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suinocultura REVISÃO Bárbara Albuquerque n ú m e r o s d a s u i n o c u l t u r a A região Sul se concentra a maior parte das indústrias e por isso tem uma tecnologia de ponta. As regiões Sudeste e Centro Oeste também começaram a se destacar a suinocultura brasileira, tendo em vista os grandes investimentos implantados em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, principalmente. A região Nordeste detém de um rebanho muito grande, possui importância econômica e social expressiva para esses estados. O rebanho suíno brasileiro tem sua maior conformação no Sul do país e consequentemente lá é a região de maior economia e tecnologia do país A suinocultura teve início no Brasil, na região Sul, a condição climática é relativamente interessante e favorável (mesotérmico, clima úmido sem seca), mas o ponto principal para isso foi a proximidade dos insumos usados na alimentação dos suínos. A região Sul do Brasil tem grande destaque na produção de milho e farelo de soja, mais de 70% de toda produção de suínos no Brasil e também é onde acontece o maior número de abates e processamento de carne suína. Atualmente, ocorre uma migração dessa região para o Centro-oeste porque lá existem muitas áreas para o crescimento da suinocultura, porque lá existe incentivo fiscal para empresários que quiserem implantar a produção no local, os incentivos consistem em: redução de impostos quando a empresa é muito importante. O Brasil é um grande exportador de carne suína, cerca de 77% fica no mercado interno do país e em torno de 23% é exportado, o transporte é feito do suíno abatido desde a carcaça inteira aos cortes nobres, produtos processados, produtos embutidos, salgados, etc. Isso significa que o Brasil tem grande volume de produção, capaz de manter a demanda interna e também exportar. A carne produzida aqui é de excelente qualidade, são raros os problemas envolvendo a carne suína brasileira e os países de primeiro mundo possuem uma legislação muito rigorosa com a entrada de carne vinda de outros países. CONSIDERAÇÕES: s u i n o c u l t u r a b r a s i l e i r a China União Europeia Estados Unidos Brasil O consumo per capita brasileiro é muito baixo, em média 16kg/pessoa/ano, sendo que em outros países ultrapassa 50kg/pessoa/ano. Isso está ligado ao preconceito da população brasileira com a carne suína, do tipo "carne perigosa que transmite doença, muito gordurosa e rica em colesterol, pesada, etc.", isso são inverdades. É comprovado cientificamente que a carne suína é uma carne de alta qualidade e no ponto de vista sanitária é a mais segura do mundo. A população brasileira considera o ponto forte da carne suína o seu sabor e os pontos fracos: mal à saúde, perigosa, muita gordura e colesterol. Existe uma falta de informação com os avanços da suinocultura moderna, pouco tem sido feito para desmistificar a carne suína como um vetor de doenças e de colesterol. A carne suína é a mais produzida e consumida no mundo. Sendo os maiores produtores: 1. 2. 3. 4. suinocultura REVISÃO Bárbara Albuquerque Na medicina humana se utiliza válvulas cardíacas suína com excelente resultado há mais de 30 anos Em casos muito graves de queimadura se utiliza enxertos com pele suína temporariamente, enquanto ocorre a regeneração da pele normal O couro suíno é muito utilizado na confecção de sapatos, bolsas, luvas, acessórios, carteiras, agendas e também para a formação de sofás, cadeiras, salas de jantar, possui bastante furos por conta dos folículos pilosos grossos e por isso faz uma boa troca de ar O pelo suíno é utilizado na criação de pincéis As vísceras podem ser feitas de patê e as farinhas de víscera como alimentação para animais O sangue suíno é muito utilizado na culinária Farinha de sangue na alimentação animal Gelatina é feita pelo suíno também dejetos transformando-os em fonte de renda, que são os biodigestores. Os dejetos são canalizados e jogados nesse biodigestor, onde são fermentados por microrganismos e produzem gás metano que é utilizado para energia elétrica ou térmica. A parte sólida é usada como adubo e é de excelente qualidade, podendo ser vendido para o setor agrícola, é um adubo limpo e 100% orgânico. É uma excelente forma e evitar com que os dejetos agridam o meio ambiente e uma ótima oportunidade para transformá-los em fonte de renda. CURIOSIDADES A União Europeia, Estados Unidos e Brasil são também os maiores exportadores. A China não exporta nada, porque, apesar de ser a maior produtora de carne suína do mundo ela também apresenta a maior população do mundo, então ela mal consegue manter a demanda interna do país, logo ela é a maior importadora de carne suína do mundo, seguida pelo Japão. No Brasil, a região que mais exporta carne suína é do Sul, cerca