Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tenho em mim todos os sonhos do mundo. Fernando Pessoa Nacht V van Gogh Bioeletrogênese Neurofisiologia Prof. Adj. Dr. med. Valdeci J. Pomblum BioeletrogêneseBioeletrogênese Introdução Níveis de investigação BioeletrogêneseBioeletrogênese Introdução A sinalização neuronal depende de alterações rápidas da diferença de potencial elétrico através das membranas celulares. a) Receptores da retina b) Neurônios olfatórios; c) Células ciliadas da orelha interna; d) Células ciliadas do sistema vestibular ... BioeletrogêneseBioeletrogênese Introdução Uma pessoa pisa em um Percevejo ... Equivalente Eletroquímico BioeletrogêneseBioeletrogênese BioeletrogêneseBioeletrogênese Introdução Reflex arc BioeletrogêneseBioeletrogênese Citosol e o Fluido Extracelular Os fluidos salinos, a membrana e as proteínas (da membrana) contribuem para o estabelecimento do potencial de repouso. Os íons dissolvidos nos fluidos intra- e extracelulares são os responsáveis pelos potenciais de repouso e de ação. Água: distribuição desigual de carga elétrica; íons BioeletrogêneseBioeletrogênese Membrana Fosfolipídica BioeletrogêneseBioeletrogênese Estrutura Protéica BioeletrogêneseBioeletrogênese Canais Iônicos Consistem de proteínas que se estendem através da membrana formando um poro. BioeletrogêneseBioeletrogênese Canais Iônicos Propriedade da maioria dos canais iônicos: seletividade iônica e a existência de „portões“. Gated channels significa „canais ativados (pela abertura de portões)“. Voltage-gated ion channel BioeletrogêneseBioeletrogênese Vários Tipos de Estímulos Controlam a Abertura e o Fechamento dos Canais Iônicos Canais dependentes de ligantes. A energia proveniente da ligação do ligante leva o canal para a sua conformação aberta. BioeletrogêneseBioeletrogênese Vários Tipos de Estímulos Controlam a Abertura e o Fechamento dos Canais Iônicos Regulado por fosforilação: a energia para a abertura provém da transferência do grupo fosfato (Pi) de alta energia. BioeletrogêneseBioeletrogênese Vários Tipos de Estímulos Controlam a Abertura e o Fechamento dos Canais Iônicos Dependente de voltagem: a energia para a abertura e fechamento do canal provém da alteração da diferença de potencial elétrico através da membrana. BioeletrogêneseBioeletrogênese Vários Tipos de Estímulos Controlam a Abertura e o Fechamento dos Canais Iônicos Dependentes de estiramento ou pressão: a energia para a abertura e fechamento do canal pode resultar de forças mecânicas transmitidas ao canal através do citoesqueleto. BioeletrogêneseBioeletrogênese Modelos Físicos para a Abertura e Fechamento dos Canais Iônicos Uma alteração conformacional localizada ocorre em uma região do canal. BioeletrogêneseBioeletrogênese Modelos Físicos para a Abertura e Fechamento dos Canais Iônicos Uma alteração conformacional global ocorre ao longo do canal. BioeletrogêneseBioeletrogênese Modelos Físicos para a Abertura e Fechamento dos Canais Iônicos Uma partícula bloqueadora se desloca para dentro e para fora do canal. BioeletrogêneseBioeletrogênese Movimentos de Íons Difusão BioeletrogêneseBioeletrogênese Movimentos de Íons Eletricidade BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Repouso das Membranas O potencial da membrana (Vm) é a voltagem através da membrana neuronal em qualquer momento, podendo ser de “repouso” ou não, durante o “potencial de ação”. BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Membranas O pequeno tamanho da maior parte dos neurônios fez com que os pioneiros da neurociência fizessem seus experimentos com invertebrados. Na lula (Squid, Loligo pealii), por exemplo, seus axônios foram, no início, confundidos com vasos sangüíneos. O grande diâmetro do axônio (1 mm) permitia a introdução de eletrodos e a troca de soluções no meio interno. BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Membranas BioeletrogêneseBioeletrogênese Potenciais de Equilíbrio A diferença de potencial elétrico que contrabalança exatamente um gradiente de concentração iônico é chamado de potencial de equilíbrio iônico (Eíon). 