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Resumo por: Yasmin Barros - @idealizavet @yasminbarro.s Reanimação Cardio-cérebro-pulmonar (RCCP) – Emergência RCCP: conjunto de medidas específicas no tratamento da parada ROSC (Retorno da circulação espontânea): devido à uma eficiência manobra de reanimação, promovendo DC eficiente reestabelecendo perfusão tecidual de órgãos centrais e de periferia (pele, ossos, intestino, rins). Terminologias Ressuscitação: termo que não deve ser utilizado, pois está ligado à religião – trazer alguém que veio ao óbito para vida novamente, sendo assim, o médico veterinário não tem essa habilidade. Reanimação: paciente não veio ao óbito, está apenas parado. Função: bombeia o sangue oxigenado passivamente para os órgãos vitais, para que eles consigam realizar todas suas funções adequadamente, a ponto de manter e restaurar a vida normal desse paciente. Quanto maior o tempo que leva pro paciente reanimar, maior as chances de sequelas pra esse paciente. Emergência: paciente adentra ao hospital veterinário e precisa ser atendido imediatamente. Urgência: o paciente adentra ao hospital veterinário e precisa ser atendido até em horas. Parada cardiorrespiratória (PCR): Cessação da ventilação Perda da função cardiovascular Perda da consciência Declara-se à morte do paciente, quando ele não tem resposta nenhuma do SNC (morte cerebral), durante a reanimação. Fatores que contribuem para o sucesso: Diagnóstico precoce Disponibilidade de material Reanimação ordenada e organizada Equipe bem treinada Sinais prévios à PCR: Cianose: demonstra grau de hipóxia grave – deve-se manter a saturação de oxihemoglobina acima de 93%, abaixo de 90% tem grande déficit de oxigênio na circulação apresentando cianose. Alterações respiratórias (ex: angustia respiratória) Hipotensão: PAS <90 mmHg em cão e <100 mmHg para gatos; PAM <60mmHg em cães e gatos. Pulso Irregular e fraco Arritmias – observado no eletrocardiograma, pois as arritmias podem promover redução do VS, consequentemente reduzindo DC e FC, promovendo danos à perfusão tecidual, nesse caso precisa tratar as arritmias. Sinais imediatamente após a PCR: Midríase: por falta de oxigenação cerebral ou de origem medicamentosa (ex: atropina) Tempo de preenchimento capilar (TPC): imediatamente após a parada, ainda pode ter TPC – depois de 2 min, ele não tem mais TPC. Ausência de pulso Inconsciência: por hipóxia cerebral Realizar a reanimação imediata!! Equipe RCCP O ideal é que tenha 5 pessoas que trabalham em harmonia, desempenhando funções diferentes. 1°: Líder - dita as regras e checa a efetividade do processo, realiza desfibrilação e massagem cardíaca interna. Se for mais de uma pessoa ditando regra, perde a harmonia de trabalho. Durante cirurgias, geralmente o líder é o anestesista, pois é ele que informa que o animal está parando. 2°: Responsável pela ventilação e controle dos parâmetros respiratórios após intubação. Responsável também pela intubação. 3°: Compressões torácicas externas – essa pessoa após alguns minutos troca de função com a 2° pessoa. 4°: Compressões abdominais – feito apenas se tiver pessoas sobrando na equipe. 5°: Monitoração, administração de fármacos e carrega o desfibrilador. Mais pessoas, podem atrapalhar o momento de reanimação. Tipos de parada Assistolia – parada mais comum na medicina veterinária, na medicina humana a principal é a fibrilação. Linha isoelétrica: nenhuma atividade elétrica positiva ou negativa. Mais difícil de reverter!! Em gatos, há evidencias que acontece primeiro a parada por dissociação eletromecânica que evolui pra assistolia, porém geralmente não é identificado essa primeira fase. Dissociação Eletromecânica (DEM): atividade elétrica sem pulso – FC: 30 a 40 bpm, não é batimento cardíaco, é somente uma atividade elétrica bem organizada e extremamente baixa passando nas fibras do miocárdio que não são capazes de gerar contratilidade do musculo cardíaco. Diferenciar de bradicardia: paciente estará em apneia e sem pulso. Fibrilação ventricular: atividade elétrica irregular e desorganizada, não gera pulso. Tem movimento muscular, porém não tem DC e perfusão tecidual. ECG: Ausência de complexos ventriculares individualizados que são substituídos por ondas irregulares com amplitude e duração variáveis. Fibrilação ventricular grossa: movimento bastante irregular – alta atividade elétrica, tem grandes chances de voltar. Fibrilação ventricular fina: ao longo da parada, a atividade elétrica vai caindo, demonstrando diminuição da onda tendendo a ficar linear, à ponto do paciente ter assistolia. Taquicardia ventricular sem pulso: ausência de batimentos cardíacos e pulso. Atividade elétrica acelerada e bem organizada, não tem tempo de diástole (preenchimento ventricular), consequentemente não há DC. ECG: complexos QRS com base larga sem onda P. Deve diferenciar taquicardia ventricular com pulso de taquicardia ventricular sem pulso – observa FC alta, atividade elétrica bem organizada, ausência de pulso. Tratamento para cães e gatos: ABCDE A – airway: estabelecer uma via aérea. B - breathing: ventilar, respirar C – circulation: reestabelecer a circulação sanguínea, compressão torácica. D – desfibrilation, drugs or definitive therapy: desfibrilar quando haver necessidade, usar vasoativos E – Effectively: estabilizar – terapia intensiva pós parada Suporte básico à vida: ABC Suporte avançado à vida: DE Estabelecimento das vias aéreas (A) Sondagem orotraqueal – padrão ouro. Fixar o tubo orotraqueal, pois pode sair durante a reanimação. Boca focinho – fora de ambiente clínico (risco de zoonose). Feito somente após 4 minutos de massagem cardíaca > se estiver sozinho, após os 4 minutos, a cada 30 compressões, faz 2 ventilações boca focinho. Máscara Desobstrução aérea Caso a desobstrução aérea não for possível, realizar: Punção cricóidea: cateter intravenoso (14 ou 16G – introduz apenas a parte de PVC), inserido na membrana cricotireoidea (entre a cartilagem tireoide e a cartilagem cricoide), conectado ao AMBU e oxigênio. Cricotireoideotomia/traqueotomia: Coloque o paciente em decúbito dorsal, em terço médio do pescoço, realize tricotomia, assepsia e faça uma incisão mediana, afasta com auxílio de uma pinça os músculos esterno-hioides e com uma pinça hemostática curva, suspende a traqueia, com a lâmina de bisturi faça uma pequena incisão transversal entre os anéis traqueais, coloque o tubo orotraqueal até não ver mais o cuff e infla-o. Após retirada da pinça, passa uma atadura. Métodos de suplementação de O2 e FiO2 alcançada Respiração (B): - AMBU: Unidade Manual de Respiração artificial -O2 100% inicial para evitar acidose, posteriormente 21% se manter PaO2 de 80 à 105 mmHg, se não tiver aparelho de hemogasometria para acompanhar, mantem o paciente em 100%. Mais de um socorrista: 10 movimentos/min simultaneamente às compressões torácicas Se estiver sozinho: 4 minutos de compressões torácicas – após esse período a cada 30 compressões, 2 ventilações. Circulação (C): - Massagem cardíaca externa: cada ciclo equivale a 2 min – 100 à 120 compressões por mim, durante 2 minutos. Enquanto faz a massagem, outra pessoa precisa verificar se está gerando pulso, se não estiver gerando pulso, troca de posição ou aumenta a força, se mesmo assim não tiver gerando pulso, pode trocar de massageador antes dos 2 minutos. Uma forma de aferir o pulso, é colocar o doppler no globo ocular, pois dessa forma sabe-se que está chegando sangue ao cérebro.Manobra: não deve flexionar os braços, é utilizado o peso do nosso corpo pra gerar a força no tórax do paciente. Posicionamento do animal Decúbito lateral direito ou esquerdo Decúbito dorsal para pacientes que tem tórax em formato de barril: bulldog Posição da mão: uma em cima da outra Frequência (100-120 bpm/min) e ritmo (mesma passada) Profundidade: de 1/3 a metade do tórax Recuo: solta tudo (recuo completo), pois se permanecer a pressão pode atrapalhar o retorno venoso para dentro das câmaras cardíacas. Monitoração dos ciclos e intervalos – a cada ciclo (2 min) trocar de