Buscar

Assepsia, desinfecção e antissepsia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 Esterilização, desinfecção e antissepsia 
 
 
Fundamentos da Técnica Cirúrgica | Rafaela Caldato Spegiorin 
Conceitos: 
ASSEPSIA 
É um conjunto de medidas que permite manter um ser 
vivo ou um meio inerte isento de bactérias (o doente, a 
equipe cirúrgica e o ambiente) → prevenir o contato com 
os microrganismos – paramentação, cuidados com o 
campo por ex. 
ESTERILIZAÇÃO 
É o processo que promove completa eliminação ou 
destruição de todas as formas de microrganismos 
presentes: vírus, bactérias, fungos, protozoários, 
esporos, para um nível aceitável de segurança. O 
processo de esterilização pode ser físico, químico, físico-
químico. 
DESINFECÇÃO 
Método capaz de eliminar muitos ou todos os 
microrganismos patogênicos, com exceção dos esporos. 
ANTISSEPSIA 
A antissepsia refere-se à desinfecção de tecidos vivos 
com antissépticos. 
Esterilização e Desinfecção: 
MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO 
Fatores que influenciam o crescimento bacteriano: 
• Temperatura; 
• Tipo de microrganismo; 
• Fase de crescimento; 
• Ambiente. 
Resistência aos métodos de esterilização e desinfecção: 
• Vírus com capa lipídica; 
• Bactérias gram-positivas; 
• Vírus sem capa; 
• Fungos, incluindo os esporos; 
• Bactérias gram-negativas; 
• Protozoários em forma 
vegetativa; 
• Cistos de protozoários; 
• Micobactérias; 
• Endosporo de bactéria; 
• Príons. 
Métodos de esterilização e desinfecção: 
Métodos físicos 
• Calor úmido e seco 
• Radiação: raios gama/cobalto 
Métodos químicos 
• Glutaraldeído 
• Formaldeído 
• Ácido peracético 
• Peróxido de hidrogênio 
• Álcool 
• Hipoclorito de sódio 
Métodos físico-químicos 
• Esterilizadora a óxido de etileno 
• Plasma de peróxido de hidrogênio 
• Plasma de gases (vapor de ácido peracético e 
peróxido de hidrogênio) 
• Vapor de formaldeído 
Plasma: estado físico da matéria definido como uma 
nuvem de íons, elétrons e partículas neutras, altamente 
reativas. Produzido por aceleração de moléculas por 
campo eletromagnético (micro-ondas ou 
radiofrequência). 
ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR ÚMIDO: 
→O calor úmido age por difusão do vapor d’água para 
dentro da membrana celular (osmose), hidratando o 
protoplasma da célula, produzindo alterações químicas 
(hidrólise) e coagulando mais facilmente o protoplasma, 
sob a ação do calor. Protoplasma = parte viva da célula. 
Objetivo de lesar/matar a célula através desse processo. 
FERVURA: 
→Temperatura de ebulição varia com a altitude. 
→Eficiente para a forma vegetativa a 100°C, por 30 
minutos. Material para kit primeiros socorros em casa 
por ex. 
→Esporos e vírus da hepatite resistem até 45 horas de 
fervura. 
Cuidados com o método da fervura: 
• Eliminar bolhas; 
• Eliminar gorduras e proteínas do instrumental; 
• A água fervente tem ação corrosiva (oxidante). 
AUTOCLAVE: 
*Mais utilizado 
→É um aparelho utilizado para esterilizar artigos através 
do calor úmido sob pressão. 
→Trata-se de uma câmara de vapor que vai utilizar alta 
pressão, sendo a pressão básica 750mmHg a 121°C, por 
30 minutos. 
 
 
2 Esterilização, desinfecção e antissepsia 
 
 
Fundamentos da Técnica Cirúrgica | Rafaela Caldato Spegiorin 
 
Cuidados em relação à autoclave: 
“Todo artigo resistente ao calor e compatível com 
umidade deve ser esterilizado pela autoclave”. 
Esteriliza: panos, borracha, meios de cultura, solução 
salina, instrumental, vidraria sem precisão. 
→Para evitar estragos em panos e borrachas aumenta a 
pressão – usar 1150mmHg, e a temperatura – 128°C, por 
6 minutos. 
→Emergência: aumenta ainda mais a pressão e a 
temperatura – 1400mmHg, 132°C por 2 minutos. 
Indicadores de esterilização: materiais que constatam se 
aquele processo realizado de esterilização realmente 
esterilizou o material. Esses indicadores podem ser 
químicos, biológicos ou fita adesiva (impregnada com 
uma tinta termossensível que muda de coloração 
quando exposta a determinada temperatura – prende o 
campo com essa fita). O integrador é um indicador 
químico que também vai lá dentro do material. 
 
Após o processo de esterilização a bolinha fica preta, 
indicando que lá dentro, junto com o material, a temperatura 
foi atingida e o processo de esterilização foi completo. 
 