1 2 BioeletrogêneseBioeletrogênese Potenciais de Equilíbrio Observações importantes: 1) Grandes alterações no potencial de membrana são causadas por alterações mínimas nas concentrações iônicas; 2) A diferença líquida na carga elétrica ocorre nas superfícies interna e externa da membrana; 3) Íons são impelidos através da membrana em uma velocidade proporcional à diferença entre o potencial de membrana e o potencial de equilíbrio; 4) Se a diferença de concentração para um íon através da membrana é conhecida, o potencial de equilíbrio para este íon pode ser calculado. BioeletrogêneseBioeletrogênese Equação de Nerst Cada íon tem o seu próprio potencial, o potencial de repouso que seria estabelecido se a membrana fosse permeável somente aquele íon. Ex.: EK = - 80 mV, ENa = 62 mV EK = ln [K[K++]]inin [K[K++]]outout -RT zKF R = 8.31 J/(mol-deg) T = 310o K F= 96,500 coul/mol ln to log (x2.303) Prêmio Nobel 1920 BioeletrogêneseBioeletrogênese Equação de Nerst e o Potencial de Membrana BioeletrogêneseBioeletrogênese Distribuição dos Íons BioeletrogêneseBioeletrogênese Distribuição dos Íons Através da Membrana Como surgem os gradientes de concentração ? BioeletrogêneseBioeletrogênese Equação de Goldman-Hodgin-Katz (GHK) É importante destacar que o K+ está mais concentrado no meio intracelular do que no meio extracelular e o Na+ e Ca2+ estão mais concentrados no meio extracelular do que no meio intracelular. Além disso, em repouso, o K+ é 40 vezes mais permeável que o sódio. PK[K+]out + PNa[Na+]out + PCl [Cl-]in Vm ≅ -60 mV log PK[K+]in + PNa[Na+]in + PCl [Cl-]out BioeletrogêneseBioeletrogênese Canal de Potássio A maioria dos canais de potássio possui 4 subunidades arranjadas, formando um “barril”. A alça do poro é a parte que dá seletividade aos K+. BioeletrogêneseBioeletrogênese Canal de Potássio Os canais de K+ dependentes de voltagem apresentam uma grande variedade de velocidades de inativação. O canal de K+ retificador tardio (ou de saída), Shaw, que é ativado com a despolarização e é o principal responsável pela repolarização no PA de axônios e do músculo esquelético, é inativado muito lentamente (s) em comparação com a duração do PA (ms). O canal KA, descrito em um nudibrânquio (Anisodoris) e depois em uma mutante da mosca Drosophila melanogaster denominado Shaker. BioeletrogêneseBioeletrogênese Canal de Potássio „Shaker“ A estrutura terciária da subunidade protéica contém uma alça do poro, uma parte da cadeia polipeptídica que forma uma curva de um grampo dentro do plano da membrana. A alça do poro é a parte crítica do filtro que torna o canal seletivamente permeável a K+. BioeletrogêneseBioeletrogênese Canal de Potássio „Shaker“ Através da determinação da seqüência de DNA completa do gene Shaker, em 1987, revelou-se que a proteína codificada pelo gene Shaker forma um canal de potássio. Shaker e sono: em 2005, descobriu-se que as D. melanogaster, que dormem de 6 a 12 horas, como os humanos, e que apresentam os canais Shaker dormem menos, abrindo novas fronteiras para a pesquisa do sono (Cirelli et al., 2005). Lily e Yuh Nung Jan BioeletrogêneseBioeletrogênese Canal de Potássio Uma cepa de camundongo chamada Weaver tem uma mutação de um único aminoácido na alça do poro do canal de potássio encontrado em neurônios específicos do cerebelo. Os camundongos têm dificuldade em manter a postura e se movimentar normalmente. BioeletrogêneseBioeletrogênese Regulação do Potássio Extracelular Devido à alta permeabilidade do potássio, o potencial de membrana é bastante sensível a alterações na concentração extracelular de potássio. Mecanismos Protetivos: barreira hematoencefálica e astrócitos Tamponamento Espacial BioeletrogêneseBioeletrogênese Regulação do Potássio Extracelular Como em repouso membrana neuronal(e muscular) é muito permeável ao K+, uma alteração de 10 vezes em sua concentração extracelular (de 5 para 50 mM) causa uma despolarização de 48 mV, eliminando o potencial de repouso de – 80 mV e não gerando os impulsos que causam a contração cardíaca, por exemplo. BioeletrogêneseBioeletrogênese Hiperpotassemia (hipercalemia) BioeletrogêneseBioeletrogênese Canal de Sódio Síndrome de Brugada (SCN5A) – ler artigos Hallake, 2004 e Gussak et al., 1999. Analgesia (SCN9A) – ler artigo Cox et al., 2006. Epilepsia (SCN1B, SCN1A) – ler artigos Wallace et al., 1998 e Escayg et al., 2000. BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação O potencial de ação é uma redistribuição de cargas elétricas