de 90% de toda carne exportada para fora vem dos portos de Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, tendência que só tem a aumentar. SUINOCULTURA E A SAÚDE HUMANA A suinocultura tem sido muito importante também para a farmacologia na formulação de medicamentos e transplantes desde a utilização de órgãos até de tecidos na medicina humana e veterinária. O suíno possui um organismo muito parecido com os dos humanos, por isso são feitos muitos estudos para esse avanço nas experiências médicas, transplantes, clonagens, etc. Já é um fato iminente a utilização das ilhotas do pâncreas para formulação de insulina suína para o tratamento de diabetes, células cerebrais para tratar problemas no sistema nervoso como Parkinson, células vermelhas do sangue para transfusões diversas e o tecido do olho para fornecer a córnea. Mais para anos futuros, é estudada a possibilidade de também utilizar órgãos de suíno para transplantes, como: coração, fígado, rim, intestino, pulmão, etc. BIODIGESTORES O grande problema da suinocultura é a quantidade de dejetos que é eliminado para o meio ambiente mas, hoje existem tecnologias que fazem o tratamento dos suinocultura REVISÃO Bárbara Albuquerque Landrace: utilizado para matrizes, tem origem da Dinamarca, pelagem branca, adaptado ao clima tropical, perfil frontonasal retilíneo, orelhas do tipo célticas, animal comprido com pernil de ótima conformação Large White: utilizado para matrizes, origem da Inglaterra, pelagem branca, perfil frontonasal subconcavilíneo ou concavilíneo, orelhas asiáticas, animais longos e com bons pernis. Possui alto rendimento de carcaça, ótimo GDP e CA, as fêmeas são boas mães e boas produtoras de leite, machos e fêmeas são utilizados nos cruzamentos. Duroc: tem a origem dos Estados Unidos, é uma espécie rústica e adaptada as condições climáticas tropicais, pelagem vermelha ou marrom, perfil frontonasal subconcavilíneo, orelhas médias do tipo ibéricas, corpo comprido, dorso e lombo levemente arqueados e possui bons aprumos. Tem um bom rendimento de carcaça e de boa qualidade, marmorização da massa muscular, ótima CA, alto GDP, as fêmeas não apresentam boas características maternas, somente o macho é utilizado no cruzamento. A partir do século XX começaram os processos de melhoramento daquelas raças que através das importações de animais das raças Berkshire, Tamworth e Large Black da Inglaterra e posteriormente das raças Duroc e Poland da China. Entre 1930 e 1940 chegaram as raças Wessex e Hampshire, na década de 50 os Landrace, na década de 60 os Large White e na década de 70 surgiram os primeiros híbridos da Seghers. PRINCIPAIS RAÇAS ESTRANGEIRAS Sus scrofa scrofa - tipo céltico descendente do javali europeu Sus scrofa vittatus - tipo asiático originário da Índia Sus scrofa mediterraneus - tipo ibérico Os suínos são os únicos artiodátilos (biungulados) não ruminantes vivendo em domesticidade. As principais raças domesticadas utilizadas na suinocultura comercial tiveram como seu ancestral o javali europeu. Nas Américas não existiam suínos antes da chegada do homem, quem trouxe o suíno para o Brasil foi Martinho Afonso de Souza, trouxe lá de Portugal e deu origem as raças nacionais (raças naturalizadas, porque vieram de outro país e foram se adaptando).A linhagem dos suínos é obtida através do cruzamento entre duas ou mais raças, com características que o próprio homem procurou imprimir nessas linhagens. As características de diversas raças suínas é vista através do perfil frontonasal (retilíneos, concavilíneo e ultraconcavilíneo) e orelhas (asiáticas - retas, ibéricas e céltica). Com base nas suas origens, todas as raças de suínos domésticos conhecidas atualmente podem ser filiadas a três grandes espécies: o r i g e m e h i s t ó r i a d o s s u í n o s suinocultura REVISÃO Bárbara Albuquerque Camborough: é a matriz líder nos principais mercados da suinocultura internacional, com mais de 50 anos de progresso genético contínuo. É uma fêmea fácil de manejar e com altíssima eficiência na reprodução, apresentando elevada taxa de parto, excelente peso de leitegada à desmama e longa vida reprodutiva. Produz leitões superiores em ganho de peso diário e conversão alimentar, trazendo um excepcional retorno econômico ao produtor. MATRIZ COMERCIAL CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA DOS SUÍNOS DOMÉSTICOS AGPIC 337: reprodutor de excelente eficiência de crescimento em termos de conversão alimentar, ganho de peso e qualidade de carcaça. Progênie tem excepcional potencial para produção de carne com ótimas características de pH, cor e capacidade de retenção de água. É um animal livre do gene halotano e do gene da carne ácida AGPIC 415: sua massa muscular supera qualquer padrão de mercado e por isso sua progênie apresenta