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Co nta bil ida de Au la 03 - Pr inc ípi os C on tá be is 23Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Aula Nº 3 – Princípios Contábeis Objetivos da aula: Nesta aula, vamos estudar os princípios norteadores da Contabilidade, que procuram dar uniformidade e consistência às informações, tornando- as sólidas e seguras para o processo de tomada de decisões. Ao final desta aula, você verá que a Contabilidade não é uma mera técnica de controle, mas uma ciência que procura fornecer informações seguras aos seus usuários. 1. Introdução Princípios de contabilidade geralmente aceitos são os preceitos resultantes do desenvolvimento da aplicação prática dos princípios técnicos emanados da Contabilidade, de uso predominante no meio em que se aplicam, proporcionando interpretação uniforme das demonstrações financeiras. Os princípios contábeis permitem aos usuários fixar padrões de comparação e de credibilidade, de acordo com o reconhecimento dos critérios adotados para a elaboração das demonstrações financeiras, aumentam a utilidade dos dados fornecidos e facilitam a adequação entre empresas do mesmo setor. Princípios contábeis podem ser conceituados como premissas básicas acerca dos fenômenos econômicos contemplados pela contabilidade, premissas que são a cristalização da análise e observação da realidade econômica. No âmbito dessa complexa realidade, o observador analisa as características principais do sistema e chega a certas conclusões quanto ao seu funcionamento. Tais conclusões, se geralmente aceitas pela classe contábil, transformam- Co nta bil ida de Au la 03 - Pr inc ípi os C on tá be is 24Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno se em princípios, aos quais toda a prática contábil e, principalmente, os processos de auditoria devem ater-se. Em contrapartida, o observador, uma vez verificada alteração profunda nas condições que o levaram a estabelecer a primeira série de princípios, tem a incumbência de proceder a uma nova análise da situação e modificar, adaptar ou mesmo substituir os princípios originais por outros mais concordes com a nova realidade. A função de observador é, hoje, desempenhada pelas entidades de classe, pelos comitês especialmente designados e, finalmente, pelas comissões especiais de conferências e convenções internacionais. Custo histórico com base de valor: Os ativos são registrados pelo preço pago para adquiri-las ou fabricá-las. Realização da Receita: Ocorre quando produtos ou serviços são transferidos para outra entidade, mediante pagamento. Competência dos exercícios: Receitas e despesas são atribuídas aos períodos de acordo com sua real ocorrência. Denominador comum monetário: A unidade monetária é, para efeitos contábeis, considerada um padrão uniforme e homogêneo de mensuração. Objetividade: São as mensurações impessoais que existem fora da mente da pessoa que as está realizando. Conservadorismo: Sempre que o contador se defrontar com a alternativa de atribuir valores diferentes a elementos do Ativo / Passivo, deverá optar pelo mais baixo para o ativo e o mais alto para o passivo. Co nta bil ida de Au la 03 - Pr inc ípi os C on tá be is 25Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Materialidade: Avalia influência e materialidade da informação à luz da relação custo - benefício. Uniformidade: Uma vez adotado um determinado procedimento, não poderá ser mudado. 2. Condições Básicas de um Princípio As condições básicas para que um princípio se transforme em “geralmente aceito” e incorporado à doutrina contábil são: 1- Deve ser considerado praticável por consenso profissional. 2- Deve ser considerado útil. Muitos contadores atribuem mais importância à praticabilidade de um princípio do que à sua utilidade intrínseca, no entanto a praticabilidade não deve ser confundida com facilidade ou dificuldade de se colocar em prática determinado processo. Ao aceitar como praticável somente o que é de extrema facilidade de ser colocado em prática, a Contabilidade estaria freando o seu progresso técnico, pois, sempre que se quiser retratar a realidade com maior precisão, aumentarão as dificuldades práticas e os processos tenderão a ser mais complexos. É esse o caso típico dos processos de ajustamento de relatórios contábeis históricos diante das flutuações de preços. Alguns contadores negaram a utilidade dos ajustamentos por considerá- los impraticáveis, confundiram impraticabilidade com dificuldade. E houve o temor de que os ajustamentos substituíssem os relatórios históricos, sem deixar vestígios destes. Temor infundado, pois ninguém discute a utilidade desses relatórios para certas finalidades, principalmente fiscais. Co nta bil ida de Au la 03 - Pr inc ípi os C on tá be is 26Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno 3. Os princípios contábeis geralmente aceitos Os princípios contábeis geralmente aceitos são classificados em três categorias: 3.1 - Postulados - referem-se ao ambiente sócio-político-econômico no qual a contabilidade é praticada. 