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SUPERVISÃO ESCOLAR
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Dr. Antonio José Müller
Indaial - 2020
2ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M958s
 Muller, Antonio José
 Supervisão escolar. / Antonio José Muller. – Indaial: UNIASSELVI, 
2020.
 135 p.; il.
 ISBN 978-65-5646-000-0
 ISBN Digital 978-65-5646-001-7
1. Supervisão escolar. - Brasil. Centro Universitário Leonardo 
Da Vinci.
CDD 371.2013
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL 
BRASILEIRO: HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS 
E FUNÇÕES .....................................................................................7
CAPÍTULO 2
O PLANEJAMENTO ESCOLAR E OS DESAFIOS DA 
SUPERVISÃO PARA UMA ESCOLA ATUAL E IDEAL ...................45
CAPÍTULO 3
A GESTÃO ESCOLAR E AS POSSIBILIDADES PARA UMA 
ESCOLA DEMOCRÁTICA ..............................................................83
APRESENTAÇÃO
Bem-vindo à disciplina de Supervisão Escolar.
Uma das principais funções de qualquer sistema de supervisão escolar é 
monitorar a qualidade da educação, ou seja, de escolas e professores. Espera-se 
que esse monitoramento tenha um impacto positivo na qualidade da educação 
oferecida. Como tal, a supervisão faz parte de um sistema geral de monitoramento 
e melhoria da qualidade, que inclui outros dispositivos, como exames e testes de 
desempenho, e práticas de autoavaliação por escolas e professores.
A supervisão é necessária para que os três componentes do processo 
educativo: 1) o aluno; 2) o professor e 3) a escola funcionem de maneira eficaz. 
Isso pode ser feito dando prioridade ou importância para o aluno, sendo este o 
objetivo final do processo, que deve ser adequadamente alimentado; é o professor 
e seu entusiasmo e boas práticas que poderá ajudar a traçar o destino do aluno; 
e para que a escola sirva de palco para as experiências de aprendizagem dos 
alunos, esta deve ser projetada de forma que possa proporcionar este ambiente e 
recursos de ensino e aprendizagem. 
Esses três elementos são indispensáveis na execução de uma escola porque 
eles estão entrelaçados. Na ausência de um elemento, o processo educativo não 
estará condicionado dentro de uma perspectiva ideal de sucesso.
Bons estudos!
CAPÍTULO 1
A SUPERVISÃO ESCOLAR 
NO SISTEMA EDUCACIONAL 
BRASILEIRO: HISTÓRIA, 
CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E 
FUNÇÕES
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Compreender o processo histórico da Supervisão Escolar no Brasil, permitindo 
uma refl exão sobre a sua situação anterior e sua infl uência na situação atual.
 Conhecer e debater os importantes conceitos, características e funções do 
Supervisor Escolar no Brasil atual.
8
 SuPErViSÃo ESCoLAr
9
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O Super-Homem (Superman) tem várias qualidades e poderes. Ele é um 
super-herói invulnerável, velocíssimo e de força infi nita. Uma de suas qualidades 
é a de possuir uma visão privilegiada, uma “super visão”. Através dessa “super 
visão”, ele combina variações de visão telescópica, microscópica, de calor e 
de transparência para executar seus atos de heroísmo e ajudar as pessoas em 
perigo. 
Supervisão signifi ca uma “super visão”, uma visão elevada de algo, uma 
visão amplifi cada, melhorada e privilegiada da situação. A tarefa de supervisionar 
tem a ver com as características do Super-Homem, não pelo aspecto de ser 
uma pessoa resistente e imbatível, mas sim uma pessoa que faz uso da visão 
para suas funções profi ssionais no auxílio às pessoas “em perigo”, sejam elas os 
professores, os alunos e/ou a comunidade onde a escola está inserida.
Neste sentido, a supervisão escolar é humana e, por este fato, passível 
às fragilidades humanas. Evitar essas fragilidades é a intenção de uma boa 
supervisão que, por sua vez, demanda uma boa preparação e conhecimento 
elevado do funcionamento do sistema educacional, do relacionamento humano, 
da gestão democrática e da capacidade de pensar diferente para fazer a 
diferença. O bom supervisor deve ter essa “super visão” para executar as tarefas 
exigidas na sua competência, e para transformar e ousar nas mudanças que a 
escola, muitas vezes, exige. Não é necessário ser o Super-Homem para se ter 
uma visão privilegiada da situação, mas a boa preparação, o conhecimento e a 
liderança podem amplifi car esta qualidade, transformando o humano comum em 
um “Super-Visor”, capaz de fazer a diferença entre a escola comum e a escola de 
qualidade. 
Veremos neste primeiro capítulo uma breve explanação do surgimento da 
supervisão, o contexto histórico da supervisão escolar no Brasil e sua transferência 
para o ambiente escolar. A história, neste caso, torna-se imprescindível, não 
apenas para conhecer os fatos, mas sim para signifi car ideias e conceitos de 
antigamente. Para Henri-Pierre Jeudi (1995), “a história é o fruto da própria 
produção dos acontecimentos e assim se constrói a antecipação da continuidade”, 
ou seja, a história se torna muito mais interessante e importante quando articulada 
com os erros e acertos verdadeiros que aconteceram na tentativa de explicar a 
situação atual dos fatos e consequentemente da supervisão. 
Você verá também as defi nições dos conceitos relevantes que devemos 
entender para então percebermos as funções e a importância do supervisor 
na escola atual. Mais do que isso, discutiremos as difi culdades da profi ssão e 
10
 SuPErViSÃo ESCoLAr
especialmente as qualidades que fazem do supervisor o grande responsável pela 
boa educação, tão necessária em qualquer sociedade evoluída.
2 A SUPERVISÃO ESCOLAR 
NO SISTEMA EDUCACIONAL 
BRASILEIRO: HISTÓRIA, 
CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E 
FUNÇÕES
Iniciaremos esta parte do capítulo com um pouco de história sobre a 
supervisão escolar no Brasil, posteriormente, defi nições e conceitos sobre 
supervisão, e, ainda, a importância do supervisor e suas funções na escola atual. 
Vamos lá?
2.1 A SUPERVISÃO ESCOLAR NO 
BRASIL – UMA CONTEXTUALIZAÇÃO 
HISTÓRICA
O conceito de supervisão surgiu com o fenômeno da Revolução Industrial 
iniciada em meados do século XVIII na Inglaterra e expandida para outras partes 
do mundo no início do século XIX e que tem projeções até os dias de hoje em 
todo o mundo. Nesta fase de desenvolvimento social, econômico e tecnológico, 
as indústrias transformaram a produção de maneira artesanal para a técnica, com 
a utilização de máquinas em maior escala. Os trabalhadores, que anteriormente 
trabalhavam “para si” na agricultura familiar ou em pequenas comunidades em 
manufaturas, voltaram seus esforços na busca de salário, trabalhando para outras 
pessoas que buscavam transformar a matéria-prima em produtos comerciais, 
atingindo, assim, os lucros do capitalismo.
Dentro dessa realidade, foi preciso criar uma função para controlar as 
atividades produtivas exigidas pelos patrões. Vigiar, controlar e punir eram 
as atribuições que uma determinada pessoa exercia sobre outros durante o 
processo produtivo. Esta função era, portanto, a de supervisionar o trabalho dos 
funcionáriosem suas atividades diárias nas fábricas na busca de um objetivo 
comum e orientado. 
11
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
Com o surgimento das complexas organizações sociais e comerciais, vieram 
as defi nições de poder e controle sobre a massifi cação do trabalho. Foram criados 
cargos de controle e de gerenciamento das atividades. Posteriormente, esses 
cargos também foram adotados fora das fábricas em outras atividades humanas 
organizadas, como os exércitos, as associações sociais e esportivas e as escolas.
O controle das atividades escolares realizado por um responsável surgiu 
na metade do século XIX nos Estados Unidos, ainda sem a preocupação de 
melhorar a qualidade da gestão educacional ou preparação de professores, tendo 
unicamente a intenção de fi scalizar o trabalho (RANGEL, 2000).
A supervisão escolar, no Brasil, surgiu com a Reforma Francisco Campos 
(Decreto-Lei nº 18.890, de 1931). A intenção da lei era a de implantar novas 
possibilidades pedagógicas e desconsiderar os aspectos de fi scalização. Com 
a lei de caráter da preparação cientifi ca, surgem os chamados especialistas em 
educação, entre eles o supervisor. 
O trabalho de supervisão continuou a partir da criação da Campanha de 
Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (CADES), por meio do Decreto-
Lei nº 34.638, de 14 de novembro de 1953, transformando-se em uma aliança 
entre Brasil e EUA, cuja fi nalidade era a melhoria da qualidade do ensino, 
utilizando-se para tanto o treinamento de recursos humanos (SAVANI, 1993). 
Saviani (1993) comenta que este programa chamado de Programa de 
Assistência Brasileiro-Americana ao Ensino Elementar (PABAEE) tinha por 
objetivo ‘treinar’ os educadores brasileiros a fi m de que estes garantissem a 
execução de uma proposta pedagógica voltada para a educação tecnicista, dentro 
dos moldes norte-americanos. 
