quando existe esse vínculo hierárquico, o cão não precisa tomar decisões, pois sabe que alguém o conduz e é provedor de tudo que necessita para sobreviver. Ser líder não é “bater de frente” com o cão, mas sim algo sutil. Manter distância física, alimentar da forma correta (fazer sentar, fazer esperar e aguardar a autorizaçãopara comer), é dar carinho quando quiser (e não quando o cão pedir), se impor no passeio (definir trajeto, direção e velocidade). Firmeza é sinônimo de disciplina, de estabelecer regras e não abrir mão disso. Um cão solto o tempo inteiro sente-se dono, o responsável pelo território. Permitir que seu cão atenda a porta e receba as visitas (cheirando, analisando), passa a ideia que deve defender e proteger seus domínios, e em pouco tempo estará reagindo com latidos e agressividade, a qualquer movimentação próxima a porta, mesmo que do lado de fora. Posição hierárquica, é direito adquirido. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 12 O cão jamais “estranha” alguém, ele apenas se impõe defendendo um “direito” conquistado. Quando se têm o hábito de permitir que ele suba no sofá e na cama, por exemplo, se alguém (uma visita ou o dono que não seja líder), tentar tirá-lo desse lugar, muito provavelmente o cão reagirá rosnando, ou até mesmo agredindo essa “ameaça” à sua conquista. Castigar é diferente de corrigir. O “preço” de uma correção não é nada comparado ao sofrimento de um cão mal educado, que por consequência acaba sendo excluído e confinado cada vez mais, o que gera um círculo vicioso (quanto mais mal educado, mais confinado, quanto mais confinado, mais mal educado). Na Metodologia Voraus, tudo irá mudar: o manejo, a postura, a forma de enxergar, lidar, alimentar, passear e brincar com o cão. Se o dono não estiver verdadeiramente empenhado, não vai dar certo. É preciso entender que foi parte do problema e agora precisa ser parte da solução. São três pontos fundamentais para que haja sucesso: o conhecimento, o cão e o dono. REFLEXÃO: Você dá tudo do bom e do melhor para o seu cão, mas se soltá-lo na rua ele fugiria? E o morador de rua, que não dá nem 5% pro cão dele, comparando a tudo que você dá ao seu, e ainda assim, o cão dele anda solto e o seguindo o tempo todo? Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 13 5. CABO DE GUERRA O que para você é uma brincadeira, para o cão é algo sério, que agrega muito valor ao seu dia a dia, trazendo equilíbrio e satisfação, e interfere diretamente no comportamento dele. Os benefícios são diversos: EXTRAVASAR O INSTINTO DE CAÇA: perseguir carros, motos, aves, insetos e até mesmo aquela roupa balançando no varal com o vento, é justamente o instinto de caça do seu cão falando mais alto. O objeto usado como cabo de guerra, é como se fosse uma presa, que você dará vida, para o seu cão perseguir, capturar e abater. CANSAÇO FÍSICO: cão cansado, é um cão feliz. Um cão cansado está propenso a querer deitar, relaxar e dormir, sem vontade nenhuma de ficar latindo, roendo (ainda mais com a mandíbula cansada de tanto morder e segurar o cabo de guerra), ou apresentando comportamentos que não desejamos. CRIAR VÍNCULO: esse momento é só seu e dele, com muito contato físico e interação, e isso pra ele é algo extremamente prazeroso. APRENDER A RECEBER CARINHO: é comum um cão querer mordiscar as mãos das pessoas que o tocam ao receber carinho. E o cabo de guerra ajuda muito nessa situação... Pois quando o cão estiver com a mente focada e a boca ocupada no objeto (mordendo), você dará a ele muito carinho, sacudindo a orelha dele, dando leves tapinhas no corpo, agitando de verdade. Ele não irá largar o objeto para tentar mordiscar você, e isso se tornará um hábito, onde o resultado final é, mesmo sem um objeto na boca, ele não irá mordiscar mais ninguém. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 14 CONTROLE DE BOCA: Cuida, pega e deixa. O cão é uma boca em cima de quatro (se alimenta, se defende e ataca, se limpa, transporta objetos... tudo usando a boca). Portanto, se eu tenho o controle da boca do cão, eu tenho o controle sobre ele. A ideia do cabo de guerra é condicionar, moldar o cão. Você não precisará brincar todos os dias o resto de sua vida com ele... Quando o cão estiver condicionado, o cabo de guerra será apenas uma das muitas opções de gasto de energia. Pois gastar energia sim, é uma NECESSIDADE que precisa ser suprida em todo cão. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 15 6. PASSEIO Outra forma muito importante de demonstrar capacidade, leia-se liderança, é na hora do passeio. É muito comum nos depararmos nas ruas com cães levando humanos para passear, quando deveria ser o contrário. Mas isso acontece porque as pessoas além de criarem uma rotina de passeio, repetindo sempre o mesmo percurso e trajeto, elas também permitem que o cão fique farejando e fazendo xixi onde bem entende. E inevitavelmente, o resultado dessa situação, é um cão que puxa a guia, pois já prevê e conhece o passo a passo do passeio (um portão onde outro cachorro late para ele, uma birosca onde sempre ganha um petisco, ou coisa do tipo). Quando o cão conhece o trajeto, automaticamente gera uma ansiedade, pois ele está seguro em ir na frente, por saber tudo que acontecerá. E assim, sem que você perceba, ele está levando você para passear, ele está sendo o líder e você o liderado. E na condição de líder, ele precisa se impor, verificar qualquer um que se aproxima, seja uma pessoa ou outro animal. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 16 TENSÃO, GERA TRAÇÃO, QUE GERA AGRESSÃO. Durante o uso da guia: TENSÃO – a sensação e o estresse de estar sendo segurado, impedido de ir onde ele quer. TRAÇÃO - o cão começa a tracionar, fazer força, puxando cada vez mais, se estrangulando, se agitando, o que é mais estressante ainda. AGRESSÃO – Durante a aproximação de outro cão ou mesmo um humano, ele pode reagir agressivamente a qualquer movimento, pois já está muito estressado, pilhado. Então, qual a forma correta de passear com meu cão? Simples... Assim que sair pelo portão (rua), defina um local apropriado para ele eliminar as suas necessidades, pois é provável que esteja “apertado”. Não queremos o desconforto do cão. Feito isso, inicie uma caminhada, onde você define o trajeto, direção e velocidade. O cão não irá parar em árvores, postes e nem ficar farejando o chão. Ele deve te seguir e não o contrário. Caso ele se adiante e estique a guia, mude de direção. Faça isso quantas vezes forem necessárias, com paciência, de preferência comece treinando dentro de casa, pois existem menos estímulos do que na rua (como pombos, motos, sirenes, crianças correndo e etc.). Deixe-o confuso, mude os trajetos, faça variações (um dia saia para direita, no outro para a esquerda, no outro atravesse a rua e escolha um lado, etc.). Quanto menos ele conhecer o trajeto, menos ele se sentirá seguro, e consequentemente, menos irá se antecipar e puxar durante o passeio. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 17 Na metade da caminhada (quando for retornar para casa), novamente defina um local onde ele possa fazer suas necessidades, e novamente inicie a caminhada, sem paradas, até chegarem em casa. Você pode realizar quantas paradas quiser, A ideia aqui é: quando estiver em deslocamento, você é a referência, o cão lhe acompanha, lhe segue. Na natureza, cães não passeiam, eles migram, com um objetivo (de encontrar alimento, água, abrigo e etc.). E quando fazem isso, estão sempre sendo conduzidos por um indivíduo que transmite liderança, capacidade e confiança. Portanto, no “passeio” com o seu cão, esse indivíduo deve ser você. Jamais deixe seu cão socializar, ou cumprimentar outros cães presos na guia. Se quer socializar seu cão, marque com algum amigo(s) ou parente(s)que também tenha um ou mais cães, e soltem os animais num ambiente controlado, onde possam ser supervisionados. Eu particularmente, não gosto de “parcão”, porque lá encontramos todos os tipos de cães e donos, com os mais variados problemas e sem nenhum tipo de conhecimento. As chances de confusão são enormes. Socialize sim o seu cão, pois é necessário e fundamental. Mas faça isso da maneira correta, com responsabilidade, para que não estrague todo o seu trabalho e aprendizado. Socialize com qualidade e não em quantidade. É melhor ele interagir com apenas um cão, uma vez na semana... do que encontrar vários cães desconhecidos e descontrolados, todos os dias. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 18 7. ALIMENTAÇÃO A grande maioria das pessoas, deixa a ração dos seus cães exposta 24hs por dia, à vontade para ele comer o quanto quiser e quando quiser. Esse é um grande erro, que não só prejudica a educação do seu cão, mas principalmente, prejudica a saúde dele. Ao ficar exposta a ração perde valor nutritivo, insetos e roedores podem ser atraídos. Ou mesmo, o próprio cão, após beber água, pode ir “petiscar” e molhar a ração que ficou no pote, surgindo a chance da mesma azedar. Sem falar que você não controla a quantidade de ração que o cão está comendo ao dia, podendo num curto prazo, gerar sobrepeso, que por consequência traz problemas cardíacos, renais, articulares e etc. (Toda ração tem na sua embalagem uma tabela, indicando a proporção peso do animal – quantidade diária). E agora, falando de adestramento, da educação do cão, a alimentação é uma excelente oportunidade de praticar a sua liderança (capacidade), mostrando para o cão que você é o provedor. Você deve estar se perguntando: o que isso tem a ver? Pois é... Na natureza, os animais saem para caçar... todo dia é uma tentativa, que pode ou não dar certo. Lembre-se daquele ditado: “um dia é da caça, o outro do caçador”. Os cães possuem a capacidade de ficarem dias sem comer. Na natureza, nem todo dia encontram uma presa, e quando encontram, ainda existe a chance dela conseguir fugir, e eles “voltam pra casa” com fome. E isso desperta mais foco e atenção na próxima caça. No entanto, a ideia não é expor gratuitamente, ou desnecessariamente, o cão a uma situação como essa. Mas, por outro lado, não se pode deixar de Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 19 aproveitar uma excelente oportunidade de educar o cão de maneira simples, direta e rápida. O cão aprenderá a valorizar o alimento, a sua própria sobrevivência e, reconhecer o humano como o ser capaz do relacionamento, o provedor. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 20 AS QUATRO FASES DA ALIMENTAÇÃO 1ª FASE – A EXPECTATIVA Você irá apenas colocar a ração no pote, servi-la e sair de perto. Conte 5 minutos, no máximo, e volte para retirar o pote. TENHA O CACHORRO COMIDO OU NÃO, RETIRE O POTE! Ele precisa entender que existe hora para comer e que se não estiver focado, atento, perderá aquela oportunidade (a “caça fugirá”). É normal que ele rejeite as primeiras duas ou três vezes que oferecer a ração, principalmente, se ele já estiver acostumado a ter a ração exposta à vontade. Porém, quando a fome falar mais alto, ele comerá como se não houvesse amanhã. Quando for servir a ração, cão chame, não seduza, não incentive, ou se quer olhe para o cão. Não arrume artifícios para criar interesse nele. Seu olfato e audição são absurdamente apurados. O simples fato de abrir a embalagem da ração ou o barulho dela caindo no pote, já são motivações mais do que suficientes para ele ficar colado em você, pronto para comer e na expectativa de não perder a chance de se alimentar para sobreviver. Acredite, cinco minutos são mais do que suficientes. Em dois ou três dias, teremos um cão que já entendeu que a caça não fica mais esperando por ele, e só de ouvir o barulho ou sentir o cheiro da ração, irá imediatamente ficar ao seu redor, lhe cercando, na expectativa da tão esperada hora de se alimentar. Com isso, ele dará muito mais valor ao alimento, comerá uma ração fresca e saudável e ingerirá a quantidade diária correta. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 21 2ª FASE – O SENTA Agora, ele irá aprender sozinho o comando “senta”. Uma vez que o cão já fica na expectativa de se alimentar e não perder a oportunidade, bem próximo de nós, você vai apenas ficar parado, com o pote de ração na mão. Enquanto ele apresentar um comportamento agitado (latir, choramingar, pular, andar de um lado para o outro, etc.) ignore-o. Eu GARANTO, que em alguns segundos, ele irá sentar... e aí sim, de imediato, você coloca o pote no chão. A ideia é que ele perceba rapidamente que a agitação não gera resultado, e que quanto mais rápido ele sentar, mais rápido ele ganha a comida. Em três ou quatro repetições, você perceberá que o cão já senta imediatamente ao ver você com pote de ração na mão. Pronto, o cão já aprendeu a sentar e agora vamos dar nome a isso. Quando perceber que ele irá executar o movimento, você fala simultaneamente a palavra “SENTA”. Perceba que você não está mandando o cão sentar, ele já iria fazer isso... você só está associando um som (SENTA) ao movimento, para que ele ligue uma coisa à outra (som e movimento). Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 22 3ª FASE: Agora, é hora de começar a criar vínculo entre você e seu cão. Ele já fica na expectativa, o cercando e senta, assim que você fica parado segurando o pote com a ração, certo? O exercício dessa fase é levar o pote com a ração na altura da sua cintura, pois o cão estará com o olhar fixo nele, e você perceberá isso com clareza. Em alguns segundos de espera, o cão irá “desviar” o olhar dele para você, fazendo um rápido contato visual (olho no olho). Quando isso acontecer, coloque de imediato o pote no chão para ele comer. Em poucas repetições, essa situação irá se inverter... de fixar o olhar no pote com a ração e desviar o olhar pra você, ele passará a olhar fixo pra você, nos seus olhos, e desviar o olhar para a ração. E então, estarão prontos para a próxima e última fase. 4ª FASE: Tudo muito fácil até aqui, concorda? Ficará mais ainda. O cão já está na expectativa, cercando você pra comer, já “senta” (inclusive em outras situações fora do horário da alimentação) e já fica olhando fixamente nos seus olhos. Agora, enquanto o cão estiver fazendo contato visual fixamente com você (olho no olho), estique o braço, espalme a mão e diga “FICA”. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 23 Naturalmente coloque o pote no chão, porém mantenha a postura do fica (braço esticado e mão espalmada). Certamente o cão irá “avançar” na comida... pois o combinado, até então, era você colocar o pote no chão e ele comer. Com poucas repetições, o cão irá ficar te olhando, tentando entender o novo exercício, e nessa “janela de oportunidade” de um ou dois segundos que ele irá esperar e não tentar avançar, com o mesmo braço da postura do fica, você aponta para o pote, o autorizando a comer. Aos poucos, você vai exigindo mais do cão, aumentando o tempo de espera no comando fica... cinco, dez, vinte segundos, até que consiga se ausentar do ambiente e o cão permaneça aguardando sua autorização, para só então avançar no pote para comer. Não se trata apenas de controlar o cão, mas principalmente, de ensiná- lo a ter autocontrole. O resultado disso é um cão sem ansiedadee controlado, o que facilitará pra você, em diversas situações no dia a dia. Observação: Um cão com a alimentação regulada, naturalmente fará suas necessidades fisiológicas (xixi e cocô) de forma regulada também, criando uma espécie de relógio intestinal. Cães sem hora pra comer e sem quantidade correta, reproduzem o mesmo cenário ao fazer suas necessidades (sem hora e sem quantidade certa). Quando ele avançar (desobedecendo o FICA), você sobe o pote novamente, antes que o cão o alcance. Reiniciando o exercício a partir do senta (senta, olho no olho, braço esticado, mão espalmada e “FICA”). Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 24 8. COMANDO LIMITADOR É uma espécie de “FICA”, porém, menos rígido. O “FICA” é como se fosse uma brincadeira de estátua. Uma vez sob o comando, o cão praticamente não se mexe, fica estático. Já o comando limitador é mais flexível, trata-se de condicionar o cão a ficar em cima de uma referência (caminha, varanda, quarto, caixa de transporte, tapete, etc.), seja em 4 patas, sentado, deitado ou dormindo, se assim ele quiser, porém, ficará o tempo que for necessário e sair somente com a autorização. Claro que se trata de condicionamento, e de maneira gradual você vai aumentando a distância e a duração do exercício. Ex.: Coloque a guia no cão, conduza-o até a caminha e diga “CAMA”. Comece com cinco minutos, permaneça próximo dele (se sair de perto, provavelmente ele irá atrás de você) e não interaja com ele. Quando completar o prazo estipulado, tire a guia do cão, diga “OK” e saia de perto. Ele entenderá que foi liberado e sairá da caminha. Com o