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SÍNDROME METABÓLICA (SM) INTRODUÇÃO →Diz respeito a um conjunto de fatores de risco cardiovascular que tendem a ocorrer de forma associada em um mesmo indivíduo, tendo uma estreita relação com o acúmulo de gordura no compartimento intra-abdominal _ obesidade visceral _, e a resistência tecidual às ações biológicas da insulina. →Tem tido um aumento crescente no número de casos, estando esses casos, em parte, associados com a grande prevalência da obesidade também. DEFINIÇÕES →Existem várias propostas de critérios diagnósticos para SM, o que ambas possuem em comum é a inclusão de marcadores para: 1. Fatores de risco cardiovascular modificáveis com hábitos de vida: hipertensão arterial e dislipidemia _ hipertrigliceridemia e colesterol HDL baixo; 2. Distúrbios do metabolismo da glicose: resistência à insulina, hiperinsulinemia, glicemia alterada em jejum ou após teste de tolerância a glicose, diagnóstico prévio de DM; 3. Obesidade: IMC, cintura abdominal ou relação cintura-quadril. →Critérios diagnósticos mais utilizados: HIPERTENSÃO ARTERIAL →Média da PA em 2 ou mais consultas acima dos valores de referência (>= 140x90) →PA >= 180x110 ou lesão de órgão-alvo →O ideal é a realização do MAPA pressórico de 24 horas (vigília/ 24h/ sono) >=135x85/ 130x80/ 120x70 →MRPA (residencial) - >= 135 x 85 →Situações a serem consideradas antes de realizar o diagnóstico: HAS do Jaleco Branco e HAS Mascarada →PA considerada no critério diagnóstico de sd metabólica: >= 130 x 85 CLASSIFICAÇÃO →Comparativa entre Brasil e EUA: (importante pensando em residência) →Segundo diretriz brasileira de 2020: →Os pacientes são assintomáticos, em sua maioria →Com o passar do tempo, caso não tratada, pode gerar LOA → de caráter vascular e/ou de sobrecarga TRATAMENTO →Alvo menor que 140x90 (brasil) →Em pacientes de alto risco o alvo é < 130x80 (DM, LOA) →MEV (diminuir peso, dieta DASH, atividade física – 30min/dia, diminuição da ingesta de sódio - <2g/dia) →HAS E1 – apenas uma droga anti-hipertensiva de primeira linha →HAS E2 e os de Alto risco – terapia combinada (2 drogas) OBS: IECA + BRA II – NÃO PODE ESSA COMBINAÇÃO! Pq são drogas que atuam sobre o mesmo local (sistema renina-angiotensina-aldosterona) e elas amplificam o efeito adverso uma da outra. ANTI-HIPERTENSIVOS DE PRIMEIRA LINHA DROGAS DE 2ª LINHA →Betabloqueador (IC, enxaqueca) →Alisquireno (inibição direta da renina) →Metildopa, hidralazina (gestante) →Espironolactona (hiperaldosteronismo) →Prazosin (HPB – hipertensão prostática) →Clonidina (urgência) HIPERTENSÃO RESISTENTE – PA NÃO CONTROLADA COM USO DE 3 DROGAS OTIMIZADAS (INCLUINDO UM DIURÉTICO) →Primeiro: descartar uma pseudo resistência →Segundo: buscar HAS secundária *Principais causas de HAS secundária: →Dentre essas situações, a mais relevante, principalmente pensando em provas, é da hipocalemia em função de uma hiperaldo, que pode ser tanto primário (hiporreninêmico – nesse caso a alternativa farmacológica é a espironolactona), quanto secundário (Hiperreninêmico – nesse caso é interessante tentar o eixo mais precocemente com IECA ou BRA-II – exceto na estenose bilateral de artérias renais, que aí não pode usar esses dois fármacos) →CASO CLÍNICO: →SOBRE O CASO: DISLIPIDEMIA – PERFIL LIPÍDICO →Foco em: Triglicerídeo →Valor de referência com jejum: < 150 mg/dl →Valor de referência sem jejum: < 175 mg/dl →Valor considerado no critério diagnóstico para sd metabólica >=150 mg/dl →Medida prioritária para redução de triglicerídeos: MEV (dieta + atividade física) →Quando TG >= 500 – iniciar medicações → melhor classe: FIBRATOS HDL-colesterol →Valor de referência: > 40 →Apesar de existir droga que tenha o efeito de aumentar o HDL (como é o caso do Ácido Nicotínico), não existe indicação de ser usada →Para os critérios diagnósticos