O PABAEE teve a sua origem voltada à assistência e formação de professores 
leigos. “Tais alterações, nos seus fundamentos, geraram mudanças profundas na 
maneira de encarar a tarefa educativa e na compreensão da escola como local 
especializado para conduzir o processo educativo” (FERREIRA, 2000, p. 167).
Na década de 1960, com a Lei 4.024/1961, atribui-se atenção maior ao que 
se referia aos técnicos em educação. A partir desta lei, foram criados setores 
especializados nas escolas. Seguindo esse conceito, Maldonado (2003, p. 7) 
comenta que “na proposta pedagógica do PABAEE, o mais importante não era o 
conteúdo, mas o meio, ou seja, o como ensinar, a partir do interesse da criança. 
As orientações do PABAEE predominaram até 1964”. 
Após o golpe militar de 1964, o governo realizou reformas de 
ensino, com o objetivo de ajustar a educação à nova situação. E 
12
 SuPErViSÃo ESCoLAr
é neste contexto que o Conselho Nacional de Educação aprova 
o Parecer 252, incorporado à Resolução nº 2, de 12 de maio 
de 1969, que reformulou os cursos de Pedagogia, instituindo 
as habilitações em administração, inspeção, supervisão e 
orientação, e prevendo a existência da Supervisão Pedagógica 
para, além das quatro primeiras séries, as quatro últimas, ou 
seja, o, então, ginásio (MALDONADO, 2003, p. 7).
Pela primeira vez na história educacional do Brasil, buscava-se a formação 
profi ssional para cargos da administração escolar. Santos (2006, p. 22) discute 
que “esta lei inseriu a formação de profi ssionais destinados a funções não 
docentes, isto é, profi ssionais que não atuavam em sala de aula, mas sim em 
cargos relativos à administração da escola”. Em 1971, a Lei nº 5.692 trouxe a 
necessidade de preparar pessoal específi co a exercer a função de supervisor. 
Para tanto, surgiram cursos superiores que formaram os primeiros Supervisores 
Educacionais. 
Nos anos 1980, contudo, as funções de controle e fi scalização do supervisor 
não combinavam com as novas tendências libertárias dos grupos ativos que 
exigiam uma nova educação. O país estava cansado de tanto controle e 
fi scalização promovidos pela repreensão e pela herança de anos de controle do 
sistema político, social, econômico e educacional através de militares. 
De acordo com Maldonado (2003), a exagerada valorização da qualidade 
através do uso da técnica, como garantia da efi ciência, foi contestada pelos 
movimentos de transformação que emergiram nos anos 1980, como reação à 
repressão generalizada, vivida durante quase vinte anos, por uma sociedade que, 
então, sonhava com a liberdade. 
A década de 1980 foi marcada pelo 'movimento crítico' da 
Educação que apontou os 'especialistas do ensino', mais 
especifi camente os supervisores, como responsáveis pelo 
insucesso escolar. [...] Na complexão da análise do capitalismo 
e seus desdobramentos, a especialidade isola, desarticula, 
setoriza e sectariza os serviços e as atividades escolares, 
desconectando-as entre si e com a problemática social 
(FERREIRA, 2000, p. 72). 
As tendências de supervisão como contexto de controle baseada em 
Frederick Taylor e as tendências educativas de John Dewey utilizadas até então, 
estavam dando passagem à educação transformadora, ou quem sabe, à crítica 
da própria educação nos moldes que esta estava sendo realizada. A função de 
supervisor foi extinta, deixando a educação ainda mais desarticulada e sem os 
princípios pedagógicos (técnicas de ensino e currículo) e profi ssionais (formação 
continuada dos professores) que o supervisor anteriormente determinava.
13
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
No fi nal dos anos 1980, início dos anos 1990, nascem alguns novos conceitos 
e tendências pedagógicas. A palavra de ordem era transformação e esta ideologia 
se dispersava nos discursos dos responsáveis pela escola. A necessidade de 
mudança de alguns paradigmas era necessária, para se pensar em um novo 
modo de fazer educação. Novas fi losofi as educacionais foram adaptadas pelas 
instituições de ensino baseadas na formação para a cidadania. As escolas então 
buscavam referências em Freinet, Piaget, Vygotsky, Giroux, Foucault, Gardner, 
entre outros, e especialmente, Paulo Freire, para contextualizar suas práticas 
educativas em uma escola que estava em ebulição. 
A escola, nesse momento, é vista como lugar dinâmico, ativo, no qual os 
processos de ensinar e aprender são processos dialéticos e que dependem de 
todos os membros da comunidade escolar, instituindo, assim, que o professor, os 
alunos e, consequentemente, a supervisão escolar têm papel relevante para essa 
mudança (MEDINA, 2002).
Na década de 1990 ressurge o debate sobre o valor da supervisão, apontada 
como um dos instrumentos necessários aos processos de mudança nas escolas, 
que, por sua vez, repetia as mudanças sociais e políticas do país. Contudo, a 
educação, como aparelho de um sistema político, ainda enxergava na fi gura do 
supervisor, um mero intermediário na implantação de novas propostas curriculares 
amplamente divulgadas pelos órgãos ofi ciais (FERREIRA, 2000).
Essa articulação era a principal realização do supervisor e somente nos anos 
1990, essencialmente após a LDB, que a importância do cargo de supervisor foi 
colocada novamente em evidência e onde se começava a dissimular a ideia da 
gestão democrática nas escolas. 
O incentivo à participação dos profi ssionais na elaboração do 
projeto de ensino muda a confi guração das relações de trabalho 
na escola baseada, até então, na concentração do poder e na 
centralização das decisões. A descentralização, dentro das 
escolas públicas, interfere diretamente na coordenação das 
ações e no planejamento (MALDONADO, 2003, p. 13).
Com isso, a combinação de tarefas estava fi nalmente determinada com 
a gestão democrática e a interação dos trabalhos com objetivos concretos e 
dirigidos.
O conceito de gestão democrática trouxe a possibilidade da participação dos 
profi ssionais da educaçãopela condução das tarefas em busca de uma educação 
de qualidade, mas mesmo nos dias atuais, o desafi o está em “como” e “por que” 
trabalhar este ou aquele assunto ou programa, respeitando o currículo engessado 
pelo sistema nacional ou, ainda, como preparar as próximas gerações para 
14
 SuPErViSÃo ESCoLAr
serem cidadãos atuantes e críticos, uma vez que a sociedade ainda exige uma 
educação preparatória ao trabalho ou apenas na preparação para entrarem nas 
universidades, leia-se preparação ao vestibular. A história mostra isso e na própria 
história se busca soluções aos problemas atuais. 
A história, portanto, mostra incoerências e indefi nições que interferem na 
ação supervisora dentro da escola, sobretudo na relação da supervisão com o 
professor. Da mesma forma que a supervisão, a atual organização do trabalho 
escolar, também mostra características semelhantes àquelas que caracterizaram 
a escola dos anos 1980. Apesar da existência dos Projetos Políticos-Pedagógicos, 
os modelos organizacionais administrativos e pedagógicos atuais ainda têm 
se apoiado no material didático e em estratégias, que chegam às mãos dos 
professores, prontos para serem executados, desconsiderando-se as diferenças 
regionais, locais e específi cas de cada escola. Uma equipe pensa e outra executa, 
mantendo-se, desta forma, a fragmentação do processo educacional.
Em dezembro de 2017, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) foi 
homologada pelo Ministério da Educação, correspondente às etapas da Educação 
Infantil e Ensino Fundamental, e em dezembro de 2018, foi a vez da homologação 
da BNCC do Ensino Médio. A BNCC não descreve as funções do supervisor na 
escola, mas direciona aos gestores o desenvolvimento da educação a partir da 
discussão do currículo. 
Nessa discussão, o papel do supervisor e de toda direção da escola deve 
ser exímio para garantir a evolução dos alunos que se pretende servir. A gestão 
da escola tem a oportunidade de rever o currículo e adequá-lo às necessidades 
dos alunos de acordo com as suas características e interesses locais. Uma das 
possibilidades em que a BNCC pode fazer a diferença na escola é na construção 
do Projeto Político-Pedagógico (PPP). No momento de discussão do PPP, a 
direção se torna parceira da comunidade, pois o documento pode e deve ser 
construído com a participação não apenas da direção e professores, mas também 
de toda a comunidade escolar, em especial os alunos e os pais destes alunos. 
Para Souza (2016), esta é uma ótima ocasião para favorecer o protagonismo 
dos educadores na tomada de decisão sobre qual cidadão queremos formar. 
O conhecimento dos profi ssionais de ensino poderá nortear a análise dos 
documentos ofi ciais, pois o saber construído por eles no diálogo cotidiano é 
precioso e único dessa experiência. Agregar pais e o conselho escolar também é 
necessário e fundamental para que eles possam saber mais sobre como a escola 
pretende melhorar a qualidade de ensino e de aprendizagem dos alunos.
