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Histologia – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Lara Lessa Araújo - 1º semestre - Medicina Cavidades Nasais • As cavidades nasais são formadas por um par de câmaras entremeadas por um septo ósseo e cartilaginoso; são espaços alongados com uma base larga que repousa sobre o palato duro e o palato mole. • O arcabouço esquelético das cavidades nasais é formado por ossos e cartilagens; a maioria desse arcabouço é localizada no crânio, exceto por uma pequena região anterior que está contida no nariz. • As câmaras são divididas em três regiões: 1. Vestíbulo do nariz, um espaço dilatado da cavidade nasal, imediatamente dentro das narinas e revestido por pele 2. Região respiratória, que constitui a maior parte (os dois terços inferiores) das cavidades nasais e é revestida por mucosa respiratória 3. Região olfatória, localizada no ápice (terço superior) de cada cavidade nasal e revestida por uma mucosa olfatória especializada. ❖ Vestíbulo do nariz ▪ O vestíbulo do nariz faz parte da porção externa do nariz e comunica-se, anteriormente, com o ambiente externo. ▪ É revestido por epitélio estratificado pavimentoso, uma continuação da pele da face, e contém um número variável de vibrissas, que aprisionam materiais particulados antes que sejam transportados na corrente de ar para o restante da cavidade. ▪ Possui glândulas sebáceas, cujas secreções ajudam no aprisionamento do material particulado. ▪ Onde o vestíbulo termina, o epitélio estratificado pavimentoso torna-se mais fino e sofre uma transição para o epitélio pseudoestratificado, que caracteriza a região respiratória. Nesse local, não há glândulas sebáceas. ❖ Região respiratória da cavidade nasal ▪ A região respiratória constitui a maior parte do volume das cavidades nasais. ▪ É revestida pela mucosa respiratória, que contém um epitélio pseudoestratificado colunar ciliado em sua superfície. ▪ A parede medial da região respiratória, o septo nasal, é lisa, mas as paredes laterais são pregueadas devido à existência de três projeções ósseas semelhantes a prateleiras, denominadas conchas. ▪ As conchas dividem cada cavidade nasal em câmaras de ar separadas e desempenham papel duplo: aumentam a área de superfície e provocam turbulência no fluxo de ar e, assim, possibilitam o condicionamento mais eficiente do ar inspirado. ▪ O epitélio pseudoestratificado colunar ciliado da mucosa respiratória é composto de cinco tipos de células: 1. Células ciliadas, que são células colunares altas com cílios que se projetam no muco que cobre a superfície do epitélio 2. Células caliciformes, que sintetizam e secretam muco 3. Células em escova, um termo geral para descrever as células no trato respiratório que apresentam microvilosidades arredondadas e curtas 4. Células de grânulos pequenos (células de Kulchitsky), que se assemelham às células basais, mas que contêm grânulos secretores. Trata-se de células endócrinas do sistema neuroendócrino difuso (SNED) Histologia – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Lara Lessa Araújo - 1º semestre - Medicina 5. Células basais, que são células-tronco a partir das quais se originam outros tipos de células. ▪ O epitélio da região respiratória da cavidade nasal é essencialmente igual ao epitélio que reveste a maioria das partes do sistema condutor. ▪ A mucosa da região respiratória aquece, umedece e filtra o ar inspirado. ❖ Região olfatória da cavidade nasal ▪ A região olfatória está localizada em parte da cúpula de cada cavidade nasal e, em grau variável, nas paredes nasais lateral e medial contíguas. ▪ É revestida por mucosa olfatória especializada. ▪ No tecido vivo, essa mucosa caracteriza-se pela sua ligeira coloração castanho- amarelada causada pelo pigmento do epitélio olfatório e glândulas olfatórias associadas. ▪ A lâmina própria da mucosa olfatória é diretamente contígua com o periósteo do osso subjacente. ▪ Esse tecido conjuntivo contém numerosos vasos sanguíneos e linfáticos, nervos olfatórios não mielinizados, nervos mielinizados e glândulas olfatórias. ▪ O epitélio olfatório, assim como o epitélio da região respiratória, também é pseudoestratificado, mas contém tipos de células muito diferentes. Além disso, carecem de células caliciformes. ▪ O epitélio olfatório é formado pelos seguintes tipos de células: 1. As células receptoras olfatórias são neurônios olfatórios bipolares, que se estendem pela espessura do epitélio e entram no sistema nervoso central • As células receptoras olfatórias são neurônios bipolares que apresentam projeção apical com cílios. • Ocorrem vias inteiras de transdução olfatória nos cílios das células receptoras olfatórias. 