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SUPERVISÃO ESCOLAR UNIASSELVI-PÓS Autoria: Dr. Antonio José Müller Indaial - 2020 2ª Edição CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Jóice Gadotti Consatti Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Marcelo Bucci Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2020 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: M958s Muller, Antonio José Supervisão escolar. / Antonio José Muller. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 135 p.; il. ISBN 978-65-5646-000-0 ISBN Digital 978-65-5646-001-7 1. Supervisão escolar. - Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 371.2013 Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................5 CAPÍTULO 1 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES .....................................................................................7 CAPÍTULO 2 O PLANEJAMENTO ESCOLAR E OS DESAFIOS DA SUPERVISÃO PARA UMA ESCOLA ATUAL E IDEAL ...................45 CAPÍTULO 3 A GESTÃO ESCOLAR E AS POSSIBILIDADES PARA UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA ..............................................................83 APRESENTAÇÃO Bem-vindo à disciplina de Supervisão Escolar. Uma das principais funções de qualquer sistema de supervisão escolar é monitorar a qualidade da educação, ou seja, de escolas e professores. Espera-se que esse monitoramento tenha um impacto positivo na qualidade da educação oferecida. Como tal, a supervisão faz parte de um sistema geral de monitoramento e melhoria da qualidade, que inclui outros dispositivos, como exames e testes de desempenho, e práticas de autoavaliação por escolas e professores. A supervisão é necessária para que os três componentes do processo educativo: 1) o aluno; 2) o professor e 3) a escola funcionem de maneira eficaz. Isso pode ser feito dando prioridade ou importância para o aluno, sendo este o objetivo final do processo, que deve ser adequadamente alimentado; é o professor e seu entusiasmo e boas práticas que poderá ajudar a traçar o destino do aluno; e para que a escola sirva de palco para as experiências de aprendizagem dos alunos, esta deve ser projetada de forma que possa proporcionar este ambiente e recursos de ensino e aprendizagem. Esses três elementos são indispensáveis na execução de uma escola porque eles estão entrelaçados. Na ausência de um elemento, o processo educativo não estará condicionado dentro de uma perspectiva ideal de sucesso. Bons estudos! CAPÍTULO 1 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Compreender o processo histórico da Supervisão Escolar no Brasil, permitindo uma refl exão sobre a sua situação anterior e sua infl uência na situação atual. Conhecer e debater os importantes conceitos, características e funções do Supervisor Escolar no Brasil atual. 8 SuPErViSÃo ESCoLAr 9 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 1 CONTEXTUALIZAÇÃO O Super-Homem (Superman) tem várias qualidades e poderes. Ele é um super-herói invulnerável, velocíssimo e de força infi nita. Uma de suas qualidades é a de possuir uma visão privilegiada, uma “super visão”. Através dessa “super visão”, ele combina variações de visão telescópica, microscópica, de calor e de transparência para executar seus atos de heroísmo e ajudar as pessoas em perigo. Supervisão signifi ca uma “super visão”, uma visão elevada de algo, uma visão amplifi cada, melhorada e privilegiada da situação. A tarefa de supervisionar tem a ver com as características do Super-Homem, não pelo aspecto de ser uma pessoa resistente e imbatível, mas sim uma pessoa que faz uso da visão para suas funções profi ssionais no auxílio às pessoas “em perigo”, sejam elas os professores, os alunos e/ou a comunidade onde a escola está inserida. Neste sentido, a supervisão escolar é humana e, por este fato, passível às fragilidades humanas. Evitar essas fragilidades é a intenção de uma boa supervisão que, por sua vez, demanda uma boa preparação e conhecimento elevado do funcionamento do sistema educacional, do relacionamento humano, da gestão democrática e da capacidade de pensar diferente para fazer a diferença. O bom supervisor deve ter essa “super visão” para executar as tarefas exigidas na sua competência, e para transformar e ousar nas mudanças que a escola, muitas vezes, exige. Não é necessário ser o Super-Homem para se ter uma visão privilegiada da situação, mas a boa preparação, o conhecimento e a liderança podem amplifi car esta qualidade, transformando o humano comum em um “Super-Visor”, capaz de fazer a diferença entre a escola comum e a escola de qualidade. Veremos neste primeiro capítulo uma breve explanação do surgimento da supervisão, o contexto histórico da supervisão escolar no Brasil e sua transferência para o ambiente escolar. A história, neste caso, torna-se imprescindível, não apenas para conhecer os fatos, mas sim para signifi car ideias e conceitos de antigamente. Para Henri-Pierre Jeudi (1995), “a história é o fruto da própria produção dos acontecimentos e assim se constrói a antecipação da continuidade”, ou seja, a história se torna muito mais interessante e importante quando articulada com os erros e acertos verdadeiros que aconteceram na tentativa de explicar a situação atual dos fatos e consequentemente da supervisão. Você verá também as defi nições dos conceitos relevantes que devemos entender para então percebermos as funções e a importância do supervisor na escola atual. Mais do que isso, discutiremos as difi culdades da profi ssão e 10 SuPErViSÃo ESCoLAr especialmente as qualidades que fazem do supervisor o grande responsável pela boa educação, tão necessária em qualquer sociedade evoluída. 2 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Iniciaremos esta parte do capítulo com um pouco de história sobre a supervisão escolar no Brasil, posteriormente, defi nições e conceitos sobre supervisão, e, ainda, a importância do supervisor e suas funções na escola atual. Vamos lá? 2.1 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO BRASIL – UMA CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA O conceito de supervisão surgiu com o fenômeno da Revolução Industrial iniciada em meados do século XVIII na Inglaterra e expandida para outras partes do mundo no início do século XIX e que tem projeções até os dias de hoje em todo o mundo. Nesta fase de desenvolvimento social, econômico e tecnológico, as indústrias transformaram a produção de maneira artesanal para a técnica, com a utilização de máquinas em maior escala. Os trabalhadores, que anteriormente trabalhavam “para si” na agricultura familiar ou em pequenas comunidades em manufaturas, voltaram seus esforços na busca de salário, trabalhando para outras pessoas que buscavam transformar a matéria-prima em produtos comerciais, atingindo, assim, os lucros do capitalismo. Dentro dessa realidade, foi preciso criar uma função para controlar as atividades produtivas exigidas pelos patrões. Vigiar, controlar e punir eram as atribuições que uma determinada pessoa exercia sobre outros durante o processo produtivo. Esta função era, portanto, a de supervisionar o trabalho dos funcionáriosem suas atividades diárias nas fábricas na busca de um objetivo comum e orientado. 11 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 Com o surgimento das complexas organizações sociais e comerciais, vieram as defi nições de poder e controle sobre a massifi cação do trabalho. Foram criados cargos de controle e de gerenciamento das atividades. Posteriormente, esses cargos também foram adotados fora das fábricas em outras atividades humanas organizadas, como os exércitos, as associações sociais e esportivas e as escolas. O controle das atividades escolares realizado por um responsável surgiu na metade do século XIX nos Estados Unidos, ainda sem a preocupação de melhorar a qualidade da gestão educacional ou preparação de professores, tendo unicamente a intenção de fi scalizar o trabalho (RANGEL, 2000). A supervisão escolar, no Brasil, surgiu com a Reforma Francisco Campos (Decreto-Lei nº 18.890, de 1931). A intenção da lei era a de implantar novas possibilidades pedagógicas e desconsiderar os aspectos de fi scalização. Com a lei de caráter da preparação cientifi ca, surgem os chamados especialistas em educação, entre eles o supervisor. O trabalho de supervisão continuou a partir da criação da Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (CADES), por meio do Decreto- Lei nº 34.638, de 14 de novembro de 1953, transformando-se em uma aliança entre Brasil e EUA, cuja fi nalidade era a melhoria da qualidade do ensino, utilizando-se para tanto o treinamento de recursos humanos (SAVANI, 1993). Saviani (1993) comenta que este programa chamado de Programa de Assistência Brasileiro-Americana ao Ensino Elementar (PABAEE) tinha por objetivo ‘treinar’ os educadores brasileiros a fi m de que estes garantissem a execução de uma proposta pedagógica voltada para a educação tecnicista, dentro dos moldes norte-americanos. O PABAEE teve a sua origem voltada à assistência