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CÂNCER DE TIREÓIDE

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PEDRO SANTOS – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
 
CÂNCER DE TIREÓIDE 
 
CONCEITO 
O câncer de tireoide ocorre quando tumores, 
também conhecidos como nódulos, crescem na 
tireoide. 
Os tumores malignos da tireoide são provenientes 
de dois grupos celulares, de origens embriológicas 
distintas. As células C, neuroendócrinas, 
produtoras de calcitonina, cujo tumor é o 
carcinoma medular, e as células foliculares 
produtoras de T4 e tireoglobulina que originam os 
tumores bem diferenciados e os 
indiferenciados. 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA 
GLÂNDULA TIREÓIDE 
A glândula tireoide está localizada na região 
anterior do pescoço, abaixo da proeminência da 
cartilagem cricoide, conhecida como “Pomo de 
Adão”. Ela tem dois lobos unidos pelo istmo. 
Eventualmente, pode estar presente um terceiro 
lobo, o piramidal. 
 
Esta glândula tem como unidade funcional o 
folículo tireoidiano, responsável pela produção 
dos hormônios tireoidianos. 
A regulação da produção destes hormônios se dá 
através do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide, 
através da liberação do hormônio de liberação da 
tireotrofina (TRH) pelo hipotálamo, e do 
hormônio estimulador da tireoide (TSH) pela 
hipófise anterior. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
Estimativas de novos casos: 13.780, 1.830 sendo 
homens e 11.950 mulheres (2020 - INCA). 
Número de mortes: 869, sendo 298 homens e 571 
mulheres (2019 - Atlas de Mortalidade por Câncer 
- SIM). 
FATORES DE RISCO 
História de irradiação (ter sido submetido à 
radioterapia) do pescoço, mesmo em baixas doses; 
História familiar de câncer da tireoide; 
Associação com dietas pobres em iodo. 
PRINCIPAIS TIPOS DE CÂNCER DE 
TIREOIDE 
TUMORES DIFERENCIADOS 
 Carcinoma Papilífero 
 Carcinoma Folicular 
TUMORES POUCO DIFERENCIADOS 
 Carcinoma Medular 
 Carcinoma Anaplásico 
CARCINOMA PAPILÍFERO 
CONCEITO 
Tumor epitelial maligno com diferenciação 
folicular, estruturas papilares e foliculares e 
alterações nucleares típicas. 
Crescimento lento. 
Apresenta metástase para linfonodos cervicais, daí 
o caráter multifocal. 
É o tumor tireoidiano mais frequente, responsável 
nos EUA por cerca de 80% dos casos de câncer de 
tireóide. 
Apresenta bom prognóstico. 
PATOGENESE 
Os carcinomas papilíferos da tireoide 
frequentemente apresentam alterações genéticas 
que levam à ativação da via de sinalização MAPK. 
Mutações pontuais dos genes BRAF (V600E) e 
RAS e rearranjo RET/PTC podem ser detectadas 
por métodos moleculares em mais de 70% dos 
PEDRO SANTOS – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
 
casos de carcinoma papilífero. Mutações do BRAF 
ocorrem em cerca de 50% dos casos e estão 
associadas a um curso clínico mais agressivo. 
Mutações nos genes RET/PTC, RAS ou BRAF. 
QUADRO CLÍNICO 
Depende do estágio. 
Geralmente o paciente é eutireoideo. 
Clinicamente, o tumor apresenta-se como um 
nódulo tireoidiano palpável, nem sempre notado 
pelo próprio paciente. 
Alguns possuem nódulos cervicais metastáticos, 
com ou sem nódulos tireoidianos palpáveis. 
O nódulo pode ter consistência firme ou cística. A 
glândula pode estar aumentada assimetricamente, 
difusamente ou ser multinodular. 
Rouquidão, disfagia, tosse e dispneia sugerem 
pressão do tumor sobre estruturas adjacentes. 
CARCINOMAS FOLICULARES 
CONCEITO 
2º mais comum. 
Responsável por menos de 10% dos tumores 
malignos de tireóide. É muito raro em crianças e o 
pico de incidência é em idade um pouco mais 
elevada que o papilífero. 
Comum após os 40 anos de idade. 
É mais comum em mulheres. 
Predomina em áreas com deficiência de iodo. 
Não apresenta metástase para linfonodos 
cervicais. 
PATOGENIA 
Os carcinomas foliculares podem exibir mutações 
do gene RAS e rearranjos do PAX8-PPARγ 
(também detectadas em adenomas foliculares e 
variantes foliculares do carcinoma papilífero). As 
mutações pontuais do RET são cruciais no 
desenvolvimento dos carcinomas medulares. 
Muitas dessas mutações, especialmente as que 
levam à ativação da via MAPK, estão sendo 
exploradas como potenciais alvos terapêuticos. 
Mutação no gene P53. 
QUADRO CLÍNICO 
Nódulo solitário e indolor. 
Linfadenopatia metastática é incomum. 
CARCINOMA ANAPLÁSICO OU 
INDIFERENCIADO 
CONCEITO 
É a forma menos comum (cerca de 1 a 2% dos 
casos) e o mais agressivo. 
Tumor caracteriza-se por crescimento rápido e 
doloroso. 
Poucos sobrevivem por mais de 6 meses. 
Incidência aumentada em áreas de deficiência de 
iodo. 
Mais comum em idosos. 
Extremamente invasivo e em poucos meses 
acomete toda a tireoide e estruturas vizinhas, 
sendo quase sempre fatal. 
PATOGENIA 
Mutações no gene p53 presentes em 15% dos 
casos. 
QUADRO CLÍNICO 
Costumam apresentar-se como massas volumosas 
no pescoço que aumentam rapidamente. 
Na maioria dos casos, a doença já se espalhou além 
da cápsula tireoidiana para as estruturas do 
pescoço ou passou por metástase para os pulmões 
no momento da apresentação. 
Sintomas relacionados com compressão e invasão, 
como dispneia, disfagia, rouquidão e tosse, são 
comuns. 
Não há terapias efetivas, e a doença é quase 
uniformemente fatal. Embora as metástases para 
locais distantes sejam comuns, na maioria dos 
casos a morte ocorre em menos de 1 ano, como 
resultado do crescimento agressivo e do 
comprometimento das estruturas vitais no 
pescoço. 
CARCINOMA MEDULAR 
CONCEITO 
Os carcinomas medulares da tireoide consistem 
em neoplasias neuroendócrinas derivadas de 
células parafoliculares, ou células C, da tireoide, e 
são responsáveis por aproximadamente 5% das 
neoplasias tireoidianas. 
PEDRO SANTOS – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
 