através da membrana. BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação – “Voltage Clamp” Criado por Kenneth Stewart Cole e empregado decisivamente por Hodgkin e Huxley, o fixador de voltagem (voltage clamp) permitiu que o potencial de membrana de um axônio fosse “fixado” e fossem medidas as condutâncias através da membrana. Alan Lloyd Hodgkin e Andrew Fielding Huxley (Nobel 1963) 1914-1998 1917-1900-1984 BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação – “Voltage Clamp” “Fixação de Voltagem” BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação O potencial de membrana muda pela alteração da permeabilidade iônica relativa da membrana. BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação Source: http://faculty.washington.edu/chudler/ap.html BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação 1 - A stimulus is received by the dendrites of a nerve cell. This causes the Na+ channels to open. If the opening is sufficient to drive the interior potential from - 70 mV up to - 55 mV, the process continues. BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação 2 - Having reached the action threshold, more Na+ channels (sometimes called voltage-gated channels) open. The Na+ influx drives the interior of the cell membrane up to about +30 mV. The process to this point is called depolarization. BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação 3 - The Na+ channels close and the K+ channels open. Since the K+ channels are much slower to open, the depolarization has time to be completed. Having both Na+ and K+ channels open at the same time would drive the system toward neutrality and prevent the creation of the action potential. BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação 4 - With the K+ channels open, the membrance begins to repolarize back toward its rest potential. BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação 5 - The repolarization typically overshoots the rest potential to about - 90 mV. This is called hyperpolarization and would seem to be counterproductive, but it is actually important in the transmission of information. Hyperpolarization prevents the neuron from receiving another stimulus during this time, or at least raises the threshold for any new stimulus. Part of the importance of hyperpolarization is in preventing any stimulus already sent up an axon from triggering another action potential in the opposite direction. In other words, hyperpolarization assures that the signal is proceeding in one direction. BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação 6 - After hyperpolarization, the Na+-K+ pumps eventually bring the membrane back to its resting state of - 70 mV . Bioeletrogênese Bioeletrogênese Potencial de Ação - Despolarização BioeletrogêneseBioeletrogênese Bomba de Na+-K+-ATPase Usa, diretamente, a energia obtida da hidrólise da adenosina trifosfato (ATP) para transportar substâncias contra um gradiente energético (de concentração ou elétrico). BioeletrogêneseBioeletrogênese Bomba de Na+-K+-ATPase BioeletrogêneseBioeletrogênese Bomba de Na+-K+-ATPase BioeletrogêneseBioeletrogênese Canal de Sódio Dependente de Voltagem (voltage-gated) A molécula do canal de sódio consiste de quatro domínios. BioeletrogêneseBioeletrogênese Canal de Sódio Dependente de Voltagem (voltage-gated) Cada domínio consiste de 6 segmentos de alfa-hélice BioeletrogêneseBioeletrogênese Canal de Sódio Dependente de Voltagem (voltage-gated) Os domínios se organizam, formando um poro entre eles. BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Membrana Medida do potencial de membrana da fibra nervosa por meio de micropipeta. BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação “Patch Clamping” (fixação de membrana) electrode electrode electrode A B glass pipet Prêmio Nobel 1991- Erwin Neher BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação “Patch Clamping” (fixação de membrana) reference electrode membrane patch electrode in patch pipet amplifier with voltage control salt solution BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação “Patch Clamping” (fixação de membrana) open closedc u r r e n t time BioeletrogêneseBioeletrogênese Condução do Potencial de Ação Após vencer o limiar, para transferir informação de um ponto a