e formação de professores leigos. “Tais alterações, nos seus fundamentos, geraram mudanças profundas na maneira de encarar a tarefa educativa e na compreensão da escola como local especializado para conduzir o processo educativo” (FERREIRA, 2000, p. 167). Na década de 1960, com a Lei 4.024/1961, atribui-se atenção maior ao que se referia aos técnicos em educação. A partir desta lei, foram criados setores especializados nas escolas. Seguindo esse conceito, Maldonado (2003, p. 7) comenta que “na proposta pedagógica do PABAEE, o mais importante não era o conteúdo, mas o meio, ou seja, o como ensinar, a partir do interesse da criança. As orientações do PABAEE predominaram até 1964”. Após o golpe militar de 1964, o governo realizou reformas de ensino, com o objetivo de ajustar a educação à nova situação. E 12 SuPErViSÃo ESCoLAr é neste contexto que o Conselho Nacional de Educação aprova o Parecer 252, incorporado à Resolução nº 2, de 12 de maio de 1969, que reformulou os cursos de Pedagogia, instituindo as habilitações em administração, inspeção, supervisão e orientação, e prevendo a existência da Supervisão Pedagógica para, além das quatro primeiras séries, as quatro últimas, ou seja, o, então, ginásio (MALDONADO, 2003, p. 7). Pela primeira vez na história educacional do Brasil, buscava-se a formação profi ssional para cargos da administração escolar. Santos (2006, p. 22) discute que “esta lei inseriu a formação de profi ssionais destinados a funções não docentes, isto é, profi ssionais que não atuavam em sala de aula, mas sim em cargos relativos à administração da escola”. Em 1971, a Lei nº 5.692 trouxe a necessidade de preparar pessoal específi co a exercer a função de supervisor. Para tanto, surgiram cursos superiores que formaram os primeiros Supervisores Educacionais. Nos anos 1980, contudo, as funções de controle e fi scalização do supervisor não combinavam com as novas tendências libertárias dos grupos ativos que exigiam uma nova educação. O país estava cansado de tanto controle e fi scalização promovidos pela repreensão e pela herança de anos de controle do sistema político, social, econômico e educacional através de militares. De acordo com Maldonado (2003), a exagerada valorização da qualidade através do uso da técnica, como garantia da efi ciência, foi contestada pelos movimentos de transformação que emergiram nos anos 1980, como reação à repressão generalizada, vivida durante quase vinte anos, por uma sociedade que, então, sonhava com a liberdade. A década de 1980 foi marcada pelo 'movimento crítico' da Educação que apontou os 'especialistas do ensino', mais especifi camente os supervisores, como responsáveis pelo insucesso escolar. [...] Na complexão da análise do capitalismo e seus desdobramentos, a especialidade isola, desarticula, setoriza e sectariza os serviços e as atividades escolares, desconectando-as entre si e com a problemática social (FERREIRA, 2000, p. 72). As tendências de supervisão como contexto de controle baseada em Frederick Taylor e as tendências educativas de John Dewey utilizadas até então, estavam dando passagem à educação transformadora, ou quem sabe, à crítica da própria educação nos moldes que esta estava sendo realizada. A função de supervisor foi extinta, deixando a educação ainda mais desarticulada e sem os princípios pedagógicos (técnicas de ensino e currículo) e profi ssionais (formação continuada dos professores) que o supervisor anteriormente determinava. 13 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 No fi nal dos anos 1980, início dos anos 1990, nascem alguns novos conceitos e tendências pedagógicas. A palavra de ordem era transformação e esta ideologia se dispersava nos discursos dos responsáveis pela escola. A necessidade de mudança de alguns paradigmas era necessária, para se pensar em um novo modo de fazer educação. Novas fi losofi as educacionais foram adaptadas pelas instituições de ensino baseadas na formação para a cidadania. As escolas então buscavam referências em Freinet, Piaget, Vygotsky, Giroux, Foucault, Gardner, entre outros, e especialmente, Paulo Freire, para contextualizar suas práticas educativas em uma escola que estava em ebulição. A escola, nesse momento, é vista como lugar dinâmico, ativo, no qual os processos de ensinar e aprender são processos dialéticos e que dependem de todos os membros da comunidade escolar, instituindo, assim, que o professor, os alunos e, consequentemente, a supervisão escolar têm papel relevante para essa mudança (MEDINA, 2002). Na década de 1990 ressurge o debate sobre o valor da supervisão, apontada como um dos instrumentos necessários aos processos de mudança nas escolas, que, por sua vez, repetia as mudanças sociais e políticas do país. Contudo, a educação, como aparelho de um sistema político, ainda enxergava na fi gura do supervisor, um mero intermediário na implantação de novas propostas curriculares amplamente divulgadas pelos órgãos ofi ciais (FERREIRA, 2000). Essa articulação era a principal realização do supervisor e somente nos anos 1990, essencialmente após a LDB, que a importância do cargo de supervisor foi colocada novamente em evidência e onde se começava a dissimular a ideia da gestão democrática nas escolas. O incentivo à participação dos profi ssionais na elaboração do projeto de ensino muda a confi guração das relações de trabalho na escola baseada, até então, na concentração do poder e na centralização das decisões. A descentralização, dentro das escolas públicas, interfere diretamente na coordenação das ações e no planejamento (MALDONADO, 2003, p. 13). Com isso, a combinação de tarefas estava fi nalmente determinada com a gestão democrática e a interação dos trabalhos com objetivos concretos e dirigidos. O conceito de gestão democrática trouxe a possibilidade da participação dos profi ssionais da educaçãopela condução das tarefas em busca de uma educação de qualidade, mas mesmo nos dias atuais, o desafi o está em “como” e “por que” trabalhar este ou aquele assunto ou programa, respeitando o currículo engessado pelo sistema nacional ou, ainda, como preparar as próximas gerações para 14 SuPErViSÃo ESCoLAr serem cidadãos atuantes e críticos, uma vez que a sociedade ainda exige uma educação preparatória ao trabalho ou apenas na preparação para entrarem nas universidades, leia-se preparação ao vestibular. A história mostra isso e na própria história se busca soluções aos problemas atuais. A história, portanto, mostra incoerências e indefi nições que interferem na ação supervisora dentro da escola, sobretudo na relação da supervisão com o professor. Da mesma forma que a supervisão, a atual organização do trabalho escolar, também mostra características semelhantes àquelas que caracterizaram a escola dos anos 1980. Apesar da existência dos Projetos Políticos-Pedagógicos, os modelos organizacionais administrativos e pedagógicos atuais ainda têm se apoiado no material didático e em estratégias, que chegam às mãos dos professores, prontos para serem executados, desconsiderando-se as diferenças regionais, locais e específi cas de cada escola. Uma equipe pensa e outra executa, mantendo-se, desta forma, a fragmentação do processo educacional. Em dezembro de 2017, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) foi homologada pelo Ministério da Educação, correspondente às etapas da Educação Infantil e Ensino Fundamental, e em dezembro de 2018, foi a vez da homologação da BNCC do Ensino Médio. A BNCC não descreve as funções do supervisor na escola, mas direciona aos gestores o desenvolvimento da educação a partir da discussão do currículo. Nessa discussão, o papel do supervisor e de toda direção da escola deve ser exímio para garantir a evolução dos alunos que se pretende servir. A gestão da escola tem a oportunidade de rever o currículo e adequá-lo às necessidades dos alunos de acordo com as suas características e interesses locais. Uma das possibilidades em que a BNCC pode fazer a diferença na escola é na construção do Projeto Político-Pedagógico (PPP). No momento de discussão do PPP, a direção se torna parceira da comunidade, pois o documento pode e deve ser construído com a participação não apenas da direção e professores, mas também de toda a comunidade escolar, em especial os alunos e os pais destes alunos. Para Souza (2016), esta é uma ótima ocasião para favorecer o protagonismo dos educadores na tomada de decisão sobre qual cidadão queremos formar. O conhecimento dos profi ssionais de ensino poderá nortear a análise dos documentos ofi ciais, pois o saber construído por eles no diálogo cotidiano é precioso e único dessa experiência. Agregar pais e o conselho escolar também é necessário e fundamental para que eles possam saber mais sobre como a escola pretende melhorar a qualidade de ensino e de aprendizagem dos alunos. Da mesma forma, a BNCC traz as sugestões para o desenvolvimento das competências dos alunos nas três etapas do ensino básico (Infantil, Fundamental 15 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 e Médio) e inclui unidades temáticas, objetos de conhecimentos, objetivos de aprendizagem e habilidades especifi cas, para as áreas de conhecimento e para cada ano escolar. Contudo, o documento será inoperante caso os professores o utilizarem de forma limitadora, buscando apenas repetir os conteúdos sugeridos e não levarem em conta a realidade dos alunos. O currículo deve considerar a realidade da escola e de sua comunidade, os saberes específi cos da região, mas também o acesso a conteúdos essenciais para o desenvolvimento educacional dos alunos, em qualquer lugar do território nacional. Para isso, estar atento ao andamento da Base Nacional faz toda a diferença (SOUZA, 2016). Estas questões são intrigantes e de difícil resposta. No entanto, as respostas para estas questões estão na cooperação de trabalhos entre os responsáveis pela educação na escola. Essa articulação pretende proporcionar a educação de forma construtiva e ao mesmo tempo transformadora, que se considera a ideal. Para se chegar a este nível, a educação necessitava, e ainda necessita, de articulação entre os professores e alunos, entre os professores e a direção, ou entre a comunidade e a escola. FERREIRA, N. S. C. Supervisão educacional: uma refl exão crítica. Petrópolis: Vozes, 2007. 