Apresenta metástases para linfonodos cervicais. 
Quando a neoplasia é diagnosticada já possui 
metástase. 
Metástases a distâncias incluem pulmões, fígado e 
ossos. 
PATOGENIA 
Ocorrem mutações nos genes RET. 
QUADRO CLÍNICO 
Massa palpável e, quando localmente avançada, 
pode haver rouquidão, disfagia e sinais de 
dispneia. 
Ocorre diarreia em 30% dos casos, sendo 
ocasionada por maior secreção jejunal de água e 
eletrólitos induzida por calcitonina. 
Pode haver hipertensão (Se NEM = 
feocromocitoma), hipercalcemia e nefrolitíase que 
são decorrentes de hiperparatireoideismo que 
pode estar presente (NEM 2A). 
Radiografia cervical pode mostrar 
hipotransparência esparsa (degeneração calcifica). 
DIAGNÓSTICO 
Ultrassonografia 
O exame de ultra-som (US)11(D) é muito 
empregado no diagnóstico dos nódulos 
tireoidianos benignos e malignos e das metástases 
cervicais. Muitas vezes o nódulo é descoberto a 
partir de um US de rotina. No entanto, seus 
achados são muito inespecíficos para 
caracterização do nódulo, quanto à sua natureza. 
PAAF (Punção Aspirativa por Agulha Fina) 
Quase todos os nódulos são puncionados, através 
da punção aspirativa por agulha fina (PAAF), 
muitas vezes direcionada por US. 
A PAAF é excelente no diagnóstico do carcinoma 
papilífero (sensibilidade e especificidade muito 
elevadas), medular e anaplásico (pouca 
especificidade para o folicular). 
Cintilografia da tireoide 
A cintilografia da tireoide consiste na obtenção de 
imagens da glândula tireoide após a administração 
de uma pequena quantidade de iodo radioativo 
(131I). O iodo é absorvido pela glândula tireoide ou 
células da tireoide presentes em qualquer parte do 
corpo. Algumas horas após a administração do 
radiofármaco são obtidas imagens em um 
equipamento denominado gama câmara. 
As áreas anormais da tireoide, que captam menos 
radioatividade do que o tecido normal, são 
denominadas nódulos frios, e as áreas que 
captam mais radiação são chamadas nódulos 
quentes. Os nódulos quentes geralmente não 
são cancerosos, mas os nódulos frios geralmente 
são malignos, no entanto, um nódulo frio pode 
também ser benigno. 
Quando uma biópsia confirma o diagnóstico do 
câncer de tireoide, é realizada a cintilografia de 
corpo inteiro para determinar se existe 
disseminação da doença. A cintilografiade corpo 
inteiro também pode ser feita após a cirurgia para 
detectar se existe alguma célula tiroidiana 
remanescente. 
Radiografia de tórax 
A radiografia de tórax é utilizada para diagnosticar 
se a doença se disseminou para os pulmões. 
Tomografia computadorizada 
A tomografia computadorizada é uma técnica de 
diagnóstico por imagem que utiliza a radiação X 
para visualizar pequenas fatias de regiões do 
corpo, por meio da rotação do tubo emissor de 
raios X ao redor do paciente. Este exame permite 
determinar o tamanho e a localização do tumor de 
tireoide, assim como a presença ou ausência de 
metástases em outros órgãos que podem ser 
afetados pela disseminação da doença, como, por 
exemplo, os pulmões. 
Um problema ao usar a tomografia 
computadorizada é que o corante de contraste da 
tomografia contém iodo, o que interfere na 
imagem. Por essa razão, muitos médicos preferem 
exames de imagem com ressonância magnética 
para o diagnóstico. 
Ressonância magnética 
A ressonância magnética é um método de 
diagnóstico por imagem, que utiliza ondas 
eletromagnéticas para a formação das imagens. A 
ressonância magnética produz imagens que 
permitem determinar o tamanho e a localização de 
um tumor bem como a presença de metástases. A 
ressonância magnética pode fornecer imagens 
detalhadas de tecidos moles, como a glândula 
tireoide. As ressonâncias magnéticas também são 
úteis para examinar o cérebro e a medula espinhal. 
PEDRO SANTOS – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
 