3.1.1 - Entidade 3.1.2 - Continuidade 3.2 - Princípios - regras básicas para aplicação da contabilidade. 3.2.1- Custo com base de valor 3.2.2 - Realização 3.2.3 - Competência dos exercícios 3.2.4 - Denominador comum monetário 3.3 - Convenções - limitações e regras para aplicação dos postulados e dos princípios. 3.3.1 - Objetividade 3.3.2 - Conservadorismo 3.3.3 - Relevância ou materialidade 3.3.4 - Uniformidade ou consistência) 3.1.1 – O postulado da Entidade De acordo com este postulado, a contabilidade é executada e mantida para as entidades como pessoas jurídicas, distintas das pessoas físicas (ou jurídicas) dos sócios. Esse é um princípio que independe de valor, permanecendo sua consolidação intacta ao longo do tempo, sua função é segregar o patrimônio da sociedade do patrimônio dos sócios. Mesmo quando uma firma individual paga uma despesa, é o caixa da firma que está desembolsando o dinheiro, e não o proprietário da empresa, embora, materialmente, as duas coisas possam se confundir. Nesse caso, o proprietário deve suprir a empresa de recursos suficientes para que possa ter uma existência autônoma. Co nta bil ida de Au la 03 - Pr inc ípi os C on tá be is 27Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno 3.1.2 - Continuidade Por meio deste princípio, a contabilidade assume que a empresa continuará operando indefinidamente, sem que haja um prazo para encerramento de suas atividades, tendo, como conseqüência, o critério de avaliação dos ativos pelos valores de aquisição. Caso a empresa tivesse um prazo determinado para encerrar suas operações, isso não faria sentido, deveríamos estar interessados no valor de realização dos ativos da empresa e liquidação dos passivos. É, portanto, um princípio norteador do critério de avaliação de ativos e passivos e sua representação nas demonstrações contábeis. 3.2.1- Custo com base de valor Pode também ser denominado “Princípio do Custo Histórico (ou original) como Base de Valor”. Como princípio geralmente aceito, refere-se ao custo original. Na conceituação ortodoxa, os elementos do ativo entram nos registros contábeis pelo valor pago para adquiri-los ou fabricá-los, no entanto, em algumas situações, esse custo histórico precisa ser alterado. Elementos do ativo sujeitos à amortização, depreciação ou exaustão são registrados pelo valor histórico e, posteriormente, retificados por contas de depreciação acumulada, em casos de reavaliação de ativo previstos pelas legislações de alguns países. Torna-se evidente que a aplicação irrestrita desse princípio, principalmente em períodos de acentuadas flutuações de preços, restringe as possibilidades informativas da contabilidade. 3.2.2 - Realização A realização ocorre quando bens ou serviços são entregues a terceiros em troca de dinheiro ou de outro elemento do ativo. Quando uma empresacomercial vende uma determinada mercadoria por Co nta bil ida de Au la 03 - Pr inc ípi os C on tá be is 28Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno $ 200,00 e esta lhe custou apenas $ 150,00, a contabilidade ortodoxa apura, imediatamente, um lucro bruto de $50. Esse lucro é, para todos os efeitos, considerado como operacional, mesmo que a mercadoria vendida, para ser resposta, exija um desembolso de $180. O mais correto tecnicamente seria reconhecer um “lucro realizável” de $ 30,00 (a diferença entre o custo original da mercadoria e o de reposição), no ato da venda, somente $ 20,00 seriam considerados como lucro operacional corrente. 3.2.3 - Competência dos exercícios De acordo com esse princípio, as receitas e os custos são atribuídos aos períodos de acordo com sua real incorrência, isto é, de acordo com a data do fato gerador, e não quando são recebidos ou pagos em dinheiro. Por esse princípio, a folha de pagamento dos funcionários relativa ao mês de dezembro, suponhamos, será considerada como despesa de dezembro, mesmo que, na prática, o pagamento só seja efetuado nos primeiros dias de janeiro. O fato gerador da despesa é o serviço prestado pelos operários, e não o pagamento do salário. 