1 Faça uma pequena comparação entre as tendências de supervisão como contexto de controle baseada em Frederick Taylor e as tendências educativas de John Dewey. R.: ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ________________________. 16 SuPErViSÃo ESCoLAr 2.2 O QUE É SUPERVISÃO ESCOLAR? CONCEITOS E DEFINIÇÕES A palavra supervisão é derivada do latim supervideo, que signifi ca visão superior, uma visão de cima para baixo; é uma visão de controle e de vistoria. Em termos de supervisão de pessoas, para Harries (1987), “a supervisão é o processo pelo qual um trabalhador recebe a função da instituição de trabalhar com outro funcionário ou funcionários com o propósito de atingir certos objetivos organizacionais, profi ssionais ou pessoais que, juntos, promovem os melhores resultados para os usuários do serviço”. Muitas pessoas confundem administração e supervisão escolar. Ambas fazem parte da gestão escolar, contudo, devem ter características totalmente diferentes no próprio processo de gestão adequada. Devemos entender que as funções e as atuações são diferentes na escola. Enquanto a administração trata de questões fi nanceiras e de comando da escola, a supervisão trata de questões pedagógicas. A nomenclatura e as responsabilidades do trabalho também podem diferir de estado, município ou de cada escola. Em alguns lugares, a administração e a supervisão da escola podem ser dois cargos diferentes. Em outros lugares, a administração e a supervisão da escola são duas funções do mesmo cargo e, geralmente, estão no domínio de diretores e vice-diretores. Assim, a defi nição de administração e supervisão educacional geralmente depende de cada local. Geralmente, a administração escolar envolve tarefas que envolvem o negócio de manter uma escola funcionando, enquanto a supervisão escolar envolve a gestão de professores e alunos nos aspectos acadêmicos. 2.2.1 O que é administração educacional? A administração educacional abrange uma variedade de cargos, incluindo diretores, vice-diretores, superintendentes, chefes de departamento, administradores de programas e os cargos de outros funcionários da escola e das secretarias de educação, em posições de liderança. A única coisa que todos esses trabalhos têm em comum é que eles são cargos de gerência. Sem este trabalho de bastidores no lado organizacional da educação, as escolas não poderiam funcionar. 17 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 2.2.2 Quais são os deveres de um administrador da escola? Os administradores das escolas geralmente se concentram nas coisas que dão respaldo e que mantêm a escola funcionando. Uma das principais tarefas de um administrador de escola é defi nir o orçamento de uma escola. É seu trabalho contabilizar os recursos, seja ele privado, municipal, estadual ou federal. Ele também decide como gastar esses recursos. Outro dever da administração da escola é gerenciar os professores e funcionários e ajudar na deliberação sobre o currículo. A administração em nível escolar ajuda a garantir que o currículo seja implementado corretamente na escola, em seus aspectos legais. Alguns administradores tambémajudam na elaboração dos regimentos disciplinares, avaliativos e didáticos. Os administradores ajudam os professores, fornecendo a eles as ferramentas necessárias para ter sucesso nas salas de aula. Os administradores também implementam ações disciplinares quando as situações com os alunos vão além das capacidades de um professor na sala de aula (RENNER, 2019). 2.2.3 O que é supervisão escolar? Em muitos lugares, as defi nições de administração e supervisão educacional são as mesmas. Algumas escolas e secretarias simplesmente usam administração e supervisão de maneira equivalente. No entanto, pode haver algumas diferenças. Como já vimos, supervisionar alguém signifi ca vigiá-lo e direcionar suas ações. A supervisão de qualquer escola normalmente se refere à melhoria da situação total de ensino-aprendizagem e das condições que as afetam. É um projeto de funções socializadas para melhorar a instrução, trabalhando com os profi ssionais que trabalham com os alunos. Para Aggarwal e Sachdeva (2007), a supervisão também pode ser defi nida em termos de funções e propósitos para os quais deve ser usado como: a) habilidades de liderança; b) habilidades em recursos humanos; c) habilidade no processo do grupo; d) habilidade na administração de pessoal; e) habilidade na avaliação. 18 SuPErViSÃo ESCoLAr 2.2.4 Quais são os deveres de um supervisor escolar? Embora as defi nições de administração e supervisão educacional sejam frequentemente equivalentes, às vezes seus deveres não são os mesmos. Além dos deveres de um administrador da escola, os supervisores da escola podem trabalhar diretamente com os funcionários da escola para ajudá-los a fazer melhor seu trabalho. A menos que indicado de outra forma em uma descrição do trabalho, a supervisão geralmente implica interação pessoal direta com as pessoas que estão sendo gerenciadas, na maioria das vezes professores. 2.2.5 Qual é a diferença entre administração e supervisão? A diferença entre os cargos de administração e supervisão se resume às defi nições estabelecidas pelas escolas, secretarias municipais e estaduais. Para alguns, há muita sobreposição. Para outros, administração e supervisão são dois empregos diferentes, e para outras instituições, administração e supervisão são sinônimas (RENNER, 2019). Os administradores e os supervisores das escolas estão lá para facilitar o trabalho dos professores. Eles se concentram nos detalhes para que os professores possam trabalhar com qualidade. 1 Sobre as características de função entre o Administrador e o Supervisor na escola, preencha o quadro relacionando as principais diferenças entre as funções: Comparação Administrador Supervisor O que representa? O que faz na organização? Qual é a sua função? 19 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 2.2.6 Tipos de Supervisão Escolar • Tipo “Laissez-faire”: essa expressão, em francês, signifi ca “deixar fazer, livremente”. Esse tipo de supervisão utiliza métodos de supervisão inspecional sem auxílio de nenhum controle objetivo, no qual os professores são observados, mas é feita uma anotação para ajudá-los a melhorar o trabalho que estão realizando. Em outras palavras, “os professores são deixados livres”, não devem ser impostos ou dirigidos. • Tipo coercitivo ou autoritário: esse tipo de supervisão é o oposto do laissez-faire. O supervisor visita os professores para observá-los. Os professores usam procedimentos ou normas e regras prontas, prescritas pelos supervisores. Nesse tipo de supervisão autocrática, a ação autoritária do supervisor é priorizada. É ele que determina ordens, sugestões e direções para o processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, o supervisor se impõe pela autoridade e intimidação, ao invés de desenvolver um espírito de participação e democracia com o professor. Esse tipo de supervisão limita as possibilidades de desenvolvimento da instituição escolar como um todo. • Tipo treinando e orientando: esse tipo de supervisão enfatiza as melhorias dos professores, bem como suas técnicas de direção, treinamento e orientação. Procura evolução dos professores e colaboradores através da formação continuada, global ou específi ca. • Tipo liderança democrática: consiste na cooperação do professor na formulação de políticas, planos e procedimentos. O supervisor observa o professor dentro da sala de aula com o objetivo de melhorar a situação de ensino-aprendizagem por meio de processo de cooperação ou ação em grupo. Os professores, supervisores e administradores são considerados colegas de trabalho em uma tarefa comum (AGGARWAL; SACHDEVA, 2007). 1 Baseado nos tipos de supervisão que você viu, descreva qual(is) o tipo(s) adequado(s) de supervisão para as nossas escolas: R.: ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ________________________. 