Da mesma forma, a BNCC traz as sugestões para o desenvolvimento das 
competências dos alunos nas três etapas do ensino básico (Infantil, Fundamental 
15
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
e Médio) e inclui unidades temáticas, objetos de conhecimentos, objetivos de 
aprendizagem e habilidades especifi cas, para as áreas de conhecimento e para 
cada ano escolar. Contudo, o documento será inoperante caso os professores o 
utilizarem de forma limitadora, buscando apenas repetir os conteúdos sugeridos e 
não levarem em conta a realidade dos alunos. 
O currículo deve considerar a realidade da escola e de sua comunidade, os 
saberes específi cos da região, mas também o acesso a conteúdos essenciais 
para o desenvolvimento educacional dos alunos, em qualquer lugar do território 
nacional. Para isso, estar atento ao andamento da Base Nacional faz toda a 
diferença (SOUZA, 2016).
Estas questões são intrigantes e de difícil resposta. No entanto, as respostas 
para estas questões estão na cooperação de trabalhos entre os responsáveis 
pela educação na escola. Essa articulação pretende proporcionar a educação 
de forma construtiva e ao mesmo tempo transformadora, que se considera a 
ideal. Para se chegar a este nível, a educação necessitava, e ainda necessita, 
de articulação entre os professores e alunos, entre os professores e a direção, ou 
entre a comunidade e a escola.
FERREIRA, N. S. C. Supervisão educacional: uma refl exão 
crítica. Petrópolis: Vozes, 2007.
1 Faça uma pequena comparação entre as tendências de 
supervisão como contexto de controle baseada em Frederick 
Taylor e as tendências educativas de John Dewey. 
R.: ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
________________________.
16
 SuPErViSÃo ESCoLAr
2.2 O QUE É SUPERVISÃO ESCOLAR? 
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
A palavra supervisão é derivada do latim supervideo, que signifi ca visão 
superior, uma visão de cima para baixo; é uma visão de controle e de vistoria. 
Em termos de supervisão de pessoas, para Harries (1987), “a supervisão é o 
processo pelo qual um trabalhador recebe a função da instituição de trabalhar 
com outro funcionário ou funcionários com o propósito de atingir certos objetivos 
organizacionais, profi ssionais ou pessoais que, juntos, promovem os melhores 
resultados para os usuários do serviço”. 
Muitas pessoas confundem administração e supervisão escolar. Ambas 
fazem parte da gestão escolar, contudo, devem ter características totalmente 
diferentes no próprio processo de gestão adequada. Devemos entender que as 
funções e as atuações são diferentes na escola. Enquanto a administração trata 
de questões fi nanceiras e de comando da escola, a supervisão trata de questões 
pedagógicas. 
A nomenclatura e as responsabilidades do trabalho também podem diferir 
de estado, município ou de cada escola. Em alguns lugares, a administração e 
a supervisão da escola podem ser dois cargos diferentes. Em outros lugares, a 
administração e a supervisão da escola são duas funções do mesmo cargo e, 
geralmente, estão no domínio de diretores e vice-diretores. Assim, a defi nição de 
administração e supervisão educacional geralmente depende de cada local. 
Geralmente, a administração escolar envolve tarefas que envolvem o negócio 
de manter uma escola funcionando, enquanto a supervisão escolar envolve a 
gestão de professores e alunos nos aspectos acadêmicos.
2.2.1 O que é administração 
educacional?
A administração educacional abrange uma variedade de cargos, 
incluindo diretores, vice-diretores, superintendentes, chefes de departamento, 
administradores de programas e os cargos de outros funcionários da escola e 
das secretarias de educação, em posições de liderança. A única coisa que todos 
esses trabalhos têm em comum é que eles são cargos de gerência. Sem este 
trabalho de bastidores no lado organizacional da educação, as escolas não 
poderiam funcionar.
17
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
2.2.2 Quais são os deveres de um 
administrador da escola?
Os administradores das escolas geralmente se concentram nas coisas que 
dão respaldo e que mantêm a escola funcionando. Uma das principais tarefas de 
um administrador de escola é defi nir o orçamento de uma escola. É seu trabalho 
contabilizar os recursos, seja ele privado, municipal, estadual ou federal. Ele 
também decide como gastar esses recursos. 
Outro dever da administração da escola é gerenciar os professores e 
funcionários e ajudar na deliberação sobre o currículo. A administração em nível 
escolar ajuda a garantir que o currículo seja implementado corretamente na 
escola, em seus aspectos legais.
Alguns administradores tambémajudam na elaboração dos regimentos 
disciplinares, avaliativos e didáticos. Os administradores ajudam os professores, 
fornecendo a eles as ferramentas necessárias para ter sucesso nas salas de 
aula. Os administradores também implementam ações disciplinares quando as 
situações com os alunos vão além das capacidades de um professor na sala de 
aula (RENNER, 2019).
2.2.3 O que é supervisão escolar?
Em muitos lugares, as defi nições de administração e supervisão educacional 
são as mesmas. Algumas escolas e secretarias simplesmente usam administração 
e supervisão de maneira equivalente. No entanto, pode haver algumas diferenças. 
Como já vimos, supervisionar alguém signifi ca vigiá-lo e direcionar suas ações. 
A supervisão de qualquer escola normalmente se refere à melhoria da 
situação total de ensino-aprendizagem e das condições que as afetam. É um 
projeto de funções socializadas para melhorar a instrução, trabalhando com os 
profi ssionais que trabalham com os alunos. 
Para Aggarwal e Sachdeva (2007), a supervisão também pode ser defi nida 
em termos de funções e propósitos para os quais deve ser usado como: a) 
habilidades de liderança; b) habilidades em recursos humanos; c) habilidade no 
processo do grupo; d) habilidade na administração de pessoal; e) habilidade na 
avaliação.
18
 SuPErViSÃo ESCoLAr
2.2.4 Quais são os deveres de um 
supervisor escolar?
Embora as defi nições de administração e supervisão educacional sejam 
frequentemente equivalentes, às vezes seus deveres não são os mesmos. Além 
dos deveres de um administrador da escola, os supervisores da escola podem 
trabalhar diretamente com os funcionários da escola para ajudá-los a fazer melhor 
seu trabalho. A menos que indicado de outra forma em uma descrição do trabalho, 
a supervisão geralmente implica interação pessoal direta com as pessoas que 
estão sendo gerenciadas, na maioria das vezes professores.
2.2.5 Qual é a diferença entre 
administração e supervisão?
A diferença entre os cargos de administração e supervisão se resume às 
defi nições estabelecidas pelas escolas, secretarias municipais e estaduais. Para 
alguns, há muita sobreposição. Para outros, administração e supervisão são dois 
empregos diferentes, e para outras instituições, administração e supervisão são 
sinônimas (RENNER, 2019).
Os administradores e os supervisores das escolas estão lá para facilitar 
o trabalho dos professores. Eles se concentram nos detalhes para que os 
professores possam trabalhar com qualidade.
1 Sobre as características de função entre o Administrador e 
o Supervisor na escola, preencha o quadro relacionando as 
principais diferenças entre as funções:
Comparação Administrador Supervisor
O que representa?
O que faz na organização?
Qual é a sua função?
19
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
2.2.6 Tipos de Supervisão Escolar 
• Tipo “Laissez-faire”: essa expressão, em francês, signifi ca “deixar 
fazer, livremente”. Esse tipo de supervisão utiliza métodos de supervisão 
inspecional sem auxílio de nenhum controle objetivo, no qual os 
professores são observados, mas é feita uma anotação para ajudá-los 
a melhorar o trabalho que estão realizando. Em outras palavras, “os 
professores são deixados livres”, não devem ser impostos ou dirigidos.
• Tipo coercitivo ou autoritário: esse tipo de supervisão é o oposto 
do laissez-faire. O supervisor visita os professores para observá-los. 
Os professores usam procedimentos ou normas e regras prontas, 
prescritas pelos supervisores. Nesse tipo de supervisão autocrática, a 
ação autoritária do supervisor é priorizada. É ele que determina ordens, 
sugestões e direções para o processo de ensino-aprendizagem. Desta 
forma, o supervisor se impõe pela autoridade e intimidação, ao invés de 
desenvolver um espírito de participação e democracia com o professor. 
Esse tipo de supervisão limita as possibilidades de desenvolvimento da 
instituição escolar como um todo.
• Tipo treinando e orientando: esse tipo de supervisão enfatiza as 
melhorias dos professores, bem como suas técnicas de direção, 
treinamento e orientação. Procura evolução dos professores e 
colaboradores através da formação continuada, global ou específi ca. 
• Tipo liderança democrática: consiste na cooperação do professor na 
formulação de políticas, planos e procedimentos. O supervisor observa o 
professor dentro da sala de aula com o objetivo de melhorar a situação de 
ensino-aprendizagem por meio de processo de cooperação ou ação em 
grupo. Os professores, supervisores e administradores são considerados 
colegas de trabalho em uma tarefa comum (AGGARWAL; SACHDEVA, 
2007).