de sd metabólica: HDL no homem < 40 / HDL na mulher < 50 LDL-colesterol →Aterogênica (atravessa a parede do vaso e se deposita ali) →O valor alvo depende do risco cardiovascular do paciente →Melhor classe de drogas: ESTATINAS Terapia de alta intensidade: Atorvastatina 40-80 mg/ Rosuvastatina 20-40 mg -Doença aterosclerótica: IAM, AVE, dça arterial periférica (risco muito alto → alvo LDL < 50) -Pacientes com dislipidemias familiares: LDL >= 190 mg/dl (risco alto → alvo LDL < 70) -Pacientes com risco cardiovascular global em 10 anos >= 20% (risco alto → alvo LDL < 70) Terapia de moderada intensidade: Atorvastatina 10-20 mg / Sinvastatina 20-40 mg -LDL 70 – 189 + diabetes ou com potencializadores (risco alto → alvo LDL < 70) →Se DM “puro” (risco intermediário → alvo LDL < 100) OBS: Em ambos os casos reavaliar em 4 a 12 semanas e o tempo de uso do medicamento é indefinido! →Outras opções: Ezetimiba ou Inibidores da PCSK9 →Fórmula para estimar o LDL – Fórmula de Friedewald: LDL = CT – HDL – TG/5 → Qual o plano terapêutico mais adequado para esta paciente? →LDL = 290 – 50 – 200/5 → LDL= 290 – 50 – 40 → LDL=200 (risco alto para doença cardiovascular – logo, precisa de terapia de alto intensidade) →TG= 200 – logo, instruir MEV (perder ponderal) DIABETES MELLITUS – SÓ GERALZÃO AQUI →A hiperglicemia é só o reflexo do problema real! →Desbalanço entre os hormônios contrainsulínicos (glucagon, GH, adrenalina, cortisol) e o hormônio insulina →Distúrbio do metabolismo relacionado ao HIPOinsulinismo →Insulina – hormônio ANABÓLICO (“constroem”) →Contrainsulínicos – hormônios CATABÓLICOS (“destroem”) →O paciente com diabetes é sinônimo de um estado de CATABOLISMO →É como se o paciente estivesse em um estado de JEJUM – então inicialmente o organismo começa a fazer glicogenólise e em seguida, como isso não foi suficiente, começa a destruir tudo para tentar obter a energia que está “faltando”, então inicia-se também processos de lipólise e proteólise (com liberação de ácidos graxos, corpos cetônicos e aminoácidos) – OK, mas AG, corpos cetônicos e aminoácidos não são glicídios, não são carboidratos, PORÉM, com a demanda do organismo, esses “compostos” também podem ser transformados em carboidratos/glicose, colaborando para o estado de hiperglicemia, por meio da GLICONEOGÊNESE – ou seja, de uma forma ou de outra, dentro de um estado de catabolismo franco, TUDO vai contribuir para a glicose aumentar →OU SEJA, se queremos resolver o problema do paciente o foco em sim NÃO PODE ser a GLICEMIA! Temos que focar no distúrbio hormonal (distúrbio endócrino) → focar no estado de HIPOinsulinismo →Principais tipos: DM1 (hipoinsulinismo absoluto) e DM2 (resistência a insulina no início e depois vai diminuindo com a progressão da doença) DIAGNÓSTICO →Diabetes e pré-diabetes →Considerando a sd metabólica, o valor que entra nos critérios para diagnóstico é o de glicemia de jejum >= 100 (ou seja, não é de diabetes!) FISIOPATOLOGIA →Obesidade visceral e resistência insulínica não são os únicos fatores responsáveis pelo surgimento da SM. →Fatores genéticos também possuem influência para sua determinação – por exemplo, algumas mutações (no gene receptor da insulina, ou no PPAR-gama, por exemplo) podem provocar um estado de resistência a insulina e manifestações compatíveis com SM. →Ou seja, a SM tem etiologia multifatorial. →Anormalidades fisiopatológicas observadas: Aumento dos níveis de ácidos graxos livres circulantes Fosforilação em serina dos substratos do receptor de insulina (IRSs) Acúmulo de lipídios no músculo e no fígado (esteatose) Alteração na secreção de hormônios pelos adipócitos Estado inflamatório sistêmico Estado protrombótico Aumento na síntese de VLDL pelo fígado e aumento da atividade da CETP. HAS Disfunção endotelial
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