outro no sistema nervoso é necessário que o potencial de ação, uma vez gerado, seja conduzido ao longo do axônio. O potencial de ação iniciado em uma extremidade de um axônio apenas se propaga em uma direção (condução ortodrômica). Lei da Polarização Dinâmica de CAJAL. O potencial de ação se propaga sem decaimento (não- decremental). Geralmente, os potenciais de ação apresentam uma velocidade de 10 m/s. A velocidade de condução do potencial de ação aumenta com o diâmetro do axônio. BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação Princípio do TUDO-OU-NADA Aplicado a todos os tecidos excitáveis normais, assegura que uma vez que o potencial de ação tenha produzido em qualquer ponto de uma fibra normal, o processo da despolarização vai trafegar por toda a membrana, caso as condições sejam adequadas, ou não o fará, se forem inadequadas. Período refratário Absoluto – período (1/2500 s) durante o qual nenhum potencial de ação pode ser produzido, mesmo com estímulo intenso. Relativo – após o período refratário absoluto, existe um período refratário relativo. Neste período, estímulos mais intensos que o normal podem excitar a fibra. BioeletrogêneseBioeletrogênese Mielina e Condução Saltatória Além do diâmetro do axônio, o seu isolamento pela bainha de mielina, facilita a condução do potencial de ação com maior rapidez. 1) Céluas de Schwann no sistema nervoso periférico; 2) Oligodendroglia no sistema nervoso central. Ao longo da bainha de mielina, há espaços sem este isolamento (nodos de Ranvier) com uma grande concentração de canais de íons Na+ dependentes de voltagem. A condução pelos nosdos de Ranvier é conhecida como condução saltatória, permitindo, assim, aceleração da condução do potencial de ação. BioeletrogêneseBioeletrogênese Células de Schwann e Oligodendroglia BioeletrogêneseBioeletrogênese Theodor Schwann (1810-1882) BioeletrogêneseBioeletrogênese Nodos de Ranvier Às interrupções periódicas da bainha de mielina dá-se o nome de nodos de Ranvier. BioeletrogêneseBioeletrogênese Nodos de Ranvier Nos nodos de Ranvier, os potenciais de ação propagados são regenerados, provavelmente, pela grande densidade de canais de Na+ dependentes de voltagem. BioeletrogêneseBioeletrogênese Louis-Antoine Ranvier (1835-1922) Lámina del Leçons sur l'Histologie du Système nerveux. Paris, 1878. BioeletrogêneseBioeletrogênese Propagação do Potencial de Ação BioeletrogêneseBioeletrogênese Velocidade de Condução t = 1 BioeletrogêneseBioeletrogênese Velocidade de Condução t = 2 BioeletrogêneseBioeletrogênese Velocidade de Condução t = 3 BioeletrogêneseBioeletrogênese Potencial de Ação - Lidocaína A lidocaína e outros anestésicos locais previnem a geração de potenciais de ação por se ligarem a canais de sódio dependentes de voltagem. A lidocaína não tem acesso ao sítio alfa-hélice S6 dodomínio IV do lado de fora, precisando cruzar a membrana do axônio, passar pelo portão aberto do canal para encontrar o sítio de ligação por dentro do poro. BioeletrogêneseBioeletrogênese Tetrodotoxina (TTX) e os canais de sódio É uma potente toxina que obstrui o poro permeável ao Na+ dependente de voltagem, ligando-se firmemente a um sítio específico no lado externo do canal. É isolada dos ovários e fígado do baiacu, peixe-balão e do fugu (todos da ordem dos tetraodontiformes), do qual se prepara o , sashimi, sushi. BioeletrogêneseBioeletrogênese Saxitoxina (STX) e os canais de sódio A STX, produzida por dinoflagelados do gênero Gonyaulax, é encontrada em alta concentração em mariscos, mexilhões e outros moluscos que se alimentam destes protozoários marinhos. Também bloqueia os canais de sódio. BioeletrogêneseBioeletrogênese Saxitoxina (STX) e os canais de sódio A STX é 1.000 vezes mais tóxico que o sarin, o mais potente dos gases dos nervos. A reprodução exuberante desses dinoflagelados causa o fenômeno conhecido como “maré vermelha”. BioeletrogêneseBioeletrogênese Batracotoxina e os canais de sódio Encontrada na pele da rã colombiana, a batracotoxina faz com que os canais de Na+ abram-se em potenciais mais negativos e assim permaneçam por um período de tempo mais longo que o normal. Phyllobates terribilis Phyllobates bicolorPhyllobates aurotaenia BioeletrogêneseBioeletrogênese Esclerose Múltipla A esclerose múltipla (EM) é uma doença