 1 Baseado nos tipos de supervisão que você viu, descreva qual(is) 
o tipo(s) adequado(s) de supervisão para as nossas escolas: 
R.: ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
________________________.
20
 SuPErViSÃo ESCoLAr
Na escola, esta defi nição é limitada e explicativa e gera outros argumentos 
relacionados às características específi cas da supervisão para a escola. No 
caso da supervisão voltada à escola, os conceitos de vistoria ou fi scalização, 
que apesar de historicamente apresentarem estas características, não são mais 
cabíveis na supervisão moderna. 
Nos conceitos atuais, o supervisor deve sim orientar, coordenar e ajudar a 
equipe que comanda (ANDRADE, 1976). Podemos dizer sim que o supervisor 
faz uso da “visão superior”, como um modo avaliativo, perceptivo ou de 
acompanhamento. Contudo, esta observação deve ter a condição de tirocínio
e que gere outra ação criadora ou modifi cadora de algo que deve ser revisto ou 
desenvolvido. 
Tirocínio: aprendizado, experiência, prática adquirida no 
exercício de uma atividade ou necessária ao exercício de uma 
profi ssão, capacidade de discernimento.
Para Gozum et al. (2017), a supervisão escolar tem características que dão 
ênfase ou foco em dimensões específi cas: 
• Ênfase na Administração: supervisão é o que o pessoal da escola 
faz com adultos (professores, funcionários e pais) e outras coisas 
para manter ou alterar o funcionamento da escola, a fi m de infl uenciar 
diretamente a consecução dos principais objetivos da educação.
• Ênfase no currículo: a supervisão geral denota atividades como a 
redação e revisão do currículo, a preparação de unidades e materiais de 
instrução, o desenvolvimento de processos e instrumentos para relatar 
aos pais e preocupações tão amplas como a avaliação do programa de 
educação total.
• Ênfase na Instrução: a supervisão da instrução é direcionada para 
manter e melhorar o processo de ensino-aprendizagem da escola.
• Ênfase em Relações Humanas: presume-se que o comportamento de 
supervisão instrucional seja um sistema de comportamento adicional 
formalmente fornecido pela organização com o objetivo de interagir 
com o sistema de comportamento de ensino de maneira a manter, 
mudar e melhorar o fornecimento e a atualização de oportunidades de 
aprendizagem para os alunos.
21
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
• Ênfase na Liderança: a supervisão é ensinar aos professores como 
ensinar e a liderança profi ssional a reformular a educação pública, mais 
especifi camente, seu currículo, seu ensino e suas formas.
• Ênfase na Avaliação: os supervisores são envolvidos regularmente na 
avaliação por meio da avaliação de programas, processos e pessoas.
Como se percebe, supervisão tem defi nições variadas e, consequentemente, 
as interpretações acerca do desenvolvimento de uma ação criadora e modifi cadora 
também se traduz em algo variável e de difícil mensuração, o que pode causar 
confusões e limitações. O maior desafi o, contudo, está no fato dos envolvidosno 
processo educacional, inclusive o próprio supervisor, não saberem exatamente as 
suas funções na escola. 
O propósito deste trabalho é o de contribuir na busca destas respostas, pois 
para se fazer uma atividade bem-feita, precisamos estar cientes das funções de 
cada componente no organograma da escola, desde o operacional até a diretoria. 
É preciso defi nir a função exata antes, durante e depois dela. Esses critérios 
também são emprestados da hierarquia empresarial. Basicamente, o supervisor 
tem as funções de:
• Acompanhar o processo de ensino e aprendizagem.
• Orientar professores.
• Diagnosticar a condição social e educacional dos alunos.
• Dinamizar a construção e acompanhamento do projeto pedagógico da 
escola.
• Coordenar projetos educativos na escola.
• Encaminhar alunos com difi culdades a fi m de obter laudos e relatórios 
que auxiliem na identifi cação das causas da difi culdade de aprendizagem.
• Elaborar os planos de intervenção.
• Elaborar a construção do planejamento estratégico.
• Aproximar a família da escola.
Se os conceitos de supervisão têm diversos entendimentos, supervisão 
escolar gera ainda mais discussão.
A difi culdade de defi nição de supervisão em relação à educação 
também se origina, em grande parte, de resolver problemas 
teóricos sobre o ensino. Simplesmente, não temos conhecimento 
sufi ciente do processo de ensino. Nossas teorias de 
aprendizagem são inadequadas, os critérios para medir a efi cácia 
do ensino são imprecisas, e existe um profundo desacordo 
sobre o conhecimento, isto é, qual o currículo é mais valioso 
para ensinar. Quando conseguirmos maior compreensão do 
que e como ensinar, e quais os resultados especiais aos alunos, 
teremos então uma defi nição menos vaga sobre a supervisão na 
educação (MOSHER; PURPEL, 1972, p. 3).
22
 SuPErViSÃo ESCoLAr
Supervisão escolar ainda pode ser defi nida como um serviço prestado 
à instituição de ensino, mais precisamente aos professores, com o objetivo de 
melhorar a instrução, tendo o aluno como o benefi ciário fi nal. O supervisor é uma 
pessoa treinada para auxiliar outros funcionários na boa prestação de serviço de 
acordo com um modelo conceitual. Ele ou ela deve ser um idealista na constante 
busca da compreensão do sentido da Educação e sua importância na vida 
moderna. Entre essas defi nições, uma que se pode considerar como realista e 
bastante fundamentada é que:
A supervisão implica numa visão de qualidade, inteligente, 
responsável, livre, experiencial, acolhedora, empática, serena 
e envolvente de quem vê o que se passou antes, o que se 
passa durante e o que se passará depois, ou seja, de quem 
entra no processo para compreendê-lo por fora e por dentro, 
para atravessá-lo com o seu olhar e ver para além dele numa 
visão prospectiva baseada num pensamento estratégico 
(ALARCÃO; TAVARES, 2003, p. 45).
A escola atual necessita de um supervisor que não só atenda às exigências 
do Sistema Nacional de Ensino, mas especialmente que preste suas habilidades 
no planejamento, no desenvolvimento e na avaliação escolar, além de promover 
o melhor desempenho docente. Essas habilidades podem ser amplifi cadas com 
a inclusão da importância da função de aplicação e organização de tarefas. O 
supervisor visualiza o problema, visualiza o atendimento, visualiza a formação 
docente, mas essencialmente pensa e age na busca interminável, incansável e 
até estressante de uma educação de alto nível. 
Na função supervisora, o bom profi ssional deve ser o apoio dos outros 
profi ssionais da educação no objetivo maior de construir e aprimorar o cotidiano do 
trabalho escolar. Por mais estressante que seja, a busca da qualidade deve ser o 
parâmetro para o bom funcionamento da escola e o aprimoramento das atividades 
oferecidas, pois, de acordo com Przybylski (1991), “a boa supervisão tem a 
intenção de liberar as energias das pessoas buscando a criatividade na solução 
de problemas comuns e individuais”. Por outro lado, a supervisão apropriada tem 
produzido bons efeitos quando bem aplicada, refl etindo no resultado positivo pela 
qual a escola existe e se propõem, ou seja, o desenvolvimento social e acadêmico 
do aprendiz.
Indicamos a leitura do artigo “A identidade do supervisor 
pedagógico: um processo em construção”. Disponível em:
https://www.anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/
trabalhosCompletos/comunicacoesRelatos/0066.pdf.
23
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
2.3 A IMPORTÂNCIA E AS 
CARACTERÍSTICAS DO SUPERVISOR 
ESCOLAR
A importância da supervisão se confunde e se completa na própria 
importância da educação. A boa educação deve ser algo que acontece pela 
elaboração e execução dos projetos, assim como a educação efi ciente e efi caz 
acontece pela motivação e competência dos envolvidos. 
Educação abrange outros aspectos tão importantes quanto a própria 
didática ou a preparação dos professores. A Educação é algo difícil de mensurar, 
complicada de aplicar e extremamente difícil de estabilizar. Uma vez que se 
descobre a verdadeira Educação, percebe-se suas difi culdades, seus benefícios e 
seus infi nitos caminhos. Apesar disso, é incontestável que as pessoas buscam o 
desenvolvimento humano com o desafi o de aprender e assim serem conhecedores 
de si e do mundo que os cerca.
A Pedagogia foi e é estudada há séculos. Grandes fi lósofos e educadores 
já expuseram suas defi nições sobre o assunto e atualmente fazemos uso destas 
teorias numa combinação de ideias anteriores para uma prática dentro da 
realidade local (cultural e social) e que seja ao mesmo tempo útil, interessante 
e transformadora ao aluno. Como vemos, apesar de ideias geniais, práticas 
superinteressantes e utilização da tecnologia e investimentos cada vez maiores, 
ainda não conseguimos aplicar uma educação de qualidade para todos e em 
todos os níveis, mas o que signifi ca qualidade na educação? Como se percebe 
qualidade? 
Qualidade é um conceito subjetivo e difícil de mensurar em Educação. 
Existem hoje no Brasil e fora, conceitos que medem através de testes, o índice 
de conhecimento dos alunos. Testes nacionais como o ENEM (Exame Nacional 
do Ensino Médio) ou internacionais com o PISA (Programme for International 
Student Assessment ou Programa Internacional de Avaliação do Estudante, que 
mede a efi ciência escolar em 65 países) avaliam e comparam estudantes entre 
si, porém, a educação é muito maior do que isso e o conhecimento não é limitado 
à linguagem ou à lógica, que normalmente são medidos pelos testes citados. 