20 SuPErViSÃo ESCoLAr Na escola, esta defi nição é limitada e explicativa e gera outros argumentos relacionados às características específi cas da supervisão para a escola. No caso da supervisão voltada à escola, os conceitos de vistoria ou fi scalização, que apesar de historicamente apresentarem estas características, não são mais cabíveis na supervisão moderna. Nos conceitos atuais, o supervisor deve sim orientar, coordenar e ajudar a equipe que comanda (ANDRADE, 1976). Podemos dizer sim que o supervisor faz uso da “visão superior”, como um modo avaliativo, perceptivo ou de acompanhamento. Contudo, esta observação deve ter a condição de tirocínio e que gere outra ação criadora ou modifi cadora de algo que deve ser revisto ou desenvolvido. Tirocínio: aprendizado, experiência, prática adquirida no exercício de uma atividade ou necessária ao exercício de uma profi ssão, capacidade de discernimento. Para Gozum et al. (2017), a supervisão escolar tem características que dão ênfase ou foco em dimensões específi cas: • Ênfase na Administração: supervisão é o que o pessoal da escola faz com adultos (professores, funcionários e pais) e outras coisas para manter ou alterar o funcionamento da escola, a fi m de infl uenciar diretamente a consecução dos principais objetivos da educação. • Ênfase no currículo: a supervisão geral denota atividades como a redação e revisão do currículo, a preparação de unidades e materiais de instrução, o desenvolvimento de processos e instrumentos para relatar aos pais e preocupações tão amplas como a avaliação do programa de educação total. • Ênfase na Instrução: a supervisão da instrução é direcionada para manter e melhorar o processo de ensino-aprendizagem da escola. • Ênfase em Relações Humanas: presume-se que o comportamento de supervisão instrucional seja um sistema de comportamento adicional formalmente fornecido pela organização com o objetivo de interagir com o sistema de comportamento de ensino de maneira a manter, mudar e melhorar o fornecimento e a atualização de oportunidades de aprendizagem para os alunos. 21 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 • Ênfase na Liderança: a supervisão é ensinar aos professores como ensinar e a liderança profi ssional a reformular a educação pública, mais especifi camente, seu currículo, seu ensino e suas formas. • Ênfase na Avaliação: os supervisores são envolvidos regularmente na avaliação por meio da avaliação de programas, processos e pessoas. Como se percebe, supervisão tem defi nições variadas e, consequentemente, as interpretações acerca do desenvolvimento de uma ação criadora e modifi cadora também se traduz em algo variável e de difícil mensuração, o que pode causar confusões e limitações. O maior desafi o, contudo, está no fato dos envolvidosno processo educacional, inclusive o próprio supervisor, não saberem exatamente as suas funções na escola. O propósito deste trabalho é o de contribuir na busca destas respostas, pois para se fazer uma atividade bem-feita, precisamos estar cientes das funções de cada componente no organograma da escola, desde o operacional até a diretoria. É preciso defi nir a função exata antes, durante e depois dela. Esses critérios também são emprestados da hierarquia empresarial. Basicamente, o supervisor tem as funções de: • Acompanhar o processo de ensino e aprendizagem. • Orientar professores. • Diagnosticar a condição social e educacional dos alunos. • Dinamizar a construção e acompanhamento do projeto pedagógico da escola. • Coordenar projetos educativos na escola. • Encaminhar alunos com difi culdades a fi m de obter laudos e relatórios que auxiliem na identifi cação das causas da difi culdade de aprendizagem. • Elaborar os planos de intervenção. • Elaborar a construção do planejamento estratégico. • Aproximar a família da escola. Se os conceitos de supervisão têm diversos entendimentos, supervisão escolar gera ainda mais discussão. A difi culdade de defi nição de supervisão em relação à educação também se origina, em grande parte, de resolver problemas teóricos sobre o ensino. Simplesmente, não temos conhecimento sufi ciente do processo de ensino. Nossas teorias de aprendizagem são inadequadas, os critérios para medir a efi cácia do ensino são imprecisas, e existe um profundo desacordo sobre o conhecimento, isto é, qual o currículo é mais valioso para ensinar. Quando conseguirmos maior compreensão do que e como ensinar, e quais os resultados especiais aos alunos, teremos então uma defi nição menos vaga sobre a supervisão na educação (MOSHER; PURPEL, 1972, p. 3). 22 SuPErViSÃo ESCoLAr Supervisão escolar ainda pode ser defi nida como um serviço prestado à instituição de ensino, mais precisamente aos professores, com o objetivo de melhorar a instrução, tendo o aluno como o benefi ciário fi nal. O supervisor é uma pessoa treinada para auxiliar outros funcionários na boa prestação de serviço de acordo com um modelo conceitual. Ele ou ela deve ser um idealista na constante busca da compreensão do sentido da Educação e sua importância na vida moderna. Entre essas defi nições, uma que se pode considerar como realista e bastante fundamentada é que: A supervisão implica numa visão de qualidade, inteligente, responsável, livre, experiencial, acolhedora, empática, serena e envolvente de quem vê o que se passou antes, o que se passa durante e o que se passará depois, ou seja, de quem entra no processo para compreendê-lo por fora e por dentro, para atravessá-lo com o seu olhar e ver para além dele numa visão prospectiva baseada num pensamento estratégico (ALARCÃO; TAVARES, 2003, p. 45). A escola atual necessita de um supervisor que não só atenda às exigências do Sistema Nacional de Ensino, mas especialmente que preste suas habilidades no planejamento, no desenvolvimento e na avaliação escolar, além de promover o melhor desempenho docente. Essas habilidades podem ser amplifi cadas com a inclusão da importância da função de aplicação e organização de tarefas. O supervisor visualiza o problema, visualiza o atendimento, visualiza a formação docente, mas essencialmente pensa e age na busca interminável, incansável e até estressante de uma educação de alto nível. Na função supervisora, o bom profi ssional deve ser o apoio dos outros profi ssionais da educação no objetivo maior de construir e aprimorar o cotidiano do trabalho escolar. Por mais estressante que seja, a busca da qualidade deve ser o parâmetro para o bom funcionamento da escola e o aprimoramento das atividades oferecidas, pois, de acordo com Przybylski (1991), “a boa supervisão tem a intenção de liberar as energias das pessoas buscando a criatividade na solução de problemas comuns e individuais”. Por outro lado, a supervisão apropriada tem produzido bons efeitos quando bem aplicada, refl etindo no resultado positivo pela qual a escola existe e se propõem, ou seja, o desenvolvimento social e acadêmico do aprendiz. Indicamos a leitura do artigo “A identidade do supervisor pedagógico: um processo em construção”. Disponível em: https://www.anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/ trabalhosCompletos/comunicacoesRelatos/0066.pdf. 23 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 2.3 A IMPORTÂNCIA E AS CARACTERÍSTICAS DO SUPERVISOR ESCOLAR A importância da supervisão se confunde e se completa na própria importância da educação. A boa educação deve ser algo que acontece pela elaboração e execução dos projetos, assim como a educação efi ciente e efi caz acontece pela motivação e competência dos envolvidos. Educação abrange outros aspectos tão importantes quanto a própria didática ou a preparação dos professores. A Educação é algo difícil de mensurar, complicada de aplicar e extremamente difícil de estabilizar. Uma vez que se descobre a verdadeira Educação, percebe-se suas difi culdades, seus benefícios e seus infi nitos caminhos. Apesar disso, é incontestável que as pessoas buscam o desenvolvimento humano com o desafi o de aprender e assim serem conhecedores de si e do mundo que os cerca. A Pedagogia foi e é estudada há séculos. Grandes fi lósofos e educadores já expuseram suas defi nições sobre o assunto e atualmente fazemos uso destas teorias numa combinação de ideias anteriores para uma prática dentro da realidade local (cultural e social) e que seja ao mesmo tempo útil, interessante e transformadora ao aluno. Como vemos, apesar de ideias geniais, práticas superinteressantes e utilização da tecnologia e investimentos cada vez maiores, ainda não conseguimos aplicar uma educação de qualidade para todos e em todos os níveis, mas o que signifi ca qualidade na educação? Como se percebe qualidade? Qualidade é um conceito subjetivo e difícil de mensurar em Educação. Existem hoje no Brasil e fora, conceitos que medem através de testes, o índice de conhecimento dos alunos. Testes nacionais como o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) ou internacionais com o PISA (Programme for International Student Assessment ou Programa Internacional de Avaliação do Estudante, que mede a efi ciência escolar em 65 países) avaliam e comparam estudantes entre si, porém, a educação é muito maior do que isso e o conhecimento não é limitado à linguagem ou à lógica, que normalmente são medidos pelos testes citados. Precisamos sim ter parâmetros mais verdadeiros. Com o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), lançado em 2007, tivemos algum avanço, sobretudo quando o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) foi introduzido. O PDE compôs um conjunto de medidas e projetos fortemente ancorados na ideia de que devemos ter parâmetros, medir, contar, quantifi car (GADOTTI, 2009). 