excelente rendimento de carne magra e cortes nobres, ótima eficiência de crescimento , boa velocidade de ganho de peso e excepcional conversão alimentar, 100% de heterose e máximo vigor híbrido, disposição fora de série para trabalhar em coletas. É um animal livre do gene halotano e do gene da carne ácida AGPIC 426: perfil superior em qualidade e conformação de carcaça, excepcional raça muscular, alto rendimento de cortes nobres e melhor rendimento de abate. Recomendado para mercados que remuneram a qualidade de carcaça. Animal livre do gene halotano e do gene da carne ácida. AGPIC 800: recomendado para sistema de produção que demanda aspectos específicos de qualidade de carne relacionados a cor, pH e conteúdo de gordura intramuscular. Produz suínos resilientes, com excelente velocidade de crescimento e excepcional qualidade de carne. MACHOS COMERCIAIS PORCO TIPO BANHA Começou sua fase na época da domesticação, há 10 mil anos, que perdurou até o início do século XX. Com a domesticação o porco não precisava mais procurar alimentos na floresta, nem precisava fugir dos seus inimigos. Vivendo em recintos ("chiqueiros") fechados, recebia toda a alimentação que necessitava, comendo mais e fazendo menos atividade física, começou a alterar sua composição corporal, 50% dianteiro e 50% traseiro (50-50) suinocultura REVISÃO Bárbara Albuquerque 4 a 9 pares de tetas, sendo que uma boa matriz deve ter de 6 a 7 pares de tetas funcionais. 38,7ºC adultos e 39,8ºC leitões FR: 20 a 30 bpm Pulso: 60 a 120 bpm Pele espessa, camada de gordura subcutânea aumenta com a idade Olfato e paladar bem desenvolvidos, pouca capacidade nasal sendo propenso a asfixia devido a dificuldade respiratória, não devem ser manuseados em condições de calor Dificuldade de termólise porque suas glândulas sudoríparas são afuncionais e utilizam a ofegação para dissipar calor córporeo extra Gestação dura em média 114 dias (3 meses/3 semanas/3 dias) Ciclo estral se repete a cada 21 dias Durante a vida adulta elaboram diferentes tipos de tecidos que não ocorrem de forma homogênea Principais fatores que influenciam no crescimento: raça/linhagem, nutrição, manejo, instalações e clima ALGUMAS CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES: O Brasil apresenta baixo índice de desfrute, mas vem melhorando a cada ano, em países como Dinamarca, Holanda, Inglaterra, Bélgica e Estados Unidos a taxa de desfrute chega em até 140%. O acúmulo de gordura fez com que o animal fosse considerado o ideal para o homem, já que lhe fornecia grande quantidade de banha e carne. PORCO MODERNO (suíno tipo carne) Começou a ser desenvolvido no início do século através do melhoramento genético, com o cruzamento de raças puras. Pressionados por uma melhor produtividade para tornar a espécie economicamente mais viável e pelas exigências da população por um animal com menos gordura, devido à substituição das mesmas pelas margarinas vegetais, os técnicos e criadores passaram a desenvolver um suíno com 30% de massa anterior e 70% de posterior (70-30) O suíno moderno é exigente e é criado em instalações confinadas extremamente limpas, desinfetadas e sem acesso a terra. Possui menor teor de gordura, mais massa muscular. Í N D I C E D E D E S F R U T E N O B R A S I L ´ID = taxa de crescimento + taxa de abate Sendo: Taxa de crescimento (%)= (nº de animais no final do ano - nº de animais no ano base / º de animais no ano base) x 100 Taxa de abate (%)= (nº de animais abatidos no ano / nº de animais no fim do ano) x 100 DNP = 365 - [PFA x (PG + PL)] Sendo: PFA = Parto/fêmea/ano PG = Período de gestação PL = Período de lactação suinocultura REVISÃO Bárbara Albuquerque EXEMPLO: Estimar os DNP de uma granja com os seguintes dados: Fêmeas cobertas = 300 Partos no último mês de atividade = 50 Período médio de gestação = 114 dias Período médio de lactação = 21 dias Número médio de nascidos = 11 Criações extensivas Abate clandestino Comercialização individual Deficiência na contabilidade da suinocultura Baixa proliferação e produtividade das matrizes Manejo reprodutivo, alimentar e sanitário deficientes Instalações inadequadas EXEMPLO: Em dezembro de 2016, o rebanho efetivo era de 1000 animais Em dezembro de 2017, o rebanho efetivo era de 1050 animais Animais abatidos no período 2016-2017: 1100 CAUSAS PARA O BAIXO ÍNDICE DE DESFRUTE NA SUINOCULTURA BRASILEIRA: DIAS NÃO PRODUTIVOS (DNP) Podem ser definidos como os dias em que as fêmeas não estão gestando e nem lactando, estão sendo improdutivas no plantel. As fêmeas estão ingerindo ração, ocupando espaço produtivo, utilizando mão de obra e instalações sem estarem dando retorno econômico, os DNP devem ser rigorosamente controlados para garantir maior lucro. bo ns es tudos!
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