Precisamos sim ter parâmetros mais verdadeiros. 
Com o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), lançado em 2007, 
tivemos algum avanço, sobretudo quando o Índice de Desenvolvimento da 
Educação Básica (IDEB) foi introduzido. O PDE compôs um conjunto de medidas 
e projetos fortemente ancorados na ideia de que devemos ter parâmetros, medir, 
contar, quantifi car (GADOTTI, 2009). 
24
 SuPErViSÃo ESCoLAr
O conceito de qualidade da educação é “polissêmico”: do ponto de vista 
social, a educação é de qualidade “quando contribui para a equidade; do ponto de 
vista econômico, a qualidade refere-se à efi ciência no uso dos recursos destinados 
à educação” (DOURADO, 2007, p. 12).
Com base nas defi nições anteriormente apresentadas, é possível entender 
algumas das características que deliberam as competências do supervisor. 
Alarcão e Tavares (2003) apresentam as características essenciais ao supervisor 
para exercer as suas funções:
a) sensibilidade para se aperceber dos problemas e das suas causas;
b) capacidade para analisar, dissecar e contextualizar os problemas e hierarquizar 
as causas que lhes deram origem;
c) capacidade para estabelecer uma comunicação efi caz a fi m de perceber as 
opiniões e os sentimentos dos professores e exprimir as suas próprias opiniões 
e sentimentos;
d) competência em desenvolvimento curricular e em teoria e prática de ensino;
e) skill(habilidades) de relacionamento interpessoal;
f) responsabilidade social assente em noções bem claras sobre os fi ns da 
educação.
Essas características podem ser utilizadas na função do supervisor escolar, 
pois não se distinguem, pelo contrário, confi rmam as funções de uma boa 
supervisão. Vieira (1993 apud OLIVEIRA, 2008, p. 19, grifos nossos) cita cinco 
funções fundamentais à atuação do bom supervisor:
Informar. O supervisor deve ser uma pessoa informada e 
ter sempre presente a importância de partilhar informação 
relevante e atualizada aos professores e alunos, enriquecendo 
o processo de ensino-aprendizagem.
Questionar. O supervisor deve problematizar o saber e 
a experiência adquiridos, através de interrogações que 
questionem a realidade observada, tentando encorajar o 
professor a uma postura de refl exão, como pessoa que 
questiona a sua prática profi ssional, procurando soluções 
alternativas.
Sugerir. Com base nas funções anteriores, o supervisor pode 
partir para a sugestão de ideias, práticas e soluções, tendo 
sempre em consideração o poder de decisão do formando 
e visando sua responsabilização por atividades, projetos, 
dinâmicas, avaliações etc.
Encorajar. O supervisor deve investir num relacionamento 
interpessoal baseado em sugestões que motivem o professor 
a evoluir e a melhorar as suas práticas educativas, sendo 
fundamental a afetividade em todo este processo de 
crescimento não só profi ssional, mas também pessoal e social.
Avaliar. Tendo em conta a importância da avaliação de caráter 
formativo e não apenas de classifi cação, avaliar a prática 
25
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
pedagógica do professor deve ser um fator de abertura e 
clarifi cação de um fator essencial e imprescindível ao processo 
de formação profi ssional.
A importância do supervisor não está na defi nição de conceitos ou teorias 
e sim na capacidade individual de bem aplicar as suas funções. A supervisão 
educacional gera interpretações variadas dos acontecimentos que devem trazer à 
tona a realidade escolar e os paradigmas da solução pertinente. 
Segundo Paulo Freire (1994, p. 161), “transformar ciência em conhecimento 
usado apresenta implicações epistemológicas porque permite meios mais ricos 
de pensar sobre o conhecimento”. Esta interpretação epistemológica deve gerar 
uma práxis construtiva em busca de uma escola efi ciente.
A educação moderna propõe, com sabedoria, que a qualidade educacional 
passe pela associação entre a gestão democrática e avaliação, com a participação 
da sociedade. Mais ainda, a reinvenção da educação passa obrigatoriamente pela 
organização do trabalho pedagógico. A organização das atividades, da prática 
educativa, da avaliação constante e justa, além da motivação dos envolvidos no 
árduo trabalho exigido para quem acredita na educação.
1 Sobre as cinco funções fundamentais do supervisor escolar, faça 
uma análise destas funções, dentro da sua perspectiva pessoal:
Informar:
R._____________________________________________________
____________________________________________________
________________________________________________.
Encorajar:
R.:____________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________.
Questionar:
R.:____________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________.
Sugerir:
26
 SuPErViSÃo ESCoLAr
R.:____________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________.
Avaliar:
R.:____________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________.
2.4 FUNÇÕES DO SUPERVISOR 
ESCOLAR
Seguindo com o princípio proposto neste estudo de buscar melhor defi nição 
para então melhor compreender as funções da supervisão escolar, é importante 
revermos o que diz a legislação atual e direta sobre a formação e a função do 
supervisor. Pretende-se também exemplifi car as funções da supervisão fazendo 
uso de autores que resumem as características fundamentais destes tipos que se 
tornam úteis neste estudo e que veremos a seguir. 
O supervisor escolar tem todo o seu trabalho baseado na organização, seja 
ela para resolver problemas, para o bom andamento das atividades e serviços 
pedagógicos, ou para a construção de novas possibilidades. A organização está 
apoiada nos conceitos de planejamento que devem aumentar a importância 
(empower) das pessoas e que os envolvidos tenham infl uência nas decisões, 
importância no sistema e que o objetivo se transforme em algo geral e não pessoal 
ou limitado.
Empower - aumentar a importância, dar maior poder.
Supervisores executam uma grande variedade de tarefas, que podem ou 
não incluir funções administrativas. O supervisor deve ser cumpridor das funções 
de coordenador, consultor, líder do grupo e avaliador dentro dos domínios do 
desenvolvimento instrucional, curricular e pessoal. O supervisor deve possuir 
27
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
características pessoais que irão permitir-lhe trabalhar de forma harmoniosa com 
as pessoas e os conhecimentos e habilidades sufi cientes para executar todas as 
funções de forma efi caz. 
Liderança e habilidades de comunicação interpessoal parecem ser 
especialmente importantes para a supervisão de sucesso. Os supervisores devem 
possuir uma mistura sensata de técnicas, gerenciais e habilidades de relações 
humanas. 
Oliveira (2008) quantifi ca e qualifi ca muito bem as funções do supervisor 
levando e consideração toda a pluralidade da supervisão em face de questões 
como: (1) relação entre teoria e prática; (2) formação e investigação; (3) noção 
de conhecimento (como saber construído e transmissível ou construção pessoal 
de saberes); (4) papéis do supervisor e do professor; (5) noções de educação e 
de formação de professores e (6) assunção da escola como centro de formação. 
É óbvio que os vários cenários apresentados não se excluem 
mutuamente; pelo contrário, interpenetram-se. Cada um lança 
olhares diferentes, histórica e culturalmente contextualizados, 
sobre o mesmo fenômeno: a supervisão como processo 
intrapessoal e interpessoal de formação profi ssional que visa 
à melhoria da educação nas escolas (ALARCÃO; TAVARES, 
2003, p. 41). 
A legislação vigente, que apesar de limitadora, procura colocar o cargo de 
supervisor como algo imprescindível para o Sistema Nacional de Educação e 
defi ne a função profi ssional e suas atribuições. A legislação atual que rege sobre 
a supervisão escolar é a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394, 
de dezembro de 1996) e o PLC nº 132, de 2005 (Projeto de Lei da Câmara), 
que foi derivado da Lei 132/1978. Ambos descrevem os processos de formação e 
atividades da supervisão escolar. A LDB, em seu Artigo 64, determina na íntegra 
que:
A formação de profi ssionais de educação para administração, 
planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional 
para a educação básica, será feita em cursos de graduação 
em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da 
instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base 
comum nacional (BRASIL, 1996, s.p.). 
Como se pode perceber, a legislação descreve a formação do supervisor 
para que possa atuar na função. Determina, portanto, os pré-requisitos que este 
tenha graduação em pedagogia, ou que após alguma graduação, o profi ssional 
tenha uma pós-graduação no mínimo em nível de especialização (lato-sensu) na 
área específi ca. 
28
 SuPErViSÃo ESCoLAr
Por sua vez, a LDB não determina as atividades e obrigatoriedades dos 
cargos administrativos daescola, o que causou, e ainda causa, alguma difi culdade 
nas especifi cidades de cada profi ssional. Não raro se percebe o diretor exercendo 
atividades que seriam de competência do supervisor ou o supervisor executado 
atribuições que seriam específi cas do professor. Para dissipar estas dúvidas, um 
Projeto de Lei foi elaborado em 2005 com base na Lei nº 132, de 1978, e na 
própria LDB. As atribuições do Supervisor Educacional estão descritas no PLC 
(Projeto de Lei da Câmara) 132/2005 e na Lei nº 132/1978, descritas a seguir.