24 SuPErViSÃo ESCoLAr O conceito de qualidade da educação é “polissêmico”: do ponto de vista social, a educação é de qualidade “quando contribui para a equidade; do ponto de vista econômico, a qualidade refere-se à efi ciência no uso dos recursos destinados à educação” (DOURADO, 2007, p. 12). Com base nas defi nições anteriormente apresentadas, é possível entender algumas das características que deliberam as competências do supervisor. Alarcão e Tavares (2003) apresentam as características essenciais ao supervisor para exercer as suas funções: a) sensibilidade para se aperceber dos problemas e das suas causas; b) capacidade para analisar, dissecar e contextualizar os problemas e hierarquizar as causas que lhes deram origem; c) capacidade para estabelecer uma comunicação efi caz a fi m de perceber as opiniões e os sentimentos dos professores e exprimir as suas próprias opiniões e sentimentos; d) competência em desenvolvimento curricular e em teoria e prática de ensino; e) skill(habilidades) de relacionamento interpessoal; f) responsabilidade social assente em noções bem claras sobre os fi ns da educação. Essas características podem ser utilizadas na função do supervisor escolar, pois não se distinguem, pelo contrário, confi rmam as funções de uma boa supervisão. Vieira (1993 apud OLIVEIRA, 2008, p. 19, grifos nossos) cita cinco funções fundamentais à atuação do bom supervisor: Informar. O supervisor deve ser uma pessoa informada e ter sempre presente a importância de partilhar informação relevante e atualizada aos professores e alunos, enriquecendo o processo de ensino-aprendizagem. Questionar. O supervisor deve problematizar o saber e a experiência adquiridos, através de interrogações que questionem a realidade observada, tentando encorajar o professor a uma postura de refl exão, como pessoa que questiona a sua prática profi ssional, procurando soluções alternativas. Sugerir. Com base nas funções anteriores, o supervisor pode partir para a sugestão de ideias, práticas e soluções, tendo sempre em consideração o poder de decisão do formando e visando sua responsabilização por atividades, projetos, dinâmicas, avaliações etc. Encorajar. O supervisor deve investir num relacionamento interpessoal baseado em sugestões que motivem o professor a evoluir e a melhorar as suas práticas educativas, sendo fundamental a afetividade em todo este processo de crescimento não só profi ssional, mas também pessoal e social. Avaliar. Tendo em conta a importância da avaliação de caráter formativo e não apenas de classifi cação, avaliar a prática 25 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 pedagógica do professor deve ser um fator de abertura e clarifi cação de um fator essencial e imprescindível ao processo de formação profi ssional. A importância do supervisor não está na defi nição de conceitos ou teorias e sim na capacidade individual de bem aplicar as suas funções. A supervisão educacional gera interpretações variadas dos acontecimentos que devem trazer à tona a realidade escolar e os paradigmas da solução pertinente. Segundo Paulo Freire (1994, p. 161), “transformar ciência em conhecimento usado apresenta implicações epistemológicas porque permite meios mais ricos de pensar sobre o conhecimento”. Esta interpretação epistemológica deve gerar uma práxis construtiva em busca de uma escola efi ciente. A educação moderna propõe, com sabedoria, que a qualidade educacional passe pela associação entre a gestão democrática e avaliação, com a participação da sociedade. Mais ainda, a reinvenção da educação passa obrigatoriamente pela organização do trabalho pedagógico. A organização das atividades, da prática educativa, da avaliação constante e justa, além da motivação dos envolvidos no árduo trabalho exigido para quem acredita na educação. 1 Sobre as cinco funções fundamentais do supervisor escolar, faça uma análise destas funções, dentro da sua perspectiva pessoal: Informar: R._____________________________________________________ ____________________________________________________ ________________________________________________. Encorajar: R.:____________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________. Questionar: R.:____________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________. Sugerir: 26 SuPErViSÃo ESCoLAr R.:____________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________. Avaliar: R.:____________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________. 2.4 FUNÇÕES DO SUPERVISOR ESCOLAR Seguindo com o princípio proposto neste estudo de buscar melhor defi nição para então melhor compreender as funções da supervisão escolar, é importante revermos o que diz a legislação atual e direta sobre a formação e a função do supervisor. Pretende-se também exemplifi car as funções da supervisão fazendo uso de autores que resumem as características fundamentais destes tipos que se tornam úteis neste estudo e que veremos a seguir. O supervisor escolar tem todo o seu trabalho baseado na organização, seja ela para resolver problemas, para o bom andamento das atividades e serviços pedagógicos, ou para a construção de novas possibilidades. A organização está apoiada nos conceitos de planejamento que devem aumentar a importância (empower) das pessoas e que os envolvidos tenham infl uência nas decisões, importância no sistema e que o objetivo se transforme em algo geral e não pessoal ou limitado. Empower - aumentar a importância, dar maior poder. Supervisores executam uma grande variedade de tarefas, que podem ou não incluir funções administrativas. O supervisor deve ser cumpridor das funções de coordenador, consultor, líder do grupo e avaliador dentro dos domínios do desenvolvimento instrucional, curricular e pessoal. O supervisor deve possuir 27 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 características pessoais que irão permitir-lhe trabalhar de forma harmoniosa com as pessoas e os conhecimentos e habilidades sufi cientes para executar todas as funções de forma efi caz. Liderança e habilidades de comunicação interpessoal parecem ser especialmente importantes para a supervisão de sucesso. Os supervisores devem possuir uma mistura sensata de técnicas, gerenciais e habilidades de relações humanas. Oliveira (2008) quantifi ca e qualifi ca muito bem as funções do supervisor levando e consideração toda a pluralidade da supervisão em face de questões como: (1) relação entre teoria e prática; (2) formação e investigação; (3) noção de conhecimento (como saber construído e transmissível ou construção pessoal de saberes); (4) papéis do supervisor e do professor; (5) noções de educação e de formação de professores e (6) assunção da escola como centro de formação. É óbvio que os vários cenários apresentados não se excluem mutuamente; pelo contrário, interpenetram-se. Cada um lança olhares diferentes, histórica e culturalmente contextualizados, sobre o mesmo fenômeno: a supervisão como processo intrapessoal e interpessoal de formação profi ssional que visa à melhoria da educação nas escolas (ALARCÃO; TAVARES, 2003, p. 41). A legislação vigente, que apesar de limitadora, procura colocar o cargo de supervisor como algo imprescindível para o Sistema Nacional de Educação e defi ne a função profi ssional e suas atribuições. A legislação atual que rege sobre a supervisão escolar é a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394, de dezembro de 1996) e o PLC nº 132, de 2005 (Projeto de Lei da Câmara), que foi derivado da Lei 132/1978. Ambos descrevem os processos de formação e atividades da supervisão escolar. A LDB, em seu Artigo 64, determina na íntegra que: A formação de profi ssionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional (BRASIL, 1996, s.p.). Como se pode perceber, a legislação descreve a formação do supervisor para que possa atuar na função. Determina, portanto, os pré-requisitos que este tenha graduação em pedagogia, ou que após alguma graduação, o profi ssional tenha uma pós-graduação no mínimo em nível de especialização (lato-sensu) na área específi ca. 28 SuPErViSÃo ESCoLAr Por sua vez, a LDB não determina as atividades e obrigatoriedades dos cargos administrativos daescola, o que causou, e ainda causa, alguma difi culdade nas especifi cidades de cada profi ssional. Não raro se percebe o diretor exercendo atividades que seriam de competência do supervisor ou o supervisor