Tomografia por emissão de pósitrons 
O PET scan pode ser útil se o câncer de tireoide não 
consumir iodo radioativo. Nessa condição o PET 
scan permite diagnosticar se o câncer se 
disseminou para os linfonodos ou outras 
estruturas e órgãos do corpo. 
DIAGNÓSTICO PAPILÍFERO 
Nódulo palpável + PAAF confirma o diagnóstico. 
TC e RM só para doença extensa (linfonodos 
profundos; laringoscopia na suspeita de invasão 
contíngua. 
DIAGNÓSTICO FOLICULAR 
Não pode ser diagnosticado por PAAF. 
DIAGNÓSTICO MEDULAR 
Níveis elevados de Calcitonina + Nódulo palpável. 
Realiza-se PAAF com comprovação hhistológica 
ou citológica de carcinoma medular de tireoide. 
Pesquisa de marcadores tumorais (calcitonima e 
CEA) para exclusão de diagnósticos diferenciais 
associadas a MEN2 – 
DIAGNÓSTICO ANAPLÁSICO 
PAAF + Citologia 
Pesquisa de antígenos: 
 Tireoglobulina 
 Antíngeno linfocitário 
 Calcitonina 
ESTADIAMENTO 
Carcinoma Papilifero + Folicular 
 
 
 
ESTADIAMENTO MEDULAR + 
ANAPLÁSICO: 
 
TRATAMENTO 
TRATAMENTO PAPILÍFERO 
O tratamento é cirúrgico. 
TIREOIDECTOMIA TOTAL 
Lesões > 1cm ou com extensão extratireoidiana, 
metástases 
Pacientes < 15 anos 
TIREOIDECTOMIA PARCIAL 
(LOBECTOMIA COM ISTMECTOMIA) 
Lesões < 1cm, sem os fatores acima. 
Conduta após Tireoidectomia Total: 
RADIOABLAÇÃO COM IODO RADIOATIVO 
Destruir o parênquima radioativo. Indicado para 
metástases, tumores > 4cm. 
TERAPIA SUPRESSIVA COM 
LEVOTIROXINA: 
Repor T4 + suprimir TSH (tumor responde à ele). 
Deve ficar abaixo de 0,1 um/L. 
Acompanhamento pós-operatório: 
USG cervical a cada 6 meses. 
Tireoglobulina sérica deve ser mensurada a cada 6 
meses. (tem que ficar negativa < 1-2 ng/mL porque 
não tem mais tireoide). 
PEDRO SANTOS – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
 
TRATAMENTO CARCINOMA 
FOLICULAR 
TIREOIDECTOMIA PARCIAL 
Lesões unilaterais < ou = 2cm 
Radioablação + supressão do TSH com 
Levotiroxina. 
TIREOIDECTOMIA TOTAL 
Lesões > 2cm 
Radioablação + supressão do TSH com 
Levotiroxina. 
Ressecção de linfonodos se tiver 
comprometimento. 
TRATAMENTO MEDULAR 
TIREOIDECTOMIA TOTAL 
Devido a multicentricidade realiza-se a 
tireoidectomia total. 
Ressecção de linfonodos da cadeia central junto 
com os paratraqueais. 
Não responde à radioterapia, ablação com iodo, ou 
terapia supressiva com levotiroxina. 
Acompanhamento: 
Calcitonina sérica e CEA 6 meses após a cirurgia 
para detectar doença residual. 
TRATAMENTO ANAPLÁSICO 
Não tem bons resultados. 
Uma vez confirmado por PAAF, traqueostomia 
deve ser realizada para prevenir asfixia por 
invasão. 
A Tireoidectomia para ressecção completa do 
tumor não é recomendada devido à invasão 
extensa no momento do diagnóstico. 
RTX e QTX com doxorrubicina devem ser 
empregadas. 
PROGNÓSTICO

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