ART. 4 º DA PCL 132/2005
SÃO ATRIBUIÇÕES DO SUPERVISOR EDUCACIONAL:
PLC 132/2005, em seu artigo 4º, descreve as atribuições do 
Supervisor Educacional:
I – Coordenar o processo de construção coletiva e execução 
da Proposta Pedagógica, dos Planos de Estudo e dos Regimentos 
Escolares. 
II – Investigar, diagnosticar, planejar, implementar e avaliar 
o currículo em integração com outros profi ssionais da Educação e 
integrantes da Comunidade.
III – Supervisionar o cumprimento dos dias letivos e horas/aula 
estabelecidos legalmente.
IV – Velar o cumprimento do plano de trabalho dos docentes nos 
estabelecimentos de ensino.
V – Assegurar processo de avaliação da aprendizagem escolar 
e a recuperação dos alunos com menor rendimento, em colaboração 
com todos os segmentos da Comunidade Escolar, objetivando a 
defi nição de prioridades e a melhoria da qualidade de ensino.
VI – Promover atividades de estudo e pesquisa na área 
educacional, estimulando o espírito de investigação e a criatividade 
dos profi ssionais da educação. 
VII – Emitir parecer concernente à Supervisão Educacional.
VIII – Acompanhar estágios no campo de Supervisão 
Educacional.
IX – Planejar e coordenar atividades de atualização no campo 
educacional.
X – Propiciar condições para a formação permanente dos 
educadores em serviço.
29
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
XI – Promover ações que objetivem a articulação dos 
educadores com as famílias e a comunidade, criando processos de 
integração com a escola.
XII – Assessorar os sistemas educacionais e instituições 
públicas e privadas nos aspectos concernentes à ação pedagógica.
Por outro lado, a Lei 132/1978, determina que os deveres do 
supervisor são:
• Assessorar os sujeitos hierárquicos em assuntos da área da 
supervisão escolar.
• Participar do planejamento global da escola.
• Coordenar o planejamento do ensino e o planejamento do currículo.
• Orientar a utilização de mecanismos e instrumentos tecnológicos 
em função do estágio de desenvolvimento do aluno, dos graus de 
ensino e das exigências do Sistema Estadual de Ensino do qual 
atua.
• Avaliar o grau de produtividade atingido à nível de Escola e à nível 
de atividades pedagógicas.
• Assessorar aos outros serviços técnicos da escola, visando manter 
coesões na forma de se permitir os objetos propostos pelo sistema 
Escolar.
• Manter-se constantemente atualizado com vistas a garantir 
padrõesde efi ciência e efi cácia no desenvolvimento do processo, 
de melhoria curricular em funções das atividades que desempenha.
Exemplos de atribuições do supervisor:
• Traçar as diretrizes e metas prioritárias e serem ativadas no 
Processo de Ensino, considerando a realidade educacional de 
sistema, face aos recursos disponíveis e de acordo com as metas 
que direcionam a ação educacional.
• Participar do planejamento global da escola, identifi cando e 
aplicando os princípios de supervisão na Unidade Escolar, tendo 
em vista garantir o direcionamento do Sistema Escolar.
• Coordenar o planejamento de ensino, buscando formas de 
assegurar a participação atuante e coesiva da ação docente na 
consecução dos objetivos propostos pela Escola.
• Realizar e coordenar pesquisas, visando dar um cunho cientifi co à 
ação educativa promovida pela Instituição.
• Planejar as atividades do serviço de Coordenação Pedagógica, em 
função das necessidades a suprir e das possibilidades a explorar, 
tanto dos docentes e alunos como da comunidade.
30
 SuPErViSÃo ESCoLAr
• Propor sistemáticas do fazer pedagógico condizente com as 
condições do ambiente e em consonância com as diretrizes 
curriculares.
• Coordenar e dinamizar mecanismos que visam instrumentalização 
aos professores quanto ao seu fazer docente”.
FONTE: ASSERS. Atribuições do supervisor educacional. 
1972. Disponível em: http://www.assers.org.br/em-foco/legislacao/
atribuicoes-do-supervisor-educacional. Acesso em: 3 jan. 2020.
Apesar de as tarefas estarem determinadas em lei ou projeto, a difi culdade 
de supervisão não é de caráter teórico e sim na prática diária. Os principais erros 
de supervisão estão na interpretação da lei e das funções que estão descritas. 
Um erro de interpretação causa um erro de função, que, por sua vez, pode causar 
um erro de execução, aumentando, assim, a amplitude do erro e a frustração 
acadêmica. 
Alguns supervisores sentem difi culdades com a falta de clareza do que 
constitui o trabalho pedagógico e suas atribuições na função, o que acaba 
levando-o a repetir modelos sem uma visão crítica de sua realidade histórica e 
social. Repetir modelos molda o sujeito, é preciso então recriar-se, reinventar-se 
na função e em todo o processo da educação. Neste contexto, é essencial ao 
supervisor estar sempre buscando a atualização com um entendimento crítico e 
assim traçar novos caminhos para uma educação transformadora.
Outro detalhe difícil se refere ao nosso país, que possui diferentes 
características e culturas. Essas diferenças determinam o sucesso ou o fracasso 
escolar quando se percebe que os profi ssionais, responsáveis pelo resultado, 
não estão engajados no sucesso, ou não possuem formação adequada, ou estão 
desestimulados com o trabalho desgastante e pouco valorizado da Educação 
Brasileira.
O bom supervisor deve ter claro que suas responsabilidades e atividades 
devem atingir resultados positivos. O quadro a seguir descreve alguns objetivos e 
como atingi-los.
31
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
QUADRO 1 – O BOM SUPERVISOR
OBJETIVOS ATIVIDADES
• Melhoria do ato educativo.
• Planejamento e execução da proposta 
pedagógica.
• Aperfeiçoamento de professores em serviço.
• Gestão democrática.
• Seleção de prioridades e organização do 
trabalho.
• Melhoria da qualidade didática e curricular. 
• Avaliação dos professores.
• Tornar claro a todos os propósitos das 
tarefas a serem realizadas.
• Providenciar os recursos materiais ou 
fi nanceiros necessários.
• Motivar os esforços de todos.
• Dar importância a todos os componentes da 
comunidade escolar. 
• Controlar as atividades propostas.
• Tornar o serviço o mais efi ciente possível.
• Avaliar constantemente para que se 
percebam as difi culdades e acertos.
FONTE: Adaptado de Przybylski (1991)
As funções do supervisor são variadas e marcantes. Elas podem ser divididas 
em três partes: Técnica, Administrativa e Social.
FIGURA 1 – FUNÇÕES DO SUPERVISOR ESCOLAR
FONTE: O autor
1. Funções Técnicas:
a. Investigar a realidade da escola e da comunidade e, a partir disso, planejar 
cooperativamente o trabalho de supervisão que se pretende realizar.
b. Orientar e coordenar as atividades de ensino e aprendizagem, material didático 
e os processos de avaliação realizados pelos professores.
c. Formação continuada dos professores.
d. Atividades de divulgação e de reuniões/relatórios.
2. Funções Administrativas:
a. Organização da escola, das aulas e dos trabalhos auxiliares.
b. Organização do ano letivo e do calendário de atividades.
32
 SuPErViSÃo ESCoLAr
c. Material didático.
d. Arquivos e documentação.
e. Dados estatísticos de docentes e discentes.
f. Coordenação dos espaços e da distribuição física.
g. Gestão democrática.
3. Funções Sociais:
a. Boas relações humanas entre todos os envolvidos na comunidade.
b. Promoverprojetos sociais e comunitários.
c. Criação de centros e associações.
d. Construção da cidadania a todos os envolvidos no processo.
Não existe receita pronta para uma boa supervisão. Existem estudos e 
experiência que podemos discutir e considerar como válidas em nosso propósito. 
Um dos estudos interessantes quanto às profi ciências do supervisor foi realizado 
por Edward Pajak, nos Estados Unidos, em 1989. Pajak fez um grande estudo 
bibliográfi co sobre a escola e a função do supervisor. Ele também entrevistou 
vários supervisores em diferentes realidades. Após este estudo, ele concluiu que 
as funções da profi ssão de supervisor estão voltadas a 12 princípios essenciais 
com relevante conhecimento, atitudes e habilidades em cada princípio:
• Relações com a comunidade: estabelecer e manter relações abertas e 
produtivas entre a escola e sua comunidade. 
• Desenvolvimento de pessoal: auxiliar no desenvolvimento facilitando 
oportunidades signifi cativas de crescimento profi ssional.
• Planejamento e mudança: introduzir e executar estratégias 
desenvolvidas de forma colaborativa para a melhoria contínua.
• Comunicação: comunicação clara e aberta entre os indivíduos e grupos, 
através da organização. 
• Currículo: coordenação e integração do processo de desenvolvimento e 
implementação do currículo. 
• Programa Pedagógico: apoiar e coordenar os esforços para melhorar o 
programa de instrução. 
• Atender aos professores: fornecimento de materiais, recursos e 
assistência para apoiar o ensino e aprendizagem. 