massageador. Decisão do término: se não estiver gerando pulso; presença de pupilas arresponsivas; parada de troca gasosa – de 4 a 5 ciclos sem resposta. Massagem externa: 25 a 30% do DC - Sempre posicionar-se atrás do paciente, pois dessa forma é possível comprimir o paciente ao seu corpo, evitando com que ele se movimente. Procedimentos Pacientes galgos e magros – bomba cardíaca: mão em cima da região do coração do paciente Animais menores: Pacientes com tórax em barril: Bomba torácica: utilizada em pacientes obesos ou maiores - mão em região do terço médio superior do tórax – as vísceras torácicas vão ajudar a comprimir e fazer pressão negativa dentro do tórax no momento do recuo, facilitando retorno venoso. Bomba abdominal: concomitante a massagem cardíaca - compressão do abdome para ajudar o retorno venoso para órgãos vitais. Usado em pacientes hipotensos ou que estão com sangramento ativo abdominal. No momento que recua o tórax, aperta o abdome ou mantem o abdome comprimido durante toda reanimação cardíaca. C (compressions) – A (airway)– B (breathing): não utiliza em pacientes que tiveram parada por asfixia, pois significa que o paciente tem pouca saturação de oxigênio no sangue, então não adianta começar a comprimir, pois vai jogar sangue mal oxigenado, nesses casos é necessário entubar primeiro. Suporte avançado à vida: (D) Administração de fármacos Correção de distúrbios eletrolíticos e ácido-base Reposição volêmica Desfibrilação Parâmetros monitorados Massagem cardíaca interna Assistolia e DEM: Adrenalina: 0,001 a 0,02 (dose convencional) a cada 3-5 minutos – intravenoso, intraósseo, sonda orotraqeual (10 x a dose convencional diluído em 5 ml de solução fisiológica); 0,1 a 0,2mg/kg (hipertensão sistêmica) Vasopressina: em casos refratários – 0,8 UI/kg/Iv ou orotraqeual (2x a dose convencional diluído em 5 ml de solução fisiológica). É proibido a administração de fármacos pela via intracardíaca, pois há risco de romper seio coronariano ou administrar adrenalina dentro do musculo cárdico causando infarto do miocárdio. Atropina: só pode ser usado se for parada de assistolia ou DEM por excesso de estimulo vagal, pois ela promove trabalho cardíaco muito grande, estimulando de forma exacerbada a pós-carga do paciente, levando a falência do miocárdio de forma precoce. Desfibriladores: usado quando o paciente estiver fibrilando ou em taquicardia ventricular sem pulso. Elétrico: 4-6 joules/kg > massagem cárdica externa; 0,5-1,5 joules/kg > massagem cardíaca interna. Intercalar com ciclo de 2 min de RCP – 1 ciclo > 1 choque. Mecânico: Soco ou choque pré cordial (apenas 1), tem risco de quebrar a costela. Massagem cardíaca interna Massagem cardíaca externa promove 25% DC Massagem cardíaca interna promove 50% DC Usado em: raças grandes; trauma abdominal severo; trauma torácico severo; tamponamento cardíaco (efusão pericárdica); pneumotórax; parede torácica aberta Tricotomia, assepsia e uso de luvas estéreis Fazer antibioticoterapia após massagem cardíaca interna É importante ter uma tabela com doses dos diferentes fármacos utilizados em emergências, em diferentes pesos. Esse tipo de tabela facilita para ganhar tempo e não ser necessário fazer cálculo de dose naquele momento. Hipotensão – suporte avançado à vida (E) Dobutamina (inotrópico positivo): 2 a 10 mcg/kg/min – usado principalmente em pacientes cardiopatas, melhora DC e VS. Noradrenalina (vasoconstrição periférica): 0,1 – 0,5 mcg/kg/min – usado principalmente em pacientes que estão em hipotensão por vasoplegia (déficit do tônus vascular). Coloide (macromoléculas): 20 ml/kg/dia – usado quando houve perda sanguínea e ainda não foi feita a transfusão, expandindo o volume circulante. Solução hipertônica 7,5%: 4-7 ml/kg – também aumenta o volume circulante por recrutamento do interstício para dentro do vaso. Metas da terapia intensiva pós parada Quando não reanimar? Quando a parada cardíaca é de um paciente terminal e que esteja sofrendo muito.
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