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Assédio moral e sexual em condomínios

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jusbrasil.com.br
14 de Setembro de 2021
Assédio moral e sexual em condomínios
Ascensorista irá receber R$ 10 mil de indenização por ações de síndico.
Ascensorista de elevador denuncia
síndico de condomínio por assédio
sexual e moral
A desembargadora Emília Facchini, da 3ª Turma do Tribunal de
Justiça do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG), manteve a sentença
que determina indenização para uma mulher que sofreu assédio sexual
e moral no trabalho.
Contratada para ser ascensorista de elevador, ela ajuizou uma ação
contra o condomínio onde exercia a função e contra o síndico. Além de
receber R$ 10 mil, a vítima pediu rescisão indireta do contrato em
razão das ofensas morais recebidas no local.
Pela prova testemunhal, a relatora verificou que a empregada era
vítima de constantes investidas por parte do síndico, que a assediava
sexualmente e não lhe dava paz. Constatou ainda que ela sofreu
também assédio moral, pela maneira desrespeitosa e invasiva com que
era tratada.
Esses fatos levam à obrigação de indenizar por assédio moral e sexual,
nos termos dos artigos 186 e 927 do Código Civil, além de autorizarem
a rescisão indireta do contrato de trabalho, com base no artigo 483,
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677854/artigo-927-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
alíneas b e e, da CLT. Acolhendo o entendimento da relatora, a Turma
manteve a sentença recorrida e julgou desfavoravelmente o recurso dos
réus.
A prova testemunhal demonstrou que o síndico, frequentemente,
olhava a reclamante de maneira “estranha”, sendo que, um dia, ficou
encarando a “parte de baixo do corpo dela”. Segundo uma das
testemunhas, ele “perseguia” a ascensorista no elevador, posicionando-
se bem próximo a ela e, numa oportunidade, foi flagrado passando a
mão nos cabelos da empregada, além de sempre lhe pedir que levasse
coisas à sua sala.
Uma testemunha trabalhava na limpeza do prédio disse que, certa vez,
quando a reclamante esperava no ponto de ônibus, o síndico passou de
carro e a convidou para entrar, tendo ela recusado porque “tinha medo
dele”.
Ela afirmou que a reclamante sempre se queixava dos olhares e
atitudes do síndico, chegando a lhe dizer, numa oportunidade, que
estava muito nervosa pela forma como era tratada por ele, o que a
levou a fazer um tratamento psicológico. Uma testemunha que também
trabalhava como ascensorista do condomínio relatou já ter presenciado
a reclamante entrar chorando no banheiro, dizendo que não aguentava
mais a pressão do síndico sobre ela.
Contou que ele sempre a mandava pegar papel em sua sala, mas era
apenas um pretexto para pedir que ela largasse o marido que ele “lhe
daria tudo”.
Também ficou demonstrado que, no início do assédio, a ascensorista
era tratada pelo síndico como “se fosse a melhor funcionária do
condomínio”, mas que, depois, como resistiu às suas investidas, passou
a ser tratada por ele de forma rude e grosseira. Ele chegou, inclusive, a
recusar atestados médicos dela quando não eram emitidos pelo médico
do condomínio.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
E mais: conforme relato das testemunhas, o síndico tinha medo do
marido da ascensorista e até se ausentava do condomínio quando ele
aparecia para entregar algum atestado ou mesmo para conversar com a
reclamante, ocasiões em que ela ficava bastante nervosa, com medo de
que o marido percebesse alguma coisa.
Por fim, testemunhas confirmaram que o empregador impunha regras
limitando o uso do banheiro às ascensoristas, incluindo a reclamante.
Diante das circunstâncias, a relatora não teve dúvidas sobre o assédio
moral (limitação da utilização do banheiro) e também sobre o assédio
sexual sofrido pela trabalhadora, esse último caracterizado pelos atos
ofensivos à dignidade dela praticados pelo superior hierárquico,
suficientes para causar um sentimento repulsivo, tornando o trabalho
algo difícil de suportar.
Nesse quadro, explicou a julgadora, incide a responsabilidade dos réus
– condomínio e síndico, pelos danos morais decorrentes das violações
a direitos fundamentais da trabalhadora, com a culpa caracterizada
pela conduta omissa da empregadora que nada fez para conter os
ímpetos de seu preposto, forçando-o a agir com mais respeito em
relação à ascensorista.
Dessa forma, foi mantida a condenação solidária dos réus a pagar à
ascensorista a indenização por assédio moral e sexual, assim como a
condenação do condomínio pelo pagamento das verbas rescisórias
decorrentes da rescisão indireta do contrato de trabalho.
Assédio sexual e assédio moral
O assédio sexual no trabalho ocorre quando o superior hierárquico usa
de chantagens ou intimidações visando obter do subordinado
vantagens ou favores sexuais. Ao mesmo tempo, ele promete ao
empregado benefícios profissionais ou materiais, ameaçando-o,
inclusive, com a perda do emprego, caso resista às investidas.
Já o assédio moral se configura quando o superior age para
desestabilizar o empregado, por exemplo, fazendo com que fique
isolado no ambiente de trabalho, ou aplicando-lhe punições exageradas
ou mesmo dirigindo-se a ele com gritos, xingamentos, recriminações,
tudo com o intuito velado de colocar o trabalhador sob pressão e
desqualificá-lo perante os colegas de trabalho e clientes da empresa,
provocando-lhe um sentimento de inferioridade.
Esses foram os fundamentos expressos no voto da desembargadora.
Fonte: https://bhaz.com.br/2017/03/06/ascensorista-denuncia-
sindico-assedio-sexual/
*Patrícia Lima de Souza Oliveira Reis – Advogada e colaboradora no
Escritório Bunn, Piccollo & Barcelos João advogados associados em
Santa Catarina, especialista em direito Imobiliário e Condominial,
pós-graduada em Direito Processual Civil (novo CPC) e Gestora
Ambiental.
Disponível em: https://patricialsouza.jusbrasil.com.br/artigos/450439952/assedio-moral-e-
sexual-em-condominios
https://bhaz.com.br/2017/03/06/ascensorista-denuncia-sindico-assedio-sexual/
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15

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