Fita com estrias amareladas, que quando passa pelo 
processo de esterilização ficam escurecidas/pretas. As 
fitas envolvem e seguram a caixa cirúrgica/campo. 
ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR SECO: 
Mecanismo de Ação: os microrganismos são 
carbonizados ou consumidos pelo calor (oxidação). A 
estufa é o aparelho mais comum de esterilização por 
calor seco. Podemos usar a chama (flambagem – muito 
utilizada em laboratórios) ou a eletricidade (fulguração). 
Estufa: 
→Esteriliza materiais secos: vidrarias, seringas, agulhas, 
pós, instrumentos cortantes, gases vaselinadas e 
furacinadas, óleos, vaselina etc. 
→Parâmetros para a esterilização: 160°C a 170°C, por 2 
horas – mais demorada. 
*Não abrir a estufa neste período. 
Flambagem e fulguração: 
→A flambagem é a colocação do material sobre o fogo 
até que o metal fique vermelho. 
→Vantagem: fácil execução. 
→Desvantagem: não é seguro, pode não esterilizar 
alguns tipos de bactérias pelo baixo tempo de exposição. 
Estraga o material. 
→Uso frequente: laboratórios de microbiologia. 
Fulguração: eletrocauterização (bisturi elétrico) – uso 
corrente em dermatologia. 
RADIAÇÕES: 
➢ Raios gama/cobalto. 
→Esteriliza materiais termossensíveis por atuar em 
baixas temperaturas – seringas, agulhas hipodérmicas, 
luvas, fios cirúrgicos, alimentos e resíduos, e, 
medicamentos. 
→Desvantagem: elevados custos de implantação e 
controle. 
DESINFECÇÃO: 
Características de um desinfetante ideal: 
• Amplo espectro; 
• Ação rápida; 
• Não ser afetado por fatores ambientais (luz); 
• Ativo na presença de matéria orgânica; 
• Compatíveis com sabões, detergentes e outros 
produtos químicos; 
• Atóxico; 
• Compatível com diversos tipos de materiais; 
• Efeito residual; 
• Fácil manuseio; 
• Inodoro ou cheiro agradável. 
GLUTARALDEÍDO: 
Efeito: germicida, esporocida, fungicida, virucida; sua 
ação se dá por meio de desnaturação proteica. Exemplo 
de produtos: Cidex/Glutacide/Glutalabor. Materiais 
esterilizados por ele: instrumental óptico, metálico e 
plástico. 
FORMALDEÍDO: 
 
 
3 Esterilização, desinfecção e antissepsia 
 
 
Fundamentos da Técnica Cirúrgica | Rafaela Caldato Spegiorin 
Espectro de ação: bactericida, fungicida e virucida. 
Efeitos adversos – corrosivo, tóxico e irritante das vias 
aéreas, pele e olhos *não é utilizado para antissepsia. 
Formas de uso: líquida e vapor. Indicações: conservação 
de peças anatômicas e de tecidos, preparo de vacinas 
virais. Forma de pastilhas (Formalina) para esterilização 
de instrumentais. Forma de pomadas (furacin) para 
curativos. 
ÁCIDO PERACÉTICO: 
Ação: esporocida. Efeito – oxidação, desnaturação 
proteica, perda da permeabilidade da membrana celular. 
Formas de uso: líquida e vapor. Características: volátil, 
odor pungente, riscos de explosão e incêndio. Inativado 
na presença de sangue. Aplicação: material 
termossensíveis e passíveis de imersão em meio líquido; 
Ex. hemodiálise. Decompõe em produtos não tóxicos a 
saber: ácido acético, água, oxigênio e peróxido de 
hidrogênio. 
PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO: 
Efeito: bactericida, virucida, fungicida, inativa bacilos da 
tuberculose e esporos. Ação – produção de radicais 
hidroxila livres que atacam as membranas lipídicas de 
DNA do micróbio. Características: esterilizante em 
formas líquida, gasosa e plasma. A forma de plasma tem 
perspectivas de substituir o óxido de etileno. É altamente 
oxidante, ativo na presença de matéria orgânica, tóxico 
e irritante para pele e olhos. 
STERRAD NX – plasma de peróxido de hidrogênio: é um 
equipamento que utiliza peróxido de hidrogênio (água 
oxigenada) a 58% em estado especial, o plasma, em 
baixa temperatura, o que possibilita a esterilização em 
apenas28 minutos. Alguns materiais termossensíveis e 
que não podem ser usados na autoclave, o plasma de 
peróxido de hidrogênio é uma opção. Ideal para 
esterilizar: materiais de vídeo cirurgia e materiais 
endoscópicos. 
ÁLCOOL: 
Efeito: germicida para forma vegetativa, detergente. 
Ação – precipitação ou desnaturação proteica. Etílico: 
solução instável, barato, pouco tóxico, higroscópico, 
evapora rapidamente. Não é esporocida. Defeito do 
álcool → como ele evapora rapidamente, o seu efeito 
residual é muito ruim, ação muita rápida. Indicação: 
superfície externa dos materiais, superfícies de vidro. 
Concentração em peso entre 60 e 90%. Características da 
ação: ação limitada – evaporação muito rápida. 
HIPOCLORITO DE SÓDIO: 
É o desinfetante mais amplamente utilizado. Ação rápida 
– baixo custo. Espectro de ação: amplo, agindo até em 
esporos. É mais conhecido como agente alvejante. 
ÓXIDO DE ETILENO: 
É um gás inodoro, sem cor, inflamável e explosivo. Efeito: 
bactericida, esporocida, virucida. Vantagens: esteriliza 
materiais sem danificar; desvantagens: alto custo, 
toxicidade, tempo longo do ciclo. No Brasil há uma 
legislação específica sobre o funcionamento das centrais 
de esterilização por óxido de etileno (Portaria 
Interministerial nº 482 de 1999). É muito utilizado em 
matérias delicados e sensíveis a temperatura e umidade. 
Antissepsia: 
Requisitos de um antisséptico: 
• Amplo espectro de ação antimicrobiana; 
• Alto poder germicida; 
• Ação rápida e prolongada (efeito residual); 
• Ação preservada na presença de líquidos orgânicos; 
• Pouco efeito colateral. 
• Outras características: solúvel, estável, não 
corrosivo, odor agradável ou ausente e baixo custo. 
IODO: 
Efeito – o mais germicida dos halogêneos. Ação: 
oxidação, interrompe a síntese de proteínas e ácidos 
nucléicos. Características: tóxico e alergênico – alta 
tensão superficial (principalmente em solução aquosa). 
Derivados do Iodo – Iodóforos. Mais utilizado: Iodo + 
Polivinilpirrolidona (PVP). Preserva as propriedas 
germicidas do Iodo e tem a vantagens de não queimar, 
não manchar os tecidos, raras reações alérgicas, não 
interferir no metabolismo, mantendo sua ação residual. 
POVIDINE – POLIVINIL PIROLIDINA (PVPI) 
Efeito: bactericida, virucida e fungicida. Ação – 
diretamente na proteína, desnaturando-a. 
Apresentações: degermante, utilizado para lavagem das 
mãos e degermação do sítio operatório; solução aquosa, 
utilizada para feridas abertas ou mucosas expostas; e, a 
solução alcoólica, utilizada para antissepsia na pele 
íntegra***. 
CLOROHEXIDINA 
Efeito: contra bactérias Gram negativas e Gram positivas, 
fungos, leveduras e vírus. Características: baixa 
toxicidade, insolúvel em água. Indicação: pele, mucosas, 
feridas. Apresentações: degermante, para lavagens das 
mãos e do sítio operatório; aquosa, para mucosas e 
ferida aberta; e, alcoólica para antissepsia da pele 
integra***. 
 