passar dos dias, você vai aumentando a distância física entre você e a cama e aumentando a duração do exercício. O resultado, em médio prazo, é um cão condicionado a não sair da referência, mesmo que você suma das vistas dele, e suporte permanecer no comando por horas. Eu não quero contrariar o cão, me estressar, “bater de frente”, mas sim, conduzir, direcionar, envolver o cão a fazer o que ele quer, porém, do meu jeito. Portanto, o ideal é praticar esse exercício quando o cão estiver com suas necessidades totalmente supridas. Já fez xixi e cocô, brincou de cabo de guerra, passeou, bebeu água e se alimentou... agora, o que ele mais quer é deitar e descansar. Eu só irei “dizer” onde ele fará isso. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 25 ROTINA Cães amam a rotina, se sentem seguros, confiantes e confortáveis com ela. E se você, humano, não oferecer, imprimir uma rotina pro seu cão, de acordo com seus interesses comportamentais, o cão, irá providenciar uma rotina própria, que provavelmente não irá lhe agradar em termos de comportamento. Mas qual é a rotina ideal para se oferecer ao cão? “Será que não vai me dar muito trabalho?” “Será que eu vou ter tempo?” É mais simples e prático do que se pode imaginar. Levará menos tempo, dará menos trabalho e será muito mais eficaz, do que da forma que faz hoje em dia. Imagine (e adote) a seguinte rotina: 1º - Ao acordar, o cão faz as necessidades dele no local definido. 2º - Você dedica dez ou quinze minutos para brincar de cabo de guerra com o cão. 3º - Em seguida, já o leva para passear por quinze ou vinte minutos. (provável que ele faça as necessidades na rua). 4º - Após o cão estabilizar a respiração (não estar mais ofegante), você oferece a alimentação. 5º - Por último, enquanto toma café da manhã, lê seus e-mails ou assiste TV, coloque ele na referência definida e pratique o comando limitador. Acredite, essa rotina leva de quarenta minutos à uma hora no máximo, e você conquistará excelentes resultados. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 26 BÔNUS XIXI E COCÔ A COISA MAIS SIMPLES É CONDICIONAR UM CÃO, A FAZER SUAS NECESSIDADES NUM LOCAL ESPECÍFICO. Porém, o ser humano acaba complicando e confundindo tudo. O cão tem uma consciência higiênica, e sempre que puder ele fará suas necessidades o mais distante possível de onde come e dorme. Partindo desse princípio, basta confinar o cão num local, onde deseja que ele faça as necessidades, e aproveitar as oportunidades que terá durante o dia. Ao acordar pela manhã, o cão estará com vontade de fazer xixi. Após se alimentar, o cão estará com vontade de fazer xixi e possivelmente o cocô também. Após brincar e passear (principalmente os filhotes), o cão bebe muita água e possivelmente fará xixi. Em todas essas oportunidades, basta você restringir o cão nesse espaço destinado às necessidades, deixá-lo fazer xixi e cocô e tirá-lo logo em seguida. Não elogie quando fizer no local correto e nem brigue quando fizer errado. Não ensine seu cão a interagir com você através de urina e fezes. Quando você elogia, ele entende que isso será uma regra, e quando não puder dar atenção a ele (assistindo TV, trabalhando no computador, Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084 27 recebendo uma visita, etc.), ele provavelmente fará xixi na sua frente, ou no sofá, somente para chamar sua atenção. Da mesma forma que brigar também não ajuda, pelo contrário. Seu cão jamais entenderá que o motivo da bronca é porque fez no lugar errado... e sim, entenderá que a bronca é porque ele fez em si, o xixi ou o cocô. E o resultado é um cão que se esconde pra fazer as necessidades, ou que faz cocô e come (não tem prova, não tem crime), ou que não faz durante o passeio, porque o dono está ali do lado. Quando chega em casa, se esconde e faz. Não elogie e nem brigue, entenda que é uma necessidade e que você apenas o direciona para um local. Se errar, entenda como um acidente, e que na próxima irá acertar. O cão, mais do que ninguém, quer ter um cantinho pra fazer as necessidades dele. Licensed to Raquel Moura de Souza - raquel.ms1@hotmail.com - 141.420.987-80 - HP11516343828084
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