2. As células de sustentação são células colunares, que se assemelham às células neurogliais e fornecem suporte mecânico e metabólico às células receptoras olfatórias. Sintetizam e secretam proteínas de ligação de odores 3. As células basais são células-tronco a partir das quais se diferenciam novas células receptoras olfatórias e células de sustentação • As células basais são progenitoras dos outros tipos celulares maduros. 4. As células em escova são o mesmo tipo celular que ocorre no epitélio respiratório. • As células em escova são células colunares especializadas na transdução da sensação geral. ▪ As glândulas olfatórias constituem aspecto característico da mucosa olfatória. ✓ Seios Paranasais ➢ Os seios paranasais são espaços preenchidos com ar, situados nos ossos das paredes da cavidade nasal. ➢ Os seios paranasais são extensões da região respiratória da cavidade nasal e são revestidos por epitélio respiratório. ➢ Os seios são designados de acordo com o osso no qual se encontram (i. e., etmoide, frontal, esfenoide e maxila). ➢ A superfície mucosa dos seios consiste em um fino epitélio pseudoestratificado ciliado, com numerosas células caliciformes. Faringe • A faringe liga as cavidades nasais e oral à laringe e ao esôfago. Histologia – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Lara Lessa Araújo - 1º semestre - Medicina • Atua como passagem para o ar e para o alimento e também como câmara de ressonância para a fala. • A faringe está localizada posteriormente às cavidades nasais e oral e é dividida regionalmente em duas partes: a parte nasal da faringe (nasofaringe) e a parte oral da faringe (orofaringe). • Observa-se a existência de tecido linfático difuso e nódulos linfáticos na parede da nasofaringe. • A concentração de nódulos linfáticos na junção entre as paredes superior e posterior da faringe é denominada tonsila faríngea. Laringe • A laringe é a via respiratória para a passagem de ar entre a orofaringe e a traqueia. • Essa região tubular complexa do sistema respiratório é formada por placas de cartilagem hialina e elástica de formato irregular (a epiglote e os processos vocais das cartilagens aritenóideas). • Além de servir de conduto para o ar, a laringe atua como órgão para produção de sons. • As pregas vocais controlam o fluxo de ar através da laringe e vibram para produzir som. o As pregas vocais, também denominadas cordas vocais, consistem em duas pregas de mucosa que se projetam para dentro do lúmen da laringe. o Um ligamento de sustentação e músculo esquelético, o músculo vocal, estão contidos em cada prega vocal. o Os ligamentos e os músculos laríngeos intrínsecos unem-se nas placas cartilaginosas adjacentes e são responsáveis pela geração de tensão nas pregas vocais e pela abertura e fechamento da glote. o Os músculos laríngeos extrínsecos inserem-se nas cartilagens da laringe, mas originam-se em estruturas extralaríngeas. Esses músculos movem a laringe durante a deglutição. o O ar expelido dos pulmões que atravessa um espaço estreito da rima da glote provoca vibração das pregas vocais. o As vibrações são alteradas pela modulação da tensão sobre as pregas vocais e pela mudança do grau de abertura da glote. o A alteraçãodas vibrações produz sons de diferentes tonalidades. o Os sons criados pela laringe durante o processo de fonação são modificados nas partes superiores do sistema respiratório (nasofaringe, cavidades nasais e seios paranasais) e na cavidade oral (orofaringe, palatos mole e duro, língua, dentes, lábios etc.), produzindo sons específicos da fala (as diferentes vogais e consoantes). • As pregas ventriculares localizadas acima das pregas vocais são denominadas “cordas vocais falsas”. o Acima das pregas vocais há um recesso alongado na laringe, denominado ventrículo. o Acima do ventrículo está outro par de pregas mucosas, as pregas ventriculares ou cordas vocais falsas. o Essas pregas não contêm o revestimento muscular intrínseco das cordas vocais verdadeiras e, portanto, não modulam a fonação. o No entanto, tais pregas e o ventrículo são importantes para criar a ressonância sonora. Histologia – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Lara Lessa Araújo - 1º semestre - Medicina • A laringe é revestida por epitélio estratificado pavimentoso e por epitélio pseudoestratificado colunar ciliado. o A superfície luminal das pregas vocais é revestida por epitélio estratificado pavimentoso, como na maior parte da epiglote. o O epitélio protege a mucosa da abrasão causada pela corrente de ar que se move rapidamente. o O restante da laringe é revestido por epitélio pseudoestratificado colunar ciliado, que caracteriza o trato respiratório. o O tecido conjuntivo da laringe contém glândulas mistas mucosserosas que descarregam sua secreção através de ductos na superfície da laringe.
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