executado atribuições que seriam específi cas do professor. Para dissipar estas dúvidas, um Projeto de Lei foi elaborado em 2005 com base na Lei nº 132, de 1978, e na própria LDB. As atribuições do Supervisor Educacional estão descritas no PLC (Projeto de Lei da Câmara) 132/2005 e na Lei nº 132/1978, descritas a seguir. ART. 4 º DA PCL 132/2005 SÃO ATRIBUIÇÕES DO SUPERVISOR EDUCACIONAL: PLC 132/2005, em seu artigo 4º, descreve as atribuições do Supervisor Educacional: I – Coordenar o processo de construção coletiva e execução da Proposta Pedagógica, dos Planos de Estudo e dos Regimentos Escolares. II – Investigar, diagnosticar, planejar, implementar e avaliar o currículo em integração com outros profi ssionais da Educação e integrantes da Comunidade. III – Supervisionar o cumprimento dos dias letivos e horas/aula estabelecidos legalmente. IV – Velar o cumprimento do plano de trabalho dos docentes nos estabelecimentos de ensino. V – Assegurar processo de avaliação da aprendizagem escolar e a recuperação dos alunos com menor rendimento, em colaboração com todos os segmentos da Comunidade Escolar, objetivando a defi nição de prioridades e a melhoria da qualidade de ensino. VI – Promover atividades de estudo e pesquisa na área educacional, estimulando o espírito de investigação e a criatividade dos profi ssionais da educação. VII – Emitir parecer concernente à Supervisão Educacional. VIII – Acompanhar estágios no campo de Supervisão Educacional. IX – Planejar e coordenar atividades de atualização no campo educacional. X – Propiciar condições para a formação permanente dos educadores em serviço. 29 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 XI – Promover ações que objetivem a articulação dos educadores com as famílias e a comunidade, criando processos de integração com a escola. XII – Assessorar os sistemas educacionais e instituições públicas e privadas nos aspectos concernentes à ação pedagógica. Por outro lado, a Lei 132/1978, determina que os deveres do supervisor são: • Assessorar os sujeitos hierárquicos em assuntos da área da supervisão escolar. • Participar do planejamento global da escola. • Coordenar o planejamento do ensino e o planejamento do currículo. • Orientar a utilização de mecanismos e instrumentos tecnológicos em função do estágio de desenvolvimento do aluno, dos graus de ensino e das exigências do Sistema Estadual de Ensino do qual atua. • Avaliar o grau de produtividade atingido à nível de Escola e à nível de atividades pedagógicas. • Assessorar aos outros serviços técnicos da escola, visando manter coesões na forma de se permitir os objetos propostos pelo sistema Escolar. • Manter-se constantemente atualizado com vistas a garantir padrõesde efi ciência e efi cácia no desenvolvimento do processo, de melhoria curricular em funções das atividades que desempenha. Exemplos de atribuições do supervisor: • Traçar as diretrizes e metas prioritárias e serem ativadas no Processo de Ensino, considerando a realidade educacional de sistema, face aos recursos disponíveis e de acordo com as metas que direcionam a ação educacional. • Participar do planejamento global da escola, identifi cando e aplicando os princípios de supervisão na Unidade Escolar, tendo em vista garantir o direcionamento do Sistema Escolar. • Coordenar o planejamento de ensino, buscando formas de assegurar a participação atuante e coesiva da ação docente na consecução dos objetivos propostos pela Escola. • Realizar e coordenar pesquisas, visando dar um cunho cientifi co à ação educativa promovida pela Instituição. • Planejar as atividades do serviço de Coordenação Pedagógica, em função das necessidades a suprir e das possibilidades a explorar, tanto dos docentes e alunos como da comunidade. 30 SuPErViSÃo ESCoLAr • Propor sistemáticas do fazer pedagógico condizente com as condições do ambiente e em consonância com as diretrizes curriculares. • Coordenar e dinamizar mecanismos que visam instrumentalização aos professores quanto ao seu fazer docente”. FONTE: ASSERS. Atribuições do supervisor educacional. 1972. Disponível em: http://www.assers.org.br/em-foco/legislacao/ atribuicoes-do-supervisor-educacional. Acesso em: 3 jan. 2020. Apesar de as tarefas estarem determinadas em lei ou projeto, a difi culdade de supervisão não é de caráter teórico e sim na prática diária. Os principais erros de supervisão estão na interpretação da lei e das funções que estão descritas. Um erro de interpretação causa um erro de função, que, por sua vez, pode causar um erro de execução, aumentando, assim, a amplitude do erro e a frustração acadêmica. Alguns supervisores sentem difi culdades com a falta de clareza do que constitui o trabalho pedagógico e suas atribuições na função, o que acaba levando-o a repetir modelos sem uma visão crítica de sua realidade histórica e social. Repetir modelos molda o sujeito, é preciso então recriar-se, reinventar-se na função e em todo o processo da educação. Neste contexto, é essencial ao supervisor estar sempre buscando a atualização com um entendimento crítico e assim traçar novos caminhos para uma educação transformadora. Outro detalhe difícil se refere ao nosso país, que possui diferentes características e culturas. Essas diferenças determinam o sucesso ou o fracasso escolar quando se percebe que os profi ssionais, responsáveis pelo resultado, não estão engajados no sucesso, ou não possuem formação adequada, ou estão desestimulados com o trabalho desgastante e pouco valorizado da Educação Brasileira. O bom supervisor deve ter claro que suas responsabilidades e atividades devem atingir resultados positivos. O quadro a seguir descreve alguns objetivos e como atingi-los. 31 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 QUADRO 1 – O BOM SUPERVISOR OBJETIVOS ATIVIDADES • Melhoria do ato educativo. • Planejamento e execução da proposta pedagógica. • Aperfeiçoamento de professores em serviço. • Gestão democrática. • Seleção de prioridades e organização do trabalho. • Melhoria da qualidade didática e curricular. • Avaliação dos professores. • Tornar claro a todos os propósitos das tarefas a serem realizadas. • Providenciar os recursos materiais ou fi nanceiros necessários. • Motivar os esforços de todos. • Dar importância a todos os componentes da comunidade escolar. • Controlar as atividades propostas. • Tornar o serviço o mais efi ciente possível. • Avaliar constantemente para que se percebam as difi culdades e acertos. FONTE: Adaptado de Przybylski (1991) As funções do supervisor são variadas e marcantes. Elas podem ser divididas em três partes: Técnica, Administrativa e Social. FIGURA 1 – FUNÇÕES DO SUPERVISOR ESCOLAR FONTE: O autor 1. Funções Técnicas: a. Investigar a realidade da escola e da comunidade e, a partir disso, planejar cooperativamente o trabalho de supervisão que se pretende realizar. b. Orientar e coordenar as atividades de ensino e aprendizagem, material didático e os processos de avaliação realizados pelos professores. c. Formação continuada dos professores. d. Atividades de divulgação e de reuniões/relatórios. 2. Funções Administrativas: a. Organização da escola, das aulas e dos trabalhos auxiliares. b. Organização do ano letivo e do calendário de atividades. 32 SuPErViSÃo ESCoLAr c. Material didático. d. Arquivos e documentação. e. Dados estatísticos de docentes e discentes. f. Coordenação dos espaços e da distribuição física. g. Gestão democrática. 3. Funções Sociais: a. Boas relações humanas entre todos os envolvidos na comunidade. b. Promoverprojetos sociais e comunitários. c. Criação de centros e associações. d. Construção da cidadania a todos os envolvidos no processo. Não existe receita pronta para uma boa supervisão. Existem estudos e experiência que podemos discutir e considerar como válidas em nosso propósito. Um dos estudos interessantes quanto às profi ciências do supervisor foi realizado por Edward Pajak, nos Estados Unidos, em 1989. Pajak fez um grande estudo bibliográfi co sobre a escola e a função do supervisor. Ele também entrevistou vários supervisores em diferentes realidades. Após este estudo, ele concluiu que as funções da profi ssão de supervisor estão voltadas a 12 princípios essenciais com relevante conhecimento, atitudes e habilidades em cada princípio: • Relações com a comunidade: estabelecer e manter relações abertas e produtivas entre a escola e sua comunidade. • Desenvolvimento de pessoal: auxiliar no desenvolvimento facilitando oportunidades signifi cativas de crescimento profi ssional. • Planejamento e mudança: introduzir e executar estratégias desenvolvidas de forma colaborativa para a melhoria contínua. • Comunicação: comunicação clara e aberta entre os indivíduos e grupos, através da organização. • Currículo: coordenação e integração do processo de desenvolvimento e implementação do currículo. • Programa Pedagógico: apoiar e coordenar os esforços para melhorar o programa de instrução. • Atender aos professores: fornecimento de materiais, recursos e assistência para apoiar o ensino e aprendizagem. • Observação e comentários: proporcionar aos professores a conferência baseada na observação de sala de aula. • Resolução de problemas e tomada de decisão: utilizando uma variedade de estratégias para esclarecer e analisar problemas e tomar a melhor decisão. • Pesquisa e avaliação do programa: incentivo de cunho científi co e experimentação e avaliação dos resultados. • Motivar e organizar: ajudar as pessoas a desenvolver uma visão 33 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 compartilhada e alcançar os objetivos coletivos. • Desenvolvimento pessoal: reconhecer e refl etir sobre suas habilidades pessoais e profi ssionais crenças, e ações (PAJAK, 1989). O entendimento das funções do supervisor fi ca mais claro quando dispostos em forma de fi gura. Nesta condição, a fi gura a seguir descreve o “Ciclo de Supervisão” tornando o complexo processo global de supervisão mais legível e útil. FIGURA 2 – CICLO DE SUPERVISÃO FONTE: Adaptada de Oliveira (2008) 34 SuPErViSÃo ESCoLAr CICLO DE SUPERVISÃO a. Estabelecer a Relação Supervisor – Educador. Numa fase inicial compete ao supervisor desenvolver no educador um espírito de abertura, afastando ansiedades, esclarecendo os papéis que cada um desempenha neste processo, aferindo expectativas e possíveis difi culdades a superar. b. Planifi cação da Prática Pedagógica. Nesta fase, planifi cam-se as primeiras intervenções do educador na sua prática pedagógica. O plano pode ser organizado seguindo estruturas diferenciadas, no entanto, deve abordar questões fundamentais como: valores, princípios educativos, objetivos pedagógicos, questões logísticas (tempo, espaço, recursos humanos e materiais, custos etc.). c. Planifi cação da Estratégia de Observação. Além de ter em conta todos os aspectos práticos envolvidos na observação de uma aula – recursos técnicos e físicos, devidas autorizações etc. – nesta fase, deve fazer-se, também, uma refl exão conjunta sobre quais os aspectos pertinentes da prática pedagógica a observar, criando assim um enfoque na observação a realizar. d. Observação. Tendo em conta toda a temática da observação em sala de aula, o supervisor deve ter uma atitude neutra de observador e levar a cabo um escrutínio dos acontecimentos e das interações que ocorrem durante a aula, tornando o momento de observação o mais cuidadoso e sistemático possível. e. Análise do processo Ensino – Aprendizagem. Na fase inicial do ciclo de supervisão, este momento será vivido separadamente, mas com o estreitar da relação supervisor/aluno estagiário, a tendência será para que estes momentos do ciclo se realizem em conjunto, enriquecendo e abreviando o processo de Análise/ Avaliação/Reformulação. f. Planifi cação da Reunião. Deverão ser momentos em que se procura encontrar soluções, estratégias e planos alternativos que ajudem o aluno estagiário a superar possíveis difi culdades e a melhorar a sua prática pedagógica. Numa fase inicial, esta iniciativa será desenvolvida quase exclusivamente pelo supervisor. No entanto, procura-se que, com o decorrer da prática, o próprio aluno estagiário faça, também, uma refl exão crítica sobre a prática efetuada. g. Reunião. Este momento de partilha pode ser organizado de formas diferentes, com objetivos diferentes. No entanto, na maioria das vezes é um momento conjunto de refl exão de trabalho 35 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 em equipe e de avaliação entre o supervisor e o educador. Podem surgir ocasiões em que a conferência de supervisão proporcione a reunião com outros estagiários ou supervisores, o que permite enriquecer, ainda mais, todo o processo de supervisão. h. Análise do Ciclo – Mudança. Ao longo das várias fases do processo irão surgir aspectos a serem alterados e reformulados ou se tornam mesmo pertinentes reformular. Neste sentido, aluno estagiário e supervisor planejam estratégias que ajudam a superar difi culdades sentidas, reiniciando o ciclo de supervisão que, assim, vai recriando-se e otimizando-se ao longo do tempo e da prática vivida. 1 Você acompanhou algumas defi nições e princípios que compõem a ação do supervisor escolar. Agora, elabore o seu próprio conceito para a função de supervisor escolar e justifi que sua importância. R.: ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ________________________. 2.5 TENDÊNCIAS E CONTROVÉRSIAS NA SUPERVISÃO ESCOLAR Uma variedade de tendências pode ser vista no campo da supervisão, as quais se infl uenciam mutuamente (positiva e negativamente) em um ambiente escolar dinâmico. Uma tendência indica que os professores serão "supervisionados" pelos resultados dos testes, seja pelos pais, ou pelas instituições governamentais, no caso das provas, como a Provinha Brasil, Prova Brasil ou ENEM. Em alguns casos, os professores são responsabilizados pelo resultado de seus alunos, os resultados desses testes podem ser avaliados pelas 36 SuPErViSÃo ESCoLAr secretarias de educação e podem ser feitos julgamentos sobre a competência dos professores. Nestes casos, o supervisor deve ter a preocupação de apoiar os professores em difi culdade, auxiliando na melhoria da condição didática, assim como elogiados quando fazem um bom trabalho. Outra tendência da supervisão moderna é oferecer a oportunidade do envolvimento signifi cativo de professores na própria supervisão e no desenvolvimento de programas/projetos. Isso estimula a liderança dos professores e valoriza a função na escola. Qualquer que seja a forma de supervisão, ela foi substancialmente infl uenciada com o foco no aprendizado dos alunos (e nos desempenhos dos testes que demonstram esse aprendizado) e pela necessidade de garantir que seja dada atenção ao aprendizado de todos os alunos. Assim, a função de supervisão tende a se concentrar apenas na análise do resultado da atividade de ensino (resultado da prova) e não nas evidências de aprendizagem do aluno. Espera-se que supervisores e professores assumam a responsabilidade pela aprendizagem de alta qualidade para todos os alunos, uma responsabilidade que necessariamente muda amaneira como eles abordam seu trabalho juntos. Por fi m, todas essas tendências estão combinadas na grande tendência de focar na renovação em toda a escola. Isso signifi ca atender não apenas a questões instrucionais e curriculares, mas também as questões estruturais e culturais e que muitas vezes impedem ou prejudicam o aprendizado dos alunos. Há uma variedade de questões no campo da supervisão que precisam de resolução - ou pelo menos atenção signifi cativa. Para enfrentar a grande agenda de renovação escolar (na qual as escolas são obrigadas a responder aos padrões ou diretrizes curriculares impostas pelo estado), os sistemas de supervisão nos níveis nacional, estadual, municipal e privado precisam coordenar metas e prioridades. Outra questão que merece atenção é a divisão entre os supervisores que aceitam uma visão realista funcionalista, descontextualizada e simplifi cada do conhecimento como algo a ser entregue, e aqueles que abordam o conhecimento como algo a ser ativamente construído e realizado pelos alunos em contextos realistas e como algo cuja integridade implica uma apropriação moral e cognitiva. As suposições sobre a natureza do conhecimento e sua apropriação, muitas vezes não ditas, afetam substancialmente a maneira como supervisores e professores abordam os protocolos de aprendizagem e ensino dos alunos. Essa é uma questão sobre a qual todos os atores do drama escolar chegarão gradualmente a algum tipo de consenso. Uma questão relacionada diz respeito ao grau em que escolas e salas de aula acomodarão diversidade cultural, de classe, 37 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 de gênero, racial e intelectual (WAITE, 1995). Os supervisores não podem ignorar as implicações dessas acomodações necessárias para a proposta de ensino e desenvolvimento curricular. Essas tendências, questões e controvérsias, provavelmente se manterão dentro do campo da supervisão, como característica da própria função e circunstância de desenvolvimento dinâmico. No entanto, a falta de atenção às implicações dessas questões certamente fará com que o campo se atrofi e e se desvie para as margens irrelevantes da realidade escolar. 1 Na sua opinião, como o supervisor deve lidar com as questões da diversidade cultural, de classe, de gênero, racial e intelectual no dia a dia da escola? R.: ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ _______________________. Depois tudo que vimos até aqui, sobre a história, algumas leis e normas, além dos conceitos e tipos de supervisão, é fundamental que agora podemos desenhar o que seria uma composição de como ser um bom gestor escolar, de forma direta e resumida. A revista Nova Escola Gestão apresenta um artigo escrito por Lúcia Cortez, que é gestora escolar há mais de 25 anos e que traz uma adequada discussão sobre o que é ser gestora. Veja a opinião da autora sobre a sua experiência no assunto: 1. Equilibrar as ações administrativas e pedagógicas O gestor não pode se deter apenas nas questões administrativas e fi nanceiras, isto é, nas ações burocráticas. Não podemos esquecer que a gestão pedagógica é a atividade primordial da escola, mas para que tenhamos bons resultados educacionais, temos que ter 38 SuPErViSÃo ESCoLAr uma boa gestão administrativa. Portanto, temos que ter um bom planejamento para equilibrar as duas áreas, para que possamos garantir a aprendizagem das crianças e a satisfação a todos os envolvidos no processo. O gestor tem que que ter clareza que o Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola é o norteador de todas ações desenvolvidas, inclusive das administrativas. Não se pode permitir ações de separação entre o administrativo e pedagógico. 