• Observação e comentários: proporcionar aos professores a conferência 
baseada na observação de sala de aula. 
• Resolução de problemas e tomada de decisão: utilizando uma 
variedade de estratégias para esclarecer e analisar problemas e tomar a 
melhor decisão. 
• Pesquisa e avaliação do programa: incentivo de cunho científi co e 
experimentação e avaliação dos resultados.
• Motivar e organizar: ajudar as pessoas a desenvolver uma visão 
33
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
compartilhada e alcançar os objetivos coletivos. 
• Desenvolvimento pessoal: reconhecer e refl etir sobre suas habilidades 
pessoais e profi ssionais crenças, e ações (PAJAK, 1989).
O entendimento das funções do supervisor fi ca mais claro quando dispostos 
em forma de fi gura. Nesta condição, a fi gura a seguir descreve o “Ciclo de 
Supervisão” tornando o complexo processo global de supervisão mais legível e 
útil. 
FIGURA 2 – CICLO DE SUPERVISÃO
FONTE: Adaptada de Oliveira (2008)
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CICLO DE SUPERVISÃO
a. Estabelecer a Relação Supervisor – Educador. Numa fase 
inicial compete ao supervisor desenvolver no educador um espírito 
de abertura, afastando ansiedades, esclarecendo os papéis que 
cada um desempenha neste processo, aferindo expectativas e 
possíveis difi culdades a superar.
b. Planifi cação da Prática Pedagógica. Nesta fase, planifi cam-se 
as primeiras intervenções do educador na sua prática pedagógica. 
O plano pode ser organizado seguindo estruturas diferenciadas, 
no entanto, deve abordar questões fundamentais como: valores, 
princípios educativos, objetivos pedagógicos, questões logísticas 
(tempo, espaço, recursos humanos e materiais, custos etc.).
c. Planifi cação da Estratégia de Observação. Além de ter em 
conta todos os aspectos práticos envolvidos na observação de 
uma aula – recursos técnicos e físicos, devidas autorizações etc. 
– nesta fase, deve fazer-se, também, uma refl exão conjunta sobre 
quais os aspectos pertinentes da prática pedagógica a observar, 
criando assim um enfoque na observação a realizar.
d. Observação. Tendo em conta toda a temática da observação 
em sala de aula, o supervisor deve ter uma atitude neutra de 
observador e levar a cabo um escrutínio dos acontecimentos e 
das interações que ocorrem durante a aula, tornando o momento 
de observação o mais cuidadoso e sistemático possível.
e. Análise do processo Ensino – Aprendizagem. Na fase inicial 
do ciclo de supervisão, este momento será vivido separadamente, 
mas com o estreitar da relação supervisor/aluno estagiário, a 
tendência será para que estes momentos do ciclo se realizem 
em conjunto, enriquecendo e abreviando o processo de Análise/
Avaliação/Reformulação.
f. Planifi cação da Reunião. Deverão ser momentos em que se 
procura encontrar soluções, estratégias e planos alternativos 
que ajudem o aluno estagiário a superar possíveis difi culdades 
e a melhorar a sua prática pedagógica. Numa fase inicial, esta 
iniciativa será desenvolvida quase exclusivamente pelo supervisor. 
No entanto, procura-se que, com o decorrer da prática, o próprio 
aluno estagiário faça, também, uma refl exão crítica sobre a prática 
efetuada.
g. Reunião. Este momento de partilha pode ser organizado de 
formas diferentes, com objetivos diferentes. No entanto, na 
maioria das vezes é um momento conjunto de refl exão de trabalho 
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A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
em equipe e de avaliação entre o supervisor e o educador. Podem 
surgir ocasiões em que a conferência de supervisão proporcione 
a reunião com outros estagiários ou supervisores, o que permite 
enriquecer, ainda mais, todo o processo de supervisão.
h. Análise do Ciclo – Mudança. Ao longo das várias fases do 
processo irão surgir aspectos a serem alterados e reformulados 
ou se tornam mesmo pertinentes reformular. Neste sentido, 
aluno estagiário e supervisor planejam estratégias que ajudam a 
superar difi culdades sentidas, reiniciando o ciclo de supervisão 
que, assim, vai recriando-se e otimizando-se ao longo do tempo e 
da prática vivida.
 1 Você acompanhou algumas defi nições e princípios que compõem 
a ação do supervisor escolar. Agora, elabore o seu próprio 
conceito para a função de supervisor escolar e justifi que sua 
importância.
R.: ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
________________________.
2.5 TENDÊNCIAS E CONTROVÉRSIAS 
NA SUPERVISÃO ESCOLAR
Uma variedade de tendências pode ser vista no campo da supervisão, 
as quais se infl uenciam mutuamente (positiva e negativamente) em um 
ambiente escolar dinâmico. Uma tendência indica que os professores serão 
"supervisionados" pelos resultados dos testes, seja pelos pais, ou pelas 
instituições governamentais, no caso das provas, como a Provinha Brasil, Prova 
Brasil ou ENEM. Em alguns casos, os professores são responsabilizados pelo 
resultado de seus alunos, os resultados desses testes podem ser avaliados pelas 
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 SuPErViSÃo ESCoLAr
secretarias de educação e podem ser feitos julgamentos sobre a competência 
dos professores. Nestes casos, o supervisor deve ter a preocupação de apoiar os 
professores em difi culdade, auxiliando na melhoria da condição didática, assim 
como elogiados quando fazem um bom trabalho. 
Outra tendência da supervisão moderna é oferecer a oportunidade 
do envolvimento signifi cativo de professores na própria supervisão e no 
desenvolvimento de programas/projetos. Isso estimula a liderança dos professores 
e valoriza a função na escola. Qualquer que seja a forma de supervisão, ela foi 
substancialmente infl uenciada com o foco no aprendizado dos alunos (e nos 
desempenhos dos testes que demonstram esse aprendizado) e pela necessidade 
de garantir que seja dada atenção ao aprendizado de todos os alunos. Assim, a 
função de supervisão tende a se concentrar apenas na análise do resultado da 
atividade de ensino (resultado da prova) e não nas evidências de aprendizagem 
do aluno.
Espera-se que supervisores e professores assumam a responsabilidade 
pela aprendizagem de alta qualidade para todos os alunos, uma responsabilidade 
que necessariamente muda amaneira como eles abordam seu trabalho juntos. 
Por fi m, todas essas tendências estão combinadas na grande tendência de focar 
na renovação em toda a escola. Isso signifi ca atender não apenas a questões 
instrucionais e curriculares, mas também as questões estruturais e culturais e que 
muitas vezes impedem ou prejudicam o aprendizado dos alunos.
Há uma variedade de questões no campo da supervisão que precisam de 
resolução - ou pelo menos atenção signifi cativa. Para enfrentar a grande agenda 
de renovação escolar (na qual as escolas são obrigadas a responder aos padrões 
ou diretrizes curriculares impostas pelo estado), os sistemas de supervisão 
nos níveis nacional, estadual, municipal e privado precisam coordenar metas e 
prioridades. 
Outra questão que merece atenção é a divisão entre os supervisores que 
aceitam uma visão realista funcionalista, descontextualizada e simplifi cada do 
conhecimento como algo a ser entregue, e aqueles que abordam o conhecimento 
como algo a ser ativamente construído e realizado pelos alunos em contextos 
realistas e como algo cuja integridade implica uma apropriação moral e cognitiva. 
As suposições sobre a natureza do conhecimento e sua apropriação, muitas vezes 
não ditas, afetam substancialmente a maneira como supervisores e professores 
abordam os protocolos de aprendizagem e ensino dos alunos. 
Essa é uma questão sobre a qual todos os atores do drama escolar chegarão 
gradualmente a algum tipo de consenso. Uma questão relacionada diz respeito ao 
grau em que escolas e salas de aula acomodarão diversidade cultural, de classe, 
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A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
de gênero, racial e intelectual (WAITE, 1995). Os supervisores não podem ignorar 
as implicações dessas acomodações necessárias para a proposta de ensino e 
desenvolvimento curricular.
Essas tendências, questões e controvérsias, provavelmente se manterão 
dentro do campo da supervisão, como característica da própria função e 
circunstância de desenvolvimento dinâmico. No entanto, a falta de atenção às 
implicações dessas questões certamente fará com que o campo se atrofi e e se 
desvie para as margens irrelevantes da realidade escolar.
 1 Na sua opinião, como o supervisor deve lidar com as questões da 
diversidade cultural, de classe, de gênero, racial e intelectual no 
dia a dia da escola?
