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síndrome do impacto do ombro. diagnóstico e tratamento - pac.1
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causa pela persistência da dor. A inativação destes pontos-gatilho merece consideração especial, tal a sua frequência e a importância de sua ina- tivação para abolir a dor. Em primeiro lugar, palpando e comprimindo os músculos trapézio superior, supra- espinal e infra-espinal, localiza(m)-se com precisão o(s) ponto(s)-gatilho que é(são) marcado(s) com tinta in- delével. A compressão do(s) ponto(s) dispara dor referi- da no ombro, no braço e mesmo no antebraço homólogo. Se a opção for pelo agulhamento seco, pode-se usar uma agulha de acupuntura que é lentamente inserida, até que sua ponta penetre no ponto-gatilho e desencadeie a dor referida. Neste momento se faz repetidamente a rotação da agulha no ponto. A rotação da agulha é o principal fa- tor responsável pela inativação do ponto-gatilho. A alternativa terapêutica mais efi ciente consiste na ina- tivação do ponto-gatilho com a injeção de 2 mL de li- docaína ou bupivacaína a 0,25% sem vasoconstritor, as- sociados ou não à 10 mg de dexametasona, com agulha descartável 30 x 7 (Figura 7). Aprofunda-se lentamente a agulha, até que seu bisel penetre no ponto-gatilho, quando é disparada a dor referida e injeta-se lentamente a solução anestésica. Algumas vezes é necessário repetir o procedimento poucos dias depois, a fi m de inativar to- talmente o ponto-gatilho. Acupuntura – Trata-se de uma técnica complementar, adjuvante, indicada por vários autores. É feita geral- mente em três sessões semanais pelo período de três se- manas. Alguns pacientes, imediatamente após as sessões de acupuntura, foram encaminhados à Medicina física e submetidos a vários tipos de fi sioterapia, relatando, quase todos eles, melhor aceitação destas técnicas. TRATAMENTO CIRÚRGICO Está situado no ápice da escada de tratamento e somente casos selecionados exigem o procedimento cirúrgico. Se o paciente não obtém resultado positivo e permanente à fi sioterapia e à infi ltração intracapsular descritas depois Figura 7 - Inativação do ponto-gatilho pela infi ltração de anestésico local associado ou não a corticoide. Fonte: arquivos do autor. Rev Dor, 2009; 10: 2: 174-179 de três meses de tratamento conservador, deverá ser en- caminhado à avaliação cirúrgica7. São duas as indica- ções básicas para a cirurgia: quando falha o tratamento conservador ou quando existe uma ruptura completa de tendões do manguito rotatório11. A maioria das publicações recentes indica a descom- pressão subacromial por artroscopia como a técnica mais indicada para o tratamento cirúrgico, permitindo o retorno da maioria dos pacientes as atividades laborati- vas e a vida diária. Vários autores7,14 afi rmam que 80% a 94% dos pacientes submetidos à esta técnica cirúrgica obtiveram excelentes resultados e que 75% são capazes de voltar às atividades esportivas, sendo que o tempo de restabelecimento é de 3 a 4 meses. CONCLUSÃO Qualquer distúrbio local que difi culta ou impede a livre passagem dos tendões dos músculos do manguito ro- tatório supraespinal, infraespinal, redondo menor, sub- escapular e tendão da cabeça longa do bíceps em seu trajeto dentro do arco coracoacromial pode desencadear a síndrome do impacto do ombro. Os mais comuns são a bursite subacromial/subdeltoidea com ou sem depósitos calcáreos, as tendinites e as rupturas parciais ou totais dos tendões do manguito rotatório e do tendão da cabeça longa do bíceps braquial. Trata-se de uma entidade do- lorosa muito comum, só sendo suplantada, do ponto de vista epidemiológico, pelas cefaléias em geral e pelas dores de coluna. Seu diagnóstico é obtido através da anamnese, do exame físico e dos exames de imagens representados pela radiografi a, pela ultrassonografi a e pela artro-ressonância magnética. A grande maioria dos casos é totalmente resolvida pelo tratamento conserva- dor que inclui os AINES, a fi sioterapia e a infi ltração intracapsular com anestésico local e corticoide. Pou- cos casos necessitam do tratamento cirúrgico, só sendo submetidos à cirurgia aqueles não resolvidos pelo trata- mento clínico e aqueles que apresentam ruptura total dos tendões do manguito rotatório. REFERÊNCIAS 1. Neer CS2nd. Anterior acromioplasty for the chronic impingement syndrome in the shoulder: a preliminary report. J Bone Joint Surg Am, 1972;54:41-50. 2. Henrichs J, Stone D. Shoulder impingement syn- drome. Prim Care, 2004;31:789-805. 3. Meislin RJ, Sperling JW, Stitik TP. Persistent shoulder pain: epidemiology, pathophysiology and diagnosis. Am J Orthop, 2005;34(Suppl12):5-9 4. Neer CS2nd. Impingement lesions. 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