→Degermação e degermação prévia. 
 
 
4 Esterilização, desinfecção e antissepsia 
 
 
Fundamentos da Técnica Cirúrgica | Rafaela Caldato Spegiorin 
ÁLCOOL: 
Uso como antisséptico. 
Técnica para higiene com álcool gel: 
1. Antes, durante e após examinar ou prestar 
alguns cuidados em topografias diferentes no 
mesmo paciente e entre diferentes pacientes. 
2. Antes, e após administrar medicamentos. 
3. Antes, durante e após verificar controles (PA, T). 
4. Antes, durante e após prestar cuidados aos 
pacientes portadores de germes 
multirresistentes. 
Limpeza da sala cirúrgica : 
→Água + detergente: limpeza para remoção da sujidade. 
Álcool 70%: desinfecção das superfícies. 
Tratamento do ar circulante na sala cirúrgica: 
*Toda sala cirúrgica deve ter um sistema de pressão 
positiva. 
 
-O fluxo de ar é impulsionado por um sistema de ar 
condicionado – dos ambientes mais altos para os 
ambientes mais baixos. O ar é tratado por filtros antes de 
entrar na sala (e sai na região inferior da sala p/ que 
sujidades do chão não sejam levadas para o centro 
cirúrgico). 
ASSEPSIA E TÉCNICA CIRÚRGICA: 
Utilizar técnicas assépticas com paramentação completa 
antes do procedimento cirúrgico. 
Abrir equipamentos e soluções estéreis imediatamente 
antes do uso e utilizar técnica asséptica na administração 
de drogas. 
→Degermação do sítio operatório sempre com o mesmo 
degermante utilizado no banho e retirada do excesso 
com compressa estéril com soro fisiológico. 
→Antissepsia do campo operatório é realizada em 
sentido centrífugo em campo ampliado, em sentido 
unidirecional, com antisséptico na formulação alcoólica, 
que contenha o mesmo princípio ativo que o 
degermante. 
Manusear tecidos delicadamente, realizar hemostasia 
eficiente, minimizar a desvitalização dos tecidos e corpos 
estranhos, e, erradicar o espaço morto no sítio cirúrgico. 
Utilizar fechamento primário retardado ou deixar a 
incisão aberta se o cirurgião considerar que o sítio 
cirúrgico está grosseiramente contaminado. 
Se uma drenagem se fizer necessário, utilizar drenos 
fechados à vácuo. Colocar o dreno por uma incisão 
separada e distante da incisão cirúrgica. Retire o dreno o 
mais precoce possível, pode servir como porta de entrar 
para microrganismos.

Outros materiais