2. Gerenciar no coletivo, não podemos fi car isolados Precisamos aprender a trabalhar em equipe. Todas as ações da escola devem ser pensadas e executadas no coletivo. Assim, envolvemos a todos no processo educativo, para que se sintam integrados e alinhados aos objetivos propostos. É preciso proporcionar uma gestão democrática, participativa e crítica. Envolver todos os atores da comunidade escolar. Trazer os pais e responsáveis para participarem ativamente das atividades desenvolvidas na escola, como também a comunidade dos moradores do entorno. Todos precisam se sentir acolhidos e pertencentes ao grupo. Temos que ter uma participação ativa com respeito e espírito de colaboração, numa perspectiva coletiva e solidária. 3. Garantir uma boa comunicação escolar É fundamental que tenhamos uma boa comunicação entre gestor, alunos, pais, funcionários e comunidade para evitar os ruídos que surgem no dia a dia da rotina escolar. A escola contemporânea precisa estar alinhada às novas gerações que utilizam seus smartphones como ferramenta para se comunicar e resolver seus problemas. Temos que conhecer, nos adaptar e dinamizar a cultura da informação às novas práticas pedagógicas para que possamos estar conectados com todos os segmentos da escola e demais envolvidos no processo. 4. Motivar a todos os sujeitos do processo Temos que ser entusiastas na direção escolar. Precisamos valorizar os funcionários, alunos, pais e comunitários para se engajarem com afi nco no chão da escola. É preciso dar subsídios para desempenhem seu papel de forma integrada, buscando melhorar as relações interpessoais e intrapessoais para ter um alto clima escolar de satisfação. É preciso ajudar a construir um espaço propício para se criar vínculos com as pessoas e com o espaço educativo. Precisamos promover a empatia e estabelecer relações recíprocas de amizade, respeito, alegria, tolerância e com muita afetividade. A escola é um lugar de harmonia e pessoas alegres. Precisamos fazer 39 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 a diferença não só no pedagógico, mas também para proporcionar um clima escolar agradável. Para que tenhamos qualidade de vida no trabalho e com saúde, é fundamental termos uma boa convivência e um bom relacionamento entre todas as partes envolvidas. O magistério exige resiliência. 5. Incentivar a pesquisa e a formação continuada em serviço O gestor tem que ser um articulador e incentivador para que todos sejam protagonistas da sua própria aprendizagem e que sejam pesquisadores. Estamos em processo constante de aprendizagem, portanto, temos que nos manter informados e atualizados na Educação. Todos os sujeitos envolvidos no processo educacional devem participar das formações. Profi ssionais administrativos, da cozinha da limpeza e demais áreas para que se sintam comprometidos e atuantes no processo. Todos os profi ssionais precisam investir e buscar conhecimento e colocá-lo em prática que possamos ampliar experiências educativas com foco na criatividade e inovação. Temos que criar espaços de formação continuada na escola, para troca de experiências, discussão, refl exão da teoria e prática. O gestor tem que ser o líder pedagógico para construção coletiva de um projeto formativo. 6. Inovar na escola Os processos educativos no século XXI devem estar alinhados a novas competências desta geração. Portanto, temos que buscar metodologias e práticas inovadoras. O gestor precisa ter a coragem para liderar processos de transformação, quebrar barreiras e romper com o tradicional. Trocar mobiliário, acabar as fi las, tirar o foco da lousa. Incentivar o protagonismo e estimular o exercício da cidadania. Lutar por autonomia pedagógica e administrativa. Reconhecer que a Educação acontece nos diferentes espaços escolares. Assim, a sala de aula deixa de ser o único território de aprendizagem e o professor assume o papel de mediador e facilitador do conhecimento.Dessa forma, criamos espaços de interação, fazemos e aprendemos juntos, colocando o aluno no centro das atenções da escola, promovendo uma gestão democrática e a Educação integral, valorizando o discente em todas as suas dimensões. 7. Ser fl exível e aberto ao diálogo A escola tem que ser um espaço de escuta e de diálogo. Não dá para o gestor ter uma postura infl exível, ditatorial, autoritária e centralizadora. Temos que acabar com a hierarquia para criarmos relações mais humanas e horizontais, em que as pessoas se sintam 40 SuPErViSÃo ESCoLAr acolhidas e possam formar uma rede colaborativa em um movimento cíclico. Temos que resolver os confl itos e o absenteísmo com uma conversa franca, sincera e com empatia. Temos que ser mais fl exíveis para sermos mais felizes e desfrutarmos de uma melhor qualidade de vida na escola. Uma boa conversa tem o poder de mudar concepções de vida, de quebrar e superar as adversidades. Precisamos ter certeza de que estamos no mesmo lado. Não somos inimigos, mas parceiros. Poderemos ter pensamentos divergentes, mas poderemos ter uma convivência de respeito e harmonia entre os sujeitos. FONTE: <https://gestaoescolar.org.br/conteudo/2280/o-que-aprendi- sendo-gestora>. Acesso em: 23 dez. 2019. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Mais importante do que defi nir a palavra ou as funções do supervisor escolar, pudemos perceber que a atuação dele depende essencialmente da dedicação e do estímulo individual. Muitos estão presentes, mas não ativos ou não fazem qualquer diferença no andamento da escola. Outros fazem a diferença e estão atuantes em suas funções profi ssionais. O supervisor tem suas funções profi ssionais na escola, porém seu papel é ainda mais importante quando conectado com sua relevância política e social. A função de supervisão escolar existe em quase todas as escolas. O supervisor desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do sistema de ensino público ou privado, monitorando a qualidade das escolas e apoiando sua melhoria. No entanto, em muitas realidades, essa função é alvo de críticas cada vez mais pesadas, por não terem um impacto positivo na qualidade do ensino e da aprendizagem. Essa falha normalmente é causada por uma série de más decisões de gerenciamento e planejamento. Como se observou, a supervisão moderna deve se preocupar em fornecer liderança efi caz por meio das relações de trabalho cooperativas, sendo essa a natureza democrática da supervisão. Essa supervisão é orientada à liderança e contradiz à inspeção tradicional, burocrática e autoritária. Isso implica que o supervisor deve desempenhar seu papel como líder do grupo. Para isso, ele deve exercer seu papel com compreensão dinâmica e atitude de liderança cooperativa. 41 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 O supervisor moderno e efi caz também deve ser um especialista e uma pessoa experiente com relação à supervisão escolar e à maneira como gere pessoas e instituições. Os objetivos do processo histórico da Supervisão Escolar no Brasil e de conhecer os conceitos, características e funções do Supervisor Escolar foram apresentados de forma para que se tenha uma visão profunda desses detalhes para então compreender, rever e modifi car a imprescindível atuação da supervisão escolar na escola atual. Assim, é extremamente importante considerar as funções e descrever as características do supervisor na realidade educacional do Brasil. Torna-se ainda mais relevante percebermos a importância social do supervisor em benefício dos alunos que não têm outra possibilidade de ascensão social, a não ser através da educação que lhes permita conhecer a palavra para entender o mundo. O supervisor na função social pode transportar crianças fadadas ao fatalismo e à exclusão, para um novo contexto de participação democrática na busca de uma cidadania crítica e atuante. Até o próximo capítulo. 42 SuPErViSÃo ESCoLAr REFERÊNCIAS AGGARWAL, Y. P.; SACHDEVA, M. S. Educational administration and supervision. Ludhiana: Vinod Publications, 2007. ALARCÃO, I.; TAVARES, J. Supervisão da prática pedagógica: uma perspectiva de desenvolvimento e aprendizagem. 2. ed. Coimbra: Livraria Almedina, 2003. ANDRADE, N. V. de. Supervisão em educação. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científi cos, 1976. ASSERS. Atribuições do supervisor educacional. 1972. Disponível em: http:// www.assers.org.br/em-foco/legislacao/atribuicoes-do-supervisor-educacional. 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