de causa desconhecida e definida clinicamente pelos sintomas, sinais e progressão neurológica típicos. É caracterizada patologicamente por áreas disseminadas de inflamação, desmielinização e patologia axonal afetando o cérebro, os nervos ópticos e a medula. O cérebro mostra sinais de infiltração perivascular por linfócitos e monócitos, expressão de antígenos do MHC, linfocinas e monocinas secretadas pelas células ativadas, ... BioeletrogêneseBioeletrogênese Esclerose Múltipla Sugerem-se tanto fatores ambientais quanto fatores genéticos para a patogênese da EM. A taxa de incidência anual da EM varia em diferentes populações de 1,5 até 11 por 100.000. As mulheres são comprometidas mais que homens: 3:2. A miríade de sinais/sintomas depende dos locais anatômicos comprometidos: nervos ópticos, tratos piramidais, colunas posteriores, cerebelo, sistema vestibular, ... BioeletrogêneseBioeletrogênese Esclerose Múltipla BioeletrogêneseBioeletrogênese Síndrome de Guillain-Barré (polineuropatia desmielinizante inflamatória aguda) A SGB é caracterizada por fraqueza ou paralisia afetando os membros, simetricamente, associada à perda de reflexos tendinosos e aumento da proteína do CCR sem pleocitose. Depois da vacinação contra a pólio, tornou-se a causa mais freqüente de paralisia flácida em todo o mundo. O substrato patológico é a infiltração linfocítica das raízes medulares e dos nervos periféricos, com desmielinização mediada por macrófagos e degeneração axonal secundária. A SGB é certamente um distúrbio com mediação imunológica. BioeletrogêneseBioeletrogênese Síndrome de Guillain-Barré A SGB segue algum tipo de infecção em 60% dos casos. Os sintomas iniciais freqüentemente consistem em parestesias nos membros inferiores. A fraqueza é usual nas pernas. Os reflexos tendinosos são perdidos, mesmo onde a força está preservada. A fraqueza progride e pode ser rápida, usualmente em 14 dias, de forma que as funções como respiração podem ser perdidas dentro de poucas horas. BioeletrogêneseBioeletrogênese Leucodistrofias As leucodistrofias são doenças dismelienizantes e desmielinizantes, nas quais a formação ou a manutenção da mielina está comprometida por defeito bioquímico geneticamente determinado. Geralmente, acometem indivíduos dos primeiros meses de vida até os 20 anos. A adrenoleucodistrofia (ALD) inclui 2 distúrbios geneticamente determinados que causam disfunção das glândulas adrenais e na mielina do SN. 1) ALD ligada ao X; 2) ALD neonatal (recessiva). BioeletrogêneseBioeletrogênese Leucodistrofias Os tecidos e líquidos corporais dos pacientes com ALD ligada ao X contêm altos níveis de ácidos graxos (AG) de cadeia muito longa, saturados e não-ramificados. Os AG se acumulam por causa da deficiência da oxidação da beta peroxissomal. A ALD neonatal é caracterizada por retardo psicomotor grave, convulsões, retinopatia, e características dismórficas. BioeletrogêneseBioeletrogênese A batalha de Lorenzo contra a ALD Lorenzo Odone aos 4 e aos 20 anos com Oumouri Hassane (http://www.myelin.org) - The Myelin Project 1983 2001 BioeletrogêneseBioeletrogênese Bibliografia [1] Bear MF, Connors BW, Paradiso MA. A membrana nouronal em repouso. In: _____. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. cap. 3, p. 50-72. [2] Bear MF, Connors BW, Paradiso MA. O potencial de ação. In: _____. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. cap. 4, p. 73-97. [3] Cisternas JR, Douglas CR. Excitabilidade biológica: propriedades da membrana celular. In: Douglas CR. Tratado de fisiologia aplicada à nutrição. São Paulo: Robe, 2002. cap. 12, p. 199-226. [4] Lombard JH, Rusch NJ. Células, nervos e músculos. In: Raff H. Segredos em fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2000. cap. 1, p. 13- 55. [5] Guyton AC, Hall JE. Potenciais de membrana e potenciais de ação. In: _______. Tratado de fisiologia médica. 11. ed. São Paulo: Elsevier, 2006. cap. 5, p.57-71. [6] Costa JJL, Saavedra JP. Sinapse, neurotransmissão e geração do impulso nervoso. In: Cingolani HE, Houssay AB. Fisiologia humana de Houssay. Porto Alegre: Artmed, 2004. cap. 59, p. 749- 68. Böhmische Landschaft Caspar D Friedrich (1808) Há sonhos que ao enterrar-se, Levam dentro do caixão, Bocados da nossa alma, Pedaços de coração ! Florbela Espanca
Compartilhar