R.: ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
_______________________.
Depois tudo que vimos até aqui, sobre a história, algumas leis e 
normas, além dos conceitos e tipos de supervisão, é fundamental 
que agora podemos desenhar o que seria uma composição de como 
ser um bom gestor escolar, de forma direta e resumida. A revista 
Nova Escola Gestão apresenta um artigo escrito por Lúcia Cortez, 
que é gestora escolar há mais de 25 anos e que traz uma adequada 
discussão sobre o que é ser gestora. Veja a opinião da autora sobre 
a sua experiência no assunto:
1. Equilibrar as ações administrativas e pedagógicas
O gestor não pode se deter apenas nas questões administrativas e 
fi nanceiras, isto é, nas ações burocráticas. Não podemos esquecer 
que a gestão pedagógica é a atividade primordial da escola, mas 
para que tenhamos bons resultados educacionais, temos que ter 
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uma boa gestão administrativa. Portanto, temos que ter um bom 
planejamento para equilibrar as duas áreas, para que possamos 
garantir a aprendizagem das crianças e a satisfação a todos os 
envolvidos no processo. O gestor tem que que ter clareza que o 
Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola é o norteador de todas 
ações desenvolvidas, inclusive das administrativas. Não se pode 
permitir ações de separação entre o administrativo e pedagógico.
2. Gerenciar no coletivo, não podemos fi car isolados
Precisamos aprender a trabalhar em equipe. Todas as ações da escola 
devem ser pensadas e executadas no coletivo. Assim, envolvemos 
a todos no processo educativo, para que se sintam integrados e 
alinhados aos objetivos propostos. É preciso proporcionar uma 
gestão democrática, participativa e crítica. Envolver todos os 
atores da comunidade escolar. Trazer os pais e responsáveis para 
participarem ativamente das atividades desenvolvidas na escola, 
como também a comunidade dos moradores do entorno. Todos 
precisam se sentir acolhidos e pertencentes ao grupo. Temos que ter 
uma participação ativa com respeito e espírito de colaboração, numa 
perspectiva coletiva e solidária.
3. Garantir uma boa comunicação escolar
É fundamental que tenhamos uma boa comunicação entre gestor, 
alunos, pais, funcionários e comunidade para evitar os ruídos que 
surgem no dia a dia da rotina escolar. A escola contemporânea 
precisa estar alinhada às novas gerações que utilizam seus 
smartphones como ferramenta para se comunicar e resolver seus 
problemas. Temos que conhecer, nos adaptar e dinamizar a cultura 
da informação às novas práticas pedagógicas para que possamos 
estar conectados com todos os segmentos da escola e demais 
envolvidos no processo.
4. Motivar a todos os sujeitos do processo
Temos que ser entusiastas na direção escolar. Precisamos valorizar 
os funcionários, alunos, pais e comunitários para se engajarem 
com afi nco no chão da escola. É preciso dar subsídios para 
desempenhem seu papel de forma integrada, buscando melhorar as 
relações interpessoais e intrapessoais para ter um alto clima escolar 
de satisfação. É preciso ajudar a construir um espaço propício 
para se criar vínculos com as pessoas e com o espaço educativo. 
Precisamos promover a empatia e estabelecer relações recíprocas 
de amizade, respeito, alegria, tolerância e com muita afetividade. A 
escola é um lugar de harmonia e pessoas alegres. Precisamos fazer 
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A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
a diferença não só no pedagógico, mas também para proporcionar 
um clima escolar agradável. Para que tenhamos qualidade de vida 
no trabalho e com saúde, é fundamental termos uma boa convivência 
e um bom relacionamento entre todas as partes envolvidas. O 
magistério exige resiliência.
5. Incentivar a pesquisa e a formação continuada em serviço
O gestor tem que ser um articulador e incentivador para que todos 
sejam protagonistas da sua própria aprendizagem e que sejam 
pesquisadores. Estamos em processo constante de aprendizagem, 
portanto, temos que nos manter informados e atualizados na 
Educação. Todos os sujeitos envolvidos no processo educacional 
devem participar das formações. Profi ssionais administrativos, 
da cozinha da limpeza e demais áreas para que se sintam 
comprometidos e atuantes no processo. Todos os profi ssionais 
precisam investir e buscar conhecimento e colocá-lo em prática que 
possamos ampliar experiências educativas com foco na criatividade 
e inovação. Temos que criar espaços de formação continuada na 
escola, para troca de experiências, discussão, refl exão da teoria e 
prática. O gestor tem que ser o líder pedagógico para construção 
coletiva de um projeto formativo.
6. Inovar na escola
Os processos educativos no século XXI devem estar alinhados a 
novas competências desta geração. Portanto, temos que buscar 
metodologias e práticas inovadoras. O gestor precisa ter a coragem 
para liderar processos de transformação, quebrar barreiras e romper 
com o tradicional. Trocar mobiliário, acabar as fi las, tirar o foco da 
lousa. Incentivar o protagonismo e estimular o exercício da cidadania. 
Lutar por autonomia pedagógica e administrativa. Reconhecer que a 
Educação acontece nos diferentes espaços escolares. Assim, a sala 
de aula deixa de ser o único território de aprendizagem e o professor 
assume o papel de mediador e facilitador do conhecimento.Dessa 
forma, criamos espaços de interação, fazemos e aprendemos juntos, 
colocando o aluno no centro das atenções da escola, promovendo 
uma gestão democrática e a Educação integral, valorizando o 
discente em todas as suas dimensões.
7. Ser fl exível e aberto ao diálogo
A escola tem que ser um espaço de escuta e de diálogo. Não dá 
para o gestor ter uma postura infl exível, ditatorial, autoritária e 
centralizadora. Temos que acabar com a hierarquia para criarmos 
relações mais humanas e horizontais, em que as pessoas se sintam 
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acolhidas e possam formar uma rede colaborativa em um movimento 
cíclico. Temos que resolver os confl itos e o absenteísmo com uma 
conversa franca, sincera e com empatia. Temos que ser mais 
fl exíveis para sermos mais felizes e desfrutarmos de uma melhor 
qualidade de vida na escola. Uma boa conversa tem o poder de 
mudar concepções de vida, de quebrar e superar as adversidades. 
Precisamos ter certeza de que estamos no mesmo lado. Não somos 
inimigos, mas parceiros. Poderemos ter pensamentos divergentes, 
mas poderemos ter uma convivência de respeito e harmonia entre 
os sujeitos.
FONTE: <https://gestaoescolar.org.br/conteudo/2280/o-que-aprendi-
sendo-gestora>. Acesso em: 23 dez. 2019.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Mais importante do que defi nir a palavra ou as funções do supervisor 
escolar, pudemos perceber que a atuação dele depende essencialmente da 
dedicação e do estímulo individual. Muitos estão presentes, mas não ativos ou 
não fazem qualquer diferença no andamento da escola. Outros fazem a diferença 
e estão atuantes em suas funções profi ssionais. O supervisor tem suas funções 
profi ssionais na escola, porém seu papel é ainda mais importante quando 
conectado com sua relevância política e social. 
A função de supervisão escolar existe em quase todas as escolas. O 
supervisor desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do sistema de 
ensino público ou privado, monitorando a qualidade das escolas e apoiando sua 
melhoria. No entanto, em muitas realidades, essa função é alvo de críticas cada 
vez mais pesadas, por não terem um impacto positivo na qualidade do ensino 
e da aprendizagem. Essa falha normalmente é causada por uma série de más 
decisões de gerenciamento e planejamento.
Como se observou, a supervisão moderna deve se preocupar em fornecer 
liderança efi caz por meio das relações de trabalho cooperativas, sendo essa a 
natureza democrática da supervisão. Essa supervisão é orientada à liderança 
e contradiz à inspeção tradicional, burocrática e autoritária. Isso implica que o 
supervisor deve desempenhar seu papel como líder do grupo. Para isso, ele deve 
exercer seu papel com compreensão dinâmica e atitude de liderança cooperativa. 
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A SUPERVISÃO ESCOLAR NO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: 
HISTÓRIA, CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Capítulo 1 
O supervisor moderno e efi caz também deve ser um especialista e uma pessoa 
experiente com relação à supervisão escolar e à maneira como gere pessoas e 
instituições.
Os objetivos do processo histórico da Supervisão Escolar no Brasil e de 
conhecer os conceitos, características e funções do Supervisor Escolar foram 
apresentados de forma para que se tenha uma visão profunda desses detalhes 
para então compreender, rever e modifi car a imprescindível atuação da supervisão 
escolar na escola atual.
Assim, é extremamente importante considerar as funções e descrever as 
características do supervisor na realidade educacional do Brasil. Torna-se ainda 
mais relevante percebermos a importância social do supervisor em benefício dos 
alunos que não têm outra possibilidade de ascensão social, a não ser através da 
educação que lhes permita conhecer a palavra para entender o mundo. 
O supervisor na função social pode transportar crianças fadadas ao fatalismo 
e à exclusão, para um novo contexto de participação democrática na busca de 
uma cidadania crítica e atuante. 
Até o próximo capítulo.
42
 SuPErViSÃo ESCoLAr
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da profi ssão de Supervisor Educacional e dá outras providências. Disponível em: 
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/76130. Acesso em: 
26 maio 2019.
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bases da educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/l9394.htm. Acesso em: 11 maio 2019.
BRASIL. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para 
o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5692.htm. Acesso em: 12 fev. 2020.
BRASIL. Decreto-lei nº 19.890, de 18 de abril de 1931. Dispõe sobre a 
organização do ensino secundário. Disponível em: https://www2.camara.
leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-19890-18-abril-1931-504631-
publicacaooriginal-141245-pe.html. Acesso em: 12 fev. 2020.
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