3.2.4 - Denominador comum monetário Esse princípio contribuiu para a teoria sob um duplo aspecto: em primeiro lugar, a contabilidade só contempla aqueles fatos monetariamente avaliáveis; em segundo lugar, a unidade monetária é, para efeitos contábeis, considerada um padrão uniforme e homogênea de mensuração, independentemente das variações de seu poder de compra. Quanto ao primeiro aspecto, parece-nos uma limitação inevitável do método contábil; quanto ao segundo, entretanto, sua aceitação implica não considerar a realidade dos fatos. A vulnerabilidade da premissa é manifesta, pois a experiência de quase todos os países tem demonstrado que a unidade monetária está longe de representar um padrão uniforme Co nta bil ida de Au la 03 - Pr inc ípi os C on tá be is 29Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno e homogêneo de medida. 3.3.1 – Convenção da Objetividade O profissional deve procurar sempre exercer a Contabilidade de forma objetiva, não se deixando levar por sentimentos ou expectativas de administradores ou qualquer pessoa que venha a influenciar no seu trabalho, e os registros devem estar baseados, sempre que possível, em documentos que comprovem a ocorrência do fato administrativo. 3.3.2 - Conservadorismo Essa convenção pode ser explicada da melhor forma possível por meio do exemplo que, a seguir, será relatado. Suponha-se que o contador, para avaliação de um certo bem, dispusesse de duas fontes: a fatura relativa à compra do bem e o laudo do maior especialista mundial em avaliação. Deverá escolher, como valor de registro, o indicado na fatura. Entre um critério subjetivo de valor, mesmo ponderável, e outro objetivo, o contador deverá optar pela hipótese mais objetiva. A finalidade dessa convenção é eliminar ou restringir áreas de excessivo liberalismo na escolha de critérios, principalmente de valor. 3.3.2 - Conservadorismo Estabelece que o profissional da Contabilidade deve manter uma conduta mais conservadora em relação aos resultados que serão apresentados, evitando que projeções distorcidas sejam feitas pelos usuários. Assim, é preferível ter expectativa de prejuízo e a entidade apresentar resultados positivos, ou seja, se houver duas opções igualmente válidas, deve-se optar sempre por aquela que acusa um menor valor para os ativos e para as receitas e o maior valor para os passivos e para as despesas. A regra “Custo ou Mercado, dos dois o menor”, está intimamente ligada ao conservadorismo. Em outras palavras, o custo é a base de valor para a contabilidade, mas, se o valor de mercado for inferior ao de custo, Co nta bil ida de Au la 03 - Pr inc ípi os C on tá be is 30Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno adotaremos o valor de mercado. 3.3.3 - Relevância ou materialidade A informação contábil deve ser relevante, justa e adequada e o profissional deve considerar a relação custo x benefício da informação que será gerada, evitando perda de recursos e de tempo da entidade. Por exemplo, sempre que os empregados do escritório se utilizam de papéis e impressos da empresa, registra-se uma diminuição do ativo da empresa, diminuição essa que poderia, teoricamente, ser lançada nos registros contábeis à medida de sua ocorrência. Entretanto, isso não é feito, pela irrelevância da operação, e a despesa só é apurada no fim do período por diferença de estoques. 3.3.4 - Uniformidade ou consistência Os relatórios devem ser elaborados com a forma e o conteúdo das informações consistentes, para facilitar sua interpretação e análise pelos diversos usuários. Uma vez adotado determinado processo, dentre os vários possíveis que podem atender a um mesmo princípio geral, ele não deverá ser mudado com demasiada freqüência, pois,assim estaria sendo prejudicada a comparabilidade dos relatórios contábeis. Se, por exemplo, for adotado o método PEPS para avaliação de estoques em lugar do UEPS (ambos atendem ao mesmo princípio geral, isto é, “Custo como base de valor”), deverá ser usado sempre o mesmo método nos outros períodos. E, se houver a necessidade inadiável de se adotar outro critério, essa adoção deve ser declarada como nota explicativa dos relatórios, de maneira a cientificar o leitor. Co nta bil ida de Au la 03 - Pr inc ípi os C on tá be is 31Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Síntese Nesta aula, estudamos os Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos e sua importância para que as Demonstrações Contábeis sejam fidedignas, podendo-se extrair informações úteis para a tomada de decisões. Na próxima aula, estudaremos o milenar Método das Partidas Dobradas, que torna possível os registros das operações de uma empresa e o equilíbrio do Patrimônio. Não perca! Referências Bibliográficas IUDÍCIBUS, Sérgio de et. al. Contabilidade Introdutória. 7.ed. São Paulo: Atlas.
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